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REDAÇÃO TÉCNICA e COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL


CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS 1º PERÍODO 1º SEMESTRE DATA: 10-03-2016
PROFESSORA: HELOISA NETO CAMPOS LEÃO
APOSTILA 2
GARCEZ, Lucília H. do Carmo. Técnicas de redação: o que é preciso para saber para bem escrever, São Paulo:
Martins Fontes, 2004
CAP.1 – Os mitos que cercam o ato de escrever
―Produzir textos é uma atividade extremamente necessária, tanto na vida escolar como na vida profissional e no
dia a dia‖
a) Escrever é uma habilidade que pode ser desenvolvida e não é um dom que poucas pessoas têm.
 A escrita é uma construção social, coletiva, tanto na história humana como na história de cada indivíduo;
 O que determina o grau de familiaridade com a escrita:
- o modo como aprendemos a escrever,
- a importância do texto em nossa vida e para o grupo de convivemos,
- a intensidade do convívio com o texto escrito;
- a frequência que escrevemos.
b) Escrever é um ato que exige empenho e trabalho e não um fenômeno espontâneo.
 Escrever é uma das atividades mais que complexas que o ser humano pode realizar e é incompatível com a
preguiça;
 A tarefa pode ficar mais fácil para quem escreve muito, todos os dias, mas mesmo esses testemunham que
é um trabalho exigente, cansativo, e que, é, muitas vezes, insatisfatório, frustrante.
c) Escrever exige estudo sério e não é uma competência que se forma com algumas “dicas”.
 Fórmulas pré-fabricadas de textos e ―dicas‖ isoladas apenas contribuem para a montagem de um texto
defeituoso, artificial, sem autoria, cheio de clichês (senso comum);
 A autoria vem de escolhas pessoais dentro das possibilidades da língua e do gênero.
d) Escrever é uma prática que se articula com a prática de leitura.
 É a convivência com os mais diferentes textos escritos de diversos gêneros que incorporamos habilidades a
um conhecimento efetivo da escrita;
 A leitura é uma das formas mais eficientes de acesso às informações e, seu exercício intenso promove a
análise e reflexão dos acontecimentos, tornando o sujeito mais crítico.
e) Escrever é necessário no mundo moderno.
 Mesmo nos meios considerados os mais modernos (o caso da informática, por exemplo), há a mediação da
escrita e exige um convívio especial com a escrita;
 Os profissionais (de qualquer atuação) que dominam habilidades mais complexas (assim com a escrita) têm
maiores chances no mercado de trabalho.
f) Escrever é um ato vinculado às práticas sociais.
 Todo ato de escrever (todo texto) pertence a uma prática social. Não se escreve por escrever, há sempre
uma finalidade;
 A produção de textos é uma forma de reorganização do pensamento e do universo do sujeito e da
sociedade;
 O que é gênero textual: suas as práticas sociais de diversas naturezas para determinada situação e, para
cada situação (necessidade, objetivo, etc) temos à disposição um acervo de textos apropriados, cabe ao seu
produtor (autor) saber o que é adequado em cada momento.
ATITUDES EM RELAÇÃO À ESCRITA
 Escrever todos os dias;
 Acreditar que você pode escrever bem, que está melhorando e que pelo aperfeiçoamento chegará a seu
objetivo;
 Automotivar-se e esforçar-se;
 Querer saber mais, não se satisfazer só com dicas isoladas;
 Considerar a escrita como uma habilidade importante;
 Ler diversos textos.
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CONCLUSÕES SOBRE O QUE ESCREVEMOS (Cap. 2)
 O texto somente se constrói e tem sentido dentro de uma prática social, logo, o que mobiliza o sujeito a
começar a escrever um texto é a finalidade o objetivo de fazê-lo;
 Quando há a necessidade de escrever, o autor deve ter claro sobre essa tarefa:
 Quais os objetivos do texto;
 Qual o(s) assunto(s) que será(ão) abordado(s);
 Qual o gênero mais adequado ao objetivo;
 A qual público se destina (leitor em potencial);
 Qual o nível de linguagem deve ser utilizado;
 Qual o grau de subjetividade ou impessoalidade deve ser atingido;
 Quais as condições práticas para a produção: tempo, apresentação e formato.
 A escrita é um trabalho que exige esforço, disciplina, atenção e paciência, pois o texto não é um resultado
de inspiração divina.
CAP. 3 – A QUALIDADE DA LEITURA
A leitura é um processo complexo e abrangente de decodificação de signos e de compreensão e intelecção do
mundo que faz rigorosas exigências ao cérebro, à memória e à emoção. Lida com a capacidade simbólica e
com habilidade de interação mediada pela palavra. É um trabalho que envolve signos, frases, sentenças,
argumentos, provas formais e informais, objetivos, intenção, ações e motivações. Envolve especialmente
elementos da linguagem, mas também os da experiência de vida dos indivíduos. (p. 23)
 O convívio com a leitura de textos diversos consolida também a compreensão do funcionamento de cada
gênero em cada situação social;
 Os procedimentos de leitura de um sujeito para outro pode variar de objetivo para objetivo, contudo, em
todas as formas de leituras, muito dos nossos conhecimentos prévios são exigidos para que haja a
interpretação. Assim, para realizar a atividade de leitura como uma prática social, ativamos conhecimentos:
da língua, dos gêneros textuais e do assunto;
Recursos para uma leitura mais produtiva
 Procedimentos específicos de seleção e hierarquização da informação:
 Observar títulos e subtítulos;
 Analisar a linguagem não verbal;
 Reconhecer elementos como parágrafos, negritos, sublinhados, etc.
 Reconhecer e sublinhar palavras-chave;
 Identificar e sublinhar fragmentos significativos;
 Relacionar e integrar esses fragmentos;
 Decidir se deve consultar um dicionário ou adiar temporariamente a dúvida para ver se há
esclarecimento no contexto;
 Tomar notas sintéticas de acordo com os objetivos.
 Procedimentos de clarificação e simplificação de idéias do texto:
 Construir paráfrases mentais ou orais de fragmentos complexos;
 Substituir itens lexicais complexos por sinônimos familiares.
 Procedimentos de detecção de coerência textual:
 Identificar o gênero;
 Ativar seus conhecimentos sobre o gênero.
 Procedimentos de controle e monitoramento:
 Planejar objetivos pessoais significativos para a leitura;
 Controlar a atenção voluntária sobre o objetivo;
 Controlar o ritmo, o trajeto e a velocidade de leitura de acordo com os objetivos estabelecidos;
 Detectar erros no processo de decodificação e interpretação;
 Segmentar e associar unidades significativas;
 Autoavaliar continuamente o desempenho da atividade;
 Aceitar e tolerar temporariamente uma compreensão desfocada até que a própria leitura
desfaça a sensação de desconforto.
Os tipos de leituras e seus objetivos
Lemos:
 Por prazer;
 Para obter informações gerais ou específicas;
 Para obter informações para auxiliar em uma produção;
 Para estudar;
 Para seguir instruções;
 Para comunicar um texto;
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 Para revisar; etc.
Procedimentos estratégicos de leitura
 Estabelecer um objetivo claro;
 Identificar e sublinhar com lápis palavras-chave;
 Tomar notas;
 Estudar vocabulário;
 Destacar divisões no texto para agrupá-las posteriormente;
 Simplificar;
 Identificar a coerência (o sentido global, para isso ―pergunte‖ ao texto);
 Perceber a intertextualidade (diálogo entre textos);
 Monitorar e se concentrar (ter domínio sobre a leitura)
 Ser fiel ao planejamento;
 Detectar erros no processo de leitura;
 Ajustar a velocidade;
 Ter tolerância e paciência (lembre-se: ler é um processo, um trabalho que exige esforços).
Prática de leitura
 Quem escreve?
 Qual é o gênero?
 A quem se destina o texto (público alvo, leitor em potencial)?
 Onde é veiculado (qual o suporte)?
 Qual o objetivo do texto?
 Quais as autoridades das vozes do texto (do autor e das outras ―vozes‖ que traz para o texto)?
 O que já sei sobre o tema?
 Quais outros textos que estão presente explícita ou implicitamente?
 Quais as ideias principais do texto?
 Quais são as partes do texto que apresentam: objetivos, conceitos, definições, conclusões, etc.?
 Quais são as relações entre essas partes (para fazer sentido)?
 Qual a posição defendida e quais argumentos sustentam essa posição?
 Como a subjetividade está presente no texto?
 Quais são as outras ―vozes‖ do texto?
 Há exemplos, comparações e analogias presentes no texto, quais?
 Como são tratadas as ideias contrárias ao ponto de vista apresentado no texto?
 O texto apresenta um ponto de vista só ou mais de um?

