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CORREÇÃO
Consiste no uso de formas adequadas, do ponto de vista da gramática normativa. Entre outros
aconselhamentos, destacam-se:
1. Evite o uso de gíria, termos estrangeiros, chavões e outros vícios de linguagem.
2. Evite o uso de abreviaturas de caráter prático (anotações).
3. Grafe os números, de preferência, por extenso.
4. Empregue corretamente a pontuação. Os parênteses não tem a finalidade de isolar a palavra ou expressão
errada ou mal escrita.
5. Usar a ordem direta da frase (S+P+C). A ordem inversa pode dificultar a compressão.
6. Use as frases curtas, expressando uma ideia de cada vez.
7. Evite períodos longos, com muitas orações subordinadas e intercaladas, que prejudicam a compreensão e o
ritmo da frase.
8. A subordinação deve ser usada para evitar repetições de ideias, ligando duas frases em um só período. A
fórmula ideal é uma principal e duas subordinadas.
9. Tenha muito cuidado com o gerúndio (-ndo: forma nominal) – início dos períodos. Em caso de dúvida, é
preferível outra forma verbal.
10. A ordem das frases deve corresponder à ordem das ideias. É desaconselhável expressar uma ideia
fundamental – oração subordinada.
11. Separe núcleos de ideias em parágrafos diferentes, observando a conexão entre eles. Não pule linha para
separar parágrafos.
TIPOS DE TEXTO
A- DESCRIÇÃO
1.Conceituação: É a representação verbal de um objeto sensível. Compara-se à fotografia mas admite
interpretação.
2. Espécies
Há quatro espécies principais de descrição:
a) De ser animado ou inanimado (pessoa, animal, objeto).
- Descrição pessoa – corresponde realmente a uma fotografia feita por meio de palavras, destacando-se
traços capazes de transmitir uma impressão de conjunto.
b) De interior (ambiente)
- Descrição de interior – visualiza-se um ambiente:
a biblioteca, com seus aspectos peculiares, móveis e adornos pertinentes.
c) De paisagem
- Descrição de paisagem – o observador abrange, de uma só vez, totalidade do panorama: depois, aos
poucos, vai enumerando as partes do todo, de preferência, pela ordem de proximidade.
d) Descrição de cena – é movimentada, dinâmica. Para se descrever uma cena, admitem-se fases, isto é, um
desenvolvimento progressivo no tempo.
Não se deve confundir com a narração, que é uma sequência de fatos.
- Descrição apresenta aspectos sucessivos do mesmo fato.
3. Estrutura
A descrição admite as seguintes partes:
a)Apresentação – corresponde à introdução.
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b)Pormenorização – é a parte central de uma descrição. Enumeração de detalhes característicos, que deve
facilitar a ―visualização‖ do que está sendo descrito.
c)Dinamização – caracteriza-se pela sucessão de fases ou aspectos relativos ao mesmo fato.
d) Impressão – é característica da descrição psicológica. Envolve a interpretação do autor. São sensações
visuais, auditivas, táteis, gustativas; traços emocionais ou reflexões externadas pelo escritor.
4. Características
Quanto a finalidade: literária ou técnica.
- Descrição Literária é mais subjetiva.
- Descrição Técnica é objetiva.
NOTA: Na descrição observa-se grande ocorrência de nomes (substantivos e adjetivos) e verbos de ligação ou
estado.
B- NARRAÇÃO
1.Conceituação:É o relato de fatos ordenados em sequência lógica, com inclusão de personagens.
Elementos Fundamentais da narração: Fato
Episódio ou incidente ( o quê?)
Personagem ou personagens (quem?)
Presença facultativa de outras circunstâncias:
• Como? modo como se desenvolve os fatos.
• Onde? local ou locais de ocorrência.
• Quando? tempo, época ou momento em que se passa o fato.
• Por quê? causa ou motivo de acontecimento.
• Por isso consequência ou resultado.
Observação: Nem sempre é necessária a presença de todos os elementos para que a narração seja completa.
2. Espécies
Há várias espécies de narração:
a) História do gênero humano – relatos verídicos ou imaginários, de fatos que são transmitidos através de
gerações.
b) Biografias ou autobiografias
• Biografias – relatos da vida de personagens ilustres.
• Autobiografia – relato da vida do próprio autor.
- Memórias: quando dá ênfase aos costumes e circunstâncias de determinada época.
- perfil: quando se limita aos traços característicos da pessoa.
c) Contos, novelas, romances, anedotas – são histórias que resultam da imaginação de seus autores.
d) Entrevistas e reportagens
- Entrevistas: são constituídas, basicamente, de episódios, de depoimentos da pessoa entrevistada.
-Reportagens: baseiam-se nos fatos, que são a matéria da narração.
