Você está na página 1de 14

CARACTERIZAÇÃO DAS PERSONAGENS

Era uma dama delicada, linda, feliz e contente (no


princípio) “Estavas, linda Inês”(120), mãe de quatro
filhos, porém (no fim) fica triste, suplicando por ajuda,
pois está à beira da morte. Tem, contudo, um grande
poder de argumentação.

Rei de Portugal, guerreiro nobre, corajoso, preocupado


com o filho, mas não gosta do facto de D. Inês casar com
ele. Toma a decisão de matar Inês. Porém, ficou
emocionado quando D. Inês (levada pelos algozes) faz o
discurso, mas decidiu ouvir o povo.

D. Pedro não é muito caracterizado, mas mostra-se um


Príncipe teimoso “De outras belas senhoras e Princesas
os desejados tálamos enjeita” (122) por estar
apaixonado, e justiceiro porque depois da morte de D.
Inês fez justiça e matou dois dos algozes.
Os algozes são caracterizados como
horríficos e maldosos, férvidos, irosos,
pouco conscientes que vão ser castigados
por D. Pedro.

O povo murmura e é pertinaz. Grande parte


das suas ideias influenciam D. Afonso IV a
matar D. Inês.
ESPAÇO: TEMPO:
“Passada esta tão
“Nos saudosos campos do próspera vitória,/ Tornado
Mondego” Afonso à Lusitana terra”
(estr.120,vs.5) (estr.118,vs.1,2)
ANÁLISE DO EPISÓDIO
INÊS DE CASTRO- Estrofes :118-119
Introdução-(Exposição)
Conteúdo Nestas estrofes é apresentado uma introdução: após a
batalha do Salado, que venceram, Portugal depara-se
com a triste notícia de que D. Inês será morta, sendo o
supremo Amor a grande causa. (Texto Lírico).

Recursos Expressivos • “Que do sepulcro os homens desenterra” – (118) –


hipérbole.
• “Como se fora pérfida inimiga”- (119)- comparação.
• “É porque queres, áspero e tirano.” (119)- dupla
adjectivação e personificação.
ANÁLISE DO EPISÓDIO
Desenvolvimento Estrofes :120-121
“memórias de alegria”
(Parte do Conflito)
Conteúdo Nestas estrofes é apresentada a caracterização de Inês
e onde ela se encontrava (Coimbra) e as suas memórias
de alegria. Sabemos que a sua felicidade não irá durar. “
Que a Fortuna não deixa durar muito,” (120).

Recursos Expressivos • “Linda Inês,”- (120)- Apóstrofe


• “O nome que no peito escrito tinhas.”-(120)- Perífrase
(D. Pedro)
• “De noite, doces sonhos que mentiam, De dia, em
pensamento que voavam.”(121)-Anáfora, Antítese, e
Personificação
ANÁLISE DOS EPISÓDIOS
Reacção do pai de Pedro- Estrofes :122-123
(Parte do Conflito)
Conteúdo Nestas estrofes é apresentado a reação de D. Afonso IV.
Ele, respeitando o povo e as suas opiniões, decide matá-
la: “Tirar ao mundo determina,” (123). As suas razões
são: tem o filho preso por Amor, D. Pedro não quer casar
com mais ninguém, e por o povo murmurar. Porém, o
narrador questiona-se como é possível um rei tão
poderoso (derrotou os Mouros) matar uma dama
delicada. “Contra hua fraca Dama delicada?” (123).

Recursos Expressivos • “O velho pai sesudo”-(122)-Perífrase


• “Do furor Mauro”-(123)-Sinédoque
• “…fraca Dama delicada?”-(123 5-8)- Pergunta retórica,
Dupla Adjetivação.
ANÁLISE DOS EPISÓDIOS

O Dia Fatal- (Parte do Estrofes :124-125


Conflito)
Conteúdo Nestas duas estrofes, descreve-se o dia em que Inês foi
levada pelos carrascos diante do rei que se sente com pena.
Mas o povo persuade-o e é levada à morte (Dia Fatal).
Caracteriza o seu estado de espírito (“Ela, com tristes e
piedosas vozes, saídas só de mágoa e saudade”(124) e
mostra também toda a sua mágoa, não por morrer, mas por
abandonar os seus filhos. Esta caracterização é
fundamental para o discurso seguinte de Inês.
Recursos Expressivos • “Tristes e piedosas vozes,”-(124)- Dupla Adjetivação.
• “Do seu Príncipe e filhos”-(124)- Metonímia
• “Avô cruel”-(125)-Metonímia
• A notar: os adjetivos dados aos algozes são todos
negativos e os da D. Inês são todos carinhosos.
ANÁLISE DOS EPISÓDIOS
Discurso de Estrofes :126-129
Inês- (Parte
do Conflito)
Conteúdo Pede piedade a Afonso IV, pois até os animais selvagens a mostraram. (É
desumano matar uma donzela fraca só por causa do amor: aparte do
poeta). Pede para ter em consideração aos seus filhos, netos do rei, que
não tiveram culpa e ficariam órfãos. Acrescenta que se matou os Mouros
por serem inimigos, devia conseguir dar vida aos inocentes. Pede-lhe para
a mandar para sítios como a Líbia “ardente” ou outro sítio para encontrar
compaixão entre os animais, que não conseguiu encontrar nos humanos
“Se neles achar posso a piedade/ Que entre peitos humanos não achei”
(130).
Recursos • “A estas criancinhas…” – (127) -(uso de diminutivo)
Expressivos • “Ó tu,” (127)- apóstrofe
• “a Maura” (est.128,vs.1) – sinédoque
• “Na Sitia fria, ou lá na Líbia ardente,” (128) - antítese
• “Onde em lágrimas viva eternamente” (128)-hipérbole
• “Põe-me em perpétuo e mísero desterro,” (128)- modo imperativo e
dupla adjetivação
• “estas relíquias” (est.129,vs.7) – metáfora para os seus filhos
• “Naquele por quem mouro” (129)- perífrase
ANÁLISE DOS EPISÓDIOS
Morte de Inês- Estrofes :130-133
(CLIMAX)
Conteúdo Nestas estrofes narra-se que o Rei se tinha comovido com o
discurso de Inês, ponderando a morte dela. Mas mantém a sua
decisão por causa do murmurar do povo português e do
destino “Mas o pertinaz povo e seu destino” (estr.130) .
Consequentemente, os carrascos matam-na “Arrancam das
espadas de aço de fino” e “…os brutos matadores,/ No colo de
alabastro…” (132). Desabafo do poeta e apelo à natureza e
consequência: o eco nos vales do nome de D. Pedro (estr.133).