TIPOLOGIAS TEXTUAIS: NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO E DISSERTAÇÃO

A produção de textos é uma forma de reorganização do pensamento e do interior da


pessoa. A escrita não é apenas uma oportunidade para que a pessoa mostre, comunique
o que sabe, mas também para que descubra o que é, o que pensa, o que quer e o que
acredita (GARCEZ,p.9).
ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO TEXTO:
A – Estrutura; B – Conteúdo; C – Expressão
A – ESTRUTURA
Compreende: unidade, organicidade e forma.
 Unidade
A redação constitui-se de um só assunto;
Deve organizar-se em função de um só núcleo temático.
 Forma
É a maneira de apresentar o conteúdo.
Tema: poderá ser abordado de forma descritiva, narrativa ou dissertativa.
 Se solicitar ao aluno uma descrição, evidentemente não se pode admitir a forma narrativa;
 Se a solicitação for uma carta comercial, não cabe ao aluno escrever um poema, um conto ou dissertação.
B - CONTEÚDO
O conteúdo exige coerência e clareza.
Etimologicamente, conteúdo é:
• forma arcaica do particípio passado do verbo conter.
• substantivo e significa a própria mensagem a ser transmitida.
 Coerência
1. A redação deve apresentar um conteúdo onde haja ideias fundamentais e pertinentes ao tema proposto.
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2. As ideias devem ser (bem) elaboradas seguindo critérios que possibilitem perfeita relação visando o
entendimento entre emissor (produtor) e receptor (recebedor/leitor).
3. Observação: não pode haver fuga ao tema proposto, nem inclusão de citações que não sejam pertinentes ao
desenvolvimento do assunto.
 Clareza
Educar nossa capacidade de organização mental. É a consequência da coerência.
Obstáculos:
• A falta de contato com o tema, abordagem tangencial (superficial) ou fragmentada afetam a clareza por
apresentar o conteúdo sem contornos definidos, diluídos ao longo da redação.
• A frase mal estruturada ou ambígua que dificulta a compreensão e distorce o sentido.

Quanto à CLAREZA, convém atentar para o seguinte:


1.A simplicidade deve prevalecer sobre a linguagem rebuscada: não usar palavras cujo significado não seja
familiar.
Ex.: O senhor Mauro é um quiropedista. (pedicuro)
[fem. Pedicura re. – dedica ao tratamento doenças dos pés]
Tétrica noite aziaga.
2. Evitar palavras ou expressões vagas como negócio, coisa, cara, veja bem etc.
Ex.: A vida é um negócio sério.
―Essa coisa faz uma coisa...‖ (Clodovil)
3. Evitar pleonasmo (tautologia): repetição no falar/ou escrever, de ideias/palavras que tenham o mesmo
sentido (vício de linguagem que consiste em repetir o mesmo pensamento com palavras sinônimas), ou seja, a
repetição de mesma ideia.
Ex.: Família patriarcal em que o pai é o centro.
Isto acontece com os velhos já idosos.
4. Evitar o uso ou expressões ambíguas.
Ex.: A especialidade da loja é vender cama para crianças de ferro.
É proibido dirigir um carro ébrio.
C-EXPRESSÃO
Refere-se ao domínio do léxico e estrutura da língua.
Para se conseguir boa expressão é fundamental a leitura de bons escritores e o manuseio constante, habitual do
dicionário.
No item expressão devem-se considerar os seguintes tópicos: criatividade, propriedade, concisão e correção.
 CRIATIVIDADE – diz respeito à originalidade.
Saber apresentar uma positiva contribuição pessoal, seja variando expressões comuns, seja concorrendo
para a renovação de forma antiga.
a) Evitar o uso de chavões, chapas, lugares comuns.
Ex.: Desde os tempos mais remotos...
Sem mais, termino esta ...(carta)
b) Evitar o uso de ―clichês estilísticos”.
Ex.: Nesta radiante manhã de sol.
c) Substituir os pronomes possessivos pelos pronomes pessoais correspondentes.
Ex.: O frio percorreu sua espinha. O frio percorreu-lhe a espinha. Enchia minha alma aquela maravilha
da criação.
Enchia-me a alma aquela maravilha da criação. (J.L.Rego)
ATENÇÃO: No item originalidade pode-se deixar usar a palavra que, substituindo-a por oração reduzida.
Ex.: Ela afirma que está doente – Ela afirma estar doente. (O.S.S.O.D.Red.Inf.)
Há uma estrela que ilumina teu caminho – há uma estrela iluminando o teu caminho. (O.S.Adj Restri Red.
Gerúndio)
d)Evitar repetição de termos ou expressões como devido ao, devido à – substituídas: em virtude de, em razão
de, em face de, à vista de etc. Em lugar de muitas vezes pode-se empregar vezes e vezes, vezes sem conta,
muitas das vezes, vezes muitas, muita vez etc.
 PROPRIEDADE – é o uso de palavras adequadas ao assunto. Evitem-se os casos de impropriedade
vocabular.
Ex.: ―A cachorra também é um ser humano.‖
Vamos ordenhar os nossos pensamentos.
 CONCISÃO – consiste em exprimir apenas o necessário, em oposição à prolixidade. (CANSATIVO e
DIFUSO) a)Verbosidade: grande fluência oral, influência da oralidade no momento da escrita,
loquacidade, verboso – tagarela, fala muito.
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b)Verborreia: qualidade de quem fala ou discute com grande fluência e abundância de palavras mas com
poucas ideias (logorreia) – falatório.

Para obter um texto conciso é necessário:


1. Eliminar o supérfluo, o redundante.
Ex.: Só a oposição mais ingênua recusa a enfrentá-lo de frente.
2. Eliminar o uso excessivo dos indefinidos um e uma .
Ex.: Uma certa manhã de verão...
3. Evitar o emprego do pronome pessoal sujeito (Eu estou estudando), obrigatório apenas nos casos de ênfase
ou antítese.
Ex.: ―Eu sou o bom Pastor.‖ [Evangelho] – ênfase
―Eu vi a morte.e ela estava viva.‖[Cazuza] – antítese. (Figura de linguagem pela qual se opõem numa
mesma frase duas palavras, expressões ou/e pensamentos).
4. Eliminar pormenores desnecessários.

 CORREÇÃO
Consiste no uso de formas adequadas, do ponto de vista da gramática normativa. Entre outros
aconselhamentos, destacam-se:
1. Evite o uso de gíria, termos estrangeiros, chavões e outros vícios de linguagem.
2. Evite o uso de abreviaturas de caráter prático (anotações).
3. Grafe os números, de preferência, por extenso.
4. Empregue corretamente a pontuação. Os parênteses não tem a finalidade de isolar a palavra ou expressão
errada ou mal escrita.
5. Usar a ordem direta da frase (S+P+C). A ordem inversa pode dificultar a compressão.
6. Use as frases curtas, expressando uma ideia de cada vez.
7. Evite períodos longos, com muitas orações subordinadas e intercaladas, que prejudicam a compreensão e o
ritmo da frase.
8. A subordinação deve ser usada para evitar repetições de ideias, ligando duas frases em um só período. A
fórmula ideal é uma principal e duas subordinadas.
9. Tenha muito cuidado com o gerúndio (-ndo: forma nominal) – início dos períodos. Em caso de dúvida, é
preferível outra forma verbal.
10. A ordem das frases deve corresponder à ordem das ideias. É desaconselhável expressar uma ideia
fundamental – oração subordinada.
11. Separe núcleos de ideias em parágrafos diferentes, observando a conexão entre eles. Não pule linha para
separar parágrafos.

TIPOS DE TEXTO
A- DESCRIÇÃO
1.Conceituação: É a representação verbal de um objeto sensível. Compara-se à fotografia mas admite
interpretação.
2. Espécies
Há quatro espécies principais de descrição:
a) De ser animado ou inanimado (pessoa, animal, objeto).
- Descrição pessoa – corresponde realmente a uma fotografia feita por meio de palavras, destacando-se
traços capazes de transmitir uma impressão de conjunto.
b) De interior (ambiente)
- Descrição de interior – visualiza-se um ambiente:
a biblioteca, com seus aspectos peculiares, móveis e adornos pertinentes.
c) De paisagem
- Descrição de paisagem – o observador abrange, de uma só vez, totalidade do panorama: depois, aos
poucos, vai enumerando as partes do todo, de preferência, pela ordem de proximidade.
d) Descrição de cena – é movimentada, dinâmica. Para se descrever uma cena, admitem-se fases, isto é, um
desenvolvimento progressivo no tempo.
Não se deve confundir com a narração, que é uma sequência de fatos.
- Descrição apresenta aspectos sucessivos do mesmo fato.
3. Estrutura
A descrição admite as seguintes partes:
a)Apresentação – corresponde à introdução.
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b)Pormenorização – é a parte central de uma descrição. Enumeração de detalhes característicos, que deve
facilitar a ―visualização‖ do que está sendo descrito.
c)Dinamização – caracteriza-se pela sucessão de fases ou aspectos relativos ao mesmo fato.
d) Impressão – é característica da descrição psicológica. Envolve a interpretação do autor. São sensações
visuais, auditivas, táteis, gustativas; traços emocionais ou reflexões externadas pelo escritor.
4. Características
Quanto a finalidade: literária ou técnica.
- Descrição Literária é mais subjetiva.
- Descrição Técnica é objetiva.
NOTA: Na descrição observa-se grande ocorrência de nomes (substantivos e adjetivos) e verbos de ligação ou
estado.

