Você está na página 1de 2

Durante o período da Reconquista Cristã, os reis cristãos careceram de auxílio de

cavaleiros provenientes de outros reinos da Europa para combaterem os Muçulmanos. Àqueles


cavaleiros era atribuída a designação de cruzados.
A pedido de D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, os cruzados D. Raimundo e D.
Henrique, provenientes de França (Borgonha), chegaram ao seu reino e, em troca pelos seus
serviços prestados, D. Raimundo recebeu a mão da filha legítima do rei, D. Urraca, e o Condado
de Galiza e D. Henrique, a mão da filha ilegítima do rei, D. Teresa, e o Condado Portucalense.
Como os condados da Galiza e Portucalense pertenciam ao reino de Leão, D. Henrique e D.
Raimundo tinham que prestar obediência, lealdade e auxílio militar ao rei D. Afonso VI.
No ano de 1112, D. Henrique morre e, como o seu filho D. Afonso Henriques, à data,
apenas tinha 4 anos de idade, D. Teresa ficou a governar o Condado que lhe foi atribuído.
Em 1125, D. Afonso Henriques armou-se a si próprio cavaleiro, como só faziam os reis.
D. Afonso Henriques tinha como ambição concretizar o desejo do seu pai – tornar o Condado
Portucalense independente do reino de Leão e Castela.
Naquela altura, D. Teresa mantinha uma relação amorosa com um fidalgo galego, o conde
Fernão Peres de Trava, a qual prejudicava a possibilidade de o Condado Portucalense se tornar
independente do Reino de Leão e Castela. Por esse motivo, D. Afonso Henriques, revoltou-se
contra a mãe e, no ano de 1128, os dois confrontam-se na Batalha de S. Mamede, tendo saído
vitorioso D. Afonso Henriques. Com esta vitória, passou a travar duas grandes lutas: contra D.
Afonso VI, para conseguir a independência do Condado Portucalense e contra os Muçulmanos,
para aumentar o território para sul.
Com as sucessivas vitórias de D. Afonso Henriques, D. Afonso VII, seu primo e rei de Leão
e Castela, viu-se obrigado a celebrar um acordo de paz – o Tratado de Zamora. Aquando da sua
assinatura, no ano de 1143, Afonso VII concede a independência do Condado Portucalense que,
por se ter tornado independente do Reino de Leão e Castela, passa a designar-se como Reino de
Portugal, e reconhece D. Afonso Henriques como seu rei. Contudo, apesar de o rei Afonso VII ter
reconhecido em 1143 D. Afonso Henriques como rei de Portugal, o mesmo não aconteceu com o
Papa. O Papa era o chefe supremo da Igreja Católica e tinha muitos poderes. Os reis cristãos
deviam-lhe total obediência e fidelidade. Para a independência de um reino ser respeitada pelos
outros reinos cristãos teria de ser reconhecida por ele. Para obter este reconhecimento D. Afonso
Henriques mandou construir sés e igrejas e deu privilégios e regalias aos mosteiros.
Assim, só no ano de 1179 é que o Papa Alexandre III, através da Bula Manifestis
Probatum reconheceu D. Afonso Henriques como rei de Portugal.

Você também pode gostar