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Durante seu reinado sobre o Brasil, a sua grande marca foi o autoritarismo e, por esse motivo,
sua relação com as elites do Brasil desgastou-se ao ponto de d. Pedro renunciar ao trono, em
1831. Depois disso, retornou a Portugal, onde lutou na Guerra Civil Portuguesa, em defesa do
direito de sua filha d. Maria assumir o trono português.
1 - Biografia
2 - Independência do Brasil
3 - Primeiro Reinado
Biografia
D. Pedro foi uma das figuras mais importantes da história brasileira e esteve envolvido em
acontecimentos marcantes. Herdeiro da dinastia Bragança, abriu mão do seu direito de ocupar
o trono português para assumir o trono brasileiro.
Uma das maiores curiosidades que envolvem d. Pedro I é o seu nome completo, que ficou
bastante famoso por ser um nome consideravelmente longo: Pedro de Alcântara Francisco
Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano
Serafim de Bragança e Bourbon.
Acesse também: Descubra qual é o dia da Constituição e qual a sua relação com d. Pedro I
Juventude
Pedro de Alcântara nasceu em Lisboa, no dia 12 de outubro de 1798. Era filho de d. João VI e d.
Carlota Joaquina, príncipe e princesa de Portugal na ocasião do nascimento de Pedro (d. João
VI e Carlota Joaquina só se tornaram rei e rainha em 1816). O menino era o quarto filho do
casal (o segundo filho homem), mas acabou tornando-se o herdeiro do trono português
quando d. Antônio de Bragança, seu irmão mais velho, morreu.
No Rio de Janeiro, d. Pedro ficou instalado no Palácio de São Cristóvão, local que abrigava o
Museu Nacional – recentemente destruído por um incêndio. Teve uma instrução de qualidade,
como era de praxe para membros da realeza, embora os biógrafos afirmem que d. Pedro era
pouco dedicado aos estudos. Um de seus mestres, d. Antônio de Arábida, acompanhou-o
durante sua vida.
Casamentos
Pedro de Alcântara casou-se com Leopoldina da Áustria em 13 de maio de 1817. Sua esposa
era filha do imperador austríaco Francisco I, e o casamento dos dois visava a assegurar um
acordo muito importante tanto para Portugal quanto para a Áustria.
Para Portugal, era a oportunidade de assegurar a aliança de uma nação que saía vitoriosa na
luta contra Napoleão e que tinha grande influência na Santa Aliança (coligação das monarquias
absolutistas europeias que lutaram contra Napoleão).
Para os austríacos, havia a garantia de um acordo com uma nação que possuía vastos
territórios na América – principalmente pelo fato de que o Brasil tinha acabado de ser elevado
à condição de Reino Unido. Com isso, as duas nações buscavam alinhar seus interesses e criar
laços para um desenvolvimento comercial mútuo.
Morte
Nos últimos anos de sua vida, d. Pedro I envolveu-se com a Guerra Civil Portuguesa para
garantir que a filha, d. Maria, assumisse o trono de Portugal.
Dom Pedro I liderou tropas liberais na defesa do direito de sua filha, d. Maria II, a governar
Portugal. Os liberais acabaram vencendo e, com isso, o adversário e também irmão de d.
Pedro, chamado d. Miguel, foi derrotado e expulso de Portugal. Durante a guerra, d. Pedro I
ficou doente e, em 24 de setembro de 1834, acabou falecendo por conta de uma tuberculose.
Pouco antes de morrer, D. Pedro I realizou um pedido inusitado: desejava que seu coração
fosse enterrado na cidade do Porto. Os últimos meses da vida de D. Pedro I ficaram marcados
por crises respiratórias profundas. A escolha do Porto se deu pelo fato de ser uma cidade que
D. Pedro I adorava, além de ser local onde ele viveu durante parte da guerra civil.
Depois da morte de D. Pedro I, seu coração foi retirado e colocado em uma urna depositada na
Igreja de Nossa Senhora da Lapa, no Porto. O corpo dele foi enterrado em Lisboa, mas os
restos mortais foram trazidos para o Brasil em 1972. O coração segue preservado em Portugal,
mas foi enviado ao Brasil, temporariamente, como parte das comemorações do bicentenário
da Independência, em 2022.
