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1ª EDIÇÃO | JULHO 2021

R$ 12,90

RAINHAS NA HISTÓRIA

MUIRA UBI, A ÍNDIA


MATRIARCA DO BRASIL

A VIDA DE D. AMÉLIA DE LEUCHTENBERG


O CASAMENTO DE MARIA I DA INGLATERRA
A VIDA DE D. AMÉLIA
DE LEUCHTENBERG

POR ELIAS LIMA

D. Amélia de Leuchtenberg, por Friedrich Dürck, c. 1830.

D. Amélia de Leuchtenberg foi imperatriz consorte do Brasil de agosto de 1829


a de abril de 1831. Devido ao fato de ter um reinado curto ela acabou relegada
a um segundo plano enquanto amplos estudos e biografias são realizados
acerca de sua antecessora e sucessora. Mesmo assim, D. Amélia teve uma
trajetória de vida digna de nota, ela testemunhou a abdicação de D. Pedro I do
trono do Brasil e sua luta na Europa pelo trono português. Morreu aos 60
anos.

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'Segundas núpcias do imperador', por Jean-Baptiste Debret, c. 1829.

Luís o enxergava como uma ameaça ao seu trono por vários motivos;
embora nunca houvesse sido intenção de Eugênio usurpar sua herança
dinástica. Com isso, a família de D. Amélia ficou muito mal vista na
corte até ao ponto de ser tratada com distância e certa hostilidade pelo
rei, o que causou muito sofrimento a Augusta, que teve de se
encarregar sozinha da educação e do futuro dos filhos. Foi então que
alguns anos mais tarde surgiu a possibilidade de sair dessa situação,
pois se D. Amélia se casasse com um imperador melhoraria o status de
toda a família e o rei teria que tratá-los de melhor maneira. Em 2 de
agosto de 1829, aos recém-completados 17 anos, D. Amélia tornou-se
membro da Família Imperial Brasileira ao casar-se por procuração em
Munique com o Imperador D. Pedro I do Brasil, ex-rei de Portugal.
Representou o noivo outro tio materno da noiva, o Príncipe Carlos
Teodoro da Baviera. A bênção nupcial e as comemorações foram feitas
no dia do desembarque da nova imperatriz no Rio de Janeiro em 17 de
outubro do mesmo ano. Dessa união nasceu apenas uma criança, a
Princesa D. Maria Amélia do Brasil.

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MUIRA UBI: A ÍNDIA
MATRIARCA DO BRASIL
POR DANIEL JORGE MARQUES FILHO E FERNANDA DA SILVA FLORES

Índia tupi, por Albert Eckhout, c. 1641.

Entre as muitas mulheres indígenas que estiveram envolvidas nos primórdios


da colonização portuguesa no Brasil um nome se destaca: Muira Ubi. Ao
envolver-se amorosamente com Jerônimo de Albuquerque, Muira auxiliou na
pacificação das relações entre indígenas e colonizadores e acabou gerando
vários filhos, que dariam início a uma das famílias mais ilustres do nordeste
brasileiro. Vamos explorar um pouco mais da vida desta personagem.

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Ele acabaria ferido e feito prisioneiro numa das lutas que teve de
enfrentar contra os indígenas tabajaras nas proximidades de Olinda. O
conquistador levou uma flechada e perdeu um dos olhos. A partir de
então ficaria conhecido pelo apelido de ‘O Torto’. No entanto, isso não
impediria Muira Ubi de se apaixonar por Jerônimo. A versão mais
difundida acerca de sua captura pelos indígenas é a de que Jerônimo,
por ter perdido a batalha e ter sido feito prisioneiro, estava destinado a
um ritual antropofágico. Largamente praticado pelos indígenas
brasileiros, o ritual antropofágico consistia basicamente em consumir
carne humana. Ao fazerem isso, os indígenas acreditavam estar
incorporando as virtudes guerreiras dos inimigos caídos em batalha.
Jerônimo estava destinado a ter este triste fim, mas foi salvo graças à
intervenção de Muira Ubi, que pediu para que ele fosse poupado.
Jerônimo acabou se unindo a ela e seu relacionamento com a filha de
um dos caciques mais relevantes da região ajudou Duarte Coelho a
manter um contato mais amistoso com os nativos. Muira Ubi acabaria
sendo batizada como Maria do Espírito Santo Arcoverde e dando à luz

'A Elevação da Cruz em Porto Seguro BA', por Halley Pacheco de Oliveira, 1879.

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O CASAMENTO DE MARIA I
DA INGLATERRA
POR FERNANDA DA SILVA FLORES

Maria I da Inglaterra e seu marido, por Lucas de Heere, segunda metade do século 16.

Em 25 de julho de 1554 a Rainha Maria I da Inglaterra casou-se com Felipe II da


Espanha. A cerimônia teve lugar na Catedral de Winchester, próximo a
Londres. A união havia sido arranjada por Carlos V, Sacro Imperador e
também rei da Espanha, que era primo de Maria I e pai de Felipe II. A união
tinha objetivos grandiosos: restabelecer o catolicismo na Inglaterra e gerar
um filho que governaria metade do mundo ocidental conhecido.

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Após o casamento as coisas pareciam estar indo bem para os recém-
casados, que chegaram triunfantes de barcaça à cidade de Westminster
em 18 de agosto e passaram vários dias em Londres antes de seguirem
para Hampton Court, onde passaram o resto do verão. Logo após o
casamento Maria I tinha a esperança de engravidar rapidamente para
proporcionar um herdeiro ao trono de seu país, o que infelizmente
nunca aconteceu. Após o casamento Felipe II foi nomeado oficialmente
"Rei da Inglaterra” e Maria assegurou que ele recebesse todo o respeito
e privilégio como seu esposo. Devido a questões políticas Felipe
ausentou-se em várias ocasiões da Inglaterra, e foi numa dessas
ocasiões em que Maria I morreu, em 17 de novembro de 1558. Felipe II
estava em Bruxelas, na Bélgica, e já havia sofrido outra perda: a morte
de seu pai um mês antes. Quando foi informado da morte de sua esposa
ele escreveu à sua irmã caçula, a Infanta Joana: "Senti um pesar
razoável por sua morte." Felipe não regressou a Inglaterra para os
funerais da esposa.

Réplica do vestido usado por Maria I em seu casamento.

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La Belle Ferronnière, por
Leonardo da Vinci, 1490.
SÓ A EDUCAÇÃO LIBERTA.
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