3.Estrutura
As partes da narração acham-se nitidamente delimitadas no poema de Manuel Bandeira: apresentação,
complicação, clímax e desfecho.
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PARDALZINHO
O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram-lhe a asa
Sacha lhe deu uma casa.
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos! (Bandeira, 1974:265)
4. Características
• A narração ocorre em várias formas de expressão em prosa: contos, novelas...
• Pode ocorrer também em versos: poemas, letras de música...
• Emprego dos verbos de ação:
- movimentação das personagens no espaço e no tempo;
- Sucessão dos fatos em função do enredo.
C- DISSERTAÇÃO
1. Conceituação
Forma de redação em que se apresentam considerações a respeito de um tema.
• Finalidade – expor, explanar ou interpretar ideias.
• Tema: dissertativo – exercício da razão, do raciocínio.
• Caracteriza-se pela reflexão, por vocabulário próprio, como verbos relacionais, nocionais,
definitórios, proposições enunciativas e proposições judicativas.
2.Estrutura
a) Introdução (apresentação, prólogo)
-Apresenta ideia-base, objeto de consideração do autor para situar o leitor dentro do assunto a ser
desenvolvido.
b) Desenvolvimento (análise, explanação)
- Trata do assunto de forma completa com apresentação dos fatos, ideias, argumentos exigidos.
- Fase de reflexão, da fundamentação do trabalho.
- Provas com valor comprobatório ou confirmatório (exemplos, autoridades, estatísticas etc.)
c) Conclusão (fecho)
- O conjunto, a síntese que encerra o trabalho, com a reafirmação da ideia central.
3.Características: Vocabulário adequado e linguagem simples, mas exata e objetiva; ordem e clareza na
exposição das ideias.
Os textos dissertativos têm uma estrutura (um “esqueleto”) mais convencionalmente (im)posta. Tanto que
a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) traz normas mais específicas para trabalhos acadêmicos
(NBR 14724) e para artigos científicos (NBR 6022). (PRESTES, 2005b).
RECOMENDAÇÕES:
1ª) Para o desconhecimento do assunto, a solução é buscá-lo através da leitura, da pesquisa — que devem ser
constantes em nossas vidas.
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2ª) Para a organização do texto, faz-se necessário um planejamento. Quando se trata de textos curtos, aqueles que
são proficientes em escrita fazem, em geral, esse planejamento apenas em sua mente.
3ª) Aqueles que estão iniciando-se na produção textual ou os que, apesar dos anos de estudo, ainda persistem com
dificuldade de organizar suas ideias devem esboçar esse planejamento no papel — ou na tela do computador —,
pois a visualização desse esquema facilita o encadeamento das ideias, o ―não se perder‖ com relação ao que se quer
expor.
4ª) Aqueles que persistem com dificuldades de produzir um texto dissertativo acham que esquematizar o
planejamento no papel — ou na tela — é perda de tempo. Não se dão conta essas pessoas de que o tempo ―gasto‖
no planejamento converte-se, na realidade, em ―ganho‖ de qualidade e — por que não? — também de tempo, pois
conseguirão desenvolver com mais coerência e rapidez seu texto.
Título
1º Parágrafo Apresentação do P + citação de H1 e H2 Introdução
2º Parágrafo H1 + AIH1 + A2H1
Desenvolvimento
3º Parágrafo H2 + AIH2 + A2H2
4º Parágrafo Retomada do P + necessidade de atualização constante Conclusão
Com base nesse planejamento, uma possibilidade de produção textual é a que segue:
O profissional e o conhecimento das novas tecnologias
Ter conhecimento das novas tecnologias é importante tanto para a inserção do profissional no mercado de
trabalho quanto para a sua permanência nesse mercado.
As chances de inserir-se no mercado de trabalho são maiores para quem tem conhecimento das novas
tecnologias. Saber empregar ferramentas proporcionadas pela informatização facilita a aprendizagem durante a
formação de um profissional e favorece o seu desempenho na execução de tarefas quando já estiver trabalhando.
Esse conhecimento, aliado a outros, como, por exemplo, saber expressar-se com adequação, oralmente e por
escrito, em sua língua materna; dominar outro idioma, como o inglês, em especial; estar por dentro das inovações
teóricas relacionadas à sua área de formação; constitui-se em importante diferencial num momento de seleção de
pessoal, aumentando a probabilidade de contratação.
A permanência no mercado de trabalho também é influenciada pelo conhecimento das novas tecnologias.
