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2ª EDIÇÃO | AGOSTO 2021

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RAINHAS NA HISTÓRIA

A TRÁGICA E CONTURBADA
VIDA DE MARIA ANTONIETA

UMA BREVE HISTÓRIA DA DINASTIA DE BRAGANÇA


O CASAMENTO SANGRENTO DE MARGARIDA DE VALOIS
UMA BREVE HISTÓRIA DA
DINASTIA DE BRAGANÇA

POR CARLOS LÚCIO CABRAL LIMA

'D. Afonso VI de Portugal preso no Palácio de Sintra', por Alfredo Roque Gameiro, 1917.

Portugal fora uma grande potência no final do século 15 e início do século 16,
mas foi arrasado por associar-se aos Habsburgos espanhóis (União Ibérica) e
ter que enfrentar sucessivamente diversos inimigos que não eram seus, mas
da Espanha: os holandeses, ingleses, franceses. Quase que como um milagre,
eis que surge a restauração e o impossível acontece: Portugal renasce das
cinzas (na mitologia de Fênix), e torna-se independente da Espanha do
poderoso Felipe IV, o Grande. Ele foi o primeiro Rei-Sol.

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D. Maria I de Portugal, por artista anônimo, século 18.

bre por ser responsável pela popularização do costume de tomar chá na


Inglaterra, hábito pelo qual o país é mundialmente conhecido
atualmente. Sem sombra de dúvida os soberanos mais famosos da
Dinastia de Bragança viveriam no século 18. Entre eles encontramos D.
José I, conhecido por ter dado total apoiado às reformas de cunho
iluminista de Sebastião José de Carvalho e Melo, 1.º Marquês de
Pombal. Em 1777, D. José foi sucedido por sua filha D. Maria I, que seria
a primeira mulher a governar Portugal. Todavia, Dona Maria se
tornaria mais conhecida do grande público por ter padecido de
problemas de índole emocional e psicológica a partir da segunda
metade de seu reinado de 38 anos. Seus problemas tiveram início após
a morte de seu filho mais novo, D. José, Príncipe do Brasil, em 1788. O
início da Revolução Francesa, que abalou e derrubou a monarquia na
França, deixou D. Maria extremamente impressionada. Segundo
observadores do período, ela temia que o mesmo pudesse acontecer em
Portugal. No entanto, seus sintomas condizem muito mais com uma
depressão do que com loucura propriamente dita.

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A TRÁGICA E CONTURBADA
VIDA DE MARIA ANTONIETA
POR FERNANDA DA SILVA FLORES

Maria Antonieta, por Élisabeth Vigée-Lebrun, 1783.

Maria Antonieta viveu entre o luxo e ostentação de Versalhes, mas acabou


seus dias de uma maneira miserável na Torre do Templo em Paris. Ela nasceu
como arquiduquesa da Áustria e com apenas 14 anos se casou com o futuro rei
da França. A princípio seu destino seria brilhante, mas não foi isso que
aconteceu. Após uma série de crises econômicas e escândalos que
mancharam sua imagem Maria Antonieta se tornou uma das mulheres mais
odiadas da França e foi responsabilizada pelo fracasso do regime e se tornou
sinônimo de infâmia.

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Jovens e inexperientes, Luís Augusto e Maria Antonieta passaram sete
anos sem manter relações sexuais, pois tiveram dificuldades em
consumar seu matrimônio. Essa dificuldade inicial entre ambos causou
um dano permanente à imagem de Maria Antonieta, que foi vista como
uma princesa incapaz de cumprir com sua principal função como
consorte: gerar filhos para garantir a continuidade dinástica dos
Bourbons. Em maio de 1774, após ser severamente afetado pela varíola,
Luís XV faleceu aos 64 anos de idade em Versalhes. Em meio a gritos de
“Viva o rei!”, uma multidão de cortesãos se dirigiu através do Salão dos
Espelhos até os aposentos de Luís Augusto no andar térreo a fim de
aclamá-lo o novo governante da nação. Após a ascensão do marido ao
trono, Maria Antonieta, aos 19 anos, tornou-se rainha consorte da
França e Navarra. Enquanto Luís dedicou seu tempo às tarefas de
governo, Maria Antonieta levou uma vida de estilo extravagante e
luxuoso. Embora seus gastos tenham sido demasiadamente altos, nem
de longe foram tão vultosos como a propaganda revolucionaria fez o
público acreditar.

Kirsten Duns como Maria Antonieta em 'Maria Antonieta', filme de 2006.

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O CASAMENTO SANGRENTO DE
MARGARIDA DE VALOIS
POR FERNANDA DA SILVA FLORES

'Cena do Massacre de São Bartolomeu', de Alexandre-Évariste Fragonard, 1836.

Normalmente eventos como casamentos nos remetem a momentos felizes e


comemorativos, mas a união que aconteceu em 18 de agosto de 1572 não teve
nada disso. Em meio às Guerras de Religião entre católicos e protestantes, o
Rei Carlos IX da França e sua mãe, a ex-regente Catarina de Médici,
planejaram, em prol do apaziguamento do conflito, casar a Princesa
Margarida de Valois com o jovem líder dos huguenotes, Henrique III de
Navarra, Henrique IV da França. Margarida, que ficaria mais conhecida na
história pelo apelido de Rainha Margot, era a irmã preferida do Rei Carlos.

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Com suas vestes escuras, os partidários do noivo se destacavam
facilmente em meio à grande pompa da corte francesa, que era adepta
de um estilo mais hedonista e colorido. O noivado oficial aconteceu no
domingo, dia 17, no Palácio do Louvre, mas havia um grande problema
para a realização da cerimônia. A união entre uma católica e um
protestante era um problema religioso e diplomático e ninguém estava
disposto a oficiar a cerimônia. O primo católico de Henrique, Carlos I
de Bourbon, Cardeal de Vendôme e Arcebispo de Ruão, acabou sendo o
encarregado da difícil tarefa. Conta-se que quando Margarida foi
questionada durante a cerimônia se ela aceitava Henrique como seu
legítimo esposo, ela teria vacilado e seu irmão Carlos IX teria se
levantado forçando-a a abaixar a cabeça com a mão num movimento
que foi considerado uma aprovação. Sendo isso verídico ou não, o fato é
que a união foi aceita e logo após o termino da cerimônia Margarida,
acompanhada por sua mãe e por seus irmãos, além de suas damas,
dirigiu-se até o interior da catedral para assistir à missa, enquanto
Henrique e seus cortesãos passeavam diante da porta e pelo claustro.

Henrique IV da França, por Frans Pourbus, o Jovem, 1610.

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por Jean Clouet, c. 1527.
Margarida de Navara,
SÓ A EDUCAÇÃO LIBERTA.
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