B- NARRAÇÃO
1.Conceituação:É o relato de fatos ordenados em sequência lógica, com inclusão de personagens.
Elementos Fundamentais da narração: Fato
Episódio ou incidente ( o quê?)
Personagem ou personagens (quem?)
Presença facultativa de outras circunstâncias:
• Como? modo como se desenvolve os fatos.
• Onde? local ou locais de ocorrência.
• Quando? tempo, época ou momento em que se passa o fato.
• Por quê? causa ou motivo de acontecimento.
• Por isso consequência ou resultado.

―Poema tirado de uma notícia de jornal


João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro
da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite, ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigues de Freitas e morreu afogado.‖
(Bandeira,1974:214)
Quem? João Gostoso
Quando? Uma noite
O quê? Chegou no bar
Bebeu
Cantou
Depois de atirou na lagoa
Por isso – morreu afogado

Observação: Nem sempre é necessária a presença de todos os elementos para que a narração seja completa.
2. Espécies
Há várias espécies de narração:
a) História do gênero humano – relatos verídicos ou imaginários, de fatos que são transmitidos através de
gerações.
b) Biografias ou autobiografias
• Biografias – relatos da vida de personagens ilustres.
• Autobiografia – relato da vida do próprio autor.
- Memórias: quando dá ênfase aos costumes e circunstâncias de determinada época.
- perfil: quando se limita aos traços característicos da pessoa.
c) Contos, novelas, romances, anedotas – são histórias que resultam da imaginação de seus autores.
d) Entrevistas e reportagens
- Entrevistas: são constituídas, basicamente, de episódios, de depoimentos da pessoa entrevistada.
-Reportagens: baseiam-se nos fatos, que são a matéria da narração.
3.Estrutura
As partes da narração acham-se nitidamente delimitadas no poema de Manuel Bandeira: apresentação,
complicação, clímax e desfecho.
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PARDALZINHO
O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram-lhe a asa
Sacha lhe deu uma casa.
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos! (Bandeira, 1974:265)

4. Características
• A narração ocorre em várias formas de expressão em prosa: contos, novelas...
• Pode ocorrer também em versos: poemas, letras de música...
• Emprego dos verbos de ação:
- movimentação das personagens no espaço e no tempo;
- Sucessão dos fatos em função do enredo.

5. Tipos de foco narrativo


a) Narrador – personagem
- O narrador participa do enredo, é personagem atuante/participante.
- Constitui o foco narrativo ou ponto de vista da 1ª pessoa.
b) Narrador – observador
- Serve de intermédio entre o episódio e o leitor.
- É o foco narrativo da 3ª pessoa.
c) Narrador onisciente
- Quando o narrador domina o lado psíquico de seus personagens, antepondo-se às suas ações percorrendo-
lhes a mente e a alma.

C- DISSERTAÇÃO
1. Conceituação
Forma de redação em que se apresentam considerações a respeito de um tema.
• Finalidade – expor, explanar ou interpretar ideias.
• Tema: dissertativo – exercício da razão, do raciocínio.
• Caracteriza-se pela reflexão, por vocabulário próprio, como verbos relacionais, nocionais,
definitórios, proposições enunciativas e proposições judicativas.

2.Estrutura
a) Introdução (apresentação, prólogo)
-Apresenta ideia-base, objeto de consideração do autor para situar o leitor dentro do assunto a ser
desenvolvido.
b) Desenvolvimento (análise, explanação)
- Trata do assunto de forma completa com apresentação dos fatos, ideias, argumentos exigidos.
- Fase de reflexão, da fundamentação do trabalho.
- Provas com valor comprobatório ou confirmatório (exemplos, autoridades, estatísticas etc.)
c) Conclusão (fecho)
- O conjunto, a síntese que encerra o trabalho, com a reafirmação da ideia central.
3.Características: Vocabulário adequado e linguagem simples, mas exata e objetiva; ordem e clareza na
exposição das ideias.

Os textos dissertativos têm uma estrutura (um “esqueleto”) mais convencionalmente (im)posta. Tanto que
a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) traz normas mais específicas para trabalhos acadêmicos
(NBR 14724) e para artigos científicos (NBR 6022). (PRESTES, 2005b).

RECOMENDAÇÕES:
1ª) Para o desconhecimento do assunto, a solução é buscá-lo através da leitura, da pesquisa — que devem ser
constantes em nossas vidas.
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2ª) Para a organização do texto, faz-se necessário um planejamento. Quando se trata de textos curtos, aqueles que
são proficientes em escrita fazem, em geral, esse planejamento apenas em sua mente.
3ª) Aqueles que estão iniciando-se na produção textual ou os que, apesar dos anos de estudo, ainda persistem com
dificuldade de organizar suas ideias devem esboçar esse planejamento no papel — ou na tela do computador —,
pois a visualização desse esquema facilita o encadeamento das ideias, o ―não se perder‖ com relação ao que se quer
expor.
4ª) Aqueles que persistem com dificuldades de produzir um texto dissertativo acham que esquematizar o
planejamento no papel — ou na tela — é perda de tempo. Não se dão conta essas pessoas de que o tempo ―gasto‖
no planejamento converte-se, na realidade, em ―ganho‖ de qualidade e — por que não? — também de tempo, pois
conseguirão desenvolver com mais coerência e rapidez seu texto.

2.1- ELABORAÇÃO DE DISSERTAÇÃO ACADÊMICA A PARTIR DO PLANEJAMENTO DE ESQUEMA


(PRESTES, 2005b)
Consideram-se, primeiramente, algumas formas abreviadas:
T (Tema) = assunto amplo, genérico, em que se enquadra a abordagem do texto.
P (Problema) = ponto específico do assunto que será abordado.
*Problema não significa aqui algo que seja de cunho necessariamente negativo, mas algo que se pretende seja
resolvido, explicitado, através da argumentação.
H (Hipótese) = suposição que se tem para explicar o problema.
A (Argumento) = elemento de sustentação, de comprovação da hipótese.
Os números correspondem às quantidades de hipóteses e de argumentos que forem levantados.
Exemplificando:
T: novas tecnologias e mercado de trabalho
P: importância de o profissional ter conhecimento das novas tecnologias
H1: chances de inserção no mercado de trabalho
H2: necessidades para permanência no mercado de trabalho
A1H1: novas tecnologias como facilitadoras da aprendizagem e da execução de futuras tarefas profissionais
A2H1: conhecimento das novas tecnologias aliado a outros como diferencial no momento da seleção e da
contratação de pessoal
A1H2: novas tecnologias como facilitadoras da agilização na execução de tarefas profissionais
A2H2: conhecimento das novas tecnologias como meio de ascensão profissional
Isso pode resultar em um esquema:

Título
1º Parágrafo Apresentação do P + citação de H1 e H2 Introdução
2º Parágrafo H1 + AIH1 + A2H1
Desenvolvimento
3º Parágrafo H2 + AIH2 + A2H2
4º Parágrafo Retomada do P + necessidade de atualização constante Conclusão
Com base nesse planejamento, uma possibilidade de produção textual é a que segue:
O profissional e o conhecimento das novas tecnologias
Ter conhecimento das novas tecnologias é importante tanto para a inserção do profissional no mercado de
trabalho quanto para a sua permanência nesse mercado.
As chances de inserir-se no mercado de trabalho são maiores para quem tem conhecimento das novas
tecnologias. Saber empregar ferramentas proporcionadas pela informatização facilita a aprendizagem durante a
formação de um profissional e favorece o seu desempenho na execução de tarefas quando já estiver trabalhando.
Esse conhecimento, aliado a outros, como, por exemplo, saber expressar-se com adequação, oralmente e por
escrito, em sua língua materna; dominar outro idioma, como o inglês, em especial; estar por dentro das inovações
teóricas relacionadas à sua área de formação; constitui-se em importante diferencial num momento de seleção de
pessoal, aumentando a probabilidade de contratação.
A permanência no mercado de trabalho também é influenciada pelo conhecimento das novas tecnologias.
Exige-se cada vez mais que o profissional saiba empregá-las, pois agilizam a sua atuação. Elas facilitam a execução
de tarefas, desde aquelas relacionadas a questões de uso, podemos dizer, mais generalizado, como correios
eletrônicos e processadores de textos, ou a questões mais específicas, de acordo com cada área de atuação, como o
uso de determinados programas ou a operacionalização de certos aparelhos. Ressalte-se que a ideia de permanência
aqui trazida não quer dizer estagnação: esse conhecimento proporciona uma probabilidade maior de ascensão
profissional, seja numa mesma empresa seja em outra.
Os atuais e os futuros profissionais precisam então investir no conhecimento proporcionado pelas novas
tecnologias. E como a novidade tecnológica tem-se renovado em uma velocidade cada vez mais acelerada, é
necessário que esse investimento seja constante na busca de atualização.
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Outros classificações tipológicas:
D- INJUNÇÃO ou INSTRUCIONAL
Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo
indicativo.
Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e
instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas,
cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.).

