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Índice
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1 Ascendência
2 Vida na Inglaterra
3 Casamento
4 Reinado
5 Descendência
6 Morte
7 Ver também
8 Notas
9 Referências
10 Bibliografia
11 Ligações externas
Ascendência[editar | editar código-fonte]
Filipa de Lencastre proveio de duas nobres famílias: a casa régia dos Plantagenetas e a
dos Lencastre. Seus avós paternos eram o rei Eduardo III e a rainha Filipa de Hainault,
enquanto que os maternos eram Henrique de Grosmonte Isabel de Beaumont.9 Seu
pai, João de Gante, ao casar-se com sua mãe, Branca de Lencastre, herdou o ducado de
seu sogro, juntamente com domínios e castelos por toda a Inglaterra e o Principado de
Gales, conquistando, assim, maior poder e prestígio para sua família. Filipa foi a primeira
filha do casal, nascendo em março do ano posterior ao casamento. Ela recebeu o nome de
sua avó paterna, a rainha, que também foi sua madrinha.10
Os registros de despesas de seu pai mostram que ele era generoso tanto com seus filhos
legítimos quanto para os membros de sua corte.13 Essa característica influenciaria a vida
de Filipa, que também viveu sob o clima literário da corte de seu pai. Considerado
um mecenas, ele foi seu principal exemplo, inspirando-a a criar seu próprio círculo de
poetas através de um grupo cortesão de leitura conhecido como "A flor e a folha". O
poeta Eustache Deschamps, membro desse grupo, dedicou a Filipa um poema no qual a
comparava a uma flor. Tratava-se de um reconhecimento por seu notável papel no
incentivo à literatura inglesa.14
Casamento[editar | editar código-fonte]
Casamento de João I e Filipa de Lencastre. Chronique de France et d' Angleterre (Jean Wavrin, século
XV)
O pai de Filipa via em Portugal, conduzido por D. João I a partir de 1385, um importante
aliado para os seus interesses castelhanos. O duque acreditava que, ao se casar com
Constança em 1372, herdeira do rei Pedro I de Castela, eventualmente tomaria posse do
trono. Contudo, o lugar estava ocupado até 1379 por Henrique II, meio-irmão de Pedro I, e,
posteriormente, por seu filho, João I de Castela. A aliança também era favorável ao rei
D. João I, pois garantia apoio à independência portuguesa face a Castela.15 Essa
conjuntura de união luso-inglesa frente ao inimigo comum, portanto, ocorria desde o
reinado de Fernando I de Portugal, anterior ao de D. João I, mas ganhou maior
estabilidade após o estabelecimento do Tratado de Windsor, em 1386, que vigora até os
dias atuais. O casamento entre Filipa e D. João I em fevereiro de 1387 selou a aliança.16
Escoltada por nobres ingleses e portugueses, Filipa foi conduzida ao Porto, onde, de
acordo com a Crônica de El-Rei D. João I, foi recebida com grandes festejos. Alguns dias
depois, D. João chegou à cidade e os dois puderam conversar e trocar presentes. Após o
casamento, a festa continuou por mais quinze dias.17
Reinado[editar | editar código-fonte]
Apesar da imagem recatada da rainha que domina o imaginário dos portugueses (essa
atitude era tida como virtude no comportamento das mulheres medievais), D. Filipa parecia
ter momentos descontraídos com as donzelas de sua corte, gostando de conversar.18 Era
uma mulher culta, que se correspondia com seus parentes na Inglaterra, estabelecendo a
prática de registrar documentos que haviam sido enviados por ela ou pelo rei.19
Para manter a corte da rainha enquanto não doava as terras a ela, D. João concedeu-lhe
um rendimento originário das rendas da alfândega de Lisboa, estabelecendo também o
que as servidoras da rainha receberiam mensalmente. Posteriormente, D. Filipa recebeu
dele os rendimentos das vilas de Alenquer,Sintra, Óbidos, Alvaiázere, Torres
Novas e Torres Vedras.20
D. Filipa seguiu os hábitos que aprendeu na corte inglesa, especialmente no que se refere
ao modelo multicultural representado por seu pai. Assim, tentou manter a conexão entre
Inglaterra e Portugal, influenciando casamentos entre membros das nobrezas dos dois
países.19 Além disso, D. Filipa por várias vezes assumiu o exercício do governo
representando o marido, uma vez que ele estava frequentemente ocupado em operações
militares.21 Ainda em 1387, deslocou-se atéMonção com alguns conselheiros e homens da
corte, aproximando-se de Melgaço, onde estava o monarca, para dar cumprimento a
algumas disposições régias.22Sempre que pôde, D. Filipa acompanhou o marido, o que
seria uma forma de apoiar os seus feitos.23
Descendência[editar | editar código-fonte]
Estátua de D. Duarte, filho de D. Filipa de Lencastre e sucessor do pai D. João I no trono, localizada em
Viseu.
Morte[editar | editar código-fonte]
Túmulo de D. Filipa de Lencastre, localizado no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha