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Material de Apoio

ESCOLAS LITERÁRIAS BRASILEIRAS

A literatura brasileira tem sua história dividida basicamente em duas grandes eras. Que correspondem
ao desenvolvimento político e econômico do Brasil.

ERA COLONIAL QUINHENTISMO (1500 a 1601)

DE 1500 ATÉ 1808 BARROCO (1601 a 1768)

ARCADISMO (1768 a 1808)

Período de transição - 1808 a 1836

ROMANTISMO (1836 a 1881)


ERA NACIONAL
REALISMO (1881 a 1893)
De 1836 até os dias de
hoje...
SIMBOLISMO (1893 a 1922)

MODERNISMO (1922 até a atualidade)

Um estilo de época pode ser associado a uma escola literária ou a um movimento literário. O estudo e a
descrição das características estéticas de diferentes escolas ou movimentos literários recebem o nome de
historiografia literária. Quando estudamos os estilos de época e os movimentos literários, conhecemos os temas
e os recursos expressivos preferidos dos autores. À medida que vamos tendo contato com uma maior quantidade
de textos, observamos que há um número limitado de temas e recursos expressivos, que de tempos em tempos,
são retomados por autores de diferentes épocas.

R OMANTISMO:

Em 1822 o Brasil conquista sua independência política, mas não tem definida sua identidade. Quem
são os brasileiros? O que pode representá-los? A literatura terá um papel decisivo nessa definição. Em toda a
Europa, o Romantismo foi a tendência estética que dominou a produção artística de boa parte do século
XIX. As revoluções burguesas mudam o perfil da sociedade europeia no início do século XIX. Liderando
as transformações sociais, a burguesia ganha poder político e passa a buscar uma arte na qual possa
reconhecer-se. O movimento romântico nasce para responder a esse anseio.
É essa mesma estética que orientará as produções nacionais, mas os autores darão a ela cores locais.
Movimento de negação à estética clássica e neoclássica. Cultuavam as razões do coração e a rebeldia
individual. A beleza artística romântica é livre.

Momento Sociocultural:
 Revolução industrial
 Revolução Francesa
 Ascensão da burguesia ao poder

REVOLUÇÃO FRANCESA:

A Revolução Francesa dá destaque a uma nova personagem na cena europeia: o povo. Os heróis
solitários se tornaram elementos do passado. Agora, quem faz a história, pela força de seus braços e pela
convicção de seus ideais é o INDIVÍDUO. A burguesia nutre um sentimento de autonomia, esta classe
tomou para si a tarefa de emancipar o mundo do feudalismo e dos privilégios da monarquia.

LIBERDADE – IGUALDADE – FRATERNIDADE

REVOLUÇÃO POLÍTICA E ECONÔMICA


A máquina a vapor e os teares mecânicos multiplicaram o rendimento do trabalho, e aumentaram os
ganhos do burguês dono do capital, essa onda de progresso fomenta no sujeito um desejo de independência.

O ROMANTISMO – A FORÇA DOS SENTIMENTOS:

Até o século XVIII, a arte esteve voltada para os nobres e seus valores. Quando o burguês conquista
o poder político precisa criar as suas referências artísticas, definir padrões estéticos nos quais se reconheça e
que o diferenciem da nobreza deposta. É nesse contexto que o movimento romântico surge.
Para romper com a postura racional e estética do arcadismo, o movimento romântico interpreta a
realidade pelo filtro da emoção. Combinada à originalidade e ao subjetivismo, a expressão das emoções
definirá os princípios da nova produção artística.
A estética romântica substituía a exaltação da nobreza pela valorização do indivíduo e de seu
caráter, elogiando o esforço individual, a sinceridade e o trabalho.

O romântico valoriza:

 Imaginação
 Originalidade
 Emoção
 Individualidade
 Subjetividade

Os temas mais explorados pela estética romântica são:

Fuga da realidade: Sonho

Morte

Fuga para o passado –


histórico e individual
O nacionalismo - o indivíduo passa a ser cidadão de uma pátria.

Liberdade de criação: O romântico valoriza a liberdade de linguagem, os sistemas rigorosos de métricas e


rimas poéticas são abandonados. O escritor romântico quer traduzir a sua subjetividade.

Como construir a identidade literária de um país? Essa foi a pergunta feita pelos primeiros
românticos brasileiros. Inspirados pela Proclamação da Independência, jovens idealistas começaram a
buscar símbolos verdadeiramente brasileiros que pudessem ser cantados em verso e prosa.

Primeira geração – INDIANISMO

O Indianismo ou Nacionalismo buscava a independência política – Presença da pátria – despertar um


sentimento de nacionalidade, desta forma buscaram na figura do índio, nosso representante histórico do
passado a figura do herói.
Exaltação do nosso passado histórico – figura do índio como herói.

GONÇALVES DIAS
Foi o grande nome da primeira geração romântica brasileira. Buscou realizar, através da sua poesia,
a construção de uma imagem de nacionalidade definida pelos símbolos pátrios. Abordou grandes temas
românticos:
 Natureza
 Pátria
 Religião
 Idealização
 Expressão dos sentimentos individuais

Principais obras: “Os Timbiras” e “Juca Pirama”

Canção do exílio: Em cismar, sozinho, à noite,


Minha terra tem palmeiras, Mais prazer eu encontro lá;
Onde canta o Sabiá; Minha terra tem palmeiras,
As aves, que aqui gorjeiam, Onde canta o Sabiá.
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas, Minha terra tem primores,
Nossas várzeas têm mais flores, Que tais não encontro eu cá;
Nossos bosques têm mais vida, Em cismar –sozinho, à noite–
Nossa vida mais amores. Mais prazer eu encontro lá;

Além destes versos de forte cunho nacionalista Gonçalves Dias ficou conhecido pelos seus versos líricos,
abordando temas sobre o amor:
Se se morre de amor Compreender o infinito, a imensidade
Se se morre de amor! – Não, não se morre, E a natureza e Deus; gostar dos campos,
Quando é fascinação que nos surpreende D’aves, flores,murmúrios solitários;
De ruidoso sarau entre os festejos; Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
Quando luzes, calor, orquestra e flores E ter o coração em riso e festa;
Assomos de prazer nos raiam n’alma, E à branda festa, ao riso da nossa alma
Que embelezada e solta em tal ambiente fontes de pranto intercalar sem custo;
No que ouve e no que vê prazer alcança! Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
Simpáticas feições, cintura breve,
O ditoso, o misérrimo dos entes;
Graciosa postura, porte airoso,
Isso é amor, e desse amor se morre!
Uma fita, uma flor entre os cabelos,
Um quê mal definido, acaso podem Amar, é não saber, não ter coragem
Num engano d’amor arrebentar-nos. Pra dizer que o amor que em nós sentimos;
Mas isso amor não é; isso é delírio Temer qu’olhos profanos nos devassem
Devaneio, ilusão, que se esvaece O templo onde a melhor porção da vida
Ao som final da orquestra, ao derradeiro Se concentra; onde avaros recatamos
Essa fonte de amor, esses tesouros
Clarão, que as luzes ao morrer despedem:
Inesgotáveis d’lusões floridas;
Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
D’amor igual ninguém sucumbe à perda.
Compreender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Amor é vida; é ter constantemente
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Alma, sentidos, coração – abertos
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
Ao grande, ao belo, é ser capaz d’extremos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
D’altas virtudes, té capaz de crimes!
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!