OBS: Os tipos listados acima são um consenso entre os gramáticos. Muitos consideram também que o tipo
Predição possui características suficientes para ser definido como tipo textual, e alguns outros possuem o mesmo
entendimento para o tipo Dialogal.

E-PREDIÇÃO
Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por ocorrer. É o
tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previsões
escatológicas/apocalípticas.

A ESTRUTURAÇÃO DAS UNIDADES MENORES DE QUE SE COMPÕEM OS TEXTOS

1- O PARÁGRAFO

 Um parágrafo, em termos de conteúdo, costuma centrar-se em uma ideia que se pode dizer nuclear.
 Em termos visuais, ele é demarcado pelo chamado branco parágrafo (essa reentrância que se dá para iniciar
um parágrafo, essa parte que ―sobra‖ ao seu final e/ou esse espaço maior entre as linhas final e inicial de
dois parágrafos diferentes).
 Dependendo do tipo de texto, o parágrafo pode variar em termos de extensão, forma e conteúdo. Interessa-
nos aqui pensar em algumas possibilidades para elaborar parágrafos de tipos que possam ser úteis em
situações em que tenhamos que dissertar.

Ressalta-se que tais sugestões não são fórmulas infalíveis. Elas também buscam colaborar para uma expressão
escrita mais coerente.
Com base em Garcia (1982), Abreu (1990) propõe a elaboração de parágrafos a partir de frases
introdutórias, ou tópicos de parágrafo.
Esses tópicos de parágrafo, segundo o autor, podem ser de três tipos:
a) por declaração inicial, em que se declara se comenta algo, usando o verbo no presente;
Ex.: O estresse tecnológico é um dos males de nosso tempo.

b) por alusão histórica, em que se conta se narra algo, usando o verbo no pretérito;
Ex.: Em outros tempos, quando não havia tantas tecnologias, as pessoas não viviam tão estressadas.

c) por interrogação, em que se faz um pergunta.


Ex.: Como detectar o estresse tecnológico?

Abreu (1990) sugere ainda CINCO TIPOS de desenvolvimento para elaborar parágrafos, ou seja, para
desenvolver o tópico proposto.

Esses tipos de desenvolvimento serão exemplificados a seguir:


a) por DETALHES, em que se traz uma sequencia de questões pertinentes ao assunto abordado, sem, contudo,
explicitá-los;
Ex.: O estresse tecnológico é um dos males de nosso tempo. Carregar mais de um celular e usá-los muitas vezes ao
mesmo tempo, não deixar o celular nem quando vai ao banheiro, abrir a caixa de e-mails várias vezes mesmo
quando está de folga, dar privilégio ao laptop na bagagem do passeio do fim de semana, (...)

b) por DEFINIÇÃO, quando se conceitua algo;


Ex.: O estresse tecnológico é um dos males de nosso tempo. Também chamado de tecnoestreese, é caracterizado
por uma espécie de dependência da tecnologia, em que a pessoa não consegue deixar de ficar permanentemente
conectada.
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c) por EXEMPLIFICAÇÃO, em que, como o próprio nome diz se traz(em) algum(ns) exemplo(s);

Ex.: O estresse tecnológico é um dos males de nosso tempo. Exemplos típicos de pessoas com sintomas desse tipo
de estresse são aquelas que, ao levantarem, já ligam seus computadores. Às vezes, nem chegam a tomar café antes
de sair para o trabalho, mas checam seus e-mails e/ou dão uma passada por jornais virtuais. Isso que o rádio e a
televisão também se encontram ligados. No caminho para o trabalho, continuam a ouvir as notícias pelo rádio.

d) por FUNDAMENTAÇÃO DA PROPOSIÇÃO, em que se utiliza um argumento de autoridade (entidade ou


pessoa que tenha credibilidade no tratamento do assunto) para sustentar o comentário;

Ex.: O estresse tecnológico é um dos males de nosso tempo. Conforme consta na matéria Estresse tecnológico:
será que ele já atingiu você?, do site InfoMoney,_ pesquisa realizada pela Isma-BR (International Stress
Management Association), entidade voltada à pesquisa e desenvolvimento de prevenção e tratamento do estresse
no mundo todo, ouviu 1.200 profissionais, entre 25 e 55 anos, de São Paulo e Porto Alegre.

e) por COMPARAÇÃO, em que se comparam aspectos semelhantes ou opostos.

Ex.: O estresse tecnológico é um dos males de nosso tempo. Algumas pessoas que têm sintomas desse tipo de
estresse criam tamanha dependência de celulares e de computadores que pode ser comparada à dependência
química. Essas pessoas precisam estar conectadas para sentirem-se bem. (ver, no final da p. 3, menção a branco
parágrafo).

2-A FRASE
O conceito clássico de frase diz que se trata de um enunciado carregado de significação que começa com letra
maiúscula e termina com algum sinal de pontuação final (ponto final, de exclamação, de interrogação, reticências).
Há discussões com relação a esse conceito, mas não entraremos nelas aqui.

Garcia (1982) também traz um estudo sobre a construção de frases, mas apresentamos aqui alguns
problemas apontados por Moreno e Guedes (1988) que, se evitados, favorecerão a produção textual.

a) frases fragmentadas: problema de escrita que consiste em pontuar uma oração subordinada ou uma simples
locução como se fosse completa. Observam os autores que essas frases podem ser aceitas em determinadas
situações, como na fala, na qual funcionam convenções diferentes das da escrita, ou em textos literários, nos quais
seu uso pode constituir-se em ―recurso expressivo, intencional, usado por escritores experientes.‖ (MORENO;
GUEDES, 1988, p. 68, grifo dos autores).

Observação:
Os autores recomendam ao escritor inexperiente considerar as frases fragmentadas como um erro que se deve
sempre evitar.
Ex.: Eu estava tentando arranjar dinheiro. Quando vi na calçada uma nota de cinquenta. Possibilidade de correção:
Eu estava tentando arranjar dinheiro quando vi na calçada uma nota de cinquenta.

b) frases siamesas: situação em que duas frases completas são escritas como se fosse uma só;
Ex.: O doutor ficou desanimado teria que passar outra noite em claro.
Possibilidades de correção: O doutor ficou desanimado, pois teria que passar outra noite em claro.
O doutor ficou desanimado. Teria que passar outra noite em claro.

c) erro de paralelismo, em que não se apresentam elementos de mesma hierarquia e função gramaticais na mesma
espécie de construção gramatical;

Ex.: O professor mandou Jacinto fechar o livro e que pegasse uma folha de papel.
Possibilidade de correção: O professor mandou Jacinto fechar o livro e pegar uma folha de papel.
O professor mandou que Jacinto fechasse o livro e pegasse uma folha de papel.

d) falso paralelismo, em que se dá forma paralela a ideias que não o são.

Ex.: O que ele mais admira em seus soldados é competência, lealdade, franqueza e não fumar.
Possibilidade de correção: O que ele mais admira em seus soldados é ser competente, leal, franco e não fumar.
11
e) paralelismo nas correlações, em que os elementos correlacionados por determinadas expressões não são
paralelos.
Ex.: Ou você desconta o cheque na Central, ou na Agência Suburbana.
Possibilidade de correção: Você desconta o cheque ou na Central, ou na Agência Suburbana.

e) paralelismo do ―e que”, em que se usa essa expressão numa frase que não contém nenhum ―que‖ anterior.
Ex.: Ele é um homem de muita experiência e que tem grande popularidade entre seus colegas.
Possibilidades de correção: Ele é um homem de muita experiência e grande popularidade entre seus colegas.
Ele é um homem que tem muita experiência e grande popularidade entre seus colegas.

f) omissão indevida de elementos, em que se omitem elementos nas comparações.


Ex.: O salário do professor é mais baixo que um médico.
Possibilidade de correção: O salário do professor é mais baixo que o de um médico.

g) omissão da palavra ―outro‖, em que o que está sendo comparado faz parte de um grupo ou classe, mas não se usa
o vocábulo outro, excluindo esse elemento comparado da classe a que pertence.
Ex.: Meu tio é mais moço do que os músicos da Orquestra.
Possibilidade de correção: Meu tio é mais moço do que os outros músicos da Orquestra.

h) comparação mista, que acontece quando se tenta incluir duas comparações na mesma afirmativa.
Ex.: Meu pai é tão forte, se não mais forte, do que o seu.
Possibilidade de correção: Meu pai é tão forte quanto, se não mais forte, do que o seu.

i) ambiguidade, em que uma frase ou parte dela tem mais de um significado.

