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3ª EDIÇÃO | SETEMBRO 2021

R$ 12,90

RAINHAS NA HISTÓRIA

O DESTINO DAS MEMÓRIAS DO


CZAR NICOLAU II E SUA FAMÍLIA

A VIDA (E MORTE PRECOCE) DE D. LEOPOLDINA DE BRAGANÇA


OS ÚLTIMOS MOMENTOS DE LUÍS XIV
A VIDA (E MORTE PRECOCE) DE D.
LEOPOLDINA DE BRAGANÇA
POR CAUÃ CARVALHO DA COSTA
ADAPTADO POR FERNANDA DA SILVA FLORES

Princesa D. Leopoldina de Bragança, por Jules Le Chevrel, 1871.

D. Leopoldina de Bragança viveu durante apenas 23 anos, mas isso foi


suficiente para deixar marcas profundas na Família Imperial Brasileira. Além
de ser filha caçula de D. Pedro II e ter sido batizada em homenagem a sua avó,
a Imperatriz D. Leopoldina, a princesa também foi responsável por trazer ao
mundo o primeiro neto do imperador e era vista como uma possível
substituta da irmã mais velha em caso de falecimento precoce da mesma, mas
isso não aconteceu. De fato, seria a própria D. Leopoldina que morreria
jovem.

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Bruna Griphao como D. Leopoldina na telenovela 'Nos Tempos do Imperador'.

de escrever cartas nos primeiros tempos de casada. Mas com o tempo


foi se acostumando com a tarefa. Aos 17 anos, em 15 de dezembro de
1864, D. Leopoldina Teresa se casou com Luís Augusto de Saxe-
Coburgo-Gota, filho da Princesa Clementina de Orleans, que por sua
vez era filha de Luís Filipe I, Rei dos Franceses. Sua irmã havia se
casado antes dela com Gastão de Orleans, Conde d’eu. Logo no início
do casamento a princesa engravidou, mas sofreu um aborto em 2 de
maio de 1865, como ela relata em carta à irmã: "Eu esperava fazer-lhe
titia no fim deste ano, mas infelizmente o seu sobrinho ou sobrinha
nasceu muito cedo. No dia 2 de maio às cinco e meia da manhã, sem
que eu sentisse nenhuma dor, comecei a sentir-me molhada e a pôr
sangue. Eu logo disse a Gusty que pensava que eu estava desarranjada.
Gusty imaginou que devia ser o que tenho todos os meses. Quem dera
que o fosse. Mas eu fui remexer-me na cama e senti sair uma posta de
sangue. Eu pus-me a chorar dizendo a Gusty que julgava que aquilo era
nossa pobre criança. Ele disse que não chorasse porque pensava que
isto era impossível.

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O DESTINO DAS MEMÓRIAS DO
CZAR NICOLAU II E SUA
FAMÍLIA
POR GIOVANNA RODRIGUES SILVA PAULA

Família Imperial Russa fotografada em 1913 na Livadia.

No dia 17 de julho de 2008, milhares de fiéis ortodoxos peregrinaram até à


cidade de Ecaterimburgo (localizada nos Urais) para celebrar o centenário do
assassinato da última família imperial russa. A celebração ocorreu na frente
da Igreja do Sangue Derramado, construída em memória da família. Tal
evento reuniu não apenas fiéis, mas pessoas de todo o mundo, significando a
importância da memória dos Romanov na história.

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verno, porém, apenas foi substituída a bandeira imperial pela
vermelha, além dos brasões e águias dos memoriáveis portões de ferro.
Tais símbolos eram perseguidos até nas capotas de automóveis, e as
placas de rua elétrica formando um grande N com uma coroa foram
acabadas. Qualquer pessoa que ousasse comprar retratos ou exibi-los
era considerada traidora; os retratos que não podiam ser tirados eram
cobertos, assim como na Câmara do Conselho do Império e na
Academia de Arte. Outro laço que fora cortado com o novo regime era a
Igreja: todas as orações destinadas à família imperial foram tiradas da
liturgia e substituídas pela “proteção divina da Pátria”. Outro alvo
foram os teatros, como o Mariínski, em que as armas imperiais e as
belíssimas águias douradas foram retiradas do auditório e a cortina
imperial azul foi substituída por uma “esquisita, vermelha e dourada”.
Todo o esplendor e beleza da era imperial foi perseguido e destruído.
Não foram apenas os Romanov que foram destruídos, mas toda uma
tradição e cultura de 300 anos em solo russo. Enquanto o novo regime
tomava forma, o clã Romanov fugia para salvar sua vida.