Exige-se cada vez mais que o profissional saiba empregá-las, pois agilizam a sua atuação. Elas facilitam a execução
de tarefas, desde aquelas relacionadas a questões de uso, podemos dizer, mais generalizado, como correios
eletrônicos e processadores de textos, ou a questões mais específicas, de acordo com cada área de atuação, como o
uso de determinados programas ou a operacionalização de certos aparelhos. Ressalte-se que a ideia de permanência
aqui trazida não quer dizer estagnação: esse conhecimento proporciona uma probabilidade maior de ascensão
profissional, seja numa mesma empresa seja em outra.
Os atuais e os futuros profissionais precisam então investir no conhecimento proporcionado pelas novas
tecnologias. E como a novidade tecnológica tem-se renovado em uma velocidade cada vez mais acelerada, é
necessário que esse investimento seja constante na busca de atualização.
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Outros classificações tipológicas:
D- INJUNÇÃO ou INSTRUCIONAL
Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo
indicativo.
Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e
instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas,
cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.).
OBS: Os tipos listados acima são um consenso entre os gramáticos. Muitos consideram também que o tipo
Predição possui características suficientes para ser definido como tipo textual, e alguns outros possuem o mesmo
entendimento para o tipo Dialogal.
E-PREDIÇÃO
Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por ocorrer. É o
tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previsões
escatológicas/apocalípticas.
1- O PARÁGRAFO
Um parágrafo, em termos de conteúdo, costuma centrar-se em uma ideia que se pode dizer nuclear.
Em termos visuais, ele é demarcado pelo chamado branco parágrafo (essa reentrância que se dá para iniciar
um parágrafo, essa parte que ―sobra‖ ao seu final e/ou esse espaço maior entre as linhas final e inicial de
dois parágrafos diferentes).
Dependendo do tipo de texto, o parágrafo pode variar em termos de extensão, forma e conteúdo. Interessa-
nos aqui pensar em algumas possibilidades para elaborar parágrafos de tipos que possam ser úteis em
situações em que tenhamos que dissertar.
Ressalta-se que tais sugestões não são fórmulas infalíveis. Elas também buscam colaborar para uma expressão
escrita mais coerente.
Com base em Garcia (1982), Abreu (1990) propõe a elaboração de parágrafos a partir de frases
introdutórias, ou tópicos de parágrafo.
Esses tópicos de parágrafo, segundo o autor, podem ser de três tipos:
a) por declaração inicial, em que se declara se comenta algo, usando o verbo no presente;
Ex.: O estresse tecnológico é um dos males de nosso tempo.
b) por alusão histórica, em que se conta se narra algo, usando o verbo no pretérito;
Ex.: Em outros tempos, quando não havia tantas tecnologias, as pessoas não viviam tão estressadas.
Abreu (1990) sugere ainda CINCO TIPOS de desenvolvimento para elaborar parágrafos, ou seja, para
desenvolver o tópico proposto.
c) por EXEMPLIFICAÇÃO, em que, como o próprio nome diz se traz(em) algum(ns) exemplo(s);
Ex.: O estresse tecnológico é um dos males de nosso tempo. Exemplos típicos de pessoas com sintomas desse tipo
de estresse são aquelas que, ao levantarem, já ligam seus computadores. Às vezes, nem chegam a tomar café antes
de sair para o trabalho, mas checam seus e-mails e/ou dão uma passada por jornais virtuais. Isso que o rádio e a
televisão também se encontram ligados. No caminho para o trabalho, continuam a ouvir as notícias pelo rádio.
Ex.: O estresse tecnológico é um dos males de nosso tempo. Conforme consta na matéria Estresse tecnológico:
será que ele já atingiu você?, do site InfoMoney,_ pesquisa realizada pela Isma-BR (International Stress
Management Association), entidade voltada à pesquisa e desenvolvimento de prevenção e tratamento do estresse
no mundo todo, ouviu 1.200 profissionais, entre 25 e 55 anos, de São Paulo e Porto Alegre.
Ex.: O estresse tecnológico é um dos males de nosso tempo. Algumas pessoas que têm sintomas desse tipo de
estresse criam tamanha dependência de celulares e de computadores que pode ser comparada à dependência
química. Essas pessoas precisam estar conectadas para sentirem-se bem. (ver, no final da p. 3, menção a branco
parágrafo).
2-A FRASE
O conceito clássico de frase diz que se trata de um enunciado carregado de significação que começa com letra
maiúscula e termina com algum sinal de pontuação final (ponto final, de exclamação, de interrogação, reticências).
Há discussões com relação a esse conceito, mas não entraremos nelas aqui.
Garcia (1982) também traz um estudo sobre a construção de frases, mas apresentamos aqui alguns
problemas apontados por Moreno e Guedes (1988) que, se evitados, favorecerão a produção textual.
a) frases fragmentadas: problema de escrita que consiste em pontuar uma oração subordinada ou uma simples
locução como se fosse completa. Observam os autores que essas frases podem ser aceitas em determinadas
situações, como na fala, na qual funcionam convenções diferentes das da escrita, ou em textos literários, nos quais
seu uso pode constituir-se em ―recurso expressivo, intencional, usado por escritores experientes.‖ (MORENO;
GUEDES, 1988, p. 68, grifo dos autores).