Ex.: Vacas que comem junco frequentemente ficam doentes.


Possibilidades de correção: Vacas que frequentemente comem junco ficam doentes.
Vacas que comem junco ficam frequentemente doentes.

Lembramos que, em um texto dissertativo, deve-se procurar utilizar uma linguagem mais formal.
Reforça-se a necessidade de um planejamento para a produção textual – a escrita envolve um fazer e um
refazer constantes.
E, para finalizar, a recomendação é de muita leitura, que serve não só para criar um repertório a fim de
sustentar a argumentação, mas também para ter ideia de como estruturar um texto dissertativo de que gênero for.
Por exemplo: ler artigos científicos colabora na estruturação de textos desse gênero; ler editoriais de jornais ou de
revistas pode colaborar na produção de dissertações acadêmicas ( Texto adaptado Maria Luci de Mesquita Prestes)

GÊNEROS TEXTUAIS E DOMÍNIOS DISCURSIVOS

Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. Essas
estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns,
procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações específicas. Pode-se dizer que se
tratam das variadas formas de linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais.
Bronckart (1999, p. 48) diz ―Conhecer um gênero de texto também é conhecer suas condições de uso, sua
pertinência, sua eficácia, ou de forma mais geral, sua adequação em relação às características desse contexto
social‖.
Dessa forma, cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e diferenciado dos
demais através de suas características.

EXEMPLOS:
a) Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativo-argumentativo com
uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se trata de "carta pessoal", a presença
de aspectos narrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é mais comum.

b)Propaganda: é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a o intuito de propagar informações sobre algo,
buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as
emoções e a sensibilidade do mesmo.

c)Bula de remédio: é um gênero textual descritivo, dissertativo- expositivo e injuntivo que tem por obrigação
fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento.
12
d)Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para preparar tal
comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no imperativo, dado o sentido de
ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções.

e)Editorial: é um gênero textual dissertativo-argumentativo que expressa o posicionamento da empresa sobre


determinado assunto, sem a obrigação da presença da objetividade.

f)Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em um
determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens. Características do
lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamente descritos.

g) Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por objetivo,
informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta.

h)Entrevista: é um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado pela conversação de duas ou mais
pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do entrevistado, ou de algum outro
assunto. Geralmente envolve também aspectos dissertativo-expositivos, especialmente quando se trata de entrevista
a imprensa ou entrevista jornalística. Mas pode também envolver aspectos narrativos, como na entrevista de
emprego, ou aspectos descritivos, como na entrevista médica.

i)História em quadrinhos: é um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de
diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação.

j) Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de caricaturas, com
o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em sua grande maioria.

l) Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes. Rimas e
métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético. Dependendo de sua estrutura, pode
receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia, poema figurado, dramático etc. Em geral, a
presença de aspectos narrativos e descritivos é mais frequente neste gênero.
(Texto adaptado)
Veja o quadro sobre os DOMÍNIOS DISCURSIVOS com seus respectivos GÊNEROS TEXTUAIS:

DISCURSOS (FORMAÇÕES
GÊNEROS DO
DISCURSIVAS/ DOMÍNIO
DISCURSO/GÊNEROSTEXTUAIS
DISCURSIVO)
Prece/oração
Ladainha
Reza
RELIGIOSO Sermão
Hagiografia
Parábola
Homilia etc
Notícia
Reportagem
Editorial
Crônica
Tirinha
JORNALÍSTICO Breves/curtas
Artigo jornalístico
Carta de leitor
Entrevista
Debate
Manchete etc.
Dissertação
Tese
ACADÊMICO
Ensaio
Resumo
13
Resenha
Artigo científico
Paper
Sumário
Palestra
Conferência etc.
Conto
Romance
Novela
Poema
Tragédia
Comédia
Folhetim
LITERÁRIO Dedicatória
Crônica
Diário
Fábula
Epopeia
Lenda
Biografia
Autobiografia etc.
Chat/bate/papo virtual
Aulachat
Email/endereço eletrônico
ELETRÔNICO/DIGITAL Blog
Fotoblog
Banner
Barra etc.
Anúncio
Cartaz
Filmete
PUBLICITÁRIO Jingle
Outdoor/Busdoor/ Bikedoor/Taxidoor
Panfleto
Spot
Conversação e seus tipos
Bilhete
Diário
Anedota
COTIDIANO
Piada
Anotação
Recado
Convite etc.
Aula
Prova (escrita/oral)
ESCOLAR Ditado
Protocolo
Resumo etc.
pvsufcg.blogspot.com/.../lingua-portuguesa-dominio-discursivo

Outros exemplos de gêneros textuais in: GARCEZ,81-83,2002.


Alguns pesquisadores da linguagem, ainda, consideram outra forma de classificar os tipos de textos
conforme as funções da linguagem. As principais são:
a) informativa: a identificar e/ou caracterizar as diferentes pessoas, acontecimentos e fatos em um texto;
14
b) literária: visa a intencionalidade estética, utilizando os recursos da língua para dar prazer e produzir mensagem
artística, obra de arte;
c) apelativa: objetiva modificar comportamentos;
d) Expressiva: manifestar a subjetividade do emissor, seus estados de ânimo, seus afetos, suas emoções.

É importante ressaltar, que a classificação tipológica não abrange todo o universo de textos encontrados na
sociedade, pois um texto precisa ser avaliado a partir de, pelo menos, dois critérios: um linguístico, referente à
estrutura do texto; outro situacional, associado à situação comunicativa em que se insere. Além desses dois,
também é preciso se preocupar com o fato de o texto pertencer a determinado contexto cultural.

TEXTUALIDADE E COESÃO
Mecanismo de Coesão Textual

Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo encadeamento semântico
delas, criando, assim uma trama semântica a que damos o nome de textualidade. O encadeamento semântico que
produz a textualidade se chama coesão.

Segundo Costa Val (1991:5), textualidade é o conjunto de características que fazem com que um texto seja
um texto, e não apenas uma sequência de frases.

ATENÇÃO:
• Coerência  É considerada o fator fundamental da textualidade, porque é responsável pelo sentido do
texto. Envolve não só os aspectos lógicos e semânticos, mas também cognitivos.
• Coesão  recurso usado para se fazer à coerência. É a manifestação linguística da coerência; tornando-se
responsável pela unidade formal do texto, sendo construída através de mecanismos gramaticais e lexicais.

Pode-se definir, mais especificamente, a coesão, dizendo que se trata de uma maneira de recuperar, em uma
sentença B, um tempo presente em uma sentença A.

Duas sentenças como:


Pegue três maçãs, coloque-as sobre a mesa. Constituem um texto. Se lhe perguntarmos o motivo, dirá que
ambas tratam da mesma coisa. Se lhe perguntarmos ainda se existe algo na segunda sentença que a possa ligar a
primeira, certamente, apontará o pronome as. De fato, o pronome as recupera semanticamente, na segunda
sentença, o termo três maçãs. Eis aí um exemplo de coesão textual, de textualidade.

Maior parte das pessoas constrói razoavelmente a textualidade na língua oral, mas, quando se trata de
escrever um texto, as únicas palavras para coesão são mesmo e referido, produzindo sequência do tipo:

(1) Pegue três maçãs. Coloque as mesmas sobre a mesa.


(2) João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Na referida cidade, o mesmo disse que a Igreja continua a
favor do celibato.

É muito fácil, porém, evitar este desagradável procedimento fazendo uso dos amplos recursos de que a
língua dispõe para construir a textualidade. Trata-se dos mecanismos de coesão.
Para atender esses mecanismos, vejamos outras versões possíveis da seqüência (2).

(2a) João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Lá, ele disse que a igreja continua a favor do celibato.

Nessa versão, o termo Varsóvia está recuperado pelo advérbio lá e o termo João Paulo II, pelo pronome
ele. Este processo de coesão se chama coesão por referência.

MECANISMO DE COESÃO POR REFERÊNCIA


As palavras responsáveis por esse tipo de coesão são,como acabamos de ver, os pronomes, que podem ser
pessoais (ele, ela, nós, o, a, lhe etc.), possessivos (meu, teu, seu etc.), os advérbios de lugar e também os artigos
definidos.
Eu posso, por exemplo, repetir um substantivo já contido em uma sentença A anterior, mas devo marcá-lo,
na sentença B, pelo artigo definido.

Veja os exemplos abaixo;


15
(3) Pedi uma cerveja, A cerveja, entretanto, não veio gelada.
(4) Pedi uma cerveja. Uma cerveja, entretanto, não veio gelada.