Nicolau II e suas filhas na praia de Lower em Peterhof. Foto de 1914.

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Nicolau havia inúmeros retratados de seus cinco filhos, desde o
nascimento até o início da fase adulta. Nos aposentos do casal imperial
não havia nada do estilo rococó, mas algo simples e burguês, como
inúmeros ícones religiosos em volta do quarto e retratos de familiares
e quinquilharias baratas. Nos aposentos infantis de Alexei havia
inúmeros brinquedos de madeira e mecânicos, caixinhas de música,
soldadinhos de chumbo, livros ilustrados, jogos e até ursinhos. Nos
aposentos das irmãs Romanov ainda estavam presentes os chapéus,
sombrinhas, os uniformes de seus regimentos, suas roupinhas usadas
em seus batismos, seus amados trajes imperiais com as Kokóchniki,
tudo isso em um cenário feminino, cheio de ícones, retratos religiosos
populares, cruzes, livros, fotografias e até bonecas - tudo estava do
jeito que todos haviam deixado para trás. Um visitante em 1929 registra
a sensação daquela residência: “Você tem a sensação de que as crianças
estão lá no jardim, brincando em algum lugar. De que vão voltar a
qualquer momento” (RAPPAPORT, p.28). As magnificas joias e tesouros
dos Romanov foram confiscados e tomados pelo Estado.

Fotografia de 1908, digitalmente colorida, de Nicolau II e sua esposa.

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OS ÚLTIMOS MOMENTOS
DE LUÍS XIV
POR FERNANDA DA SILVA FLORES

'Morte de Luís XIV em Versalhes', por Thomas Jones Barker, 1839.

Luís XIV foi um dos monarcas mais longevos da história. Ele governou a
França por 72 anos e morreu aos 76 anos e 361 dias. Luís ascendeu ao trono em
1643 e, apesar, de ter vivido muito mais tempo que o pai teve um fim
semelhante a ele, pelo menos no tocante ao sofrimento físico. Luís XIV,
chamado de O Rei Sol devido ao esplendor de seu reinado, não foi capaz de
resistir a uma gangrena, que rapidamente consumiu uma de suas pernas.

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A maioria dos cortesãos de Versalhes estavam cientes disso, incluindo a
esposa morganática de Luís XIV, Madame de Maintenon. Ao que parece,
o próprio Luís XIV estava ciente de sua condição, pois ordenou que seu
bisneto de apenas 5 anos de idade, o futuro Luís XV, fosse levado até o
seu leito a fim de aconselhá-lo. Luís XIV recomendou ao pequeno que
ele aliviasse o fardo sobre as pessoas e evitasse ir à guerra tanto quanto
possível, declarando: “É a ruína dos povos”. É altamente provável que
nessa altura o soberano estivesse consciente dos próprios pecados,
pois sua política externa, durante todo o seu reinado, apoiou-se
inteiramente na guerra. Além de ser longevo em vida (faleceu aos 76
anos) e possuir até os dias de hoje o recorde do mais longo reinado da
história (72 anos), Luís XIV também demorou mais do que o esperado
para morrer. Sabemos que ele se despediu pelos menos três vezes de
Madame Maintenon e duas vezes da corte de Versalhes. Mas os dias que
se seguiram seriam fatais. Em 29 de agosto um homem que afirmava ter
uma cura milagrosa recebeu permissão para se aproximar do leito real.
Após ser tratado Luís XIV afirmou que se sentia melhor.

Cena do filme 'A Morte de Luís XIV', de 2016, dirigido por Albert Serra.

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Franz Xaver Winterhalter, 1844.
D. Francisca de Bragança, por
SÓ A EDUCAÇÃO LIBERTA.
EPITETO

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