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A primeira Guerra mundial

Causas da primeira Guerra mundial:

 Causas: A causa imediata apontada é o assassinato em Sarajevo do


Arquiduque do Império Austro-Húngaro Francisco Fernando pelo nacionalista
sérvio Gavrillo Princip. Contudo, a questão não se resume somente a este fato,
tendo diversos eventos ao longo da História com significativa contribuição para o
início do conflito.

A Revolução Industrial trouxe transformações importantes para a


economia capitalista: surgiram as máquinas elétricas e os motores
a combustão.

As indústrias mais importantes extraiam petróleo, fabricavam aço,


máquinas e navios.

Economistas alemães e ingleses do início do século XX chamaram


essa nova fase do capitalismo mundial de Imperialismo.

Esse choque de imperialismos acabou deflagrando a Primeira


Grande Guerra.
O Imperialismo estava ligado a dois fenômenos:

1. Investimento de capital no estrangeiro


2. Domínio econômico de um país sobre o outro

No começo do século XX, a indústria alemã estava ultrapassando a


inglesa. Tanto alemães quanto ingleses não queriam competir no
mercado e para acabar de vez com a concorrência, seus governos
decidiram que uma guerra seria muito bem-vinda.

Porém, era preciso convencer o povo de que não havia outra saída.
Para tal “serviço de convencimento”, a imprensa foi fundamental, e
cada país usava os jornais para tentar destruir moralmente o outro.

A Europa estava a um passo da guerra e os países disputavam novas


colônias. A situação se agravou ainda mais quando o arquiduque
Francisco Ferdinando (herdeiro do trono austríaco) visitou Sarajevo.
A população de Sarajevo odiava os austríacos e o filho do imperador
austríaco resolveu desfilar de carro aberto pela cidade.

Francisco Ferdinando foi assassinado e esse fato é considerado a


causa imediata da Primeira Guerra.

Porém, vários outros fatores também contribuíram para o advento da


guerra.

 A construção da estrada de ferro Berlin-Bagdá: sua construção


colocaria à disposição da Alemanha os lençóis petrolíferos
do Golfo Pérsico e os mercados orientais, além de ameaçar as
rotas de comunicação entre a Inglaterra e seu Império.
 Pan-Eslavismo Russo (união de todos os povos eslavos sob a
proteção da Rússia): o Pan-Eslavismo servia de justificativa
para os interesses imperialistas da Rússia de dominar regiões
da Europa Oriental habitadas por outros povos eslavos
(poloneses, ucranianos, tchecos, eslovacos, sérvios, búlgaros,
croatas...)
 Nacionalismo da Sérvia
 Conflitos originários da decadência do Império Turco
  A Alemanha e a Itália eram imperialistas, queriam e
precisavam de colônias, para isso precisariam tomar as colônias
de outros países, já que não havia mais quase locais para
serem dominados
 Crises no Marrocos: alemães, ingleses e franceses disputavam
essa área
 Primeira e segunda Guerra Balcânica

Das rivalidades entre essas várias potências, surgiram dois sistemas


de alianças. O que unia esses dois blocos era a existência de inimigos
comuns:

 Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia)


 Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro – Húngaro e
Itália)

A primeira guerra dividiu-se em 3 fases:

1. Guerra de movimento: momentos iniciais do conflito. O jogo


de Alianças e as hostilidades arrastaram vários países para o
conflito
2. Guerra de Trincheiras: consistia na construção
de trincheiras pelos alemães em solo francês. Nesse momento
foram introduzidas novas armas como as metralhadoras e os
tanques.
3. Ofensivas

Em 1915, Japão e Itália entraram na guerra, porém, o primeiro se


retirou do conflito após tomar os territórios alemães na China e
algumas colônias.

Em 1916, houve duas grandes batalhas envolvendo Franceses,


Ingleses e Alemães:

Batalha de Somme (1 milhão de 100 mil mortos) e a Batalha de


Verdun (600 mil mortos).
Os EUA vendiam alimentos, combustível, produtos industriais e
máquinas para a França e a Inglaterra. Tudo pelo sistema de
crediário (“compre agora e pague depois da guerra”).

