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MATERIAL DE APOIO

LITERATURA

Huambo, 2023/2024
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MATERIAL DE APOIO DE LITERATURA
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Sumário

I- Definição de Literatura;
II- Noção de Texto literário e Texto não literário e suas características;
III- Noções de Géneros literários (narrativo, poético e dramático) e suas subdivisões;
IV- Definição de Correntes literárias
a) Romantismo (definição, estudo de algumas obras e autores);
b) Realismo ( definição, estudo de algumas obras e autores );
c) Modernismo (definição, estudo de algumas obras e autores);
d) Neo-realismo (definição, estudo de algumas obras e autores).

V – Literatura Angolana.

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Noções de Literatura
Literatura é uma palavra com origem no termo em latim littera, que significa letra. A literatura
remete para um conjunto de habilidades de ler e escrever de forma correta. Existem diversas
definições e tipos de literatura, pode ser uma arte, uma profissão, um conjunto de produções, e
etc.

Literatura é a arte de criar e compor textos, e existem diversos tipos de produções literárias,
como poesia, prosa, literatura de ficção, literatura de romance, literatura médica, literatura técnica,
literatura portuguesa, literatura popular, literatura de cordel e etc. A literatura também pode ser um
conjunto de textos escritos, sejam eles de um país, de uma personalidade, de uma época, e etc.

O conceito de literatura tem sido alterado com o passar dos tempos, havendo alterações
semânticas bastante relevantes. Para alguns povos latinos, a literatura tinha um teor subjetivo,
representando o conhecimento dos letrados. Neste caso, a literatura não era contemplada como
objeto do conhecimento, que pode ser estudado. Os povos de língua românica, inglesa e alemã
não lhe alteraram o sentido, alteração que só aconteceu na segunda metade do século XVIII,
quando o termo passou a designar o objeto de estudo, a produção literária, a condição dos
profissionais, etc.

A literatura apresenta diverso gêneros, que agradam vários gostos e que são direcionados
públicos diferentes, como por exemplo a literatura infantil, etc.

Literatura também é uma disciplina no âmbito escolar, onde os indivíduos estudam diversos
autores e suas obras, suas contribuições para a literatura e temas como a literatura portuguesa,
brasileira estão presentes.

A literatura (do latim littera, que significa “letra”) é uma das manifestações artísticas do ser
humano, ao lado da música, dança, teatro, escultura, arquitetura, dentre outras.
Ela representa comunicação, linguagem e criatividade, sendo considerada a arte das palavras.

Trata-se, portanto, de uma manifestação artística, em prosa ou verso, muito antiga que utiliza das
palavras para criar arte, ou seja, a matéria prima da literatura são as palavras, tal qual as tintas é
a matéria prima do pintor.

Texto literário
Um texto literário é uma construção textual de acordo com as normas da literatura, com objetivos
e características próprias, como linguagem elaborada de forma a causar emoções no leitor.
De acordo com a classificação de textos, existe a divisão entre duas categorias: textos literários e
textos não literários.
Alguns exemplos de textos literários são: peças teatrais, romances, crônicas, contos
fábulas, poemas, etc. Uma das características distintivas dos textos literário é a sua função
poética, onde é possível constatar ritmo e musicalidade, organização específica das palavras e
um elevado nível de criatividade.

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Diferenças entre texto literário e texto não literário

A grande diferença entre os textos literários e não literários consiste na sua função ou objetivo.
O texto não literário tem como objetivo informar, esclarecer, explicar, ou seja, pretende ser útil ao
leitor. O texto não literário é frequentemente visto como um texto informativo, construído de
forma específica, com linguagem clara e objetiva. Alguns exemplos são artigos científicos,
notícias, ou textos didáticos.
Por outro lado, o texto literário é mais artístico, com uma função estética, que tem como objetivo
recreativo, provocando diferentes emoções no leitor. Assim, os textos literários nem sempre estão
ligados à realidade (no caso da ficção) e muitas vezes são subjetivos, podendo existir diferentes
interpretações de leitores distintos. Além disso, o texto literário contém figuras de linguagem,
sentido figurado e metafórico das palavras, que tornam o texto mais expressivo.