Segunda Geração: MAL DO SÉCULO


Amor e morte, medo e solidão, culto a uma natureza sombria, idealização absoluta da
realidade: os ultrarromânticos levaram a extremos a expressão de sentimentos contraditórios, vividos
pela maioria deles de modo atormentado. A literatura que eles produziram exprime esse modo de
sentir e, algumas vezes, manifesta um olhar juvenil para os temas da época.
Marcada por uma postura de exagero sentimental, se inspirou em escritores ingleses como
Byron e Shelley, os representantes dessa geração liam uma poesia que exaltava os sentimentos
arrebatados ao mesmo tempo que apresentava o poeta isolado da sociedade, incompreendido por
defender valores morais e éticos contrários aos interesses econômicos da burguesia.

AMOR E MORTE
Expressão exacerbada de um subjetivismo pessimista, desejo de evasão da realidade, atração
pelo mistério e inadaptação social e sentimento amoroso idealizado.

 Inadaptação social,
 tédio
 desejo de morte - fuga da realidade.
 - para o campo – (culto à natureza)
 - para o passado (saudosismo)
 - para o mundo interior ( fantasia, individualismo, sentimentalismo, melancolia,
tristeza)

ALVARES DE AZEVEDO – IRONIA, AMOR E MORTE

É o principal poeta desta geração, explorou os desesperos passionais. Muito próximo do


sentimentalismo europeu.
Principais obras: Lira dos Vinte Anos, Noites na Taverna e Macário.

Se eu morresse amanhã
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que dove n'alva
Acorda a natureza mais loucã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

CASIMIRO DE ABREU

O olhar ingênuo para as questões do amor se destacam em sua poesia. Poeta saudosista, cantou a
infância e a saudade, seus versos expressam a ingenuidade e a saudade de um passado perdido, além disso,
evidencia um sentimentalismo em que fica evidente o medo de amar.

Meus oito anos


Oh ! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Terceira geração: CONDOREIRA


A humanidade pode tolerar a submissão de todo um povo? Essa é a pergunta que
fazem os poetas da terceira geração romântica brasileira. Conscientes da sociedade em
que vivem, eles se interessam mais pelo conflito entre liberdade e escravidão do que
pela idealização amorosa. Poesia voltada à denúncia social, apresentou uma postura de
rebeldia e contestação à sociedade. (abolicionismo). Rompeu com os modelos
literários vigentes, o projeto literário da geração condoreira buscou denunciar, através
da poesia, as injustiças sociais.

CASTRO ALVES
Sua produção revela um importante deslocamento em relação aos poetas da primeira e segunda
geração: o sentimento pela natureza é substituído pelo sentimento pela humanidade. O Poeta dos escravos,
escreveu poemas de denúncia social e tinha uma atitude libertária:
Principais obras: “Espumas Flutuantes” “Os escravos” “Navio Negreiro” “Vozes D´Africa”

Vozes D´Africa
Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?... (...)

(...) Não basta inda de dor, ó Deus terrível?!


É, pois, teu peito eterno, inexaurível
De vingança e rancor?...
E que é que fiz, Senhor? que torvo crime
Eu cometi jamais que assim me oprime
Teu gládio vingador?!
Com suas histórias de amor, os romances românticos criam um público leitor ávido e fiel. O romance
romântico explorou principalmente histórias de amor, sentimento eleito como principal objetivo da
existência humana. O amor confere sentido à vida, dá forma ao caos. Há idealização da mulher, do herói, os
sentimentos exaltados são a nobreza de caráter e a pureza de sentimentos.

JOAQUIM MANOEL DE MACEDO: A MORENINHA (1844)


Foi o primeiro romance brasileiro – publicado em formato de folhetim.
A ação do romance ocorre quase toda na ilha de Paquetá, RN. Narra as relações sentimentais de
Augusto e Carolina, a Moreninha. Presos a uma jura de amor eterno, feita quando crianças, descobrem
serem eles mesmos os protagonistas da promessa, que fora abençoada por um moribundo. O esquema do
romance é folhetinesco, mostrando os costumes da burguesia do Rio Imperial. Em síntese, é a história de
fidelidade ao amor de infâcia.
JOSÉ DE ALENCAR
Pode ser considerado o nome mais importante da proa romântica no Brasil. Suas obras abrangem em
amplos aspectos as principais características do romantismo, e foi ele que consolidou o romance no Brasil.
Sua vasta produção pode se dividir em 4 grandes eixos temáticos:
ROMANCES INDIANISTAS – Iracema - Ubirajara - O Guarani
ROMANCES URBANOS – Senhora - Lucíola
ROMANCE REGIONALISTA – O Sertanejo - O Gaúcho
ROMANCE HISTÓRICO – As minas de Prata.

ENREDO DE LUCÍOLA:
“Lucíola era Maria da Glória, uma menina que foi obrigada a prostituir-se para salvar a vida de
sua família, dizimada pela febre amarela. Ao mudar de nome de Maria da Glória para Lúcia, uma amiga “
sem família” que morreu em sua casa. – Lucíola transforma-se de “anjo para demônio”, pagando com a
vida, e também com a vida do filho através do qual pretendeu merecer, como uma “mulher comum” , o
amor de Pauli, o “pecado de ter se apaixonado...”
Lucíola é uma espécie de Dama das Camélias (romance Frances de Alexandre Dumas Filho)
brasileira, de uma família pobre, mulher que converge em si as imagens do bem e do mal e cujo
sofrimento não ilustra apenas a contraposição romântica entre “pecado” do corpo e “ pureza” da alma. Esse
romance antecipa, pelos conflitos psicológicos que envolve, e pela responsabilidade social perante tais
conflitos – a prostituição como uma questão da sociedade, e não do indivíduo - a literatura realista,
sobretudo empenhada na denúncia das contradições do mundo burguês.
R EALISMO:

Por volta de 1870 assistiu-se à saturação do Romantismo. O progresso definitivo das cidades, o
desenvolvimento de uma vida social, a industrialização, o avanço das ciências e o florescimento de novas
correntes filosóficas não comportavam mais a estética romântica. Há uma preocupação política mais forte, e
a estrutura de democratização da sociedade começa a se desenvolver.
Os novos tempos exigiam uma arte responsável que registrasse a observação objetiva da sociedade.

CARACTERÌSTICAS DO REALISMO
 Registro da realidade de forma objetiva e exata;
 Presença e descrição do cotidiano, sem idealizações;
 Personagens representativas;
 Valorização do presente.
 Positivismo

Início: 1881 com a publicação do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis.

