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Zumbi dos Palmares

Zumbi dos Palmares foi um dos líderes do Quilombo dos Palmares e


ficou conhecido por ter liderado a resistência do quilombo contra os
ataques portugueses, no século XVII.

Zumbi dos Palmares foi líder do Quilombo dos Palmares, entre 1678 e 1694, e
acabou sendo emboscado e morto pelos portugueses, em 1695.
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Zumbi dos Palmares foi um dos líderes do maior quilombo que já


existiu no Brasil: o Quilombo dos Palmares. Zumbi é enxergado por
muitos, hoje, como um dos símbolos de resistência e luta dos africanos
contra sua escravização no contexto do Brasil colonial. Foi morto no
dia 20 de novembro de 1695, depois que seu esconderijo foi
denunciado.

Acesse também: Entenda como eram trazidos os africanos


escravizados no Brasil
Tópicos deste artigo
 1 - Quilombo dos Palmares

 2 - Vida

 3 - Morte

Quilombo dos Palmares


Zumbi foi um dos três líderes que se conhece do Quilombo dos
Palmares, o maior quilombo que surgiu na história do Brasil. O
primeiro registro que se tem desse quilombo remonta a 1597, mas
existem algumas especulações de que ele tenha surgido antes.
Palmares era o nome que se dava ao conjunto de mocambos que o
formava.

Entre os mocambos que formavam Palmares


estavam Acotirene, Andalaquituche e Aqualtune. O principal deles
era Cerca Real do Macaco, muito conhecido também como Mocambo
do Macaco. Esse era o centro político de Palmares e chegou a contar
com até 6 mil habitantes. Ao todo, fala-se que o complexo que
formava Palmares possuía 20 mil habitantes.

Cerca Real do Macaco era protegido por uma paliçada e cercado de


armadilhas como garantia de segurança. Todos os outros mocambos
eram ligados a Cerca Real do Macaco por meio de estradas que se
estendiam na região da Serra da Barriga, local onde ficava o
Quilombo dos Palmares. Essa região, na época, estava vinculada à
capitania de Pernambuco.

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Palmares teve de lidar com as expedições organizadas por


portugueses e holandeses que queriam destruir o quilombo. No
período da invasão holandesa, Palmares prosperou, mas, depois que os
holandeses foram expulsos, as expedições portuguesas tornaram-se
cada vez mais frequentes e resultaram no seu aniquilamento.
A destruição de Palmares aconteceu com a expedição de Domingos
Jorge Velho, bandeirante contratado a peso de ouro para atacá-lo.
Suas tropas eram formadas por milhares de homens (especula-se até 9
mil homens) e equipadas com canhões. Depois de uma luta intensa,
Cerca Real do Macaco foi destruído em 1694, forçando os
sobreviventes a fugirem.

Vida
Sabe-se muito pouco sobre a vida de Zumbi. No entanto, a pesquisa
histórica procura desembaraçar algumas informações a respeito da
biografia dessa grande personalidade brasileira. As profundas lacunas a
respeito da vida de Zumbi estão em torno de sua vida pessoal. A
respeito de sua infância, o único relato existente é o do
jornalista Décio Freitas.

Nesse relato, o jornalista afirma que Zumbi havia nascido livre em


Palmares, e acredita-se que tenha sido capturado, quando tinha por
volta de sete anos, e entregue como escravo a um padre chamado
Antônio Melo. Uma vez escravizado, recebeu o nome de Francisco e
aprendeu a falar Português e Latim. Aos 15 anos, teria fugido e
retornado a Palmares, onde se tornou em um importante comandante
militar dos palmarinos.

Essa versão clássica da infância de Zumbi não é levada em


consideração pelos historiadores e é tida
como improvável, porque não existem evidências que a comprovem,
além do próprio relato de Décio Freitas. Outra coisa que não se sabe é
se Zumbi teve esposa e filhos, apesar de existir uma carta escrita pelo
rei português D. Pedro II para Zumbi sugerindo que este os tinha.