Texto literátio é aquele em que verdadeiramente ficções; criação de uma supra-realidade, com os
dados profundos e singulares da intenção do artista. Portanto, estamos diante de um texto literário
quando:
a) Quando o texto literário se afasta da norma, rejeitando os hábitos correntes da linguagem
normal;
b) Quando apresenta intenção estética( o autor esreve à sua forma, beleza);
c) Quando é fundamentalmente conotativo, isto é, recorre ao uso de símbolos, imagens,
metáforas e outras figuras de estilo.;
d) O texto literário descreve sobretudo o irreal ou o imaginário.

Géneros Literários

Os gêneros literários são categorias que organizam todos os tipos de textos literários pelas
semelhanças formais, estruturais e temáticas que eles possuem.
Os gêneros literários são classificados em três tipos:

 Gênero lírico: inclui os textos poéticos de caráter sentimental revelando as emoções do


poeta, por exemplo, os sonetos.
 Gênero narrativo (anteriormente chamado de épico): narra uma história com personagens,
situados em um tempo e um espaço, por exemplo, um romance.
 Gênero dramático: reúne textos teatrais para serem encenados, por exemplo, uma
comédia.

Gênero Lírico

O gênero lírico é um gênero literário escrito em versos que tem como foco mostrar as emoções,
sensações, sentimentos e impressões pessoais do poeta.

Os textos líricos são marcados pela subjetividade, onde o poeta expressa sua opinião, por isso,
eles são escritos na primeira pessoa (eu).

O gênero lírico recebe esse nome, pois faz referência ao instrumento musical, a lira, que
acompanhava a declamação de poesias na antiguidade.
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Alguns subgêneros de textos líricos são:

 Soneto - poema de forma fixa, formado por catorze versos (dois quartetos e dois tercetos).
 Poesia - texto poético formado por versos que se agrupam em estrofes.
 Ode - poema de exaltação composta para ser declamada ou cantada.
 Hino - poema que homenageia alguém ou venera algo.
 Sátira - poema que ridiculariza pessoas ou costumes.

Exemplo de texto do gênero lírico


O Soneto da fidelidade, de Vinicius de Moraes, é um poema de forma fixa composto por catorze
versos (dois quartetos e dois tercetos). Nele, o autor expõe seus sentimentos relacionados com o
amor e a fidelidade.
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento


E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Gênero Narrativo

O gênero narrativo é um gênero literário moderno em prosa, que tem como intuito narrar uma
história. Para um texto ser considerado narrativo, ele precisa conter esses elementos:

 Enredo - história que narra uma sucessão dos acontecimentos.


 Narrador - aquele que narra a história.
 Personagens - pessoas que estão presentes na história.
 Tempo - o período em que acontece a história.
 Espaço - local onde se passa a história.

Em sua origem, o gênero narrativo era chamado de “gênero épico”, pois incluía as narrativas
histórico-literárias de grandes acontecimentos, chamadas de epopeias.

Alguns subgêneros de textos narrativos são:

 Epopeia - narrativa longa sobre fatos grandiosos de um herói ou de um povo.


 Romance - narrativa extensa escrita em prosa que revela ações de personagens dentro de
uma história.
 Novela - escrita em prosa, é uma narrativa longa, porém mais breve e mais dinâmica que o
romance.
 Conto - escrito em prosa, é uma narrativa mais objetiva e curta que a novela e o romance.
 Crônica - narrativa breve que focam em acontecimentos do cotidiano.
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 Fábula - narrativa fantasiosa que procura ensinar sobre algo.

Exemplo de texto do gênero narrativo


A Rã e o Boi, fábula de Esopo, traz o seguinte ensinamento: "quem tenta parecer maior do que é
se arrebenta".
Uma rã estava no prado olhando um boi e sentiu tal inveja do tamanho dele que começou a inflar para ficar maior.
Então, outra rã chegou e perguntou se o boi era o maior dos dois.
A primeira respondeu que não – e se esforçou para inflar mais.
Depois, repetiu a pergunta:
– Quem é maior agora?
A outra rã respondeu:
– O boi.
A rã ficou furiosa e tentou ficar maior inflando mais e mais, até que arrebentou.

