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GÊNEROS LITERÁRIOS – ÉPICO E LÍRICO

GÊNERO ÉPICO

A palavra epopéia se refere à narrativa, em forma de versos, de um fato


grandioso e maravilhoso que interessa a um povo. É uma poesia objetiva,
impessoal, cuja característica maior é a presença de um narrador que fala de um
passado (os verbos aparecem no pretérito). O tema das epopéias é, normalmente,
um episódio heróico de um povo. O termo epopéia deriva do grego épos, “verso”,
+ poieô, “faço”.
Como se trata de um poema longo, a epopéia é dividida em várias partes,
denominadas cantos. Na estrutura da epopéia, os cantos são organizados de
modo a cumprir funções preestabelecidas:
Proposição: o poeta define o tema e o herói de seu poema.
Invocação: o poeta pede à Musa (divindade inspiradora da poesia) que lhe
inspire, para desenvolver com maestria o tema de seu poema.
Narração: o poeta narra as aventuras do herói.
Conclusão: o poeta encerra sua narrativa, após relatar os feitos gloriosos que
marcaram a trajetória de seu herói.
Nas epopéias clássicas, o herói realiza feitos sobre-humanos e
extraordinários, e os deuses são apresentados como seres reais que ajudam ou
prejudicam o herói, dependendo de seus caprichos ou interesses.

GÊNERO LÍRICO

A poesia lírica surge como uma forma de atender ao anseio humano de


uma expressão individual e subjetiva, características que não estavam presentes
na epopéia. A poesia lírica se define pela expressão de sentimentos e emoções
pessoais. O gênero lírico se define como aquele em que uma voz particular (o eu
lírico) manifesta a expressão do mundo interior, ou seja, fala de sentimentos,
emoções e estados de espírito.
A expressão lírico deriva de um instrumento musical de cordas chamado
lira, que era usado para acompanhar os poemas líricos que eram cantados, até o
final da Idade Média.

Formas da lírica:

Desde o nascimento da lírica, várias foram as estruturas utilizadas na


composição de poemas. São elas:
Elegia: é uma poesia lírica que fala de acontecimentos tristes ou da morte de
alguém. O “Cântico do calvário”, de Fagundes Varela, é a mais famosa elegia da
literatura brasileira, foi inspirada na morte prematura de seu filho.

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Idílio e Écloga – ambas são poesias bucólicas, pastoris (retrata a vida dos
pastores, em um ambiente campestre). A écloga difere do idílio por apresentar
diálogo.
Ode e Hino: os dois nomes vem da Grécia Antiga e significam “canto”. A ode é
uma poesia que exalta valores nobres, caracteriza-se pelo tom de louvação. O
hino é a poesia destinada a glorificar a pátria ou louvar divindades.
Soneto: a mais conhecida das formas líricas. Poema de 14 versos, organizados
em duas estrofes de quatro versos (quartetos) e duas estrofes de três versos
(tercetos).
Na literatura brasileira, um dos sonetos mais famosos é o “Soneto de
fidelidade”, de Vinícius de Moraes:

Soneto de fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento


Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento


E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

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