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Exposição do episódio de D.

Inês de Castro

Na obra “Os Lusíadas” de Luís Vaz de Camões, é introduzido na estrofe 120 do canto III o
episódio de Inês de Castro, inserindo-se, assim, na narração e no plano da História de
Portugal.
No início da estrofe 120, faz-se referência à “linda”, jovem, “doce” e tranquila D.Inês que é
caracterizada com adjetivos de valor positivo (“Estavas, linda Inês, posta em sossego”),
pois, nesse momento, vive feliz, acreditando na duração do seu relacionamento com
D.Pedro. Relata-se, ainda, o amor e saudades que sente por ele, levando a desabafar com
a natureza, onde encontra paz e confiança (Aos montes insinando e às ervinhas…”)
Todavia, este amor teria um final trágico, já que, o Rei D.Afonso IV, pai de D.Pedro, revela
um grande medo e desconfiar do “puro amor” sentido pelo casal, pois, Inês vinha de uma
família castelhana importantíssima, surgindo o medo de perder a independência. Ideia esta,
apoiada pelo povo, levando o rei a acreditar que a melhor solução seria a execução de
D.Inês.
Apercebendo-se do seu final Inês dirige-se ao rei num discurso piedoso, onde afirma o
seu descontentamento com a decisão do mesmo. Desta forma,revela não entender como o
próprio avô não consegue sentir respeito pelos seus netos (“A estas criancinhas tem
respeito…”) afirma que os animais selvagens conseguem sentir mais piedade das crianças
(Terem tão piedoso sentimento”) e como última tentativa propõe-se ao exílio (“Na Scítia fria
ou lá na Líbia ardente”).
Contudo, apesar do rei se sentir comovido pelas palavras duras ditas por D.Inês, ouve
mais alto a voz do povo, que lhe diz para colocar de vez um fim no “amor puro” tornando-o
um “amor cruel”, e assim foi feito.
Infere-se, portanto, que este episódio mostra-se dramático e emotivo, sendo classificado
como um episódio lírico, pelo facto das emoções expressas nele serem fortíssimas.

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