Gênero Dramático

O gênero dramático é um gênero literário teatral que reúne os textos escritos, em prosa ou em
verso. Os textos dramáticos são utilizados para apresentar para uma plateia (espectadores).

Uma característica muito importante dos textos teatrais é a presença de diálogos entre as
personagens. Eles são geralmente divididos em atos, quando as ações ocorrem num mesmo
espaço, e cenas, quando há mudança de local e personagens.

Alguns subgêneros dos textos dramáticos são:

 Tragédia - texto teatral trágico com tensão permanente e final infeliz.


 Comédia - texto teatral humorado que satiriza diversos aspectos da sociedade.
 Tragicomédia - texto teatral que reúne aspectos trágicos e cômicos.
 Farsa - texto teatral curto e cômico, formados por um ato.
 Auto - texto teatral de abordagem mais religiosa e moralista.

Exemplo de texto do Gênero dramático


O trecho de Romeu e Julieta, de William Shakespeare, aponta o local onde acontece o diálogo
entre dois personagens.
ATO PRIMEIRO - CENA I

Verona. Uma praça pública.

Entram Sansão e Gregório da casa dos Capuletos, com espadas e broquéis (Escudos redondos e pequenos.).

SANSÃO – Palavra, Gregório, não carregaremos desaforos!


GREGÓRIO – Não, porque então nos tomariam por carregadores.
SANSÃO – Quero dizer que, se nos zangarmos, puxaremos a espada.
GREGÓRIO – Sim, porém procura, enquanto viveres, puxares teu pescoço para fora do nó da forca.
SANSÃO – Bato logo, quando bolem comigo.
GREGÓRIO – Mas não bolem tão depressa que sejas levado a bater.
SANSÃO – Um cão da família dos Montecchios bole-me com os nervos.

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A classificação dos gêneros literários foi proposta na antiguidade clássica pelo filósofo grego
Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) em sua obra Poética. Segundo ele:

O gênero lírico representava a “palavra cantada”, pois, antigamente, os textos literários eram
recitados e acompanhados por instrumentos musicais.

O gênero épico significava a “palavra narrada”, pois retratava os acontecimentos grandiosos de


um herói em poemas extensos chamados de epopeias. Com o tempo, esse gênero se expandiu e
atualmente ele é chamado de “narrativo”.

O gênero dramático que simbolizava a “palavra representada” e reunia textos escritos para uma
peça teatral.

Nocções de correntes literárias


a) Romantismo
O romantismo foi um movimento artístico, intelectual e filosófico que surgiu na Europa no final
do século XVIII. Na maioria dos locais, atingiu seu ápice na metade do século XIX.

O Romantismo surgiu durante o período conhecido como Era das Revoluções (entre os anos de
1774 e 1849), no qual diversas transformações políticas, sociais e econômicas ocorreram no
ocidente. Entre os principais movimentos revolucionários da época estão a Revolução Industrial e
a Revolução Francesa.

O romantismo se caracterizou pela ênfase nas emoções, no individualismo e na exaltação da


natureza. Por esses motivos, o movimento é entendido como uma reação ao racionalismo e ao
materialismo exacerbados difundidos pelo Iluminismo e pela Revolução Industrial.

O período romântico também foi marcado pela rejeição aos preceitos de ordem, harmonia e
balanço, característicos do Classicismo. Para os românticos, o foco era a subjetividade de cada
indivíduo, incluindo o irracional, o imaginário, o espontâneo e o transcendental.

Embora o romantismo se manifestou de forma mais explícita nas artes visuais, música e literatura.
Porém, o movimento também teve grande impacto na educação, nas ciências sociais e nas
ciências naturais.

Especificamente na política, o romantismo teve um efeito complexo, uma vez que os apelos às
emoções inspiraram muitos discursos políticos utilizados no conservadorismo, liberalismo,
nacionalismo, etc.

O romantismo buscava um afastamento dos valores de urbanização, progresso e racionalidade. A


maioria das suas características são oposições diretas a esses preceitos. Entre os principais
traços do movimento estão:

 Individualismo e subjetivismo;

 Valorização das emoções e sentidos;


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 Exaltação a natureza;

 Rebeldia e idealismo;

 Foco na imaginação.

