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Ano letivo: 2023-24 Disciplina: Português, 9ºano

Episódio de Inês de Castro

Plano história de Portugal – Canto III, est. 119-135

Este episódio inclui-se no plano da História de Portugal, pois:

• é narrado por Vasco da Gama, cujo narratário/destinatário é o Rei de Melinde.

• surge na continuidade da apresentação do reinado de D. Afonso IV.

Este episódio é considerado um momento lírico, pois:

•Exploram-se os sentimentos pessoais do narrador;

• Dá-se expressão à emotividade e à exploração de sentimentos


como o Amor, a crueldade, o sofrimento...

• pode-se mesmo considerar que as principais características da tragédia clássica estão patentes:

• Há o desenvolvimento de uma ação, que termina com a morte da protagonista;

• Observa-se a lei das três unidades (ação, tempo e espaço);

• Há uma motivação para sentimentos de terror e piedade;

• A catástrofe é simbolizada pela morte da protagonista.

Estrutura deste episódio

A primeira parte, referente as causas da morte de Inês, vítima do amor.

A segunda, constitui o desenvolvimento em que se descreve o modo de vida feliz e despreocupado que
Inês tinha em Coimbra - é apresentada a razão de estado para que Inês deixe a vida, pois o perigo que
representa a ligação de D. Inês com D. Pedro, receia o domínio espanhol.
O poeta põe em questão a grandeza moral do Rei por solucionar o problema de seu reino mandando
matar a sua própria filha:

“Tirar Inês ao mundo, determina”;

“Que furor consentiu que a espada fina,

Que pôde sustentar o grande peso

Do furor Mauro, fosse alevantada

Contra üa fraca dama delicada?”.

Também nesta segunda parte é redigido o discurso suplicante de Inês ao rei de Portugal, seu pai. Ela
utiliza súplicas e argumento para comover o Rei na sua determinação - apresenta a sua situação de mãe e a
orfandade de seus filhos, declara-se inocente perante toda a situação de futuro conflito, comove o rei
dizendo-lhe que sendo um cavaleiro que sabe dar morte, também sabe ”dar vida, com clemência” e como
alternativa à morte, dá preferência ao exílio.

A terceira e última parte, constitui a reprovação do narrador, sublinhada pelo pranto comovente das
“filhas do Mondego” e pela animização da Natureza, que chora a morte de Inês, sua antiga confidente.

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