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Castela (1357-1367)
Capa p. 1
Índice p. 2
Introdução pp. 3 - 5
As Relações Diplomáticas entre os Reis de Portugal e de Castela pp. 6 - 12
1. Primeira Embaixada enviada pelo Rei de Portugal ao seu sobrinho: p. 6
a) Análise da carta enviada pelo Rei Português, p. 6
b) Explicitação dos comissários Portugueses enviados; p. 6
2. Primeira Embaixada enviada pelo Rei de Castela ao seu tio: p. 7
a) Interpretação da resposta Castelhana; p. 7
3. Segunda Embaixada Castelhana: pp. 8 - 9
a) Estudo da aliança firmada pelos dois Reinos, p. 8
b) Proposta de casamento entre os filhos dos dois Reis, p. 8
c) Referência ao embaixador Castelhano; p. 9
4. Transladação do corpo da Rainha Dona Maria; p. 10
5. Envio de um emissário pelo Rei de Portugal a propor a troca de exilados. pp. 11 - 12
Conclusão p. 13
Fontes e Bibliografia pp. 14 - 16
2
Introdução
A presente investigação, realizada no âmbito do Seminário de História
Medieval, pretende analisar as relações diplomáticas entre o Rei D. Pedro I de Portugal
e o seu sobrinho, o Rei Pedro I de Castela entre os anos de 1357 e 1367. Para este
trabalho, tive como fontes a Chancelaria de D. Pedro I (editado por Oliveira Marques),
a Crónica de D. Pedro (escrita por Fernão Lopes), os Itinerários de El-Rei D. Pedro I
(redigido por J. T. Montalvão Machado) e O Desembargo Régio (1320-1433)
(organizado por Armando de Carvalho Homem). Também analisei vários artigos de
diferentes autores que estudaram as relações diplomáticas entre Portugal e Castela na
Idade Média, durante os Reinados de D. Pedro I de Portugal e Pedro I de Castela (tio e
sobrinho, respectivamente).
1
Vide Cristina Pimenta, D. Pedro, Rio de Mouro, Círculo de Leitores, 2015.
2
Vide idem, ibidem.
3
Vide idem, ibidem.
3
No dia 28 de Maio de 1357, D. Pedro é aclamado Rei de Portugal. Ainda durante
este ano, tem um filho natural com Teresa Lourenço, João (futuro D. João I); que aos 5
anos torna-se Mestre de Avis. Três anos depois (1360), assume publicamente o seu
casamento com Inês ocorrido sete anos antes (1353). Pedro governa o Reino de Portugal
durante 10 anos até à sua morte, ocorrida a 18 de Janeiro de 1367 em Estremoz. 4
4
Vide idem, ibidem.
5
Vide Pedro I de Castela, https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_I_de_Castela. Consultado a 22 de
Novembro de 2016.
4
Castelo de Toledo. Dez anos (1361), em Medina Sidónia, Branca foi assassinada pelo
besteiro Juan Perez de Rebolledo 6.
Ainda quando Branca estava viva, os adversários do Rei aproveitam-se da
circunstância de Pedro ter declarado que antes de casar com Branca tinha-se esposado
secretamente com Maria de Padilha. Isto fez com que Carlos V de França, casado com a
irmã gémea de Branca, se aliasse a Henrique de Trastamara, irmão do Rei, contra Pedro.
O Rei e Maria de Padilha, que acabou por morrer de peste também em 1361, tiveram 4
filhos:
1. Infanta Beatriz de Castela (1353-1369),
2. Infanta Constança de Castela (1354-1394),
3. Infanta Isabel de Castela (1355-1393);
4. Príncipe Afonso de Castela (1359-1362) 7.
No ano de 1354, quando ainda Branca e Maria de Padilha ainda estavam vivas,
Pedro I de Castela casa-se com Joana de Castro (meia-irmã de Inês de Castro), Senhora
de Duena e Ponferrada, com quem teve um filho chamado João de Castela 8.
O Rei Pedro de Castela teve ainda 4 filhos bastardos:
1. Com Isabel de Sandoval:
a) Sancho de Castela, Senhor de Almazán
b) Diego de Castela e Sandoval;
2. Com Teresa de Ayala:
a) Maria de Castela (freira em Toledo);
3. Com Maria de Henestrosa:
a) Fernando de Castela, Senhor de Niebla 9.
6
Vide idem, ibidem.
7
Vide idem, ibidem.
8
Vide idem, ibidem.
9
Vide idem, ibidem.
5
As Relações Diplomáticas entre os Reis de Portugal e
Castela (1357-1367)
10
Vide Fernão Lopes, Crónica de D. Pedro I, Lisboa, Livros Horizonte, 1997, p. 79.
11
Vide J. T. Montalvão Machado, Itinerários de El-Rei D. Pedro I (1357-1367), Lisboa, Academia
Portuguesa da História, 19 de Maio de 1978, p. 48.
12
Vide idem, ibidem, p.48.
13
A. H. de Oliveira Marques, Chancelaria de D. Pedro I, Lisboa, Instituto de Investigação Científica,
1984, p. 21.
6
Primeira Embaixada enviada pelo Rei de Castela ao seu tio
14
A. H. de Oliveira Marques, op. Cit., p. 20.
7
Segunda Embaixada Castelhana
15
Vide Fernão Lopes, op. cit., p. 80.
16
Vide idem, ibidem, p. 81.
17
Vide idem, ibidem, p. 80.
8
Referência ao embaixador Castelhano – Samuel Levi
Samuel Levi, de nome completo Samuel Halevi Abulafi, nasceu na cidade de
Ubeda no ano de 1320. Pouco tempo depois de dar à luz, a mãe de Samuel morre e
alguns meses depois morre também o seu pai (Mair Há-Levi) devido à peste negra.