Características do Romantismo
O romantismo tinha como principal objetivo fazer oposição ao classicismo, ao racionalismo e ao
iluminismo, contrariando a objetividade, a imagem do perfeito e o realismo, que caracterizavam
esses movimentos anteriores.

As principais características do romantismo são:

1. Oposição ao clássico
Para o romantismo era importante que o movimento fizesse uma ruptura com os modelos
artísticos do classicismo. Assim, uma das características mais marcantes desse movimento,
tanto na literatura como nas artes, foi a oposição aos modelos clássicos.

O melhor exemplo desta característica é a ausência de modelos ou padrões estéticos clássicos


que eram consagrados até então. O romantismo retirou toda a objetividade, a racionalidade e a
exaltação do belo e perfeito que representavam os movimentos clássicos;

A oposição ao modelo clássico trouxe a diminuição da formalidade na escrita, com mais uso dos
chamados versos brancos (livres) e com menos preocupação com a métrica e com as estrofes
exatas.

2. Manifestação de subjetividade e individualidade


Em comparação aos movimentos anteriores, no romantismo os pensamentos e sentimentos do
homem eram muito valorizados e enaltecidos. Por isso, nas obras artísticas, seja na literatura,
música ou artes plásticas, a originalidade e a opinião pessoal eram indispensáveis.

O discurso pessoal dos artistas é um elemento constantemente encontrado nas obras, já que
a liberdade de expressão é um atributo imprescindível no período romântico. Na literatura, por
exemplo, a presença do "eu" e das obras escritas em primeira pessoa deixa clara essa
característica da individualidade e da opinião própria. .

Estas condições eram, de maneira geral, vividos por todos, o que causava uma certa
contraditoriedade no movimento, pois o romantismo pregava o sentimento individualizado, porém
de forma universalizada.

3. Supervalorização dos sentimentos


A origem do romantismo é ligada ao movimento artístico alemão chamado sturm und drang, que
significa "tempestade e ímpeto" e que se fundamentava em sentimentos e emoções exageradas e
apelativas.

Por isso, outra característica marcante do romantismo é a presença de emoções exageradas


e obras artísticas carregadas de sentimentalismo. O homem romântico defendia uma estética
artística que valorizava muito mais a expressão do sentimento do que a razão, ou seja, havia uma
supervalorização das suas emoções.

Nas obras do romantismo estão claramente expressos os sentimentos do artista, como


pessimismo, tristeza, tédio, sonho, angústia e amor. Este sentimentalismo do artista romântico
fez com que a segunda geração do movimento fosse chamada de ultrarromantismo.

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A literatura romântica, por exemplo, identifica-se com a idealização do ser amado, que é
inatingível, como algo perfeito que dificilmente será alcançado. Além do homem herói, que luta e
defende a sua pátria, idealizando a sua nação como perfeita.

4. Presença de pessimismo e melancolia

Como o sentimentalismo e as emoções exageradas eram características fortes deste tempo, os


artistas plásticos e escritores sempre apresentavam uma melancolia e um pessimismo muito forte
em suas obras românticas.

Expressavam um profundo tédio, assim como sua dor diante do amor não correspondido ou
proibido, além de uma afeição pela morte. Isso acontece devido a alta idealização do artista e o
constante escapismo: a fuga total do que é real e racional.

O poeta inglês Lord Byron é o escritor romântico mais conhecido pelo pessimismo. Graças a ele a
segunda geração do romantismo europeu ficou conhecida como "Byroniana" ou "mal do século".

5. Exaltação da nação e da cultura popular


O nacionalismo e a valorização da cultural local também são características notáveis do
romantismo. Esses dois elementos são facilmente percebidos nas pinturas e nas obras literárias.

O amor ao país passou a ser destacado na produção artística do período. Da mesma forma, os
folclores regionais também foram mais valorizados pelos artistas românticos, que se inspiravam
em cantos e histórias populares.