Independência do Brasil
A relação de d. João VI e d. Pedro I enfrentava alguns problemas. D. Pedro respeitava seu pai,
mas como sabia que d. João VI era advertido por seus conselheiros a manter seu filho afastado
do governo, acabava criticando o comentava de seu pai. Essa situação acabou sendo
radicalmente modificada por acontecimentos que se iniciaram em Portugal.
Em 1820, eclodiu em Portugal a Revolução Liberal do Porto, uma revolução de caráter liberal,
organizada pela burguesia portuguesa, para recolocar Portugal como o centro administrativo
do reino. Uma das exigências das Cortes portuguesas (instituição política surgida com essa
revolução) foi o retorno imediato do rei para Portugal.
Por causa da pressão dos portugueses sobre d. João VI, o rei jurou lealdade à Constituição
portuguesa em 26 de fevereiro de 1821. Nesse dia, o rei também pôs fim ao afastamento de d.
Pedro dos assuntos do governo, e isso marcou o envolvimento do príncipe, politicamente
falando, com a crise que levou à independência do Brasil.
Em 7 de março, um decreto determinou que d. Pedro seria regente do Brasil. No dia 23 de abril
de 1821, outro decreto estipulou quais eram as suas atribuições nessa função. Esse decreto
determinou que:
Ficava o príncipe com o direito de conferir cargos, postos e condecorações. Estava autorizado
até, em caso urgente, a fazer a guerra ou a admitir tréguas. D. Pedro deliberaria com o auxílio
de quatro ministérios, do Reino e Estrangeiros, da Guerra, da Marinha e da Fazenda […]. Em
caso de morte do regente, governaria d. Leopoldina, com um Conselho de Regência.|3|
Desse momento em diante, d. Pedro foi uma peça-chave no decorrer dos acontecimentos que
levaram à independência do Brasil. Em 1821, a ideia de independência não estava muito
consolidada ainda, mas a intransigência das Cortes e as tentativas de recolonizar o Brasil
mudaram esse quadro.
“Como é para bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto; diga ao povo que fico.”|
4|
A relação com Portugal foi desgastando-se com o passar dos meses. Entre agosto e setembro
de 1822, existiam três grupos com propostas diferentes para os rumos do Brasil.
Os portugueses instalados aqui eram o primeiro grupo e queriam que d. Pedro retornasse a
Portugal e que as decisões tomadas pelas Cortes fossem implantadas aqui. O segundo grupo
era liderado por Joaquim Gonçalves Ledo e defendia a independência e a implantação de um
modelo republicano no país. O terceiro grupo era apoiado por José Bonifácio de Andrada e
Silva, pessoa de grande influência sobre d. Pedro, e defendia a instalação de um regime
monárquico constitucional.
A regência do Brasil, na ausência de d. Pedro, era transmitida para d. Leopoldina. Ela, após
atualizar-se, convocou um conselho em caráter de emergência e, nesse conselho, decidiu-se
pela independência. Na sequência, cartas foram enviadas para d. Pedro, e o mensageiro,
chamado Paulo Bregaro, encontrou-o na altura do Rio Ipiranga.
Primeiro Reinado
Após a independência, seguiu-se uma guerra interna contra aqueles que ainda eram leais a
Portugal. Dom Pedro foi aclamado como imperador do Brasil, e sua coroação aconteceu em 1º
de dezembro de 1822. Era necessário organizar o novo país, assegurar o reconhecimento
internacional e derrotar os que ainda se recusavam a aceitar a independência.
Outorga da Constituição de 1824: d. Pedro não aceitou o texto original da Constituição, que
tinha ficado pronto em 1823. Ele queria ter poderes amplos e, por isso, ordenou o cercamento
e dissolução da Constituinte.
Quando o imperador retornou ao Rio de Janeiro, os ânimos estavam tão acirrados que uma
briga generalizada entre os defensores do imperador e seus opositores iniciou-se e estendeu-
se por dias, em março de 1831. O imperador, pressionado, acabou renunciado ao trono no dia
7 de abril de 1831 em favor de seu filho, Pedro de Alcântara, futuro d. Pedro II.
Notas"