Foi administrador do Cavaleiro Português João Afonso de Albuquerque e, em
1350 com 30 anos de idade, é criado do Rei Pedro I de Castela. Apenas 1 ano depois
(1351), é designado pelo Rei como Tesoureiro-Real. “Durante dez anos ele foi o
confidente do rei e colocá-lo em seu próprio palácio o tesouro do reino, que em 1354
apreendeu os inimigos de D. Pedro (a poderosa família dos seus irmãos bastardos, a
Trastámara) para organizar um massacre em que saquearam o bairro judeu de Toledo e
apreendeu ambos os bens reais como seu ministro. Em tais dificuldades e a mercê dos
conspiradores, o rei foi obrigado a marchar para Toro para a exigir a devolução da sua
propriedade, mas Samuel acompanhou seus truques hábeis e causou divisão entre os
seus inimigos ganhando adeptos ao seu senhor; na verdade, ele subornou os guardas
para que eles pudessem escapar. Então, como um diplomata, ele ajudou a ganhar Toledo
novamente para Pedro I com a ajuda de seus irmãos da judiaria e negociou a paz entre
Castela e Portugal que foi assinada em Évora em 1358” 18.
Levi morou num palácio localizado no bairro Judeu de Toledo onde
presentemente está sediado o Museu e Casa do Grego. Durante toda a sua existência,
defendeu os seus irmãos de religião e concentrou uma grande fortuna devido à sua
colocação política.
Além das funções já anunciadas, Samuel Levi também foi designado para o
cargo de Juiz da Audiência conseguido obter poder judicial.
Em consequência da colocação priorizada e da ampla fortuna, estimulou a
cobiça e a desconfiança de todos incluindo do próprio Rei. Pedro ordenou que Samuel
fosse preso e torturado para elucidar se ele tinha furtado algum montante do Tesouro
Real. Levi acabou por morrer, preso nas Atarazanas de Sevilha, no ano de 1360 antes de
receber o perdão Real.
18
Vide Samuel Halevi, https://es.wikipedia.org/wiki/Samuel_ha_Lev%C3%AD. Consultado a 15 de
Dezembro de 2016, com tradução da autora do trabalho.
9
Transladação do corpo da Rainha Dona Maria
19
Vide Fernão Lopes, op. Cit., p. 47.
20
Vide idem, ibidem, p. 48.
10
Envio de um emissário pelo Rei de Portugal a propor a troca de
exilados
21
Vide idem, ibidem, p. 127.
22
LOUREIRO, Sara, O conflito entre D. Afonso IV e o infante D. Pedro (1355-1356),
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/71.pdf, Consultado a 29 de Novembro de 2016, p. 14.
23
Vide Fernão Lopes, op. cit., p. 128.
24
Vide idem, ibidem, p. 128.
11
De igual forma, D. Pedro Nunez de Gusmán (adiantado-mor de Leão), Mem
Rodriguez Tenório, Fernan Godiel de Toledo e Fernan Sanchez Caldeirom escaparam
de Castela e refugiaram-se em Portugal onde habitavam nas graças do Rei.
Num total segredo foi firmada uma “avença que el-rei de Portugal entregasse
presos a el-rei de Castela os fidalgos que em seu reino viviam e que ele outrossim lhe
entregaria Diogo Lopes Pacheco e os outros ambos que em Castela andavam. E
ordenaram que fossem todos presos num dia, porque a prisão de uns não fosse
avisamento dos outros. E que aqueles que levassem presos os castelhanos até ao
extremo do reino recebessem os portugueses que trouxessem de Castela” 25.
Pedro de Castela conseguiu prender todos os homens que desejava. Já o Rei de
Portugal só conseguiu dois, pois Diogo Lopes Pacheco, avisado por um mendigo, fugiu
para França.
25
Vide idem, ibidem, pp. 128-129.
12
Conclusão
A realização deste trabalho foi um pouco complicada, pois havia pouca
informação específica sobre as relações diplomáticas entre o Rei D. Pedro I de Portugal
e o Rei Pedro I de Castela. Mesmo assim, consegui atingir quase todos os objectivos
que me propôs no plano de trabalho apresentado no início do semestre.
Conclui-se que a relação entre tio e sobrinho baseava-se principalmente na troca
de correspondências e embaixadores. Também encontrei referências a empréstimo de
homens e barcos por parte do Rei de Portugal a Castela.
13
Fontes
HOMEM, Armando de Carvalho,
O Desembargo Régio (1320-1433), Porto, Instituto Nacional de Investigação
Científica – Centro de História da Universidade do Porto, 1990.
LOPES, Fernão,
Crónica de D. Pedro I, Lisboa, Livros Horizonte, 1977.
MACHADO, J. T. Montalvão,
Itinerários de El-Rei D. Pedro I (1357-1367), Lisboa, Academia Portuguesa da
História, 19 de Maio de 1978.
Bibliografia
Obras Gerais
ARAÚJO, Julieta,
Portugal e Castela na Idade Média, Lisboa, Edições Colibri, 2009.
HESPANHA, Manuel,
História das Instituições. Épocas medieval e moderna, Coimbra, 1982.
LOUREIRO, Sara,
O conflito entre D. Afonso IV e o infante D. Pedro (1355-1356),
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/71.pdf, Consultado a 29 de
Novembro de 2016, pp. 9-62.
14
PIMENTA, Cristina,
D. Pedro, Rio de Mouro, Círculo de Leitores, 2015.
Obras Específicas
15
PIMENTA, Maria Irene da Silva,
Documentos da Chancelaria de D. Pedro I – Anos 1360-1362. Leitura e alguns
comentários, dissertação de licenciatura apresentada à Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra, dactil., Coimbra, 1964.
16