No romantismo brasileiro, havia a valorização da cultura indígena como a representação do


povo nativo, muito presente na primeira geração do romantismo no país. O índio tinha
características idealizadas e era descrito como um verdadeiro herói. Este aspecto do romantismo
no Brasil ficou conhecido como indianismo.

Iracema (1884) - José Maria de Medeiros.

Os livros "O guarani" e "Iracema" de José de Alencar são exemplos de obras brasileiras com
características indianistas.

6. Crítica social

A Revolução Francesa e suas consequências tiveram influência sobre o movimento romântico. As


consequências sociais da Revolução causaram um profundo desencanto na sociedade da época
e, como consequência disso, existia uma vontade de fugir da realidade, além de um sentimento
quase utópico por um mundo melhor.

Todo esse apelo pela nação e sociedade ideais estão estampadas nas obras românticas. O
pintores John Constable e Francisco Goya, por exemplo, costumavam expressar em suas obras
as críticas sobre os problemas sociais que surgiram a partir da Revolução Industrial.

Os desastres da guerra (1810-1815) - Francisco Goya.

7. Exaltação à natureza
O romantismo sempre estimulava o homem a apreciar e exaltar a natureza. Isso porque ela era
observada através do discurso sublime do romantismo, que a considerava como um elemento
transcendental e grandioso e que fazia parte do próprio homem.
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No Brasil, essa característica foi predominante na primeira geração, com a exaltação do índio e
das florestas do país.

O Romantismo foi um movimento estético e cultural que revolucionou a sociedade nos séculos
XVIII e XIX, deixando para trás valores clássicos e inaugurando a modernidade nas artes. As
obras românticas baseavam-se, então, em valores da burguesia, classe social que substituía
a elite absolutista em diversos países.

O Romantismo é um dos maiores movimentos de arte do século XVIII e XIX. Por isso, centenas
de autores fizeram parte da arte romântica.

Principais autores e obras do Romantismo:

Goethe
 Os sofrimentos do jovem Werther
Victor Hugo
 Os miseráveis
 Notre-Dame de Paris
Almeida Garret
 Viagens na minha terra
Camilo Castelo Branco
 Amor de perdição
Gonçalves Dias
 Primeiros cantos
 Segundos cantos
José de Alencar
 Iracema
 O Guarani
 Senhora
Álvares de Azevedo
 Lira dos vinte anos
 Noite na taverna
Castro Alves
 Espumas flutuantes

b) Realismo
O Realismo é um movimento artístico voltado para a representação da realidade vivida pela
sociedade, muitas vezes através de críticas a temas sociais, de forma simples. A linguagem
realista é direta e objetiva, contrária ao subjetivismo característico do Romantismo.

O movimento realista teve também um papel muito importante no cenário político pois, através de
várias das suas formas de expressão (artes plásticas, literatura, teatro, etc.), retratou e denunciou
diversos problemas sociais como, por exemplo, a pobreza, a exploração laboral e a corrupção.

Contexto histórico
O aparecimento do Realismo deu-se no século XIX na Europa, mais especificamente na França, e
teve uma duração de aproximadamente duas décadas. Com o Realismo, houve o destaque para
uma pequena burguesia.

Nesse período, a sociedade em geral passava por muitas transformações e descobertas.


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A Revolução industrial entrou em uma nova fase, além disso, ocorreram bastantes inovações no
ramo da física e da química. A utilização da eletricidade, do petróleo e do aço são alguns
exemplos a serem citados.

Nesse período também ocorreu uma revolução tecnológica, onde houve o surgimento do telefone,
do telégrafo, de máquinas a vapor, de locomotivas, etc.

Características do Realismo

A característica principal do Realismo é a de mostrar os fatos da maneira mais real possível, sem
abordagens fantasiosas ou idealizadoras. Os artistas realistas tinham como objetivo retratar a
realidade dos fatos de maneira direta e objetiva. Eis algumas das principais características do
Realismo:

 oposição às ideias do romantismo;

 abordagem objetiva;

 reprodução da realidade de maneira fidedigna;

 linguagem comum;

 abordagem de temas sociais e cotidianos;

 preocupação com o presente;

ausência de heróis: as histórias são protagonizadas por pessoas comuns e não por
pessoas idealizadas;

 análise crítica da sociedade.