Observação:
Os autores recomendam ao escritor inexperiente considerar as frases fragmentadas como um erro que se deve
sempre evitar.
Ex.: Eu estava tentando arranjar dinheiro. Quando vi na calçada uma nota de cinquenta. Possibilidade de correção:
Eu estava tentando arranjar dinheiro quando vi na calçada uma nota de cinquenta.
b) frases siamesas: situação em que duas frases completas são escritas como se fosse uma só;
Ex.: O doutor ficou desanimado teria que passar outra noite em claro.
Possibilidades de correção: O doutor ficou desanimado, pois teria que passar outra noite em claro.
O doutor ficou desanimado. Teria que passar outra noite em claro.
c) erro de paralelismo, em que não se apresentam elementos de mesma hierarquia e função gramaticais na mesma
espécie de construção gramatical;
Ex.: O professor mandou Jacinto fechar o livro e que pegasse uma folha de papel.
Possibilidade de correção: O professor mandou Jacinto fechar o livro e pegar uma folha de papel.
O professor mandou que Jacinto fechasse o livro e pegasse uma folha de papel.
Ex.: O que ele mais admira em seus soldados é competência, lealdade, franqueza e não fumar.
Possibilidade de correção: O que ele mais admira em seus soldados é ser competente, leal, franco e não fumar.
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e) paralelismo nas correlações, em que os elementos correlacionados por determinadas expressões não são
paralelos.
Ex.: Ou você desconta o cheque na Central, ou na Agência Suburbana.
Possibilidade de correção: Você desconta o cheque ou na Central, ou na Agência Suburbana.
e) paralelismo do ―e que”, em que se usa essa expressão numa frase que não contém nenhum ―que‖ anterior.
Ex.: Ele é um homem de muita experiência e que tem grande popularidade entre seus colegas.
Possibilidades de correção: Ele é um homem de muita experiência e grande popularidade entre seus colegas.
Ele é um homem que tem muita experiência e grande popularidade entre seus colegas.
g) omissão da palavra ―outro‖, em que o que está sendo comparado faz parte de um grupo ou classe, mas não se usa
o vocábulo outro, excluindo esse elemento comparado da classe a que pertence.
Ex.: Meu tio é mais moço do que os músicos da Orquestra.
Possibilidade de correção: Meu tio é mais moço do que os outros músicos da Orquestra.
h) comparação mista, que acontece quando se tenta incluir duas comparações na mesma afirmativa.
Ex.: Meu pai é tão forte, se não mais forte, do que o seu.
Possibilidade de correção: Meu pai é tão forte quanto, se não mais forte, do que o seu.
Lembramos que, em um texto dissertativo, deve-se procurar utilizar uma linguagem mais formal.
Reforça-se a necessidade de um planejamento para a produção textual – a escrita envolve um fazer e um
refazer constantes.
E, para finalizar, a recomendação é de muita leitura, que serve não só para criar um repertório a fim de
sustentar a argumentação, mas também para ter ideia de como estruturar um texto dissertativo de que gênero for.
Por exemplo: ler artigos científicos colabora na estruturação de textos desse gênero; ler editoriais de jornais ou de
revistas pode colaborar na produção de dissertações acadêmicas ( Texto adaptado Maria Luci de Mesquita Prestes)
Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. Essas
estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns,
procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações específicas. Pode-se dizer que se
tratam das variadas formas de linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais.
Bronckart (1999, p. 48) diz ―Conhecer um gênero de texto também é conhecer suas condições de uso, sua
pertinência, sua eficácia, ou de forma mais geral, sua adequação em relação às características desse contexto
social‖.
Dessa forma, cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e diferenciado dos
demais através de suas características.
EXEMPLOS:
a) Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativo-argumentativo com
uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se trata de "carta pessoal", a presença
de aspectos narrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é mais comum.
b)Propaganda: é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a o intuito de propagar informações sobre algo,
buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as
emoções e a sensibilidade do mesmo.
c)Bula de remédio: é um gênero textual descritivo, dissertativo- expositivo e injuntivo que tem por obrigação
fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento.
