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Desesperança
Vai-te na asa negra da desgraça, Pensamento de amor, sombra duma hora Que abracei com
delírio, vai te embora, Como nuvem que o vento impele, e passa Que arrojemos de nos quem
mais se abraça, Com mais ânsia, A nossa alma! e quem devora! Dessa alma o sangue, com que
mais vigora Como amigo comungue à mesma taça! Que seja sonho apenas a esperança,
Enquanto a dor eternamente assiste. E só engane nunca a desventura! Se em silêncio sofrer
fora vingança! Envolve-te em ti mesma, ó alma triste, Talvez sem esperança haja ventura!
2 QUESTÃO:
Poema: Vida
Choveu! E logo da terra humosa, Irrompe o campo das liliáceas. Foi bem fecunda, a estação
pluviosa! Que vigor no campo das liliáceas! Calquem. Recalquem, não o afogam. Deixem. Não
calquem. Que tudo invadam Não as extinguem. Porque as degradam? Para que as calcam? Não
as afogam. Olhem o fogo que anda na serra. É a queimada… Que lumaréu! Podem calcá-lo,
deitar-lhe terra, Que não apagam o lumaréu. Deixem! Não calquem! Deixem arder. Se aqui o
pisam, rebenta além. E se arde tudo? Isso que tem? Deitam-lhe fogo, é para arder…
Através do poema “Vida”, Camilo Pessanha demonstrou sua importância para o Simbolismo
português ao utilizar elementos simbólicos e uma linguagem evocativa para expressar a visão
de mundo característica desse movimento literário. Sua habilidade em transmitir emoções e
reflexões profundas por meio de metáforas e imagens poéticas contribuiu para a consolidação
do Simbolismo em Portugal e influenciou outros poetas simbolistas.
Fernando Pessoa foi um dos mais importantes poetas do Modernismo Português. Sua
contribuição para o movimento vai além de sua própria poesia, pois ele criou diversos
heterônimos, personagens literários com estilos e personalidades distintas. Cada heterônimo
tinha sua própria voz e estilo poético, permitindo a Pessoa explorar uma ampla gama de temas
e perspectivas. Isso trouxe uma riqueza e diversidade à poesia modernista portuguesa,
rompendo com as convenções tradicionais. Através de seus heterônimos, Pessoa questionou a
noção de identidade e explorou temas como a angústia existencial, a busca pela verdade e a
fragmentação do eu. Sua obra influenciou gerações de escritores e teve um impacto duradouro
na literatura portuguesa e além.Fernando Pessoa criou diversos heterônimos, sendo os mais
conhecidos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Cada um desses heterônimos
tinha sua própria voz, estilo e visão de mundo, permitindo a Pessoa explorar diferentes
perspectivas poéticas. A importância desses heterônimos reside na contribuição para a
diversidade e inovação da poesia modernista portuguesa. Eles expandiram os limites da
expressão poética, explorando temas como a natureza, a filosofia e a modernidade de
maneiras únicas. Os heterônimos de Pessoa também questionaram a noção de identidade
individual, refletindo as múltiplas facetas da existência humana. Sua presença na obra de
Pessoa enriqueceu o panorama literário português e influenciou gerações posteriores de
escritores.