MACHADO DE ASSIS

PRIMEIRA FASE: Possui tendências românticas. Por volta de 1860 publicou suas
primeiras crônicas, logo depois artigos, críticas, peças teatrais, contos, romances e poesias. Mas Machado ainda
buscava seus cainhos, lia mestres europeus da atualidade, bem como todos os grandes clássicos da literatura
universal.
OBRAS:
POESIA – Crisálidas – Falenas – Americanas.
CONTOS – Contos Fluminenses – Histórias da meia noite.
ROMANCES – Ressurreição – A mão e a Luva – Helena – Iaiá Garcia.
SEGUNDA FASE: É a parte do seu trabalho que mais sofre influência do Realismo, ainda
que não tenha cometido os excessos desta escola.
OBRAS:
POESIA: Ocidentais (Circulo Vicioso – A mosca Azul – A Carolina)

CONTOS: Papéis Avulsos – Histórias sem data – Páginas Recolhidas – Relíquias da Casa Velha.
Contos de destaque: O Alienista - Missa de Galo – A Cartomante – O enfermeiro – O Espelho - Um Apólogo
– Conto de escola – Ema Senhora – Uns Braços – A Igreja do Diabo, etc.

ROMANCES: Memórias Póstumas de Brás Cubas – Quincas Borba - Dom Casmurro – Esaú e Jacó –
Memorial de Aires.

RESUMO DE ALGUNS ROMANCES: Segunda fase:

1 – “Memórias Póstumas de Brás Cubas”

“Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu corpo dedico com saudosa lembrança estas
memórias póstumas.”

Brás Cubas, é um “defunto autor”, conta sua vida. Narrativa cínica onde auto declara seu caráter
oportunista, suas intenções mesquinhas, suas pequenas misérias morais. Em todo o romance, percebe-se um
tom desencantado, a convicção da fragilidade moral e mesquinhez do ser humano, retratando nos episódios
do cotidiano; o escravo liberto a vingar-se espancando outro escravo que comprou. A corrupção de Dna.
Plácida, a cobiça, os instintos vulgares. Visão pessimista do mundo, encerra com uma frase já antagônica.

“Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa


miséria.”
2 – “Quincas Borba”
Aqui a narração impessoal, em terceira pessoa, mostra Rubião, um homem simplório, subitamente
enriquecido com a herança do filósofo Quincas Borba, que lhes impõe também a obrigação de cuidar de seu
cão, também chamado Quincas Borba. Busca a ascensão social, envolvido pela malícia do mundo que o
envolve, Rubião é explorado por Cristiano Palha e sua bela esposa Sofia, que lhe recebe e encoraja a paixão
recente. Finalmente enlouquecido e solitário, morre na miséria.
3- “Dom Casmurro”
Bento Santiago, personagem narrador, procura reconstituir o passado “atar as duas pontas da vida". Então
evoca o amor de Capitu, olhos de cigana, oblíquos e dissimulados. Bento escreve o relato desde sua
mocidade até os dias em que está escrevendo o livro. Entre esses dois momentos Bento escreve sobre suas
reminiscências da juventude, sua vida no seminário, seu caso com Capitu e o ciúme que advém desse
relacionamento, que se torna o enredo central da trama. Ambientado no Rio de Janeiro se inicia com um
episódio que seria recente em que o narrador recebe a alcunha de "Dom Casmurro", daí o título do romance.
Machado de Assis o escreveu utilizando ferramentas literárias como ironia e intertextualidade. Ao longo dos
anos, Dom Casmurro, com seus temas como o ciúme, a ambiguidade de Capitu, o retrato moral da época e o
caráter do narrador, recebeu inúmeros estudos, adaptações para outras mídias e sofreu inúmeras
interpretações, desde psicológicas e psicanalíticas na crítica literária.
Naturalismo:
Tanto o Naturalismo, quanto o Realismo, detêm semelhanças e diferenças entre si. O segundo
faz um retrato do ser humano em sua interação com os meios sociais em geral. Já o Naturalismo
expõe o homem como uma espécie de produto de sua própria e da natureza do ambiente que o
cerca e, por isso, os temas comuns às obras literárias desses autores do período envolvem a
psique humana, sexualidade e as funções mais animais e biológicas do homem.
Em geral, todos os artistas do estilo Naturalista acreditavam que uma pessoa é um produto de
todas as características hereditárias. Tinham muito apreço pela teoria da Evolução das Espécies,
de Charles Darwin, e postulavam também que era a seleção natural, o fator responsável por
transformar todas as espécies. Por isso, os personagens Naturalistas são tão caracterizados por
uma natureza selvagem, fisiológica, se mostrando irascíveis, erotizados e violentos.
Seus temas preferidos eram tabus e polêmicos:
homossexualidade,
desequilíbrios mentais,
incesto, entre outros.
como já apontado, são criações de personagens que se deixam dominar pelos desejos.

No país, em termos de escrita, os Naturalistas sofreram grande influência da prosa do realista


Eça de Queirós, sobretudo no caso de suas obras: O Crime do Padre Amaro e O Primo
Basílio, ambos da década de 1870.

Inaugurou o movimento no Brasil: O mulato e O Cortiço , ambos de Aluísio de Azevedo, na


década de 1880.

Nesses dois textos, o que o leitor encontra é um cenário muito marginal insalubre e promíscuo,
além de contemplar elementos como a mestiçagem étnica, bem como toda a natureza violenta do
homem.

Características do Realismo:

1. Determinismo: o homem é produto do meio. As “Leis naturais” são responsáveis pelo


destino do homem.”;
2. Positivismo: para entender o mundo, basta observá-lo;
3. Arte engajada: visava a solução dos problemas sociais;
4. Texto descritivo: descrição pormenorizada do ambiente. Os enredos devem constituir
fatos concretos da vida.
5. Evolucionismo: Personagens agem movidas por instintos primitivos e não pela razão.
6. Visão científica: análise do indivíduo em relação ao meio.

Principais autores:
Eça de Queiroz - Portugal –

Machado de Assis - Brasil


Aluísio de Azevedo - Brasil
Antero de Quental – Brasil
*** Semelhanças e diferenças entre o Realismo e o Naturalismo***

Realismo Naturalismo
Classes médias (burguesia) Classes baixas (pobres e marginalizados)
Abordam as doenças da alma Abordam as doenças do corpo
Adultério – arrivismo – ostentação de aparência Homossexualismo – pedofilia - incesto
Acumula documentos – fotografa a realidade Imagina experiências que remetem à
conclusões
Seleciona temas Focaliza aspectos degradantes e grotescos
Análise psicologica das personagens Análise social das personagens
Aspectos interiores Aspectos exteriores (atos, gestos e ambientes)
Indireto na interpretação – leitor tira conclusões Expões conclusões – o leitor aceita ou discute

O Cortiço - Aluísio de Azevedo (Obra mais importante do período)

Tendo como cenário uma habitação coletiva, o romance difunde as teses naturalistas, que
explicam o comportamento dos personagens com base na influência do meio, da raça e do
momento histórico.

Resumo
O livro narra inicialmente a saga de João Romão rumo ao enriquecimento. Para acumular capital,
ele explora os empregados e se utiliza até do furto para conseguir atingir seus objetivos. João
Romão é o dono do cortiço, da taverna e da pedreira. Sua amante, Bertoleza, o ajuda de domingo
a domingo, trabalhando sem descanso.
Em oposição a João Romão, surge a figura de Miranda, o comerciante bem estabelecido que cria
uma disputa acirrada com o taverneiro por uma braça de terra que deseja comprar para aumentar
seu quintal. Não havendo consenso, há o rompimento provisório de relações entre os dois.
Com inveja de Miranda, que possui condição social mais elevada, João Romão trabalha
ardorosamente e passa por privações para enriquecer mais que seu oponente. Um fato, no
entanto, muda a perspectiva do dono do cortiço. Quando Miranda recebe o título de barão, João
Romão entende que não basta ganhar dinheiro, é necessário também ostentar uma posição
social reconhecida, freqüentar ambientes requintados, adquirir roupas finas, ir ao teatro, ler
romances, ou seja, participar ativamente da vida burguesa.
No cortiço, paralelamente, estão os moradores de menor ambição financeira. Destacam-se Rita
Baiana e Capoeira Firmo, Jerônimo e Piedade. Um exemplo de como o romance procura
demonstrar a má influência do meio sobre o homem é o caso do português Jerônimo, que tem
uma vida exemplar até cair nas graças da mulata Rita Baiana. Opera-se uma transformação no
português trabalhador, que muda todos os seus hábitos.
A relação entre Miranda e João Romão melhora quando o comerciante recebe o título de barão e
passa a ter superioridade garantida sobre o oponente. Para imitar as conquistas do rival, João
Romão promove várias mudanças na estalagem, que agora ostenta ares aristocráticos.
O cortiço todo também muda, perdendo o caráter desorganizado e miserável para se transformar
na Vila João Romão.
O dono do cortiço aproxima-se da família de Miranda e pede a mão da filha do comerciante em
casamento. Há, no entanto, o empecilho representado por Bertoleza, que, percebendo as
manobras de Romão para se livrar dela, exige usufruir os bens acumulados a seu lado.
Para se ver livre da amante, que atrapalha seus planos de ascensão social, Romão a denuncia a
seus donos como escrava fugida. Em um gesto de desespero, prestes a ser capturada, Bertoleza
comete o suicídio, deixando o caminho livre para o casamento de Romão.
Busca da Perfeição e da Beleza - Arte pela arte

O pranasianismo é uma escola que refere-se principalmente à poesia. Ocorre de forma paralela entre o
Realismo e o Naturalismo.
O princípio fundamental dos Parnasianos difere completamente das outras escolas: A arte não existe em
função da humanidade, da sociedade, da religião, mas em função de si mesma.

ARTE PELA ARTE

Valorização da forma em detrimento do conteúdo:

“(...) Os poetas franceses (...) não quiseram estabelecer uma teoria, em que se pregasse “a poesia sem paixão
e sem pensamento, o desprezo dos sentimentos humanos, o culto dos versos bemfeitos e ocos, e, em suma, a
forma pela forma.” Quiseram apenas lembrar que, em matéria de arte, não se compreende um artista sem
arte; que, sem locução perfeita, não há perfeita comunicação de sentimentos; e que não pode haver
simplicidade artística sem trabalho, e maestria sem estudo.”

Momento histórico: Panorama Mundial:


Cristalização da burguesia no poder
Segunda Revolução industrial
Positivismo (Comte)
Socialismo (Prodhoun)
Marxismo (Marx)
Evolução da ciência (Darwin, Claude Bernard, Freud)

Panorama Brasileiro:

Ciclo do café
Decadência da Monarquia
Abolição (1888)
Proclamaçaõ da república (1889)
Governo de Deodoro e a primeira constituição da república

Características Gerais Parnasianismo no Brasil:

O Parnasianismo surgiu timidamente no Brasil nos versos de Luis Guimarães Junior (Sonetos e Rimas 1880)
e Teófilo Dias (Fanfarras 1882). Firmou se definitivamente com a tríade Parnasiana:
Raimundo Correa

Alberto de Oliveira

Olavo Bilac

1. Foge ao sentimentalismo Romantico, mas não o exclui do subjetivismo;


2. Preferência pelo verso alexandrino, com rimas ricas e formas fixas;
3. Composição em forma de sonetos;
4. Assuntos: caracteriza-se pela objetividade, e universalismo - busca a forma perfeita (Formalistas
Russos) quanto à construção e a sintaxe;
5. Precisão das palavras;
6. Metalinguagem;
7. Preferência por temas descritivos – cenas históricas – paisagens - objetos;
8. Enfoque sensual e erótico da mulher com ênfase na descrição física;
9. Alusão a mitologia greco-romana;
10. Usos (excessivo) de palavras raras, rebuscadas, evitando a linguagem coloquial;
11. Continuaram a falar do amor, da morte, da saudade....

Enquanto vigorava a prosa no realismo, duas tendências eram desenvolvidas na poesia:


• O Parnasianismo – 1882
• O Simbolismo - 1893

Texto 01.
Vaso Chinês

Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,


Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura.
Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.

Alberto de Oliveira

Texto 02.
Profissão de fé.

Invejo o ourives quando escrevo:


Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.

Por isso, corre, por servir-me,


Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.

Corre; desenha, enfeita a imagem,


A idéia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
Azul-celeste.

Torce, aprimora, alteia, lima


A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.

Quero que a estrofe cristalina,


Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito:

E que o lavor do verso, acaso,


Por tão subtil,
Possa o lavor lembrar de um vaso
De Becerril.

E horas sem conto passo, mudo,


O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo
O pensamento.

Porque o escrever - tanta perícia,


Tanta requer,
Que oficio tal... nem há notícia
De outro qualquer.

Deslize dos parnasianos:

A preocupação com a forma da poesia foi tão grande que acabou transformando a poesia em mera exibição
da técnica, de um vocabulário preciosista, em prejuízo da própria expressão lírica
Poesia descritiva de estátuas, objetos artesanais, levando o poeta a buscar a inspiração na arte greco-romana.
SIMBOLISMO
Surgiu em oposição ao realismo e ao naturalismo e ao parnasianismo. O Simbolismo é antes de tudo
antipositivista, antinaturalista e anticientificista e ao antiintelectualismo. Buscava uma forma d epoesia pura,
não racionalizada que use imagens e não conceitos. Retorno as atividades do espírito. Volta ao eu.
Surgiu na Franca em 1880 com Verlaine Marllarmé e Rimbaud.