Recursos • “Qual contra a linda moça Policena (...) Tais contra Inês os
Expressivos brutos matadores” (estr.131+132, vrs.1) – comparação
• “Brutos matadores” (estr.132,vr.1) – metonímia
• “Aquele que despois a fez rainha” (estr.132,vr.4) – perífrase
• “férvidos e irosos” (estr.132,vs.7) – dupla adjetivação
• “Ó Sol...” (estr.133,vr.1) / “ó côncavos vales ” (estr.133, vr. 5)
– apóstrofe
ANÁLISE DOS EPISÓDIOS
Conclusão- (Desenlace) Estrofes :134-135
Conteúdo Nas estrofes seguintes, compara-se a morte
de Inês com a de uma flor arrancada antes
do seu tempo. Eram lindas, mas depois
ficaram secas e sem vida “Tal está, morta, a
pálida donzela, / Secas do rosto as rosas, e
perdida / A branca e viva cor, co’a doce vida”
(estr.134). A morte de Inês fez com que as
filhas do Mondego chorassem e suas
lágrimas transformaram-se criando a Fonte
dos Amores.
Recursos Expressivos • “Assi como a bonina (...) Tal está, morta, a
pálida donzela” (estr.134) – comparação
• “a pálida donzela” (estr.134,vs.7) –
metonímia
• “As lágrimas choradas transformaram”
(135)- hipérbole
ANÁLISE DOS EPISÓDIOS
D. Pedro (Episódio Estrofes :136-137
Extra -
Consequência)
Conteúdo Nestas estrofes, contemplamos a vingança de D. Pedro para
com os carrascos que assassinaram Inês de Castro. Quando
chegou ao poder, foi logo atrás deles fazendo justiça, “Não
correu muito tempo que a vingança/ Não visse Pedro das
mortais feridas,/ Que, em tomando do Reino a governança,/ A
tomou dos fugidos homicidas” (estr.136). Daí foi atribuído o
cognome de O Justiceiro a D. Pedro.

Recursos • “Que com Lépido e António fez Augusto” (estr.136,vs.8) –


Expressivos comparação
• “fugidos homicidas” (estr.136,vs4) – metonímia
• “Este castigador” (estr.137,vs1) - metonímia
• “Que o vagabundo Alcides ou Teseu” (estr.137,vs.8) -
comparação
HISTÓRIA DA MORTE DE INÊS DE CASTRO
Na verdade histórica, D. Inês é expulsa de Portugal, mas depois
regressa a seguir à morte de D. Constança. Inês e Pedro passam a
viver juntos, e o Príncipe, D. Pedro, é aconselhado a casar-se com D.
Inês por sua mãe e outros fidalgos, e mais logo nascem bastardos.
D. Pedro começa a envolver-se com a política castelhana e os
portugueses começam a ficar nervosos com a influência da família
de Castro no trono. D. Afonso IV e fidalgos portugueses acharam
que a melhor solução seria a morte de Inês de Castro. Num dia em
que D. Pedro estava numa caçada, D. Afonso IV, juntamente com
outros fidalgos ,vão a Coimbra matar D. Inês que implora
misericórdia. Inês é decapitada em 7 de Janeiro de 1355.

N’Os Lusíadas, Camões responsabiliza o amor pela morte de Inês de


Castro. Camões escreve que a suprema causa da morte de D. Inês
de Castro foi o amor entre ela e D. Pedro e que o pai de D. Pedro, D.
Afonso IV, não queria que eles se casassem. No episódio de
Camões, não é referido a expulsão do país nem a tensão das
relações com D. Afonso IV. Os cavaleiros arrancam das suas
espadas e trespassam-lhe o coração, que seria a “fonte” do seu
amor.
F
O
N
T
E
D E S T I N O
A
S J
A U N
A N I M A I S A E
O T M T A
R I O O F
P I E D A D E C A R R A S C O S
S A N
S
O
I
V

Você também pode gostar