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5ª EDIÇÃO | NOVEMBRO 2021

R$ 12,90

RAINHAS NA HISTÓRIA

A VIDA TURBULENTA VIDA


DE LUCRÉCIA BÓRGIA

OS ENIGMAS DA RAINHA DE SABÁ


A SAÚDE E A MORTE DE MARIA I DA INGLATERRA
OS ENIGMAS DA RAINHA DE SABÁ

POR JORGE DI WELINGTON FERREIRA

Rainha de Sabá concedendo uma audiência, por Nicolas Loir, meados do século 18.

A história da mítica Rainha de Sabá encanta o mundo até os dias de hoje. A


força de uma mulher que mantém um reino unificado e próspero em meio a
nações totalmente governadas por homens é algo realmente digno de nota.
Numa analogia com os dias atuais, onde a luta pelo reconhecimento dos
direitos das mulheres se faz presente, a Rainha de Sabá pode ser vista como
um exemplo de empoderamento feminino. Apesar de ser mais conhecida por
seu suposto envolvimento amoroso com Salomão, Rei de Israel, ela também
foi uma mulher forte e ousada.

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Haile Selassie I, último imperador da Etiópia, que reinou até 1975.

Ela teria ficado hospedada em sua corte por seis meses. Porém, na
última noite de sua visita, Salomão a teria engravidado. Após voltar ao
seu reino, nove meses depois Makeda deu à luz um filho que se chamou
Menelik I, que fundou a Dinastia salomônica da Etiópia, governando a
região até à deposição de Haile Selassie I em 1974. Independentemente
se a Rainha de Sabá tenha ou não tido um envolvimento amoroso com
Salomão, Rei de Israel, o fato é que sua história ressoa até os dias de
hoje e o livro Kebra Nagast, que foi escrito no século 14, teve um papel
fundamental na formação da cultura da Etiópia. Aqueles que apoiam a
teoria de que Sabá se localizava na Etiópia se baseiam nos escritos do
historiador Flávio Josefo, que em Antiguidades Judaicas descreve um
lugar chamado Sabá como uma cidade real murada da Etiópia, que o
Imperador persa Cambises II rebatizou como Meroë. Em 1974, o último
imperador dos etíopes foi destituído, mas a extraordinária história da
fundação de sua dinastia segue viva, mesmo tendo se passado três mil
anos. Quase uma matriarca para os etíopes, a Rainha de Sabá, cujo
nome próprio ainda é um mistério, é um símbolo de beleza, majestade,

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A VIDA TURBULENTA DE
LUCRÉCIA BÓRGIA
POR FERNANDA DA SILVA FLORES

Retrato de uma dama tida como Lucrécia Bórgia, por Bartolomeo Veneto, c. 1520.

Quando pensamos em filhos ilegítimos de pontífices, o primeiro nome que


nos vem à mente é o de Lucrécia Bórgia, conhecida por ser um dos membros
mais proeminentes da poderosa família Bórgia, que dominou o Papado entre
o final do século 15 e início do século 16. Mas você sabia que grande parte do
que se diz sobre essa mulher é fruto de difamações difundidas pelos inimigos
políticos de sua família? Conheça a verdade Lucrécia Bórgia nas próximas
páginas.

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O casamento foi celebrado em grande estilo no Vaticano em 21 de julho
de 1498. Lucrécia tinha 18 anos na época. Afonso era considerado bonito
e bem-educado e logo caiu nas graças da esposa. A união parecia feliz e
Lucrécia deu à luz um filho, chamado Rodrigo em homenagem ao avô,
no final de 1499. Mas a felicidade conjugal durou pouco. A mudança
brutal de aliados dos Bórgia seria a responsável por isso. Em 1500
Alexandre VI surpreendentemente decidiu juntar-se ao seu antigo
inimigo, o novo rei da França, Luís XII. Agora os interesses dos Bórgia e
da França estavam alinhados em oposição direta aos de Nápoles. Isso
significava que Afonso havia se tornado um peso para o Papado. Em 15
de julho daquele ano, Afonso e sua comitiva foram atacados por um
grande grupo de capangas empunhando facas nos degraus do Vaticano.
Gravemente ferido na cabeça, no braço direito e na perna, Afonso foi
levado para se recuperar em seus aposentos dentro do próprio
Vaticano. Apesar de todos os cuidados que Lucrécia havia dedicado ao
marido, o inevitável aconteceu. Num momento de distração, Afonso
acabou sendo estrangulado em sua cama. Era 18 de agosto.

Lucrécia Bórgia (Holliday Grainger) e Afonso de Aragão (Sebastian de Souza)


na série 'Os Bórgias', de 2011 e 2013.
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A SAÚDE E A MORTE DE
MARIA I DA INGLATERRA
POR FERNANDA DA SILVA FLORES

Maria I da Inglaterra, por artista anônimo, c. 1554.

Em 17 de novembro de 1558, a filha mais velha de Henrique VIII, a Rainha


Maria I da Inglaterra, faleceu no Palácio de St. James, em Londres. Ela tinha 42
anos e havia percorrido uma longa e árdua jornada para chegar ao trono
inglês. Maria foi uma mulher de personalidade forte e manteve suas
convicções pessoais e religiosas em momentos de adversidade mesmo quando
isso poderá ter custo sua vida. Quando finalmente se tornou rainha teve um
governo curto. Morreria de uma enfermidade uterina.

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Pouco depois disso, provavelmente como resultado de toda a pressão
que sofreu, a jovem ficou acamada queixando-se de dores de cabeça e
indigestão. No outono de 1535 ela padeceu de reumatismo em sua
cabeça. A futura rainha também teve muitos episódios de insônia. A
saúde delicada de Maria era do conhecimento de todos e o tema foi
discutido pelos embaixadores que deliberaram sobre um possível
matrimônio para ela. O tema central das conversas era sobre sua
capacidade de gerar filhos e no futuro isso teria um motivo de angústia
para ela. Em 25 de julho de 1554, exatamente um ano após ascender ao
trono, Maria contraiu matrimônio com Felipe II da Espanha, na ocasião
ainda herdeiro de Carlos V. Aos 37 anos, Maria decidiu que era hora de
tentar gerar um herdeiro para o trono, o que impediria sua meia-irmã
protestante de governar a Inglaterra no futuro. Infelizmente, os planos
de Maria foram frustrados. Até onde sabemos, a soberana teve pelo
menos duas gravidezes psicológicas. Cerca de um mês depois do
casamento, em setembro de 1554, Maria começou a ter sintomas de
gravidez.

Felipe II da Espanha, por Ticiano Vecellio, c. 1549.

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Isabel da Áustria, Rainha da França, por
Jooris van der Straaten, c. 1570.
SÓ A EDUCAÇÃO LIBERTA.
EPITETO

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