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O segundo tempo da aula de filosofia, do dia 11 de março, foi iniciado com a análise da tabela relativa à

sequência das fases do método hipotético-dedutivo, da página 201 do manual.


Foi-nos pedido, pela professora, que lêssemos e percebêssemos em que consiste cada uma das etapas e
como estas originam o método hipotético-dedutivo, que será utilizado para construir o conhecimento
científico.
Primeiramente, verificámos que este método, criado por Karl Popper com o objetivo de responder a
problemas através de conjeturas ou hipóteses, é completamente o contrário do método indutivo.
Enquanto que neste a observação é o ponto de partida e todas as teorias resultam de inferências indutivas,
no método hipotético-dedutivo, a primeira fase é a obtenção de um facto-problema e as teorias começam
por ser apenas hipóteses provisórias, que terão de ser submetidas a testes rigorosos, em que se falharem
poderão ser refutadas, ou seja, postas de parte.
Após a leitura e interpretação dos dados, iniciámos uma análise mais rigorosa deste método.
Segundo Karl Popper, o que desencadeia o trabalho de um cientista, é a existência de um facto-problema
que tem de ser resolvido. Um facto-problema é de origem factual, que se desenvolve ao longo de uma
investigação e não suporta uma ideia da forma que é suposto suportar, ou seja, não é explicável à luz da
teoria que está em vigor. Por exemplo, a teoria dos buracos negros desafiou a teoria da relatividade (não
era compatível).
Considerando a existência de uma teoria que é aceite pela comunidade científica e que explique os
conceitos desejados, a partir do momento em que aparece uma situação que não encaixe nessa teoria,
segundo Karl Popper, é isto que vai dar origem ao trabalho dos cientistas. Não era suposto existir este
problema relacionado com uma teoria científica, e por isso o cientista inicia a existência de uma teoria
diferente.
Tendo o cientista um novo facto-problema, pode avançar para a segunda fase do método, a formulação da
hipótese ou conjetura, que consiste na recolha de dados e na criação de uma hipótese que acha que é mais
provável acontecer (mais previsível), também designada por conjetura, uma primeira explicação do
problema que foi observado. Nesta fase o cientista antecipa uma explicação. Segundo Karl Popper, após a
formação de uma conjetura é necessária, por parte do cientista, um momento de criatividade e invenção.
Numa terceira fase, após formulada a hipótese, ocorre uma dedução das consequências. Por exemplo, um
cientista vê um metal que dilata com o calor (facto-problema). Formulando-se uma conjetura, todos os
metais dilatam com o calor. Se todos os metais dilatam com o calor, então este metal também dilata com o
calor. É nesta fase em que se deduz as consequências, ou seja, se isto é verdadeiro então aquilo vai
acontecer.
Numa última fase, devemos validar a hipótese, ou seja, ocorre um elemento de testagem que implica que
o cientista confronte as consequências que obteve por dedução, com os factos observacionais. Após esta
testagem, os resultados podem, então, mostrar o “sucesso” ou fracasso da conjetura proposta. Se a
conjetura for validada pela experiência, a hipótese é considerada como credível e passará a ser
reconhecida na comunidade científica - Teoria corroborada. Ou seja, os testes dão razão à teoria.
Segundo Karl Popper, a teorias científicas são sempre teorias corroboradas.
Se a conjetura, no momento da testagem, não for validada, teremos de a abandonar ou de a reformular –
Teoria refutada.
Se a teoria for validada, o trabalho do cientista não vai simplesmente parar, este terá que continuar
sempre a colocar a teoria à prova. Exige sempre mais da sua teoria ao aumentar a complexidade dos
testes. Se a teoria for ultrapassando com êxito os testes, então é uma teoria verosímil (não é verdadeira,
mas é muito provável).
Para terminar, observamos uma fotografia sobre o método científico que Elon Musk utiliza.
E terminou assim mais uma aula de filosofia.

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