Com o passar do tempo, a situação ficava pior (destruição, fome,


miséria e matanças) e os EUA começaram a temer que a França e a
Inglaterra não pagassem pelas mercadorias compradas dos
americanos (os dois países deviam aos americanos quase 2 bilhões
de dólares).

Com essa mentalidade, os americanos começaram a fazer uma forte


campanha a favor da entrada do país na guerra.

Em março de 1917, os alemães afundaram alguns navios americanos


que iam comerciar com a Inglaterra e no dia 6 de abril o Congresso
americano votava favoravelmente a declaração de guerra à
Alemanha.

Em 1917, várias propostas de paz foram lançadas por países e


entidades neutras. O presidente dos EUA (Woodrow Wilson), em
1918, levou essas idéias ao Congresso no chamado “Programa dos 14
Pontos”.

Em março do 1918 (após a revolução socialista) o governo russo


assinava a paz com a Alemanha e se retirava da guerra. Bulgária, o
Império Turco e o Império Austro- Húngaro também seguiam o
exemplo russo e se retiraram do conflito.

Enquanto os países se retiravam aos poucos do conflito, o povo


alemão se rebelava contra a guerra.

Em 1918, a Alemanha foi transformada em República e o novo


governo aceitou o armistício dando por encerrado o conflito.

Em 1919, iniciou-se a Conferência de Paris (no Palácio de Versalhes),


onde seriam tomadas as decisões diplomáticas do pós-guerra. Os 27
países “vencedores” participaram da conferência.
O Tratado de Versalhes colocou de lado o “Programa dos 14
Pontos” e os “vencedores” impuseram duras penalidades à Alemanha:

 A Alemanha perdeu suas colônias


 Ficou proibida de ter forças armadas
 Foi considerada culpada pela guerra
 Teve que pagar uma indenização aos “vencedores”

Com tudo isso, a Alemanha perdeu muito dinheiro e mergulhou na


maior crise econômica de sua história.

Na Alemanha, não havia mais imperador, agora o país era uma


república democrática e esse período foi chamado de “República de
Weimar” que durou até 1933, quando os nazistas tomaram o poder
impondo um regime ditatorial.

Até então, essa foi a pior guerra que o mundo conhecera, foram 9
milhões de mortos e além deles, 6 milhões de soldados voltaram
mutilados.

Além dessas, a guerra também trouxe outras sérias consequências.

 Famílias destruídas e crianças órfãs


 Os EUA tornaram-se o país mais rico do mundo
 O império Austro-Húngaro se fragmentou
 Surgimento de alguns países (Iugoslávia) e desaparecimento de
outros
 O império turco após 200 anos de decadência se dividiu
 Em 1919, foi criada a Liga das Nações (sediada na Suíça);
porém, pouco tempo depois ela fracassou
 O desemprego aumentou na Europa

Quatro anos após a Guerra, a Europa já não era mais a mesma.


Dentre as principais mudanças estão:

 presidentes no lugar de príncipes, automóveis circulando pelas


ruas, submarinos nos mares e aviões nos céus
 O cinema e o rádio também começaram a se expandir
 As mulheres tomaram consciência dos seus direitos e tornaram-
se mais livres

Tudo isso caracterizava uma nova fase mundial, era o início de um


novo século.

As Armas da primeira Guerra Mundial


-Baioneta
Criada no século XVII, a baioneta, que consiste em uma espécie de punhal atado a uma
arma de fogo, geralmente um rifle, não foi de grande uso prático na Primeira Guerra,
devido ao avanço tecnológico bélico e uso de outras armas mais letais. Ainda sim, era
bastante comum entre os soldados de todas as nações envolvidas no conflito. Considera-
se que tinha mais efeito psicológico que prático.

-Lança-Chamas
O lança-chamas foi introduzido pelos alemães no começo da guerra e inicialmente
causou terror entre as tropas adversárias, que também passaram a adotá-lo pouco depois.
De curto alcance, era usado pelos soldados principalmente para abrir caminho para os
colegas de infantaria, que vinham logo atrás – no começo da guerra, os lança-chamas
usados pelos alemães eram manuseados por bombeiros.

