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Filipa de Lencastre

Filipa de Lencastre nasceu a 31 de março de 1360. Foi uma


princesa inglesa e era filha de João de Gante e Branca de
Lencastre. Reinou de 11 de fevereiro de 1387 a 19 de julho de
1415.
Quando tinha dezoito anos, foi-lhe atribuída a distinção inglesa
da Ordem de Jarreteira, o que mais tarde contribuiu para a sua
imagem de Rainha Santa. Tornou-se rainha de Portugal através
do casamento com o rei D. João I, celebrado em 1387 no Porto,
e acordado no âmbito da Aliança Luso-Inglesa contra o eixo
França-Castela.
Para manter a corte da rainha enquanto não lhe doava terras,
D. Filipa recebeu de D. João I as rendas da alfândega de Lisboa
e das vilas de Alenquer, Sintra, Óbidos, Alvaiázere, Torres Novas
e Torres Vedras.
A crônica de El-rei D. João I de Fernão Lopes retrata a rainha
como generosa e amada pelo povo.
Filipa de Lencastre veio de duas nobres famílias, respetivamente da casa régia dos
Plantagenetas e a dos Lencastre. Filipa foi a primeira filha do casal, recebendo o nome da
sua avó paterna, a rainha, que também foi sua madrinha.

Quando tinha aproximadamente nove anos, vivenciou o falecimento da sua madrinha e


avó paterna. Logo em seguida, sua mãe foi vítima da peste e também morreu.
O duque acreditava que, ao se casar com Constança em 1372, herdeira do rei Pedro I de
Castela, eventualmente tomaria posse do trono. Contudo, o lugar foi ocupado até 1379 por
Henrique II, meio-irmão de Pedro I, e, posteriormente, por seu filho, João I de Castela. A
aliança também era favorável ao rei D. João I, pois garantia apoio à independência
portuguesa face a Castela. Essa conjuntura de união luso-inglesa frente ao inimigo comum,
portanto, ocorria desde o reinado de Fernando I de Portugal, anterior ao de D. João I, mas
ganhou maior estabilidade após o estabelecimento do Tratado de Windsor, em 1386, que
vigora até os dias atuais. O casamento entre Filipa e D. João I em fevereiro de 1387 selou a
aliança.

O Tratado de Windsor estabelecido entre Portugal e a Inglaterra, sendo a mais antiga


aliança diplomática do mundo ainda em vigor, foi assinado em 9 de Maio de 1386 após os
ingleses lutarem ao lado da Casa de Avis na batalha de Aljubarrota e com o sentido de
renovar a Aliança Anglo-Portuguesa estabelecida pelos dois países em 1373.

D. Filipa seguiu os hábitos que aprendeu na corte inglesa. Assim, tentou manter a conexão
entre Inglaterra e Portugal, influenciando os casamentos entre membros das nobrezas dos
dois países. Sempre que pôde, acompanhou o seu marido, o que seria uma forma de apoiar
os seus feitos.
Os nomes dos filhos homenagearam tanto membros da família de D. João I quanto de D.
Filipa, o que mostra o respeito dos reis pelos seus antepassados. Do seu casamento,
nasceram:
-Branca de Portugal. (1388 – 1389) O seu nome honrava a mãe de D. Filipa, Branca de
Lencastre.
-Afonso de Portugal. (1390 – 1400) Recebeu o mesmo nome que D. Afonso I, o rei
fundador de Portugal.
-Duarte I de Portugal. (1391 – 1438) O seu nome homenageava simultaneamente seu
bisavô materno, Eduardo III, e o tio-avô Eduardo, o Príncipe Negro.
-Pedro, 1.º Duque de Coimbra. (1392 – 1449) Recebeu o nome de seu avô paterno, o rei
Pedro I de Portugal. Foi um dos príncipes mais esclarecidos do seu tempo.
-Henrique, Duque de Viseu, O Navegador. (1394 – 1460) Recebeu esse nome em
homenagem ao bisavô, Henrique de Grosmont, ou ao tio materno, o rei Henrique IV da
Inglaterra.
-Isabel. (1397 – 1471) O seu nome homenageia suas duas linhagens: a paterna, com a
rainha Santa Isabel de Portugal e a materna, através da tia Isabel ou da bisavó, Isabel de
Beaumont.
-João, Infante de Portugal. (1400 – 1442) O seu nome foi escolhido em honra de seu pai e
de seu avô, João de Gante.
-Fernando, o Infante Santo. (1402 – 1443) O seu nome foi uma homenagem ao tio
paterno, o rei Fernando I de Portugal.

Os seus filhos que chegaram à idade adulta seriam


lembrados como a ínclita geração, de príncipes cultos e
respeitados em toda a Europa.
Filipa morreu a 19 de julho de 1415, com 55 anos, de
peste bubônica nos arredores de Lisboa, poucos dias antes
da partida da expedição a Ceuta.

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