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d)Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para preparar tal
comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no imperativo, dado o sentido de
ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções.
f)Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em um
determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens. Características do
lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamente descritos.
g) Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por objetivo,
informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta.
h)Entrevista: é um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado pela conversação de duas ou mais
pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do entrevistado, ou de algum outro
assunto. Geralmente envolve também aspectos dissertativo-expositivos, especialmente quando se trata de entrevista
a imprensa ou entrevista jornalística. Mas pode também envolver aspectos narrativos, como na entrevista de
emprego, ou aspectos descritivos, como na entrevista médica.
i)História em quadrinhos: é um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de
diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação.
j) Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de caricaturas, com
o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em sua grande maioria.
l) Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes. Rimas e
métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético. Dependendo de sua estrutura, pode
receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia, poema figurado, dramático etc. Em geral, a
presença de aspectos narrativos e descritivos é mais frequente neste gênero.
(Texto adaptado)
Veja o quadro sobre os DOMÍNIOS DISCURSIVOS com seus respectivos GÊNEROS TEXTUAIS:
DISCURSOS (FORMAÇÕES
GÊNEROS DO
DISCURSIVAS/ DOMÍNIO
DISCURSO/GÊNEROSTEXTUAIS
DISCURSIVO)
Prece/oração
Ladainha
Reza
RELIGIOSO Sermão
Hagiografia
Parábola
Homilia etc
Notícia
Reportagem
Editorial
Crônica
Tirinha
JORNALÍSTICO Breves/curtas
Artigo jornalístico
Carta de leitor
Entrevista
Debate
Manchete etc.
Dissertação
Tese
ACADÊMICO
Ensaio
Resumo
13
Resenha
Artigo científico
Paper
Sumário
Palestra
Conferência etc.
Conto
Romance
Novela
Poema
Tragédia
Comédia
Folhetim
LITERÁRIO Dedicatória
Crônica
Diário
Fábula
Epopeia
Lenda
Biografia
Autobiografia etc.
Chat/bate/papo virtual
Aulachat
Email/endereço eletrônico
ELETRÔNICO/DIGITAL Blog
Fotoblog
Banner
Barra etc.
Anúncio
Cartaz
Filmete
PUBLICITÁRIO Jingle
Outdoor/Busdoor/ Bikedoor/Taxidoor
Panfleto
Spot
Conversação e seus tipos
Bilhete
Diário
Anedota
COTIDIANO
Piada
Anotação
Recado
Convite etc.
Aula
Prova (escrita/oral)
ESCOLAR Ditado
Protocolo
Resumo etc.
pvsufcg.blogspot.com/.../lingua-portuguesa-dominio-discursivo
É importante ressaltar, que a classificação tipológica não abrange todo o universo de textos encontrados na
sociedade, pois um texto precisa ser avaliado a partir de, pelo menos, dois critérios: um linguístico, referente à
estrutura do texto; outro situacional, associado à situação comunicativa em que se insere. Além desses dois,
também é preciso se preocupar com o fato de o texto pertencer a determinado contexto cultural.
TEXTUALIDADE E COESÃO
Mecanismo de Coesão Textual
Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo encadeamento semântico
delas, criando, assim uma trama semântica a que damos o nome de textualidade. O encadeamento semântico que
produz a textualidade se chama coesão.
Segundo Costa Val (1991:5), textualidade é o conjunto de características que fazem com que um texto seja
um texto, e não apenas uma sequência de frases.
ATENÇÃO:
• Coerência É considerada o fator fundamental da textualidade, porque é responsável pelo sentido do
texto. Envolve não só os aspectos lógicos e semânticos, mas também cognitivos.
• Coesão recurso usado para se fazer à coerência. É a manifestação linguística da coerência; tornando-se
responsável pela unidade formal do texto, sendo construída através de mecanismos gramaticais e lexicais.
Pode-se definir, mais especificamente, a coesão, dizendo que se trata de uma maneira de recuperar, em uma
sentença B, um tempo presente em uma sentença A.
Maior parte das pessoas constrói razoavelmente a textualidade na língua oral, mas, quando se trata de
escrever um texto, as únicas palavras para coesão são mesmo e referido, produzindo sequência do tipo:
É muito fácil, porém, evitar este desagradável procedimento fazendo uso dos amplos recursos de que a
língua dispõe para construir a textualidade. Trata-se dos mecanismos de coesão.
Para atender esses mecanismos, vejamos outras versões possíveis da seqüência (2).
(2a) João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Lá, ele disse que a igreja continua a favor do celibato.
Nessa versão, o termo Varsóvia está recuperado pelo advérbio lá e o termo João Paulo II, pelo pronome
ele. Este processo de coesão se chama coesão por referência.
A sequência (3) é bem formada. Tem textualidade, coesão. O mesmo não acontece com (4), onde a pura
repetição do termo da sentença anterior, sem o uso do artigo definido, faz com que haja uma ruptura no plano
semântico.
Em (2b), João Paulo II se acha retomado na segunda sentença por ausência, ou seja, o leitor ao ler a
segunda frase, se depara com o verbo disse e; para interpretar seu sujeito, tem que voltar a sentença anterior e
descobrir que quem disse foi João Paulo II. Este processo de coesão tem o nome de elipse.
Mesa....................................................móvel
Faca ....................................................talher
Termômetro..........................................instrumento
Computador..........................................equipamento
Enceradeira..........................................eletrodoméstico
1- As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os automóveis para vender os automóveis
mais caro. O cliente vai a revendedora de automóveis com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais
caro o automóvel, desiste de comprar o automóvel e as revendedoras de automóveis têm prejuízo.
Observação: automóveis podem também ser chamados de veículos, carros, e até mesmo mercadoria ou produto,
quando expostos em uma revendedora. Uma revendedora de automóveis pode também ser chamada de
concessionária, agência etc. Uma possível versão coesiva de não texto acima, utilizando os vários mecanismos de
coesão, poderia ser por exemplo:
1.1- As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os carros para vendê-los mais caro. O
Cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro o produto, desiste e as agências
têm prejuízo.
2.1- As revendedoras de automóveis não estão mais equipando para vender mais caro. O cliente vai com
pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais, desiste e as revendedoras têm prejuízo.
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3- Construa uma nova versão do texto abaixo, utilizando, em relação à palavra BALEIA, os mecanismos de coesão
que julgar adequados. É importante saber que baleias podem ser chamadas de cetáceos, grandes animais marinhos.
Todos os anos dezenas de baleias encalham nas praias do mundo e até há pouco nenhum oceanógrafo ou
biólogo era capaz de explicar porque as baleias encalham. Segundo uma hipótese corrente, as baleias se
suicidariam ao pressentir a morte, em razão de uma doença grave ou da própria idade, ou seja, as baleias se
desorientariam por influência de tempestades magnéticas ou de correntes marinhas.
Agora, dois pesquisadores do Departamento de História Natural do Museu Britânico, com sede em
Londres, encontraram uma resposta científica para o suicídio das baleias. De acordo com Katharine Parry e
Michael Moore, as baleias são desorientadas de suas rotas em alto-mar para as águas rasas do litoral por ação de
um minúsculo verme de apenas 2,5 centímetros de comprimento.
Em um texto, são várias as palavras que assumem a função de conectivo ou de elemento de coesão, tais
como:
• as preposições: a, de, para, com, por, etc.;
• as conjunções: que, para que, quando, embora, mas, e, ou, etc.;
• os pronomes: ele, ela, seu, sua, este, esse, aquele, que, o qual, etc.;
• os advérbios: aqui, aí, lá, assim, etc.
O uso adequado desses elementos de coesão confere unidade ao texto e contribui consideravelmente para a
expressão clara das ideias. O uso inadequado sempre tem efeitos perturbadores, tornando certas passagens
incompreensíveis.
COERÊNCIA
A coerência é responsável pelo sentido do texto, envolvendo fatores lógico-semânticos e cognitivos, já que
a interpretabilidade do texto depende do conhecimento partilhado entre os interlocutores. Um texto é considerado
coerente quando compatível como conhecimento de mundo do receptor. Observar a coerência é interessante,
porque permite perceber que um texto não existe em si mesmo, mas se constrói na relação emissor-receptor-mundo.
Deve-se observar a relação lógica entre as ideias, pois essas devem se complementar, sendo o resultado da
não contradição entre as partes do texto. Nesse sentido, inclui fatores como o conhecimento que o produtor e o
receptor têm do assunto abordado no texto, conhecimento de mundo, o conhecimento que esses têm da língua que
usam e intertextualidade.
Refere-se, dessa forma, ao conteúdo, ou seja, à sequência ordenada das opiniões ou fatos expostos de forma
coerente, sem contradições ao que se afirma para os interlocutores, e assim o texto deve-se apresentar: organização
entre as partes como um todo, as frases não devem ser contraditórias, deve ter princípio, meio e fim.
Platão & Fiorin (2002), pontuam três principais níveis em que a coerência deve ser observada:
1-Coerência Narrativa
No percurso da narrativa, os personagens são descritos como possuidores de certas qualidades (alto, baixo, frágil,
forte), atribuem-se a eles certos estados de alma (colérico, corajoso, tímido, introvertido, apático, combativo). Essas
qualidades e estados de alma podem combinar-se ou não, alguns comportamentos dos personagens são compatíveis
ou incompatíveis com determinados traços de sua personalidade. A preocupação com a coerência e a unidade do texto pressupõe que
se conjuguem apropriadamente esses elementos.
2-Coerência figurativa
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Entende-se a articulação harmônica das figuras do texto, com base na relação de significado que mantêm entre si.