-Morteiros
O morteiro foi outro armamento antigo que ganhou uma nova concepção na Primeira
Guerra Mundial, caracterizada pela batalha de trincheiras. Sua principal vantagem é que
poderia ser disparado de uma posição relativamente segura, dentro da própria trincheira,
evitando uma exposição desnecessária diante do inimigo. Consequentemente, quando
lançado com sucesso, o morteiro caía exatamente dentro da trincheira inimiga, fazendo
muitas vítimas.

-Granadas
A Primeira Guerra Mundial foi responsável pela popularização do uso de granadas em
combates - o sucesso fez com que sejam bastante empregadas até os dias atuais. No
primeiro ano do conflito, no entanto, eram utilizadas granadas pouco sofisticadas, e em
pequena escala.
A partir de 1915, no entanto, a produção em massa e o avanço tecnológico levaram ao
uso de milhões de unidades durante os combates. O número e frequência de ataques
com granadas foi crescendo ao longo da guerra, se tornando um componente muito
importante de todo movimento de infantaria dos exércitos.
A granada era muito eficaz no ataque às trincheiras e túneis adversários. Podiam ser
lançadas à mão ou por meio de rifles, de uma distância maior. Eram detonadas
basicamente de duas maneiras: por impacto ou por meio de um temporizador, sendo esta
a preferida pelas tropas, devido principalmente ao menor risco de explosão por acidente.

-Pistolas e Revolveres
As pistolas e revólveres eram usados majoritariamente por oficiais, policiais militares e
pelo pessoal que atuava em tanques e aviões, já que para estes era quase impraticável
transportar um rifle – arma carregada por quase todo soldado na guerra.
A pistola considerada a mais famosa da Primeira Guerra Mundial foi a Luger, usada
pelo exército alemão – era considerada um troféu quando capturada pelos aliados. A
Webley, no entanto, utilizada pelos britânicos, não ficou muito atrás em termos de
reputação.

-Rifles
Apesar dos avanços tecnológicos no período, o rifle se manteve como
o armamento mais crucial para o trabalho de um soldado, sempre
presente em qualquer unidade de infantaria.

-Metralhadoras
Criada no século XIX, a metralhadora ganhou verdadeira alma e fama durante a
Primeira Guerra Mundial. Arma de fogo automática, capaz de disparar sucessivamente,
a metralhadora dominou e personificou os campos de batalha do conflito. Sua
capacidade para abater ou deter rapidamente um grande número de adversários mudou a
história das guerras travadas até então, e garantiu sua presença nos conflitos que vieram
a seguir.
Os alemães foram os primeiros a perceber o potencial das metralhadoras, já no início da
guerra. Os adversários logo se deram conta de seu poder e passaram a utilizar o
armamento em larga escala.
Devido ao tamanho e peso, necessidade de muita munição e mecanismos de
resfriamento, as metralhadoras se destacaram pelo desempenho defensivo: seu uso era
altamente eficaz contra os assaltos de infantaria inimiga. Quando bem posicionadas,
principalmente em trincheiras fortemente protegidas, as metralhadoras podiam ser
consideradas quase intransponíveis.
-Tanques
Os tanques demoraram em fazer sua “estreia” na Primeira Guerra Mundial. Ainda em
fase de desenvolvimento no início do conflito, as primeiras unidades, utilizadas pelos
britânicos, só foram vistas em campos de batalha em 1916. Apesar da surpresa e pânico
causados entre os alemães, os tanques não tiveram grande sucesso inicial, uma vez que
ainda era muito comum que quebrassem e ficassem presos nos lamacentos palcos de
combate.

