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Desde a baixa pombalina aos bairros modernos de Lisboa, Cesário

Verde percorria e observava atentamente o quotidiano de uma capital cheia


de contrastes.O poeta, à medida que realiza o seu percurso citadino,
descreve o que a cidade lhe mostra. As reflexões que lhe vão ocorrendo e os
sentimentos que vai experimentando acabam por constituir um dos assuntos
dos seus poemas.Lisboa era muito importante para Cesário, já que eram bem
evidentes os contrastes e diferenças entre a capital e outras cidades.
Pelas várias características físicas de Lisboa, como a falta de higiene e
a poluição da cidade, Cesário observava-a e comparava-a com as outras
grandes cidades, como S. Petersburgo ou “o mundo”. O poeta, na sua escrita,
utiliza diversos adjetivos para retratar a sociedade da época descrevendo
minuciosamente o que vê e o que sente, para enfatizar assim a sensação de
realismo. Através dos poemas de Cesário Verde, somos capazes de imaginar
os cheiros que o sujeito poético sentia, que estavam presentes na atmosfera
que o rodeava. Isto pode verificar-se em, “O gás extravasado enjoa-nos,
perturba;” (v.6).
Havia uma acentuada diferença entre as várias classes sociais. Os
operários tinham salários muito baixos e não tinham condições para
sobreviver, acabando muitos por morrer desnutridos. Nos seus poemas
Cesário defende os menos favorecidos, criticando os ociosos. Na sua escrita,
este aproveita para descrever as condições miseráveis de trabalho a que os
mais pobres estavam sujeitos.
À semelhança do que foi dito anteriormente, a poesia de Cesário não
se limita apenas à representação do real, mas também à denúncia e à crítica
dos dramas, injustiças sociais e das diferenças de classes dos finais do
século XIX, bem como à descrição dos ambientes da época.
Concluindo, Cesário Verde utilizava a escrita para demonstrar o seu
descontentamento para com a sociedade, bem como para expressar os seus
sentimentos. Aproveitando também para defender os trabalhadores
explorados da época.

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