CARACTERÍSTICAS:

1. Reação subjetivista ao descritivismo parnasiano;


2. Abandono das formas poéticas rígidas;
3. A poesia deve ser um processo de sugestão (sugerir e não nomear);
4. Sugestão através de símbolos, metáforas originais e mensagem cifrada;
5. Musicalidade valorizada;
6. Culto ao mistério, do espiritualismo ao misticismo;
7. Descoberta das camadas mais profundas da vida psiquica;
8. Domínio de temas vagos e obscuros.
No Brasil:
Cruz e Souza - Missal e Broquéis – 1893.

ANTÍFONA

Ó Formas alvas, brancas, Formas claras


De luares, de neves, de neblinas!
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras

Formas do Amor, constelarmente puras,


De Virgens e de Santas vaporosas...
Brilhos errantes, mádidas frescuras
E dolências de lírios e de rosas ...

Indefiníveis músicas supremas,


Harmonias da Cor e do Perfume...
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...

Visões, salmos e cânticos serenos,


Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Dormências de volúpicos venenos
Sutis e suaves, mórbidos, radiantes ...

Infinitos espíritos dispersos,


Inefáveis, edênicos, aéreos,
Fecundai o Mistério destes versos
Com a chama ideal de todos os mistérios.

Do Sonho as mais azuis diafaneidades


Que fuljam, que na Estrofe se levantem
E as emoções, todas as castidades
Da alma do Verso, pelos versos cantem.

Que o pólen de ouro dos mais finos astros


Fecunde e inflame a rima clara e ardente...
Que brilhe a correção dos alabastros
Sonoramente, luminosamente.

Forças originais, essência, graça


De carnes de mulher, delicadezas...
Todo esse eflúvio que por ondas passa
Do Éter nas róseas e áureas correntezas...

Cristais diluídos de clarões alacres,


Desejos, vibrações, ânsias, alentos
Fulvas vitórias, triunfamentos acres,
Os mais estranhos estremecimentos...

Flores negras do tédio e flores vagas


De amores vãos, tantálicos, doentios...
Fundas vermelhidões de velhas chagas
Em sangue, abertas, escorrendo em rios...

Tudo! vivo e nervoso e quente e forte,


Nos turbilhões quiméricos do Sonho,
Passe, cantando, ante o perfil medonho
E o tropel cabalístico da Morte...
EXERCÌCIOS PARA COMPREENDER:

Texto para as questões 01 e 02

Namoro a Cavalo

Eu moro em Catumbi. Mas a desgraça


Que rege a minha vida malfadada
Pôs lá no fim da rua do Catete
A minha Dulcinéia namorada.

Alugo (três mil réis) por uma tarde


Um cavalo de trote (que esparrela!)
Só para erguer meus olhos suspirando
À minha namorada na janela...

Todo o meu ordenado vai-se em flores


E em lindas folhas de papel bordado,
Onde eu escrevo trêmulo, amoroso,
Algum verso bonito... mas furtado.

01. Por que a poesia acima foge dos padrões da 1ª e 3ª partes da Lira dos Vinte Anos?

02. O que aproxima e o que diferencia a mulher de “Namoro a Cavalo” e as mulheres da primeira parte da
Lira?

03. (FUVEST – 2001)

Teu romantismo bebo, ó minha lua,


A teus raios divinos me abandono,
Torno-me vaporoso... e só de ver-te
Eu sinto os lábios meus se abrir de sono.

Neste excerto, o eu-lírico parece aderir com intensidade aos temas de que fala, mas revela, de imediato,
desinteresse e tédio. Essa atitude do eu-lírico manifesta a:

a) ironia romântica
b) tendência romântica
c) melancolia romântica
d) aversão dos românticos à natureza
e) fuga romântica para o sonho

04. (FUVEST – 2001) Assim, o amor se transformava tão completamente nessas organizações*, que
apresentava três sentimentos bem distintos: um era uma loucura, o outro uma paixão, o último uma
religião.
............ desejava; ............. amava; .............. adorava

(*organizações = personalidades)

Neste excerto de O Guarani, o narrador caracteriza os diferentes tipos de amor que três personagens
masculinas sentem por Ceci. Mantida a seqüência, os trechos pontilhados serão preenchidos corretamente
com os nomes de:

a) Álvaro / Peri / D. Diogo


b) Loredano / Álvaro / Peri
c) Loredano / Peri / D. Diogo
d) Álvaro / D. Diogo / Peri
e) Loredano / D. Diogo / Peri

05. O texto abaixo é um fragmento do romance O Guarani, de José de Alencar:

Cenário

De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza um fio de água que se dirige para o norte, e engrossado
com os mananciais, que recebe no seu curso de dez léguas, torna-se rio caudal.
É o Paquequer: saltando de cascata em cascata, enroscando-se como uma serpente, vai depois se
espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola majestosamente em seu vasto leito.
Dir-se-ia que, vassalo e tributário desse rei das águas, o pequeno rio, altivo e sobranceiro contra os
rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano. Perde então a beleza selvática; suas ondas são calmas
e serenas como as de um lago, e não se revoltam contra os barcos e as canoas que resvalam sobre elas:
escravo submisso, sofre o látego do senhor.
Não é neste lugar que ele deve ser visto; sim três ou quatro léguas acima de sua foz, onde é livre ainda,
como o filho indômito desta pátria da liberdade.
Ai, o Paquequer lança-se rápido sobre seu leito, e atravessa as florestas como o tapir, espumando, deixando
o pêlo esparso pelas pontas do rochedo, e enchendo a solidão com o estampido de sua carreira. De repente,
falta-lhe o espaço, foge-lhe a terra; o soberbo rio recua um momento para concentrar as suas forças, e
precipita-se de um só arremesso, como o tigre sobre a presa.
Depois, fatigado do esforço supremo, se estende sobre a terra, e adormece numa linda bacia que a natureza
formou, e onde o recebe como em um leito de noiva, sob as cortinas de trepadeiras e flores agrestes.
A vegetação nestas paragens ostentava outrora todo o seu luxo e vigor; florestas virgens se estendiam ao
longo das margens do rio, que corria no meio das arcarias de verduras e dos capitéis formados pelos leques
das palmeiras.
Aí, ainda a indústria do homem tinha aproveitado habilmente da natureza para criar meios de segurança e
defesa.
De um e outro lado da escada seguiam dois renques de árvores, que, alargando gradualmente, iam fechar
como dois braços o seio do rio; entre o tronco dessas árvores, uma alta cerca de espinheiros tornava aquele
vale impenetrável.

(José de Alencar. O Guarani. 17. ed. São Paulo, Ática, 1992. p. 15-6)

Justifique as afirmações abaixo sobre o romance O Guarani, de José de Alencar:

a) A utilização de recursos estilísticos permite-nos dizer que o cenário criado pelo narrador manifesta o
tema da integração da natureza e da cultura.
b) O romance tem um componente das novelas medievais da cavalaria, já que, no Romantismo, havia um
culto à Idade Média.

06.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,

É pela virgem que sonhei...que nunca


Aos lábios me encostou a face linda!

