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A aula de português do dia 15 de fevereiro foi iniciada, como habitual, pela

apresentação da sugestão cinematográfica do dia e do resumo da aula anterior. A


sugestão, desta vez apresentada pela Mariana Oliveira, foi o filme “Notting Hill”. Um
romance cómico de 1999, protagonizado por Julia Roberts e Hugh Grant. Logo de
seguida, foi lido o resumo da aula de português do dia 10 de fevereiro feito pela
Maria Beatriz.
Iniciámos, posteriormente, o estudo da obra A Abóbada, escrita por Alexandre
Herculano. A professora chamou à atenção de alguns aspetos, tais como as datas de
nascimento e morte deste escritor. Nasceu em 1810 e faleceu em 1877, pelo que
significa que Alexandre Herculano encontra-se na linha temporal entre o final do
movimento literário do romantismo e o início do realismo, dando-se assim ênfase à
referência a Oliveira Martins no documentário previamente visionado, que faz esta
ligação temporal, junto a Eça de Queirós, um grande realista. Sendo assim, Alexandre
Herculano, nunca poderá ser reconhecido como um realista, mas sim um romântico
historiográfico, que no fundo já estaria a viver no início da época do realismo.
De seguida, a professora enfatizou que o estilo Barroco (século XVII), já tinha sido
lecionado aquando a análise da obra Sermão de Santo António aos peixes, de Padre
António Vieira. Após isto, a professora colocou a pergunta: qual a modalidade da
frase “Acho que é o Sermão de Santo António aos peixes”, que teve como resposta,
modalidade epistémica de probabilidade.
Avançamos, assim, para a análise do conto A Abóbada, que se situa no Mosteiro de
Santa Maria da Vitória, mais conhecido como Mosteiro da Batalha. Foi realçada a
existência de uma estátua neste mosteiro, de Nuno Álvares Pereira, que foi um herói
da batalha de Aljubarrota. O rei que mandou construir este mosteiro na aldeia da
Batalha foi D. João I, também chamado de Mestre de Avis porque no século XIV, D.
Beatriz tornar-se-ia rainha, mas por ter casado com um rei castelhano, houve uma
crise de sucessão do século XIV, sendo aclamado assim Mestre de Avis (filho
ilegítimo) como D. João I. Vários arquitetos foram chamados para construir este
mosteiro, tanto portugueses como estrangeiros, sendo os mais relevantes para este
conto Afonso Domingues e David Ouguet. Afonso Domingues cegou a meio da obra e
foi escolhido assim um arquiteto irlandês que seria protegido da rainha Filipa de
Lencastre, mulher de D. João I.
A Abóbada é estruturada em cinco capítulos, todos encadeados numa linha
temporal, em que cada um tem um título referente a uma personagem ou a um
acontecimento. Temos referência às três personagens dominantes e a dois
acontecimentos importantes, como por exemplo, o título do capítulo IV ser “O Auto”,
pois é neste em que ocorre um auto de adoração aos três Reis Magos. O último
capítulo ser intitulado por “O voto fatal”, deve-se à promessa que Afonso Domingues
fez, dizendo que a abóbada não ia cair, ficando lá de baixo durante três dias, pelo
que realmente não caiu, mas o arquiteto acabou por falecer.
Sendo Alexandre Herculano o pai da historiografia nacional, então este fala de um
acontecimento histórico, a construção da abóbada do Mosteiro de Santa Maria da
Vitória. Como todos os historiadores necessitam de uma fonte, Alexandre Herculano
também se inspirou na história de São Domingos, de Frei Luís de Sousa.
Posteriormente, foi evidenciado que a abóbada foi levantada três vezes. Nas
primeiras duas ela caiu, pelo que carretou muitas mortes, mas na terceira vez, o rei
chamou criminosos espanhóis, que tinham sido derrotados na batalha, e prometeu-
lhes a liberdade se conseguissem com que a abóbada não caísse.
Neste conto há um sentimento nacionalista por parte de Alexandre Herculano
(característica do romantismo) e por isso, David Ouguet, o arquiteto estrangeiro, era
completamente ridicularizado.
De seguida, a professora afirmou que A Abóbada é uma obra alternativa a Amor de
Perdição, de Camilo Castelo Branco, um escritor ultrarromântico. Comparou, assim,
esta história à famosa história de Romeu e Julieta, de Shakespeare. Amor de
Perdição fala sobre o amor fatal, ou seja, o amor que leva à morte dos dois
protagonistas, Simão e Teresa. Portanto, esta obra é de fazer chorar as pedras da
calçada, já que foi escrita por Camilo de Castelo Branco, que apresenta uma
produção imensa e que escrevia para viver.
Camilo Castelo Branco tinha uma grande devoção pela escrita, de facto após cegar
rapidamente, um oftalmologista foi consultá-lo a casa e deu a triste notícia de que a
cegueira era irremediável, pelo que após a saída do médico, o escritor suicidou-se
com um tiro de pistola.
Prosseguimos, assim, para a análise do capítulo I, em que a professora atribuiu
categorias a cada fila, para podermos obter informações, tanto espaciais e sociais
como temporais, e também sobre a personagem Mestre Domingues e sobre os dois
frades.
Concluímos, assim, que o conto inicia no dia 6 de janeiro de 1401 (Ano da Redenção),
mais especificamente num dia de inverno, mas soalheiro. Já no início do capítulo V
podemos verificar a data 7 de maio de 1439, onde se identifica também o ano da
redenção. Ou seja, segundo o calendário de Juliano da era de Cristo, 1401 é a era da
Redenção, mas segundo Júlio César e o seu calendário, o ano da redenção é em
1439. Portanto, 1401 é a data que o narrador nos diz, mas depois aponta para 1439.
E terminou assim, mais uma aula de português.

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