Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EMED08UF223
Esta prova é um simulado que reproduz as características de conteúdo e os aspectos visuais das provas oficiais da Unifesp.
A C D E
5. Preencha a folha óptica de respostas com cuidado, pois, em caso de rasura, ela não poderá ser substituída e o
uso de corretivo não será permitido.
6. Duração da prova: quatro horas. Não haverá tempo adicional para transcrição de gabarito para a folha óptica de
respostas.
7. É proibido o uso de relógio. O candidato deve controlar o tempo disponível, com base no marcador de tempo e
nos avisos do fiscal.
8. Durante a prova, são vedadas a comunicação entre candidatos e a utilização de qualquer material de consulta,
eletrônico ou impresso, e de aparelhos de telecomunicação.
9. O candidato poderá retirar-se do prédio depois de decorrida 1h30min do início da prova.
10. Ao final da prova, é obrigatória a devolução da folha óptica de respostas e da folha de redação.
11. Durante a prova será passada a lista de presença, que deverá ser assinada.
Nome
223
PORTUGUÊS bondade e da beleza. O seu estoicismo pressupunha, no
entanto, o gozo moderado dos prazeres terrenos: assim,
em nome do equilíbrio visado, o epicurismo associa-se à
1 QUESTÃO 01 contensão estoica.
Massaud Moisés. História da Literatura Brasileira Vol. I.
(Unifesp) Leia o soneto de Luís de Camões para responder Editora Cultrix. p. 232.
às questões 01 e 02.
Tal comentário aplica-se ao período literário denominado:
A fermosura desta fresca serra (A) Realismo
e a sombra dos verdes castanheiros,
(B) Barroco
o manso caminhar destes ribeiros,
donde toda a tristeza se desterra; (C) Parnasianismo
(D) Romantismo
o rouco som do mar, a estranha1 terra,
(E) Arcadismo
o esconder do sol pelos outeiros2,
o recolher dos gados derradeiros, Leia o trecho da obra Educação como prática da liberdade,
das nuvens pelo ar a branda guerra; de Paulo Freire (1921-1997), para responder às questões
enfim, tudo o que a rara natureza de 04 a 06.
com tanta variedade nos of’rece, Diante das análises feitas nos capítulos anteriores,
me está, se não te vejo, magoando. preocupava-nos encontrar uma resposta no campo da
Sem ti, tudo me enoja e me aborrece; pedagogia às condições da fase de transição brasileira.
sem ti, perpetuamente estou passando, Resposta que levasse em consideração o problema do
nas mores alegrias, mor tristeza. desenvolvimento econômico, o da participação popular
neste mesmo desenvolvimento, o da inserção crítica do
Luís de Camões. Sonetos, 2001.
homem brasileiro no processo de “democratização fun-
(1) estranha: rara, que não é comum, que não é vulgar. damental”, que nos caracterizava. Que não descurasse
(2) outeiros: montes. as marcas de nossa inexperiência democrática, de raí-
zes histórico-culturais, em antinomia com a nova posi-
ção que o processo vinha exigindo do homem brasileiro.
2 QUESTÃO 01 Estávamos convencidos, e estamos, de que a con-
tribuição a ser trazida pelo educador brasileiro à sua so-
No soneto, o tópico clássico do locus amoenus está
ciedade em “partejamento”, ao lado dos economistas,
bem exemplificado:
dos sociólogos, como de todos os especialistas volta-
(A) na primeira estrofe, apenas. dos para a melhoria dos seus padrões, haveria de ser a
(B) na primeira e na quarta estrofes. de uma educação crítica e criticizadora. De uma educa-
(C) na primeira e na segunda estrofes. ção que tentasse a passagem da transitividade ingênua
à transitividade crítica, somente como poderíamos, am-
(D) na segunda estrofe, apenas. pliando e alargando a capacidade de captar os desafios
(E) na segunda e na quarta estrofes. do tempo, colocar o homem brasileiro em condições de
resistir aos poderes da emocionalidade da própria tran-
QUESTÃO 02 sição. Armá-lo contra a força dos irracionalismos, de que
3 era presa fácil na emersão que fazia, em posição transi-
Um vocábulo também pode ser formado quando passa tivante ingênua.
de uma classe gramatical a outra, sem qualquer modifi- Paulo Freire. Educação como prática da liberdade.
cação de sua forma. Tal processo de formação de pala- Paz e Terra. p. 100-101.