A sequência (3) é bem formada. Tem textualidade, coesão. O mesmo não acontece com (4), onde a pura
repetição do termo da sentença anterior, sem o uso do artigo definido, faz com que haja uma ruptura no plano
semântico.

MECANISMO DE COESÃO POR ELIPSE


(2b) João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Lá, disse que a Igreja continua a favor do Celibato.

Em (2b), João Paulo II se acha retomado na segunda sentença por ausência, ou seja, o leitor ao ler a
segunda frase, se depara com o verbo disse e; para interpretar seu sujeito, tem que voltar a sentença anterior e
descobrir que quem disse foi João Paulo II. Este processo de coesão tem o nome de elipse.

MECANISMO DE COESÃO LEXICAL


Uma outra possibilidade seria utilizar palavras ou expressões sinônimas dos termos que deverão ser
retomados em sentença subsequentes. No caso em questão, podemos usa a palavra Papa, para retornar a João Paulo
II, e a expressão capital da Polônia, para retomar Varsóvia, o que produziria uma sequência como:
(2c) João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Na capital da Polônia, o papa disse que a Igreja continua a
favor do Celibato.
As palavras mais utilizadas neste processo de coesão são os chamados sinônimos superordenados ou
hiperônimos, ou seja, palavras que correspondem ao gênero do termo a ser retomado em coesão.
Como exemplos de sinônimos superordenados podemos ter séries como:

Mesa....................................................móvel
Faca ....................................................talher
Termômetro..........................................instrumento
Computador..........................................equipamento
Enceradeira..........................................eletrodoméstico

Observação: Utilizam-se tais sinônimos para obter a coesão textual.


Portanto, a coesão é mecanismo de construção das ligações linguísticas significativas entre os elementos
que compõem o texto.
A coesão se realiza através de recursos semântico-sintáticos que fazem parte do sistema
da língua e permitem a ligação ―não só entre os elementos no interior de uma frase, mas
também entre frases e sequências das frases dentro de um texto‖(COSTA VAL, 1991, p.
6).
EXERCÍCIOS
A seguir apresentamos um modelo. Suponhamos que o texto básico ou não texto (é não texto porque ainda
não apresenta coesão) fosse o seguinte:

1- As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os automóveis para vender os automóveis
mais caro. O cliente vai a revendedora de automóveis com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais
caro o automóvel, desiste de comprar o automóvel e as revendedoras de automóveis têm prejuízo.

Observação: automóveis podem também ser chamados de veículos, carros, e até mesmo mercadoria ou produto,
quando expostos em uma revendedora. Uma revendedora de automóveis pode também ser chamada de
concessionária, agência etc. Uma possível versão coesiva de não texto acima, utilizando os vários mecanismos de
coesão, poderia ser por exemplo:

1.1- As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os carros para vendê-los mais caro. O
Cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro o produto, desiste e as agências
têm prejuízo.

2- Outra versão utilizando somente o mecanismo de elipse forneceria:

2.1- As revendedoras de automóveis não estão mais equipando para vender mais caro. O cliente vai com
pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais, desiste e as revendedoras têm prejuízo.
16
3- Construa uma nova versão do texto abaixo, utilizando, em relação à palavra BALEIA, os mecanismos de coesão
que julgar adequados. É importante saber que baleias podem ser chamadas de cetáceos, grandes animais marinhos.
Todos os anos dezenas de baleias encalham nas praias do mundo e até há pouco nenhum oceanógrafo ou
biólogo era capaz de explicar porque as baleias encalham. Segundo uma hipótese corrente, as baleias se
suicidariam ao pressentir a morte, em razão de uma doença grave ou da própria idade, ou seja, as baleias se
desorientariam por influência de tempestades magnéticas ou de correntes marinhas.
Agora, dois pesquisadores do Departamento de História Natural do Museu Britânico, com sede em
Londres, encontraram uma resposta científica para o suicídio das baleias. De acordo com Katharine Parry e
Michael Moore, as baleias são desorientadas de suas rotas em alto-mar para as águas rasas do litoral por ação de
um minúsculo verme de apenas 2,5 centímetros de comprimento.

ARTICULAÇÃO SINTÁTICA DO TEXTO: USO DOS OPERADORES ARGUMENTATIVOS


CONJUNÇÃO COMO MECANISMO COESIVO
As conjunções contribuem para a coesão dos textos porque conectam palavras, orações, períodos e
parágrafos, explicando a relação semântica que se estabelece entre eles e contribuindo para que o assunto avance,
ao mesmo tempo, que se mantém dentro do tema.
Alguns elementos de coesão são: a conjunção e; que indica adição, continuidade; por isso, pois (causa e
consequência); mas, porém, embora, (contraste, oposição); além disso, também (adição, continuação); por
exemplo, ou seja (esclarecimento); logo, portanto(conclusão).
É preciso atenção na escolha do conectivo adequado para unir e organizar todas as partes de um texto
Para Platão e Fiorin (2002), o papel dos elementos de coesão, além de "ligar" partes do discurso, é ,
também, o de estabelecer entre essas partes um certo tipo de relação semântica: causa, finalidade, conclusão,
contradição, condição, etc. Dessa forma, cada elemento de coesão manifesta um tipo de relação distinta. Ao
escrever, deve-se ter o cuidado de usar o elemento apropriado para exprimir o tipo de relação que se quer
estabelecer.

Em um texto, são várias as palavras que assumem a função de conectivo ou de elemento de coesão, tais
como:
• as preposições: a, de, para, com, por, etc.;
• as conjunções: que, para que, quando, embora, mas, e, ou, etc.;
• os pronomes: ele, ela, seu, sua, este, esse, aquele, que, o qual, etc.;
• os advérbios: aqui, aí, lá, assim, etc.
O uso adequado desses elementos de coesão confere unidade ao texto e contribui consideravelmente para a
expressão clara das ideias. O uso inadequado sempre tem efeitos perturbadores, tornando certas passagens
incompreensíveis.
COERÊNCIA
A coerência é responsável pelo sentido do texto, envolvendo fatores lógico-semânticos e cognitivos, já que
a interpretabilidade do texto depende do conhecimento partilhado entre os interlocutores. Um texto é considerado
coerente quando compatível como conhecimento de mundo do receptor. Observar a coerência é interessante,
porque permite perceber que um texto não existe em si mesmo, mas se constrói na relação emissor-receptor-mundo.

Deve-se observar a relação lógica entre as ideias, pois essas devem se complementar, sendo o resultado da
não contradição entre as partes do texto. Nesse sentido, inclui fatores como o conhecimento que o produtor e o
receptor têm do assunto abordado no texto, conhecimento de mundo, o conhecimento que esses têm da língua que
usam e intertextualidade.

Refere-se, dessa forma, ao conteúdo, ou seja, à sequência ordenada das opiniões ou fatos expostos de forma
coerente, sem contradições ao que se afirma para os interlocutores, e assim o texto deve-se apresentar: organização
entre as partes como um todo, as frases não devem ser contraditórias, deve ter princípio, meio e fim.

Platão & Fiorin (2002), pontuam três principais níveis em que a coerência deve ser observada:
1-Coerência Narrativa
No percurso da narrativa, os personagens são descritos como possuidores de certas qualidades (alto, baixo, frágil,
forte), atribuem-se a eles certos estados de alma (colérico, corajoso, tímido, introvertido, apático, combativo). Essas
qualidades e estados de alma podem combinar-se ou não, alguns comportamentos dos personagens são compatíveis
ou incompatíveis com determinados traços de sua personalidade. A preocupação com a coerência e a unidade do texto pressupõe que
se conjuguem apropriadamente esses elementos.
2-Coerência figurativa
17
Entende-se a articulação harmônica das figuras do texto, com base na relação de significado que mantêm entre si.
As várias figuras que ocorrem num texto devem articular-se de maneira coerente para constituir um único bloco
temático. A ruptura dessa coerência pode produzir efeitos desconcertantes. Todas as figuras que pertencem ao
mesmo tema devem pertencer ao mesmo universo de significado.
3-Coerência argumentativa
Se o texto parte da premissa de que todos são iguais perante a lei, cai na incoerência se defender posteriormente o
privilégio de algumas categorias profissionais não estarem obrigadas a pagar imposto de renda. O argumentador pode até defender essas
regalias, mas não pode partir da premissa de que todos são iguais perante a lei. Assim também é incoerente defender ponto de vista
contrário a qualquer tipo de violência e ser favorável à pena de morte, a não ser que não se considere a ação de matar como
uma ação violenta.
Os mecanismos de coesão como os de coerência devem ser empregados com muito cuidado, pois a unidade
textual depende praticamente da aplicação correta desses mecanismos durante a escrita.