Entre o final de 1917 e começo de 1918, os tanques passaram a ser produzidos pelos
principais protagonistas da guerra – Reino Unido, França, Alemanha e Estados Unidos
– depois de observar o desempenho do equipamento em combates. Os alemães, apesar
do histórico de vanguarda no desenvolvimento bélico, não se convenceram muito da
utilidade dos tanques, e pouco os utilizaram.
Foi em 1918, já no último ano da guerra, que os tanques passaram a ser usados em
maior escala e de forma parecida com a que vemos atualmente, ou seja, como parte de
um esforço coordenado envolvendo artilharia, tanques e aviões de guerra, todos
alinhados para abrir caminho entre as tropas inimigas e permitir o avanço da infantaria.
-Gases Venenosos

A introdução do gás venenoso na guerra aconteceu em 22 de abril de 1915, em Ypres,


na Bélgica. Em um ataque contra tropas da França e Argélia, a Alemanha lançou um
bombardeio com um gás verde e amarelo, que seria o gás cloro. Pegos de surpresa,
franceses e argelinos inalaram o gás e quase que instantaneamente começaram a passar
mal, sofrendo com problemas respiratórios.
O ataque, no entanto, não representou grande vantagem para os alemães. Em pânico,
muitos soldados franceses e argelinos fugiram e abandonaram seus postos, mas o medo
dos efeitos do gás entre a própria tropa alemã, além da falta de reforços, impediu um
avanço maior dos germânicos nessa batalha. Apesar da condenação e recriminação de
toda comunidade internacional por conta do ataque, pouco depois desse episódio
franceses e britânicos também passaram a utilizar armas químicas, transformando
cientistas em protagonistas do conflito.
O uso de armas químicas atingiu outro nível quando os alemães desenvolveram o gás
mostarda. Difícil de detectar no início e quase inodoro, provoca rapidamente vômitos,
problemas de pele e respiratórios, e em alguns casos até cegueira temporária. O gás
mostarda foi utilizado pela primeira vez em 1917, contra os russos, sendo lançado pela
artilharia.

-Trincheiras

Apesar da expectativa de uma guerra relativamente rápida e de movimentos, a Primeira


Guerra Mundial foi marcada justamente pelo contrário, ou seja, pela pouca
movimentação de tropas e grandes batalhas para manter posições ou conseguir
pequenos avanços, geralmente com alto número de vítimas, principalmente no front
ocidental.
Geralmente eram construídas em ziguezague, para que o inimigo, caso conseguisse
passar pelos diversos obstáculos e chegar ao local, não pudesse matar muitos soldados
de uma só vez. Também eram comuns dentro das trincheiras a criação de espaços onde
os soldados se reuniam para comer ou descansar, ou mesmo para se proteger do clima
(era como pequenos buracos escavados no local). Os oficiais costumavam dispor de
espaços maiores, onde poderiam inclusive fazer reuniões. O arame farpado representava
o limite – tanto para a tropa quanto para o adversário que quisesse se aproximar.
A vida nas trincheiras, porém, era muito difícil. Os soldados se viam cercados pela
morte mesmo longe dos ataques inimigos, por conta das condições totalmente insalubres
que predominavam nestes locais – infestação de piolhos e ratos era comum, assim como
várias doenças, causavam transtornos e mortes. Deixar as trincheiras era inviável: quem
se aventurasse para fora corria grande risco de ser abatido pelo inimigo. As constantes
inundações provocadas pelas chuvas também eram um transtorno, e drenagem era
frequentemente necessária.
Tipicamente, um soldado passava por um ciclo: primeiro servia na linha de frente, no
combate propriamente dito. Daí passava um tempo na trincheira, passando para um
serviço de apoio aos entrincheirados, e logo depois para a reserva. Após esse período, o
soldado podia ganhar um tempo de descanso. Mesmo nessa fase, no entanto, o militar
poderia se ver diante da linha inimiga, executando alguma tarefa.
Uma característica marcante das trincheiras era o forte fedor que exalavam. As causas
para esse problema eram inúmeras: corpos apodreciam em valas próximas; latrinas
transbordavam com frequência; homens podiam ficar semanas e até meses sem tomar
banho; desinfetantes e outros produtos, como o creosol, eram usados para afastar a
constante ameaça de doenças e infecções; e somado e misturado a tudo isso, um soldado
precisava enfrentar nas trincheiras o cheiro de pólvora, resquícios de gases e armas
químicas usados em combates, sacos de areia em decomposição, lama e barro, fumaça
de cigarros e até mesmo de comida.

-Aviões de Guerra

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