Nessa carta, D. Pedro II oferece perdão a Zumbi pelas ações por ele
realizadas contra colonos portugueses. O rei oferece o perdão, desde
que Zumbi aceite ser seu súdito, e o faz por meio deste convite:

Eu El-Rei faço saber a vós Capitão Zumbi dos Palmares que hei por
bem perdoar-vos de todos os excessos que haveis praticado […].
Convido-vos a assistir em qualquer estância que vos convier, com
vossa mulher e vossos filhos e todos os vossos capitães, livres de
qualquer cativeiro ou sujeição, como meus fiéis súditos, sob minha
real proteção, do que fica ciente meu governador que vai para o
governo dessa capitania para que o cumpra e guarde […].|1|

De toda forma, sabemos que Zumbi nasceu de fato no Quilombo dos


Palmares em 1655, e muitos dizem que ele teria sido sobrinho
de Ganga Zumba, outro líder importante de Palmares. Apesar disso,
existem alguns historiadores que apontam que a nomenclatura de
Zumbi como sobrinho de Ganga Zumba pode ter sido apenas uma
simbologia para remeter ao fato de que o primeiro era protegido do
segundo.

Sabemos também que Zumbi era um general do Quilombo dos


Palmares, e os relatos portugueses destacam a sua atuação na
resistência dos palmarinos. São esses relatos que ajudaram a construir
a imagem de Zumbi como um grande líder. Sabe-se também que o
nome Zumbi pode derivar de nzumbi, termo africano que
significa fantasma.

É na atuação de Zumbi como general que está uma das grandes


polêmicas de sua vida: o desentendimento com Ganga Zumba. Em
1678, o líder de Palmares era Ganga Zumba, e, em meio a décadas de
lutas, esse recebeu uma oferta de paz das autoridades coloniais. Nessa
proposta, o governador da capitania concedia a liberdade para os
nascidos em Palmares, mas todos que fossem fugidos deveriam
retornar a seus donos. Se o líder palmarino aceitasse a oferta, os
nascidos em Palmares poderiam viver sua liberdade em Curuá, como
súditos da Coroa portuguesa.

Ganga Zumba teria acertado essa oferta e aceitado mudar-se, mas


Zumbi, indignado, teria defendido que a liberdade fosse uma
conquista para todos. Assim, acredita-se que Zumbi, ou um de seus
aliados, tenha assassinado Ganga Zumba, e especula-se que isso
aconteceu por meio de envenenamento.

Depois da morte de Ganga Zumba, seguiu-se um conflito com Gana


Zona (irmão de Zumba), e Zumbi declarou-se líder de Palmares.
Conduziu a resistência palmarina nos anos seguintes até a capitulação
final do quilombo, quando as tropas de Domingos Jorge Velho
atacaram e destruíram Cerca Real do Macaco.
Acesse também: Conheça a história dos Caifazes e do abolicionismo
popular

Morte
Depois do assolamento de Cerca Real do Macaco, Zumbi fugiu.
Durante muito tempo, acreditou-se que ele teria cometido suicídio
durante esse ataque, mas foi comprovado por estudos feitos nas
últimas décadas que ele fugiu. Nesse sentido, Zumbi viveu durante
cerca de um ano e meio embrenhado no mato e sobrevivendo de
pequenos ataques realizados por ele e seus companheiros
sobreviventes.

Em 1695, ele teve seu esconderijo denunciado por um de seus


companheiros, chamado Antônio Soares, que foi capturado e
torturado. Zumbi então foi emboscado e morto. Ele teve sua mão
cortada e sua cabeça foi decepada, salgada e levada para Recife, onde
ficou em exposição em praça pública.

A morte de Zumbi aconteceu no dia 20 de novembro de 1695, e, no


século XX, Zumbi tornou-se um grande símbolo de resistência em
determinados grupos políticos. Essa apropriação de sua história fez
com que o dia de sua morte fosse convertido no Dia da Consciência
Negra.

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