vras é denominado derivação imprópria. Observa-se um
exemplo de derivação imprópria no verso:
5 QUESTÃO 04
(A) “donde toda a tristeza se desterra;” (1a estrofe)
(B) “o manso caminhar destes ribeiros,” (1a estrofe) Em “Que não descurasse as marcas de nossa inex-
a
(C) “o rouco som do mar, a estranha terra,” (2 estrofe) periência democrática, de raízes histórico-culturais, em
antinomia com a nova posição que o processo vinha
(D) “das nuvens pelo ar a branda guerra;” (2a estrofe)
exigindo do homem brasileiro.”, o termo destacado
(E) “sem ti, perpetuamente estou passando,” (4a estrofe) pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do
texto, por:
4 QUESTÃO 03 (A) “adequação”
(B) “alienação”
De onde defenderem uma filosofia de vida estoica, me-
(C) “afecção”
diante a qual a suprema serenidade seria alcançada pela
superação dos apetites carnais; à frugalidade na satisfa- (D) “contradição”
ção das necessidades orgânicas responderia o culto da (E) “revelação”
Nos três últimos livros publicados na série “Mu- “[...] posto que ela se origina da revolução tecnocien-
tações”, procuramos analisar as principais questões tífica e praticamente sem a ação dos pressupostos
postas pelas grandes transformações por que passa o das ciências humanas, tendemos a dizer que ela é feita
Ocidente a partir das revoluções tecnocientífica, biotec- no vazio do pensamento.” (4o parágrafo)
nológica e da informática. Os três livros foram: Em relação ao trecho que a sucede, a oração destacada
• Mutações – Novas configurações do mundo. Este pri- expressa ideia de:
meiro livro mostra de que maneira a ciência e a técnica (A) comparação
estão produzindo transformações sem precedentes na
(B) conclusão
história, em todas as áreas da atividade humana.
• Mutações – A condição humana. No segundo livro, (C) condição
os ensaios respondem à questão: o que é viver neste (D) causa
novo mundo? (E) consequência
• Mutações – A experiência do pensamento. Este tercei-
ro livro procurou analisar um problema muito específico QUESTÃO 13
dessa mutação: posto que ela se origina da revolução 14
tecnocientífica e praticamente sem a ação dos pressu- De acordo com o autor, a atual mutação tecnocientífica:
postos das ciências humanas, tendemos a dizer que ela
(A) diferentemente do Renascimento, mostra-se atenta
é feita no vazio do pensamento. Ou melhor, vivemos
aos fatos produzidos pela técnica.
uma realidade tão inteiramente nova que nem mesmo
os velhos conceitos conseguem explicar o que acontece. (B) diferentemente do Renascimento, mostra-se empe-
Como escreveu, portanto, Montaigne: quando a razão nhada em destruir antigas crenças.
falha, voltemos à experiência. O que há de peculiar na (C) a exemplo do Renascimento, mostra-se atenta aos
mutação hoje é que ela não recorre às “duas maiores fatos produzidos pela técnica.
invenções da humanidade, o passado e o futuro”. Tome- (D) a exemplo do Renascimento, mostra-se empenhada
mos como exemplo outra prodigiosa mutação que foi em resgatar antigas crenças.
o Renascimento: ela apontava ao mesmo tempo para
(E) a exemplo do Renascimento, mostra-se preocupada
o futuro e para o passado, verdadeira paixão pelo novo com as consequências futuras da ciência.
e paixão pelo antigo. Seus eruditos, escreve o filósofo
Alexandre Koyré, “exumaram todos os textos esquecidos
15 QUESTÃO 14
em velhas bibliotecas monásticas: leram tudo, estudaram
tudo, tudo editaram. Fizeram renascer todas as doutrinas
esquecidas dos velhos filósofos da Grécia e do Oriente:
Platão, Plotino, o estoicismo, o epicurismo e pitagorismo,
o hermetismo e a cabala. Seus sábios tentaram fundar
uma nova ciência, uma nova física, uma nova astronomia;
ampliação sem precedente da imagem histórica, geo-
gráfica, científica do homem e do mundo. Efervescência
confusa e fecunda de ideias novas e ideias renovadas.
Renascimento de um mundo esquecido e nascimento
de um mundo novo. Mas também: crítica, abalo e, enfim,
destruição e morte progressiva das antigas crenças, das
antigas concepções, das antigas verdades tradicionais,
que davam ao homem a certeza do saber e a segurança
da ação”. Nada disso vemos hoje na mutação tecnocien-
tífica, a não ser o elogio dos fatos e dos acontecimentos
técnicos e, principalmente, o elogio do presente eterno,
sem passado nem futuro.
Adaptado de <https://artepensamento.ims.com.br>.
12 QUESTÃO 11
Pablo Picasso, Les Demoiselles d’Avignon.
Com relação ao Renascimento, o autor ressalta, sobre- Óleo sobre tela. 2,34 # 2,33 m. Nova Iorque,
tudo, seu caráter: Museu de Arte Moderna.
(A) ambivalente
Na obra acima, os traços cubistas baseiam-se na:
(B) conservador
(A) ausência de perspectiva e na valorização do sonho
(C) ingênuo e da loucura.
(D) dogmático (B) destruição da harmonia clássica das figuras e na
(E) visionário fragmentação da realidade.
24 QUESTÃO 23