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO


Ortografia é a escrita correta das palavras.
“Escrever corretamente as palavras é obrigação de todos. Quando você vai escrever
qualquer coisa, o que diz o que você realmente é, o que revela qual o seu nível de cultura
e escolaridade é a sua ortografia. Quem escreve errado passa uma péssima impressão e
tem mais dificuldade de vencer na vida”. (SACCONI,2008).

Mudanças na ortografia da Língua Portuguesa - Acordo Ortográfico


A partir de janeiro de 2009, os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – Angola, Brasil, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste – tiveram ortografia unificada.
O português é a terceira língua ocidental mais falada, após o inglês e o espanhol. A ocorrência de ter duas
ortografias atrapalha a divulgação do idioma e sua prática em eventos internacionais. Sua unificação, no entanto,
facilitará a definição de critérios para exames e certificados para estrangeiros. Com as modificações propostas no
acordo, calcula-se que 1,6% do vocabulário de Portugal seja modificado. No Brasil, a mudança será bem menor:
0,45% das palavras terão a escrita alterada. Mas apesar das mudanças ortográficas, serão conservadas as
pronúncias típicas de cada país.

1- O que mudou na ortografia a partir de 2009?


 As paroxítonas terminadas em ―o‖ duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de
―abençôo‖, ―enjôo‖ ou ―vôo‖, os brasileiros terão que escrever ―abençoo‖, ―enjoo‖ e ―voo‖.
 Não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do
subjuntivo dos verbos ―crer‖, ―dar‖, ―ler‖, ―ver‖ (crêem, dêem, lêem, vêem) e seus decorrentes, ficando correta
a grafia ―creem‖, ―deem‖, ―leem‖ e ―veem‖.
 Criação de alguns casos de dupla grafia para fazer a diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira
pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como: ―louvámos‖ em oposição a
“louvamos‖ e ―amámos‖ em oposição a ―amamos‖.
 O trema desaparece completamente. Estará correto escrever ―linguiça‖, ―sequência‖, ―frequência‖ e
―quinquênio‖ ao invés de lingüiça, seqüência, freqüência e quinquênio.
 O trema será usado apenas em nomes próprios e derivados. Ex.: Müller, mülleriano
 O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação de ―k‖, ―w‖ e ―y‖.

ABCDEFGHIJKLM
NOPQRSTUVWXYZ
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são
usadas em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu,
yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.

 O acento agudo deixará de ser usado nos ditongos abertos ―ei‖ e ―oi‖ de palavras paroxítonas, como
―assembléia‖, ―idéia‖, ―heróica‖ e ―jibóia‖. O certo será assembleia, ideia, heroica e jiboia.
18
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras
oxítonas e os monossílabos tônicos terminados em éis e ói(s). Exemplos: papéis, herói, heróis, dói (verbo doer),
sóis etc.

 Em Portugal, desaparecem da língua escrita o ―c‖ e o ―p‖ nas palavras onde ele não é pronunciado, como em
―acção‖, ―acto‖, ―adopção‖ e ―baptismo‖. O certo será ação, ato, adoção e batismo.
 Também em Portugal elimina-se o ―h‖ inicial de algumas palavras, como em ―húmido‖, que passará a ser
grafado como no Brasil: ―úmido‖.
 Portugal mantém o acento agudo no ―e‖ e no ―o‖ tônicos que antecedem ―m‖ ou ―n‖, enquanto o Brasil continua
a usar o acento circunflexo nessas palavras: académico/acadêmico, génio/gênio, fenómeno/fenômeno,
bónus/bônus.

Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e
pêra/pera.
Como era Como fica
Ele pára o carro. Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.
Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos.
Comi uma pêra. Comi uma pera.
Atenção:
- Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do
indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.

- Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.


Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.

- Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados
(manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.

- É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do
acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?

2- A questão do hífen
 O hífen é, tradicionalmente, um sinal gráfico mal sistematizado na ortografia da língua portuguesa. O texto do
Acordo tentou organizar as regras de modo a tornar seu uso mais racional e simples:
a) manteve sem alteração as disposições anteriores sobre o uso do hífen nas palavras e expressões compostas.
Determinou apenas que se grafe de forma aglutinada certos compostos nos quais se perdeu a noção de composição
(mandachuva e paraquedas, por exemplo).

 Para saber quais perderão o hífen, teremos de esperar a publicação do novo Vocabulário Ortográfico pela
Academia das Ciências de Lisboa e pela Academia Brasileira de Letras.
 O texto do Acordo prevê a aglutinação, dá alguns exemplos e termina o enunciado com etc. – o que,
infelizmente, deixa em aberto a questão;

b) no caso de palavras formadas por prefixação, houve as seguintes alterações:


 só se emprega o hífen quando o segundo elemento começa por H. Ex.: pré-história, super-homem, pan-
helenismo, semi-hospitalar.
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Exceção: manteve-se a regra atual que descarta o hífen nas palavras formadas com os prefixos des- e in- nas
quais o segundo elemento perdeu o h inicial (desumano, inábil, inumano).
 quando o prefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento. Ex.: contra-almirante, supra-
auricular, auto-observação, micro-onda, infra-axilar.
Exceção: manteve-se a regra atual em relação ao prefixo co-, que em geral se aglutina com o segundo elemento
mesmo quando iniciado por o (coordenação, cooperação, coobrigação).

Com isso, ficou abolido o uso do hífen:


 quando o segundo elemento começa com S ou R, devendo estas consoantes ser duplicadas.
Ex.: antirreligioso, antissemita, contrarregra, infrassom.
Exceção: manteve-se o hífen quando os prefixos terminam com R, ou seja, hiper-, inter- e super-.
Ex.: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.
 quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Ex.: extraescolar,
aeroespacial, antiaéreo, autoestrada, autoaprendizagem, agroindustrial, hidroelétrica.

O uso do hífen
Usamos o hífen principalmente nestes casos:
1- Na separação das sílabas de uma palavra: es-co-la; di-re-to-ri-a.
2- Na maioria dos substantivos e adjetivos compostos: o tira-teimas; a camisa azul-clara.
3- Nas formas verbais ligadas a pronomes: amá-lo; viram-na.
4- Na separação do dia, mês e ano, nas datas, além do ano de nascimento e ano de morte: 18-12-1947; Camões
(1524-1580).
5- Na união de certos prefixos a palavras: super-homem, sem-terras;
O hífen e os prefixos e pseudoprefixos
Os prefixos ou os pseudoprefixos só exigem hífen se a palavra seguinte começa por h ou se começa pela
mesma letra que encerra tais prefixos os pseudoprefixos.
PREFIXOS OU PREFIXOS OU
EXEMPLOS EXEMPLOS
PSEUDOPREFIXOS PSEUDOPREFIXOS
ante ante-histórico mini mini-hotel
anti-horário, multi-inseticida
anti multi
anti-infeccioso
arqui-inimigo neo-hebraico,
arqui neo
neo-ortodoxo
auto-hipnose, pseudo-
auto auto-observação pseudo hermafrodita,
pseudo-orgasmo

contra contra-ataque re- reescrever, reeditar

eletro-ótica semi-herbáceo,
eletro semi
semi-interno
extra-hepático, sobre-humano
extra sobre
extra-abdominal
hiper-humano, sub-hepático,
hiper sub
hiper-realista sub-base
infra-assinado super-homem,
infra super
super-realista
inter-hemisférico, supra-humano,
inter supra
inter-relação supra-axilar
intra-hepático, tele-educação
intra tele
intra-auricular
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micro-habitat, ultra-humano
micro ultra
micro-onda
Exceção
1- O prefixo co não exige hífen mesmo no caso de a palavra começar por o: coobrigação, cooperação etc.
2- Os prefixos circum e pan exigem hífen quando o segundo elemento começa por vogal, m ou n (além de h,
conforme se viu acima). Ex.: circum-escolar, circum-murado, circum-navegação, pan-africano, pan-mágico, pan-
negritude.
3- Os prefixos ou pseudoprefixos além, ex, recém, sem e vice continuam exigindo hífen antes de qualquer letra.
Ex.: além-mar, ex-governador, recém-nascido, sem-terra, vice-presidente, vice-rei.
4- Os prefixos tônicos pós, pré e pró continuam exigindo hífen, ao contrário do que ocorre com as correspondentes
formas átonas, que se aglutinam com o elemento seguinte.
EXEMPLOS
PREFIXOS
Forma tônica Forma átona

pós pós-datar, pós-graduação, pós-venda posposto, pospor

pré pré-eleitoral, pré-história, pré-médico predeterminar, preeminente, pressupor

pró pró-americano, pró-paz, pró-russo proembrião, propor, prossecretário

Resumindo
 Já não se usa hífen antes de palavras iniciadas pelas letras s (p. ex.: antissequestro) ou r (p. ex.: antirreforma),
a não ser, neste caso, que o prefixo termine por r (p. ex.: inter-racial).
 Se a palavra for iniciada pela letra h, o hífen continuará sendo obrigatório (p. ex.: anti-horário, mini-hotel).
 Se o prefixo terminar pela mesma letra que inicia a palavra a que ele se liga, o hífen também será obrigatório (p.
ex.: anti-inflacionário, tele-educação. )
ante ato – braço – câmara – diluviano – histórico – natal – ontem – rosto – sala – véspera

anti ácido – aderente – aéreo – alérgico – bacteriano – cárie – caspa – tártaro – comunista – cristo –
diarreico – econômico – escravista – esportivo – gripal – hemorrágico – herói – higiênico –
hipnótico – horário – infeccioso – inflacionário – inflamatório – jogo – matéria – míssil –
ofídico – oxidante – papa – placa – pólio – rábico – reumático – revolucionário – satélite –
seborreico – social – submarino – tanque
super ácido – alimentação – campeão – campeonato – computador – dose – ego – estrutura –
exigente – fino – herói – mãe – mercado – população – potência – produção – requintado –
safra – secreto – sensível