(Álvares de Azevedo)

A característica do Romantismo mais evidente nesta quadra é:

a) o espiritualismo
b) o pessimismo
c) a idealização da mulher
d) o confessionalismo
e) a presença do sonho

07.
Minh’alma é triste como a rola aflita
Que o bosque acorda desde o albor da aurora,
E em doce arrulo que o soluço imita
O morto esposo gemedora chora.

A estrofe apresentada revela uma situação caracteristicamente romântica. Aponte-a.

a) A natureza agride o poeta: neste mundo, não há amparo para os desenganos morosos.
b) A beleza do mundo não é suficiente para migrar a solidão do poeta.
c) O poeta atribui ao mundo exterior estados de espírito que o envolvem.
d) A morte, impregnando todos os seres e coisas, tira do poeta a alegria de viver.
e) O poeta recusa valer-se da natureza, que só lhe traz a sensação da morte.

08. Assinale a alternativa que traz apenas características do Romantismo:

a) idealismo – religiosidade – objetividade – escapismo – temas pagãos.


b) predomínio do sentimento – liberdade criadora – temas cristãos – natureza convencional – valores
absolutos.
c) egocentrismo – predomínio da poesia lírica – relativismo – insatisfação – idealismo
d) idealismo – insatisfação – escapismo – natureza convencional – objetividade.
e) n.d.a.

09. De acordo com a posição romântica, é correto afirmar que:

a) A natureza é expressiva no Romantismo e decorativa no Arcadismo.


b) Com a liberdade criadora implantada no Romantismo, as regras fixas do Classicismo caem e “o poema
começa onde começa a inspiração e termina onde esta termina.”
c) A visão de mundo romântica é centrada no sujeito, no “eu” do escritor, daí a predominância da função
emotiva na linguagem do Romantismo.
d) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
e) Nenhuma das alternativa está correta.

10 -Leia o seguinte fragmento de I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias.

II
Em fundos vasos d'alvacenta argila
Ferve o cauim;
Enchem-se as copas, o prazer começa,
Reina o festim.
O prisioneiro, cuja morte anseiam,
Sentado está,
O prisioneiro, que outro sol no ocaso
Jamais verá!

A dura corda, que lhe enlaça o colo,


Mostra-lhe o fim
Da vida escura, que será mais breve
Do que o festim!

Contudo os olhos d'ignóbil pranto


Secos estão;
Mudos os lábios não descerram queixas
Do coração.

Mas um martírio, que encobrir não pode,


Em rugas faz
A mentirosa placidez do rosto
Na fronte audaz!
DIAS, Gonçalves. I-Juca Pirama. In: I-Juca Pirama seguido de Os Timbiras.
Porto Alegre: L&PM Pocket, 1997. p. 13.

11 -Durante o Romantismo, foram simultaneamente escritos poemas com características líricas e épicas.
Nessa perspectiva, o fragmento de I-Juca Pirama constitui uma mistura de gêneros por

a) descrever o ambiente de sacrifício e as características físicas do prisioneiro.


b) contar o que se passa no coração dos Timbiras e no coração do prisioneiro.
c) apresentar a preparação do sacrifício do prisioneiro e o seu estado de espírito.
d) mostrar a vontade dos Timbiras em matar seu prisioneiro, descrevendo as suas condições físicas.
e) evitar descrever o estado de ânimo dos Timbiras e se abster de apresentar o do prisioneiro.

12 - Acerca da protagonista do romance Iracema, de José de Alencar, pode-se dizer que

I. é uma heroína romântica, tanto por sua proximidade com a natureza, quanto por agir em nome do amor,
a ponto de romper com a sua própria tribo e se entregar a Martim.
II. é uma personagem integrada à natureza, mas que se corrompe moralmente depois que se apaixona por
um homem branco civilizado e se entrega a ele.
III. possui grande beleza física, descrita com elementos da natureza, o que faz da personagem uma
representação do Brasil pré-colonizado.

Está(ão) correta(s)

a) apenas I.
b) apenas I e II.
c) apenas I e III.
d) apenas II e III.
e) todas.

13 - Leia os dois excertos da poesia de Castro Alves.

Texto 1

Senhor Deus dos Desgraçados!


Dizei-me Vós, senhor Deus!
Se é loucura...se é verdade
Tanto horror perante os céus...

Texto 2

Na selva sombria de tuas madeixas,


nos negros cabelos de moça bonita,
fingindo a serpente que enlaça a folhagem,
formoso enroscava-se o laço de fita.

Sobre esses versos e seu autor, podemos afirmar:

1. os excertos representam as duas tendências da sua poesia: social/condoreira e lírico/amorosa.


2. superando o individualismo dos românticos brasileiros, Castro Alves deu a sua arte um sentido social e
revolucionário, como podemos ver no excerto 1.
3. seu lirismo amoroso poetizou as mulheres em ardentes versos, como vemos no excerto 2, em linguagem
muito rebuscada.

Estão corretas:

a) 1, 2 e 3
b) 1 apenas
c) 2 apenas
d) 3 apenas
e) 1 e 2 apenas

14 - Em relação ao Romantismo é correto afirmar que

a) os símbolos nacionais são exaltados e idealizados como expressão de amor à Pátria e formação de uma
identidade.
b) valoriza, na obra literária, o indivíduo e toda a sua complexidade, enfatizando a necessidade do controle
racional.
c) os textos literários traçam o perfil de anti-heróis que agem, sofrem e superam obstáculos para se
qualificarem como exemplares.
d) a literatura romântica combate os valores burgueses, dentre os quais estão a honra, o trabalho, a
sinceridade e o heroísmo.
e) a linguagem dos textos românticos é marcada pela rigidez, em que as fórmulas literárias contribuem
para a expressão dos sentimentos.

15 - Assinale a alternativa correta sobre a prosa romântica no Brasil.

a) Retrata uma série de transformações econômicas, científicas e ideológicas, decorrentes de uma nova
revolução industrial.
b) Tem como principais características o racionalismo, a imitação dos clássicos, o bucolismo e o
pastoralismo.
c) Iniciou em meados do século XVI e caracteriza-se pela fluidez do tempo, que coloca o homem diante de
um dilema: viver a vida ou preparar-se para a morte?
d) Há o predomínio da objetividade, da observação, da verossimilhança e, principalmente, de uma visão
cientificista da existência.
e) Tem em José de Alencar um dos seus autores mais expressivos e também nomes como Joaquim Manoel
de Macedo e Bernardo Guimarães, entre outros.
16 - “No período romântico, a Literatura de cada nação européia buscava freqüentemente colocar em
evidência seus respectivos heróis nacionais, representados por reis e cavaleiros andantes medievais. (...)
Assim como os europeus buscavam um herói que representasse suas origens nacionais, alguns autores
brasileiros faziam o mesmo.”
(José Luis Jobim e Roberto Acízelo de Souza. Iniciação à Literatura Brasileira, p. 115)

Esta reflexão se refere ao:

a) Ultra-Romantismo.
b) Indianismo.
c) Condoreirismo.
d) Medievalismo.
e) Individualismo.

