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Formalmente, o poema é composto por três estrofes de quatro versos cada uma, totalizando
doze versos no total. Quanto à métrica, apresenta-se em versos decassílabos, ou seja, cada
verso possui dez sílabas métricas. Quanto ao ritmo, o poema possui uma cadência melancólica
e introspectiva, que reflete o estado de espírito do eu lírico. Quanto à rima, segue o esquema
ABAB CDCD EFEF, ou seja, os versos pares rimam entre si e os versos ímpares também.
O tema particular do poema é a busca pelos amores passados e a saudade que eles deixaram.
O eu lírico reflete sobre o destino e o paradeiro daqueles que ele já amou, perguntando-se
onde estão e como suas vidas têm se desenrolado. Há uma sensação de desamparo e solidão,
uma vez que as pessoas que foram amadas parecem ter se distanciado ou desaparecido
completamente.
Em relação ao caráter do poema, ele se enquadra no grupo dos textos de cariz "intimista". O eu
lírico mergulha em suas reflexões pessoais, explorando seus sentimentos, emoções e a
dinâmica dos relacionamentos amorosos. Ele expressa sua angústia diante da ausência
daqueles que foram importantes em sua vida, revelando a dimensão das tensões e
contradições pessoais que o afetam.
Quanto à adesão do leitor à mensagem do poema, isso pode variar de acordo com a
sensibilidade e experiência de cada um. O poema levanta questões universais sobre as relações
humanas e a efemeridade da vida, convidando o leitor a refletir sobre suas próprias
experiências e sentimentos. A mensagem do poema pode despertar empatia e ressonância
emocional, ou até mesmo despertar um questionamento sobre o sentido da vida e a
importância das relações afetivas. Cabe ao leitor interpretar e relacionar a mensagem do
poema com sua própria vivência e percepção do mundo.
No poema "Os que eu amei, onde estão?" de Antero de Quental, encontramos diversos
recursos expressivos que contribuem para a expressão do sentimento melancólico e
introspectivo do eu lírico.
A - Figuras de estilo:
Metáfora: O poeta utiliza metáforas para expressar a ausência das pessoas amadas, como em
"fantasmas que passaram" e "vozes que em vão escuto".
B - Valor estilístico:
Pontuação: O uso da interrogação nas repetidas perguntas "onde estão?" intensifica a busca e
a perplexidade do eu lírico, evocando uma sensação de desamparo.
Uso do adjetivo:
Adjetivação dupla: O uso de adjetivos duplos, como em "longas, longas horas" e "queridos, por
quem choro", intensifica o sentimento de saudade e a importância das pessoas amadas.
Palavras de cariz negativo (disfórico): O poema contém palavras que expressam a ausência e a
perda, como "fantasmas", "vozes que em vão escuto" e "sombras do passado", reforçando o
sentimento de desolação e tristeza do eu lírico.
Registos de língua:
Registo cuidado: O poema utiliza um registo cuidado, com uma linguagem poética e refinada,
transmitindo uma sensação de profundidade e introspeção.
Esses recursos expressivos contribuem para a criação de uma atmosfera melancólica e reflexiva
no poema. Através das figuras de estilo, como a anáfora e a metáfora, o eu lírico exprime a
busca insistente e a saudade dos amores perdidos. A coordenação e a pontuação reforçam a
clareza e a ênfase nas interrogações do eu lírico. O uso do adjetivo duplo intensifica o
sentimento de saudade, enquanto os grupos de palavras negativas evocam a ausência e a
desolação. O registo cuidado enfatiza a profundidade emocional do poema.