As características mais marcantes do realismo:

a) Retratava os problemas e as desigualdades sociais

Essa é uma das características mais marcantes desse movimento artístico. A obra produzida
nesse período retratava a realidade da vida em sociedade. As transformações sociais e
políticas que aconteceram no períodos e as desigualdades sociais que surgiram a partir disso
foram os temas mais presentes no realismo.

A preocupação com a retratação da realidade foi resultado do momento histórico do movimento,


que surgiu durante o período da industrialização, na Revolução Industrial.

Uma das grandes consequências desse período foi a clara divisão que passou a existir entre a
classe burguesa e a classe dos trabalhadores (proletariado). A partir da industrialização os
trabalhadores passaram a deixar o trabalho no campo para buscar trabalho nas fábricas nas
grandes cidades.

Ao mesmo tempo que a burguesia passou a viver melhor com o aumento da produção, os
trabalhadores viviam em más condições de vida e com baixos salários nas cidades.

Gustave Courbet (1819-1877), Jean-François Millet (1814-1875) e Théodore Rousseau (1812-


1867) foram alguns dos pintores que retrataram a realidade social em suas obras.

b) Era uma forma de oposição ao romantismo


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O realismo, como o próprio nome indica, demonstrava os aspectos mais reais dos acontecimentos
e das pessoas. Por ter surgido depois do período do romantismo deixou clara a diferença que
existia entre esses dois movimentos artísticos.

Ao contrário do romantismo, que tinha características mais subjetivas, o realismo era mais muito
mais objetivo e voltado a exibir a realidade da maneira mais verdadeira possível. Não existiam
as idealizações que são tão marcantes no romantismo. Os heróis românticos e sonhadores, que
eram idealizados e exaltados no período do romantismo, deram lugar ao protagonismo das
pessoas mais comuns e reais.

As diferenças em relação ao romantismo eram bem claras, tanto na pintura como nas obras de
literatura. O maior comprometimento era demonstrar a realidade da vida em sociedade e a
humanidade dos personagens retratados.

c) Criticava a Igreja e a burguesia

Outra característica muito presente no realismo é a crítica direcionada principalmente à burguesia


e à Igreja Católica.

Como o realismo foi um movimento mais atento à realidade e à análise crítica da sociedade, o
comportamento da burguesia também foi muito criticado na obra produzida durante o período. A
principal crítica era ao enriquecimento burguês que era resultado da exploração do
proletariado.

Da mesma maneira, a doutrina e alguns posicionamentos da Igreja Católica passaram a ser um


assunto muito presente na obra do período.

d) Análise mais psicológica do comportamento humano

No realismo, principalmente na literatura, começaram as ser exibidas as características


psicológicas dos personagens, que dava a eles uma personalidade mais real. Eram demonstrados
os aspectos mais reais, como os defeitos, qualidades, dúvidas e fraquezas que eram comuns a
qualquer ser humano.

Os problemas nas relações entre as pessoas, os conflitos morais e pessoais também foram muito
presentes na literatura realista.

Essa característica é marcada principalmente pela presença de um narrador, muitas vezes na


terceira pessoa, que apresenta as características e os conflitos emocionais vividos pelos
personagens. Além disso, o uso quase excessivo de detalhes na descrição dos personagens e
das situações dava um aspecto mais real aos comportamentos descritos.

São consideradas as primeiras obras literárias representantes do realismo: Madame Bovary (do
francês Gustave Flaubert) e Memórias Póstumas de Brás Cubas (de Machado de Assis).

e) Visão científica dos acontecimentos


O realismo corresponde a um período em que existiram grandes avanços no campo da ciência e
da tecnologia e isso refletiu muito na arte que foi produzida na época. A teoria evolucionista criada
por Charles Darwin e o surgimento de máquinas a vapor são exemplos.

Dessa maneira, a visão mais crítica da sociedade, a partir dos avanços registrados na época
passou a ser uma presença constante no realismo. A visão da evolução da ciência e das
pesquisas influenciou na observação mais crítica dos acontecimentos sociais e políticos para a
sociedade.

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Além disso, o realismo retratou a influência dos avanços tecnológicos na sociedade, como a
diminuição e a piora das condições de trabalho a partir da entrada das máquinas nas linhas de
produção, que foi uma forte consequência da Revolução Industrial.

Resumo do realismo
O realismo foi uma escola estética com expressões em diversos campos da arte, como a
literatura, as artes plásticas e a dramaturgia;
Surgiu na segunda metade do século XIX, em oposição à estética do romantismo;
Valorizava a objetividade, o factual e as situações cotidianas;
Pretendia expor os fatos tais como eles são, sem idealizações;
Na literatura, o gênero realista por excelência foi a prosa;
São grandes nomes do realismo europeu: Gustave Flaubert, Charles Dickens, Fiódor Dostoiévski;
São grandes nomes do realismo brasileiro: Aluísio Azevedo, Raul Pompeia, Machado de Assis.

Principais autores e obras do Realismo:

 Europa
 Gustav Flaubert, autor de Madame Bovary, romance que inaugurou o Realismo europeu.
 Eça de Queiroz, autor de O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio etc.
 Antero de Quental: algumas obras são Sonetos de Antero, Odes Modernas e Raios de
Extinta Luz.
 Cesário Verde: autor de A Débil, Cadências Tristes, Flores Velhas, Heroísmos, Ironias do
Desgosto, Setentrional etc.
 Machado de Assis, autor de Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas
Borba, entre outros, no Brasil.

c) Modernismo
Modernismo ou Movimento Moderno foi um movimento artístico e cultural que surgiu no
começo do século XX, e seu objetivo era quebrar com o "tradicionalismo" da época,
experimentando novas técnicas e criações artísticas.

O modernismo ficou marcado por transformações vertiginosas e caóticas, além da efemeridade e


sensação de fragmentação da realidade. Os artistas modernistas sentiam a necessidade de
mudar o meio em que viviam, experimentando novos conceitos.

Acreditava-se que as formas “tradicionais” das artes plásticas, design, literatura, música e cinema
estava totalmente ultrapassadas. Devia-se “criar” uma nova cultura, com o objetivo de transformar
as características culturais e sociais já estabelecidas, substituindo-as por novas formas e visões.

Os artistas modernos, a partir dessas novas formas artísticas que se estabeleciam, desenvolviam
as suas técnicas de criação e reprodução, fazendo surgir subjetivamente uma nova forma de
pensar o sistema vigente. O modo de pensar e o posicionamento do artista perante os processos
da modernidade (a mudança, a efemeridade e a fragmentação), eram de extrema importância
para a formação de uma estética modernista.

Características do Modernismo:

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 Libertação da estética;

 Quebra com o Tradicionalismo;

 Liberdade para experimentações;

 Liberdade formal (versos livres, abandono das formas fixas, ausência de pontuação e etc);

 Linguagem com humor;

 Valorização do cotidiano.

As características do modernismo:

a) Rompimento com padrões tradicionais


O desejo pelo rompimento com os padrões estéticos formais e tradicionais é uma das
caraterísticas mais fortes do modernismo.

O artistas que faziam parte do movimento modernista fizeram uma quebra de padrões de
movimentos antigos, como o simbolismo e o parnasianismo.

Na literatura a quebra de padrões tradicionais é bem clara pela presença de um sentimento


anarquista motivado por um desejo de mais liberdade. O uso de uma linguagem menos formal e
mais coloquial também representa o rompimento com o tradicional da época.

b) Influência de opiniões e pensamentos


Outra característica marcante do movimento modernista é a presença dos pensamentos e
opiniões dos artistas nas suas obras. No modernismo as opiniões sobre política e outros
acontecimentos sociais passaram a fazer parte das obras produzidas.

O modernismo, principalmente na segunda fase (1930 - 1945), se caracterizou por ser uma forma
de manifestação de ideias e de discussão sobre questões sociais. Assim, os temas mais comuns
e cotidianos foram uma grande influência na arte produzida durante o modernismo.

c) Características próprias no modernismo brasileiro


O modernismo brasileiro (1922 - 1960) buscava por características que fossem próprias do
movimento no país, em uma tentativa de se diferenciar um pouco do movimento no resto do
mundo.

