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Biografia de D.

Pedro IV

D. Pedro nasceu a 12 de Outubro de 1798 e faleceu a 24 de Setembro de 1834.


Filho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, nasceu e morreu no palácio de Queluz.
Quando tinha apenas 9 anos de idade, o governo português, temendo complicações
internacionais que pudessem ameaçar a segurança da família real, resolveu mandá-lo
para o Brasil, com o título de condestável levando como mentor frei António de
Arrábida.
Possuia nobres e simpáticas qualidades mas um temperamento arrebatado e
uma péssima educação.
Aos 18 anos, quando o pai passou de príncipe regente a rei de Portugal, teve o
bom senso de reconhecer que na situação em que se encontrava, alguma coisa
precisava de saber, e por isso aplicou-se, estudou o que pôde e iniciou-se na música.
Pouco depois, a 13 de Maio de 1818, casou-se com a arquiduquesa de Áustria
D. Maria Leopoldina, filha de Francisco I, imperador de Áustria, e de sua segunda
mulher.
Casado, abandonou os estudos que havia principiado para se consagrar à
família e à política.
A revolução constitucional em Portugal, obrigou D. João VI a embarcar para
Lisboa, tendo deixado o seu filho D. Pedro IV no Brasil, como regente.
Contudo, o regresso de D. João VI à Europa desagradara profundamente.
O Brasil estava já habituado a ter um rei e uma corte própria, com a plena sede do
governo estabelecida no seu território. Este sentimento compreensível, foi ainda
acirrado pela atitude desastrada do primeiro parlamento constitucional português,
que cedo adoptou uma política tendente a anular os privilégios concedidos por
D. João VI e a devolver ao Brasil a condição de colónia.
Suspeitando, e não sem motivo, que D. Pedro favorecia as aspirações liberais
dos brasileiros, não deixavam as cortes de Lisboa de contrariar a sua política,
arrancando-lhe todos os recursos e deslustrando-lhe o prestígio, fazendo depender
todas as decisões directamente de Lisboa. Para mais, as cortes ordenaram ao príncipe
D. Pedro que viesse para a Europa a fim de completar a sua educação. O Brasil não
podia aceitar esta última medida e muito menos D. Pedro.
Em seguida, zarpou para o Rio de Janeiro uma frota de sete navios, com 1200
homens, destinada a repatriar D. Pedro. Então por toda a parte se começou a
conspirar, formando-se sociedades secretas para pugnar ao menos pela emancipação
administrativa do país.
A 9 de Janeiro de 1822 foi levada ao príncipe, pelo Senado da Câmara e com
grande acompanhamento de povo, uma representação assinada por oito mil patriotas.
D. Pedro respondeu a quem lha entregou: “ Como é para bem de todos e felicidade
geral da nação, diga ao povo que fico “ : e por isso se passou a chamar àquele dia o
dia do fico.
No dia 7 de Setembro de 1822, quando parado nas margens do ribeiro
Ipiranga para ler despachos que recebera de Lisboa e comunicações dos seus
ministros do Brasil, ao saber o modo insultante como estava sendo tratado pelas
cortes portuguesas e ter conhecimento das cenas de Lisboa, em que os deputados
brasileiros haviam sido insultados pelo povo, foi tomado de um dos seus impulsos
coléricos e lançou o brado decisivo: “ independência ou morte! “.
Cerca de uma semana depois foi proclamado imperador e defensor perpétuo
do Brasil. A cerimónia realizou-se a 1 de Dezembro de 1822.
A morte de D. João VI, em 1826, veio criar um problema de difícil resolução.
D. Pedro era o imperador do Brasil e embora ninguém tivesse posto em dúvida os
seus direitos ao trono de Portugal, parecia óbvio que nem os brasileiros nem os
portugueses aceitariam uma reunião das duas coroas, mesmo com estatutos separados
e autónomos. Assim, D. Pedro, aclamado em Portugal como D. Pedro IV, logo que o
pai morreu, abdicou sem demora a favor de sua filha D. Maria da Glória – uma
menina de sete anos – sob condição de ela casar com seu tio D. Miguel, ao qual era
confiada a regência do reino. Ao mesmo tempo D. Pedro outorgava a Portugal uma
Constituição conservadora (Carta Constitucional de 1826).
Aceitando as propostas do irmão, D. Miguel regressou a Lisboa em 1828;
porém, mal se instalou no poder, fez saber que não governaria de acordo com os
princípios da Carta Constitucional. Entretanto, D. Miguel reuniu cortes e fez-se
aclamar rei absoluto.
D. Pedro enviuvou e passou a segundas núpcias, em 1829, com a princesa
Amélia de Beauharnais.
No Brasil, as circunstâncias haviam forçado D. Pedro a abdicar em seu filho
D. Pedro II, o que lhe deu plena liberdade de acção e renovado estímulo para tentar
recuperar a coroa portuguesa. Deixando o Brasil, dirigiu-se a Inglaterra e a França e
assumiu o comando directo da causa liberal. Dirigiu-se à ilha Terceira (Açores), para
reunir a armada liberal; aí, assumiu a regência em nome de sua filha, ainda menor,
D. Maria da Glória, e formou um governo liberal.
Dos Açores para Portugal, partiu uma expedição de 7500 homens, incluindo
800 mercenários franceses e ingleses. O desembarque deu-se perto da praia do
Mindelo (Porto). Apanhadas de surpresa, as forças absolutistas que protegiam a
cidade bateram em retirada, deixando os liberais entrar no Porto. As forças
absolutistas instalaram-se à volta da cidade, cercando-a durante cerca de um ano.
Começou assim a guerra civil em Portugal, que pôs em confronto, durante dois anos
os liberais e os absolutistas.
Em Junho de 1833, uma expedição naval liberal, oriunda do Porto, chegou ao
Algarve. Desembarcadas, as tropas marcharam sem oposição rumo a Lisboa,
ocupando-a a 24 de Julho. As alarmantes notícias dos sucessos do inimigo nas
províncias meridionais obrigaram as forças absolutistas a levantar o cerco do Porto e
a marchar para o Sul, a fim de tentar reconquistar a capital. Saíram-lhe porém, ao
encontro, os exércitos de D. Pedro, que as bateram em combates sucessivos,
principalmente nos reencontros de Almoster e Asseiceira. Nos finais do mês de Maio
de 1834, D. Miguel e seus partidários, vendo-se sem recursos, foram obrigados a
depor as armas (concessão de Évora-Monte, 26 de Maio de 1834). D. Miguel
abandonou para sempre o país em 1 de Junho.
D. Pedro assumiu a regência do reino e repôs a Carta Constitucional. Morreu
em Setembro de 1834, tuberculoso (no palácio de Queluz).
Sucedeu-lhe D. Maria da Glória, sua filha.

FIM

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