ALGUMAS DÚVIDAS ORTOGRÁFICAS


Com o Acordo Ortográfico, muitas palavras mudaram de roupagem. Eis as principais, a par de uma lista de
palavras que mantiveram a grafia:
ESTAS PALAVRAS VOCÊ VAI PASSAR A ESCREVER ASSIM:
agroaçucareiro antessala anti-infeccioso
agroexportador antiácido anti-inflácionário
agroindústria antibomba anti-inflamatório
agropecuária anticárie (Atenção, fábricas de antijogo
agrotóxico cremes dentais!) antimatéria
alviceleste anticaspa (Atenção,fábricas de antimíssil
alvinegro xampus!) antimofo
alvirrubro antieconômico Antiortopédico
alviverde antifebril antiplaca (Atenção, fábricas de
antebraço antiferrugem cremes dentais!)
antepenúltimo antigreve antipoliomielite
anteprojeto (Atenção, anti-imperialismo antiquebra (Atenção fábricas de
engenheiros e arquitetos!) anti-imperialista xampus!)
anterrosto anti-incêndio antirrábico
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antirracional cirurgiões-dentistas!) infraestrutura
antirracismo cardiopulmonar inframencionado
antirracista cardiorrespiratório infrarrenal
antirreflexo cardiovascular infrassom
antirreligioso centroavante infravermelho
antirreumático coautor interestadual
antirrevolucionário codireção intermunicipal
antissemita codiretor intersocial
antissemitismo contrabaixo interuniversitário
antisséptico contracheque intramuscular
antissocial contraespionagem intraocular
antissocialista contrafilé intrassociedade
antissubmarino contrafluxo intrauterino
antitanque contragolpe macroeconomia
antitártaro (Atenção, fábricas de contraindicação macroinstrução
cremes dentais!) contraofensiva macrorregião
antiterror contraoferta maxilofacial
antiterrorista contraordem maxissaia
antiveneno contrapé maxivestido
antivírus contraprova megaempresa
arqui-inimigo contrarrazão megaempresário
arquirrival contrarreação megaespeculador
audiossinal contrarreforma megaestrutura
audiovisual contrarregra megainvestidor
autoadesivo contrarrevolução megaoperação
autoafirmação contrasselo megaprodução
autoajuda contrassenha microempresa
autoanálise contrassenso microempresário
autoeducativo coprodução micro-hábitat
autoelogio coprodutor microindústria
autoerotismo cosseno microinformática
autoescola eletrodoméstico micro-ondas
autoestima eletroeletrônico micro-ônibus
autoestrada eletroidráulico micro-organismo
autoidólatra eletroímã multi-infecção
autoidolatria entre-eixos multi-inseticida
autoimolação entressafra poli-insaturado
autoimunidade entresseio multimídia
autoinoculação extraclasse multirracional
autoinstrução extraconjugal multisserviço
autolotação extraescolar multitarefa
auto-observação extrafino multiuso (Atenção, fábricas de
auto-ônibus extrajudicial produtos de limpeza!)
autopista extraocular
autorradiografia extraoficial multivitamina
autorrealização extrarregulamentar neurocirurgião
autorregeneração extrassensorial pentacampeão
autorregulação extraterrestre pentacampeonato
autorrespeito extrauterino poli-infecção
autossatisfação hidroavião pseudoárbitro
autosserviço hidroelétrica pseudoesfera
autossuficiência hidroginástica pseudossigla
autossuficiente hidromassagem pseudossufixo
autossugestão hidrossanitário(Atenção, radioamador
autossustentável engenheiros e arquitetos!) radioemissora
autovacina hipersecreção radiopatrulha
bicampeão infra-assinado radiorreceptor
bicampeonato infracitado radiorrelóqio
bucomaxilofacial (Atenção, infraescrito radiorrepórter
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radiossonda subchefe telerromance
radiotáxi subdiretor telessena (Atenção, SS!)
radioteatro subdiretoria telesserviço
radiovitrola subgerência telessexo
semiaberto subgerente televendas
semiacabado subprefeito tetracampeão
semianalfabeto subprefeitura tetracampeonato
semiárido subsíndico tricampeão
semiautomático subsolo tricampeonato
semieixo maxilobucal turbocompressor
semiembriagado superalimentação turboélice
semiescravo supercampeão ultraleve
semiespecializado supercampeonato ultramar
semi-integral supercraque ultraromântico
megassalário supermãe ultrarradical
semi-internato supersafra ultrarrápido
semimorto supersecreto ultrarrealista
seminovo (Atenção, lojas de supracitado ultrarrevolucionário
automóveis usados!) suprapartidário ultrassensível
seminu teleteatro suprarrealista ultrassofisticado
semioficial suprarrenal ultrassom
semirreta suprassensível ultrassonografia
semissintético suprassumo ultrassonográfico
semivogal tele-educação ultrassonógrafo ultrassonoterapia
sobrecapa tele-entrega
sobrecoxa telerrecado ultravioleta
sobreloja telerresposta autorretrato

Pontos de vista dos autores acerca do Novo Acordo Ortográfico:

O professor Pasquale durante uma palestra no teatro Marista afirmou que as mudanças
ortográficas que pretendem unificar o idioma dos países lusófonos ocorreram, enfatizou:
“Claro que é uma reforma política. O Brasil quer dizer que é o dono da língua.” Pasquale
declarou ainda que Portugal não tem interesse que as mudanças sejam realizadas,e citou uma
norma portuguesa a qual nenhum livro didático pode durar menos de seis anos.Também seriam
necessários cerca de quatro anos para adaptação,somando dez anos.”Nesse sentido, argumenta
este autor, que a Reforma Ortográfica é inútil e desnecessária. O Acordo Ortográfico entrou em
vigor no Brasil em janeiro deste ano,inicialmente nos documentos oficiais.As mudanças serão
adotadas de forma gradual nos livros escolares,em 2010,sendo obrigatória a partir de 2012.
Evanildo Bechara afirma que;
“A sabedoria popular diz que a união faz a força. Se a língua portuguesa se dividir será engolida
como foram engolidas todas as línguas diante de uma língua imperial como foi o latim", disse
Bechara, que concluiu comentando que o inglês, o espanhol e o mandarim são consideradas as
atuais línguas imperiais. A reforma ortográfica vai fortificar os países de língua portuguesa”.
Anexo 1:

Veja. 31 dez/2008
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Anexo 2:

RevistaLínguaPortuguesa.set /2008.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANDRADE, Maria Margarida de, HENRIQUES, Antônio. Língua Portuguesa – Noções Básicas para Cursos
Superiores. São Paulo: Atlas, 2010.
BECHARA, Evanildo. A Nova Ortografia. Rio de janeiro; Nova Fronteira, 2008.
CEREJA, William Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática Reflexiva: semântica e
interação. 2ªedição, São Paulo: Atual, 2008.
GARCEZ, Lucília H. do Carmo. Técnica de Redação – O que é preciso saber para bem escrever. São Paulo:
Martins Fontes, 2002.
HOUAISS, Antônio. Língua portuguesa – Dicionário.3ª ed. Rio de janeiro: Objetiva, 2010.
PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2002.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa. 29ª ed., São Paulo: Nova Geração, 2008.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 10. ed. Rio de Janeiro: Fund. Getúlio Vargas, 1982.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, Ângela Paiva;
MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna,
2002. p. 19-36. MORENO, Cláudio; GUEDES, Paulo Coimbra. Curso básico de redação. 4. ed. São Paulo: Ática,
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PRESTES, Maria Luci de Mesquita. Leitura e (re)escritura de textos: subsídios teóricos e práticos para o seu
ensino. 6. ed. Catanduva: Rêspel, 2005a.
________. A pesquisa e a construção do conhecimento científico: do planejamento aos textos, da escola à
academia. 3. ed. Catanduva: Rêspel, 2005b.

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