17. O realismo foi um movimento de:

a) volta ao passado;
b) exacerbação ultra-romântica;
c) maior preocupação com a objetividade;
d) irracionalismo;
e) moralismo.

18. A respeito de Realismo, pode-se afirmar:

I – Busca o perene humano no drama da existência .


II – Defende a documentação de fatos e a impessoalidade do autor perante a obra.
III – Estética literária restritamente brasileira; seu criador é Machado de Assis.

a) São corretas apenas II e III.


b) Apenas III é correta.
c) As três afirmações são corretas.
d) São corretas I e II.
e) As três informações são incorretas.

19. Considerando-se iniciado o movimento realista no Brasil quando:

a) Aluísio de Azevedo publica O Homem.


b) José de Alencar publica Lucíola.
c) Machado de Assis publica Memória Póstumas de Brás Cubas.
d) As alternativas a e c são válidas.
e) As alternativas a e b são válidas.

20. O realismo, como escola literária, é caracterizado:

a) pelo exagero da imaginação;


b) pelo culto da forma;
c) pela preocupação com o fundo;
d) pelo subjetivismo;
e) pelo objetivismo.

21. Podemos verificar que o Realismo revela:


I – senso do contemporâneo. Encara o presente do mesmo modo que romantismo se volta para o
passado ou para o futuro.

II – o retrato da vida pelo método da documentação, em que a seleção e a síntese operam buscando um
sentido para o encadeamento dos fatos.

III – técnica minuciosa, dando a impressão de lentidão, de marcha quieta e gradativa pelos meandros dos
conflitos, dos êxitos e dos fracassos.

Assinale:

a) se as afirmativas II e III forem corretas;


b) se as três afirmativas forem corretas;
c) se apenas a afirmativa III for correta;
d) se as afirmativas I e II forem corretas;
e) se as três afirmativas forem incorretas.

22. Das características abaixo, assinale a que não pertence ao Realismo:

a) Preocupação critica.
b) Visão materialista da realidade.
c) Ênfase nos problemas morais e sociais.
d) Valorização da Igreja.
e) Determinismo na atuação das personagens.

23. Assinale a única alternativa incorreta:

a) O Realismo não tem nenhuma ligação com o Romantismo.


b) A atenção ao detalhe é característica do Realismo.
c) Pode-se dizer que alguns autores românticos já possuem certas características realistas.
d) O cientificismo do século XIX forneceu a base da visão do mundo adotada, de um modo geral, pelo
Naturalismo.
e) O Realismo apresenta análise social.

24. No texto a seguir, Machado de Assis faz uma crítica ao Romantismo: Certo não lhe falta imaginação;
mas esta tem suas regras, o astro, leis, e se há casos em que eles rompem as leis e as regras é porque as
fazem novas, é porque se chama Shakespeare, Dante, Goethe, Camões.

Com base nesse texto, notamos que o autor:

a) Preocupa-se com princípios estéticos e acredita que a criação literária deve decorrer de uma elaborada
produção dos autores.
b) Refuga o Romantismo, na medida em que os autores desse período reivindicaram uma estética oposta à
clássica.
c) Entende a arte como um conjunto de princípios estéticos consagrados, que não pode ser manipulado por
movimentos literários específicos.
d) Defende a idéia de que cada movimento literário deve ter um programa estético rígido e inviolável.
e) Entende que Naturalismo e o Parnasianismo constituem soluções ideal para pôr termo à falta de invenção
dos românticos.
09. Examine as frases abaixo

I – Os representantes do Naturalismo faze aparecer na sua obra dimensões metafísica do homem, passando
a encará-lo como um complexo social examinando à luz da psicologia.

II – No Naturalismo, as tentativas de submeter o Homem a leis determinadas são conseqüências das


ciências, na segunda metade do século XIX.

III – Na seleção de “casos” a serem enfocados, os naturalistas demonstram especial aversão pelo anormal e
pelo patológico.

Pode-se dizer corretamente que:

a) só a I está certa;
b) só a II está certa;
c) só a III está certa;
d) existem duas certas;
e) nenhuma está certa.

10. Das citações apresentadas abaixo, qual não apresenta, evidentemente, um enfoque naturalista?

a) Às esquinas, nas quitandas vazias, fermentava um cheiro acre de sabão da terra e aguardente.
b) ... as peixeiras, quase todas negras, muito gordas, o tabuleiro na cabeça, rebolando os grossos quadris
trêmulos e as tetas opulentas.
c) Os cães, estendidos pelas calçadas, tinham uivos que pareciam gemidos humanos.
d) ... batiam-lhe com a biqueira do chapéu nos ombros e nas coxas, experimentando-lhes o vigor da
musculatura, como se estivesse a comprar cavalos.
e) À porta dos leilões aglomeravam-se os que queriam comprar e os simples curiosos.

11. O mesmo da questão anterior:

a) Viam-se deslizar pela praça os imponentes e monstruosos abdomes dos capitalistas.


b) ... viam-se cabeças escarlates e descabeladas, gotejando suor por debaixo do chapéu de pêlo.
c) O quitandeiro, assentado sobre o balcão, cochilava a sua preguiça morrinhenta, acariciando o seu imenso
e espalmado pé descalço.
d) A Praia Grande, a Rua da Estrela contrastavam todavia com o resto da cidade, porque era aquela hora
justamente a de maior movimento comercial.
e) ... uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira, sujo, seboso, chio de sangue e coberto por
uma nuvem de moscas...

12. Assinale o texto que, pela linguagem e pelas idéias, pode ser considerado como representante da
corrente Naturalista.

a) "... essa noite estava de veia para a coisa; estava inspirada; divina! Nunca dançara com tanta graça e
tamanha lubricidade! Também cantou. E cada verso que vinha de sua boca [...] era um arrulhar
choroso de pomba no cio. E [...], bêbado de volúpia, enroscava-se todo ao violão; e o violão e ele
gemiam com o mesmo gosto, grunhindo, ganindo, miando, com todas as vozes de bichos sensuais,
num desespero de luxúria que penetrava até ao tutano com línguas finíssimas de cobra."
b) "Na planície avermelhada dos juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham
caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos, [...] Fazia horas que procuravam uma sombra.
A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da caatinga rala."
c) "vivia longe dos homens, só sedava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não
sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma
linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia."
d) "Do seu rosto irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do
olhar sereno [...] Ao erguer a cabeça para tirar o braço de sob o lençol, descera um nada a camisinha
de crivo que vestia, deixando nu um colo de fascinadora alvura, em que ressaltava um ou outro sinal
de nascença."
e) "Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. A pé, quando parado, recosta-
se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para
trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a
espenda da sela.