As várias figuras que ocorrem num texto devem articular-se de maneira coerente para constituir um único bloco
temático. A ruptura dessa coerência pode produzir efeitos desconcertantes. Todas as figuras que pertencem ao
mesmo tema devem pertencer ao mesmo universo de significado.
3-Coerência argumentativa
Se o texto parte da premissa de que todos são iguais perante a lei, cai na incoerência se defender posteriormente o
privilégio de algumas categorias profissionais não estarem obrigadas a pagar imposto de renda. O argumentador pode até defender essas
regalias, mas não pode partir da premissa de que todos são iguais perante a lei. Assim também é incoerente defender ponto de vista
contrário a qualquer tipo de violência e ser favorável à pena de morte, a não ser que não se considere a ação de matar como
uma ação violenta.
Os mecanismos de coesão como os de coerência devem ser empregados com muito cuidado, pois a unidade
textual depende praticamente da aplicação correta desses mecanismos durante a escrita.
ABCDEFGHIJKLM
NOPQRSTUVWXYZ
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são
usadas em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu,
yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
O acento agudo deixará de ser usado nos ditongos abertos ―ei‖ e ―oi‖ de palavras paroxítonas, como
―assembléia‖, ―idéia‖, ―heróica‖ e ―jibóia‖. O certo será assembleia, ideia, heroica e jiboia.
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Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras
oxítonas e os monossílabos tônicos terminados em éis e ói(s). Exemplos: papéis, herói, heróis, dói (verbo doer),
sóis etc.
Em Portugal, desaparecem da língua escrita o ―c‖ e o ―p‖ nas palavras onde ele não é pronunciado, como em
―acção‖, ―acto‖, ―adopção‖ e ―baptismo‖. O certo será ação, ato, adoção e batismo.
Também em Portugal elimina-se o ―h‖ inicial de algumas palavras, como em ―húmido‖, que passará a ser
grafado como no Brasil: ―úmido‖.
Portugal mantém o acento agudo no ―e‖ e no ―o‖ tônicos que antecedem ―m‖ ou ―n‖, enquanto o Brasil continua
a usar o acento circunflexo nessas palavras: académico/acadêmico, génio/gênio, fenómeno/fenômeno,
bónus/bônus.
Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e
pêra/pera.
Como era Como fica
Ele pára o carro. Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.
Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos.
Comi uma pêra. Comi uma pera.
Atenção:
- Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do
indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.
- Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados
(manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.
- É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do
acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?
2- A questão do hífen
O hífen é, tradicionalmente, um sinal gráfico mal sistematizado na ortografia da língua portuguesa. O texto do
Acordo tentou organizar as regras de modo a tornar seu uso mais racional e simples:
a) manteve sem alteração as disposições anteriores sobre o uso do hífen nas palavras e expressões compostas.
Determinou apenas que se grafe de forma aglutinada certos compostos nos quais se perdeu a noção de composição
(mandachuva e paraquedas, por exemplo).
Para saber quais perderão o hífen, teremos de esperar a publicação do novo Vocabulário Ortográfico pela
Academia das Ciências de Lisboa e pela Academia Brasileira de Letras.
O texto do Acordo prevê a aglutinação, dá alguns exemplos e termina o enunciado com etc. – o que,
infelizmente, deixa em aberto a questão;
O uso do hífen
Usamos o hífen principalmente nestes casos:
1- Na separação das sílabas de uma palavra: es-co-la; di-re-to-ri-a.
2- Na maioria dos substantivos e adjetivos compostos: o tira-teimas; a camisa azul-clara.
3- Nas formas verbais ligadas a pronomes: amá-lo; viram-na.
4- Na separação do dia, mês e ano, nas datas, além do ano de nascimento e ano de morte: 18-12-1947; Camões
(1524-1580).
5- Na união de certos prefixos a palavras: super-homem, sem-terras;
O hífen e os prefixos e pseudoprefixos
Os prefixos ou os pseudoprefixos só exigem hífen se a palavra seguinte começa por h ou se começa pela
mesma letra que encerra tais prefixos os pseudoprefixos.
PREFIXOS OU PREFIXOS OU
EXEMPLOS EXEMPLOS
PSEUDOPREFIXOS PSEUDOPREFIXOS
ante ante-histórico mini mini-hotel
anti-horário, multi-inseticida
anti multi
anti-infeccioso
arqui-inimigo neo-hebraico,
arqui neo
neo-ortodoxo
auto-hipnose, pseudo-
auto auto-observação pseudo hermafrodita,
pseudo-orgasmo
eletro-ótica semi-herbáceo,
eletro semi
semi-interno
extra-hepático, sobre-humano
extra sobre
extra-abdominal
hiper-humano, sub-hepático,
hiper sub
hiper-realista sub-base
infra-assinado super-homem,
infra super
super-realista
inter-hemisférico, supra-humano,
inter supra
inter-relação supra-axilar
intra-hepático, tele-educação
intra tele
intra-auricular
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micro-habitat, ultra-humano
micro ultra
micro-onda
Exceção
1- O prefixo co não exige hífen mesmo no caso de a palavra começar por o: coobrigação, cooperação etc.
2- Os prefixos circum e pan exigem hífen quando o segundo elemento começa por vogal, m ou n (além de h,
conforme se viu acima). Ex.: circum-escolar, circum-murado, circum-navegação, pan-africano, pan-mágico, pan-
negritude.
3- Os prefixos ou pseudoprefixos além, ex, recém, sem e vice continuam exigindo hífen antes de qualquer letra.
Ex.: além-mar, ex-governador, recém-nascido, sem-terra, vice-presidente, vice-rei.
4- Os prefixos tônicos pós, pré e pró continuam exigindo hífen, ao contrário do que ocorre com as correspondentes
formas átonas, que se aglutinam com o elemento seguinte.
EXEMPLOS
PREFIXOS
Forma tônica Forma átona
Resumindo
Já não se usa hífen antes de palavras iniciadas pelas letras s (p. ex.: antissequestro) ou r (p. ex.: antirreforma),
a não ser, neste caso, que o prefixo termine por r (p. ex.: inter-racial).
Se a palavra for iniciada pela letra h, o hífen continuará sendo obrigatório (p. ex.: anti-horário, mini-hotel).
Se o prefixo terminar pela mesma letra que inicia a palavra a que ele se liga, o hífen também será obrigatório (p.
ex.: anti-inflacionário, tele-educação. )
ante ato – braço – câmara – diluviano – histórico – natal – ontem – rosto – sala – véspera
anti ácido – aderente – aéreo – alérgico – bacteriano – cárie – caspa – tártaro – comunista – cristo –
diarreico – econômico – escravista – esportivo – gripal – hemorrágico – herói – higiênico –
hipnótico – horário – infeccioso – inflacionário – inflamatório – jogo – matéria – míssil –
ofídico – oxidante – papa – placa – pólio – rábico – reumático – revolucionário – satélite –
seborreico – social – submarino – tanque
super ácido – alimentação – campeão – campeonato – computador – dose – ego – estrutura –
exigente – fino – herói – mãe – mercado – população – potência – produção – requintado –
safra – secreto – sensível
O professor Pasquale durante uma palestra no teatro Marista afirmou que as mudanças
ortográficas que pretendem unificar o idioma dos países lusófonos ocorreram, enfatizou:
“Claro que é uma reforma política. O Brasil quer dizer que é o dono da língua.” Pasquale
declarou ainda que Portugal não tem interesse que as mudanças sejam realizadas,e citou uma
norma portuguesa a qual nenhum livro didático pode durar menos de seis anos.Também seriam
necessários cerca de quatro anos para adaptação,somando dez anos.”Nesse sentido, argumenta
este autor, que a Reforma Ortográfica é inútil e desnecessária. O Acordo Ortográfico entrou em
vigor no Brasil em janeiro deste ano,inicialmente nos documentos oficiais.As mudanças serão
adotadas de forma gradual nos livros escolares,em 2010,sendo obrigatória a partir de 2012.
Evanildo Bechara afirma que;
“A sabedoria popular diz que a união faz a força. Se a língua portuguesa se dividir será engolida
como foram engolidas todas as línguas diante de uma língua imperial como foi o latim", disse
Bechara, que concluiu comentando que o inglês, o espanhol e o mandarim são consideradas as
atuais línguas imperiais. A reforma ortográfica vai fortificar os países de língua portuguesa”.
Anexo 1:
Veja. 31 dez/2008
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Anexo 2:
RevistaLínguaPortuguesa.set /2008.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Superiores. São Paulo: Atlas, 2010.
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interação. 2ªedição, São Paulo: Atual, 2008.
GARCEZ, Lucília H. do Carmo. Técnica de Redação – O que é preciso saber para bem escrever. São Paulo:
Martins Fontes, 2002.
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SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa. 29ª ed., São Paulo: Nova Geração, 2008.
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2002. p. 19-36. MORENO, Cláudio; GUEDES, Paulo Coimbra. Curso básico de redação. 4. ed. São Paulo: Ática,
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PRESTES, Maria Luci de Mesquita. Leitura e (re)escritura de textos: subsídios teóricos e práticos para o seu
ensino. 6. ed. Catanduva: Rêspel, 2005a.
________. A pesquisa e a construção do conhecimento científico: do planejamento aos textos, da escola à
academia. 3. ed. Catanduva: Rêspel, 2005b.