13. Leia o texto abaixo para responder a questão que segue:

"Ela saltou em meio da roda, com braços na cintura, rebolando as ilhargas e bamboleando a cabeça (...)
numa sofreguidão (...) carnal, num requebrado luxurioso que a punha ofegante: já correndo de barriga
empinada, já recuando de braços estendidos, a tremer toda, como se fosse afundando num prazer grosso que
nem azeite em que se não toma pé e nunca se encontra o fundo."

O vocabulário do texto salienta os traços do

a. Romantismo.

b. Realismo.
c. Naturalismo.
d. Impressionismo.
e. Modernismo.

14. Os personagens realistas-naturalistas têm seus destinos marcados pelo determinismo. Identifica-se esse
determinismo:

a. pela preocupação dos autores em criar personagens perfeitos, sem defeitos físicos ou morais.

b. pelas forças atávicas e/ou sociais que condicionam a conduta dessas criaturas.
c. por ser fruto, especificamente, da imaginação e da fantasia dos autores.
d. por se notar a preocupação dos autores de voltarem para o passado ou para o futuro ao criarem seus
personagens.
e. por representarem a tentativa dos autores nacionais de reabilitar uma faculdade perdida do homem: o
senso do mistério.

15. No romance O cortiço, de Aluísio Azevedo, a sintonia com os ideais naturalistas é acentuada pela
seguinte característica básica da história.

a. personagem sobrepõe-se ao ambiente.

b. coletivo sobrepõe-se ao individual.


c. psicológico sobrepõe-se ao social.
d. trabalho sobrepõe-se ao capital
e. A força sobrepõe-se à razão.

16. Marque a afirmativa correta:


a) O Parnasianismo caracterizou-se, no Brasil, pela busca da perfeição formal na poesia.
b) O Parnasianismo determinou o surgimento de obras de tom marcadamente coloquial.
c) O Parnasianismo, por seus poetas, preconizava o uso do verso livre.
d) O Parnasianismo brasileiro deu ênfase ao experimentalismo formal.
e) O Parnasianismo foi o responsável pela afirmação de uma poesia de caráter sugestivo e musical.

17. Assinale a alternativa que tenha apenas características do Parnasianismo:

a) culto da forma; objetivismo; predomínio dos elementos da natureza;


b) preocupação com a forma, com a técnica e com a métrica; presença de rimas ricas, raras,
preciosas;
c) predomínio do sentimentalismo; vocabulário precioso; descrições de objetos;
d) teoria da arte pela arte; métrica perfeita; busca do nacionalismo;
e) sexualidade; hereditariedade; meio ambiente.

18. Não caracteriza a estética parnasiana:

a) A oposição aos românticos e distanciamento das preocupações sociais dos realistas.


b) A objetividade, advinda do espírito cientificista, e o culto da forma.
c) A obsessão pelo adorno e contenção lírica.
d) A perfeição formal na rima, no ritmo, no metro e volta aos motivos clássicos.
e) A exaltação do “eu” e fuga da realidade presente.

19. Leia o texto a seguir e responda a questão que segue:

E sobre mim, silenciosa e triste,


A Via-Láctea se desenrola
Como um jarro de lágrimas ardentes. (Olavo Bilac)

Sobre o fragmento poético não é correto afirmar:

a) A “Via-Láctea” sofre um processo de personificação.


b) A cena é descrita de modo objetivo, sem interferência da subjetividade do eu-poético.
c) A opção pelos sintagmas “desenrola” e “jarro de lágrimas ardentes”visa a presentificar o
movimento dos astros.
d) Há predomínio da linguagem figurada e descritiva.
e) A visão de mundo melancólica do emissor da mensagem se projeta sobre o objeto poetizado.

20. Enfocando os temas e as atitudes parnasianos:

a) a poesia parnasiana é alienada, no sentido de que ignora as questões que não sejam essencialmente
estéticas;
b) há um acentuado desprezo pela plebe e pelas aspirações populares;
c) o artesanato poético é sua principal preocupação;
d) os parnasianos diferem da atitude impassível e anti-sentimental dos realistas;
e) é uma poesia de elaboração, fruto do “esforço intelectual”.

21. Ainda quanto a estes temas e atitudes:

a) existe uma preferência pelos temas universais, objetivos;


b) ao fazer a fixação da cenas históricas, o poeta coloca-se ao lado dos anseios de sua época;
c) a mitologia é revalorizada;
d) filosoficamente, os parnasianos são pessimistas;
e) a descrição de fenômenos naturais é freqüente em seus versos.

22. Leia os versos:

Esta, de áureos relevos, trabalhada


De divas mãos, brilhantes copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendia.


Então e, ora repleta ora esvaziada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Todas de roxas pétalas colmada. (Alberto de Oliveira)

23. Assinale a alternativa que contém características parnasianas presentes no poema:

a) busca de inspiração na Grécia Clássica, com nostalgia e subjetivismo;


b) versos impecáveis, misturando mitologia clássica com sentimentalismo amoroso;
c) revalorização das idéias iluministas e descrição do passado;
d) descrição minuciosa de um objeto e busca de um tema ligado à Grécia antiga;
e) vocabulário preciosista, de forte ardor sensual.

Nos exercícios abaixo assinale em cada série a afirmação que não corresponda ao Simbolismo:

24.

a) Uso freqüente de aliterações e assonâncias.


b) Musicalidade dos versos.
c) Uso de rimas pobres.
d) Presença de assonâncias.
e) Apreensão dos modelos greco-romanos.

25.
a) Procurou instalar um credo estético com base no subjetivismo.
b) Não precisar as coisas, antes sugeri-las.
c) Racionalismo absoluto.
d) Expressão indireta e simbólica.
e) Transcendentalismo

26.
a) Evocar os objetos pouco a pouco, através de um processo encantatório que caracteriza o
Simbolismo.
b) Correspondência e inter-relações de sentidos, sinestesias.
c) Vida literária marcada pela excentricidade, artifício, insânia.
d) Vida introspectiva, o homem voltado para dentro de si mesmo, levando-o à duvida, as perguntas
angustiantes.
e) Arte poética como fruto do consciente.

27.
a) Descoberta da metáfora como célula germinal da poesia, daí a riqueza imagística.
b) Poesia surgida do espírito irracional, não conceitual da linguagem.
c) objetividade no encarar a vida.
d) os estado d’alma são importantes, a religião do “eu”, daí a forte nota individualista.
e) explora a realidade situada além do real e da razão.

28.
a) Conflito eu X mundo.
b) Correspondência entre o mundo material e o mundo espiritual.
c) Ânsia do absoluto, do eterno e do mundo ideal.
d) Distanciamento entre literatura e música.
e) Impressões sensoriais apuradas.

29. Das alternativas abaixo, indique a que não se aplica ao Simbolismo:

a) Procura evocar a realidade e não descrevê-la minuciosamente.


b) O poeta evita que os sentimentos interfiram na abordagem da realidade.
c) O valor musical dos signos lingüísticos é um efeito procurado pelos poetas.
d) O simbolismo mantém ligações com a poética romântica.
e) O tema da morte é valorizado pelos simbolistas.

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