São exemplos do modernismo no Brasil o uso do senso de humor e a crítica das situações do
cotidiano. Outra característica marcante do modernismo brasileiro foi a busca constante pela
liberdade total nas formas de criação e expressão artísticas.

A crítica radical de questões sociais e políticas também foi muito frequente no Brasil, inclusive
com a publicação de manifestos artísticos com um forte caráter de crítica social, como a
publicação do Manifesto da Poesia Pau-Brasil, Manifesto Antropófago e do livro Casa Grande e
Senzala.

d) Uso de curvas e ondulações


Na arquitetura e na pintura modernista o uso de curvas é uma característica muito marcante.

O arquiteto catalão Antoni Gaudí é o representante mais famoso da arquitetura desse período. As
construções de Gaudí têm a marca de muitas formas curvilíneas. No Brasil o arquiteto Oscar
Niemeyer foi um famoso representante da arquitetura de formas curvas.

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Antoni Gaudí - Casa Milà

e) Liberdade de formas e de criação


Essa característica é muito presente principalmente na literatura modernista.

A liberdade de criação, além do uso de formas livres, se conectava com a liberdade temática. Na
literatura modernista existia uma espécie de permissão para que qualquer assunto pudesse ser
transformado em obra literária.

Os autores passaram a usar a pontuação de forma diferente ao que era costume até então,
muitas vezes deixando o texto com um aspecto quase caótico.

Os autores desse período usavam uma linguagem escrita informal e mais próxima da realidade da
fala. Os versos escritos tinha mais liberdade e o uso da linguagem com pouca formalidade
aproximou os textos poéticos dos textos escritos em prosa.

 Autores e obras do Modernismo:


Portugal:
 Fernando Pessoa: Mensagem
 Mário de Sá-Carneiro: Dispersão
 Almada Negreiros: A engomadeira
 José Régio: As encruzilhadas de Deus
 João Gaspar Simões: Elói ou Romance numa cabeça
 Branquinho da Fonseca: O barão
 Miguel Torga: Ansiedade
 Soeiro Pereira Gomes: Esteiros
 Ferreira de Castro: A selva
 Alves Redol: Gaibéus
Brasil:
 Oswald de Andrade: Memórias sentimentais de João Miramar e Pau-brasil
 Mário de Andrade: Pauliceia desvairada e Macunaíma
 Manuel Bandeira: Libertinagem
 Carlos Drummond de Andrade: Alguma poesia e A rosa do povo
 Vinicius de Moraes: Novos poemas
 Cecília Meireles: Romanceiro da Inconfidência
 Jorge de Lima: Poemas negros
 Murilo Mendes: História do Brasil e O visionário
 Rachel de Queiroz: O quinze
 Erico Verissimo: O tempo e o vento
 Graciliano Ramos: Vidas secas e Memórias do cárcere
 José Lins do Rego: Menino de engenho
 Jorge Amado: Capitães da areia e O cavaleiro da esperança
 João Cabral de Melo Neto: Morte e vida severina
 Ferreira Gullar: Poema sujo
 Décio Pignatari: Poesia pois é poesia
 Haroldo de Campos: Galáxias
 Augusto de Campos: Viva vaia
 Clarice Lispector: A hora da estrela
 João Guimarães Rosa: Grande sertão: veredas
Modernismo no Brasil:
 Primeira geração: 1922-1930
 Segunda geração: 1930-1945
 Terceira geração ou pós-modernismo: 1945-1978
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TEMA V- Literatura Angolana

A LITERATURA NA CONSTRUÇÃO NACIONAL DE ANGOLA

Se algo chama a atenção no projeto de construção de Angola é o status que a cultura,e


notadamente a literatura, tem no processo, por causa da importância que o aparato institucional
do MPLA lhe outorga desde os inícios, como veremos a seguir. Foi através da cultura que se
produziu a mobilização contra as agressões estrangeiras inerentes ao colonialismo. A literatura
converteu-se, juntamente com outras manifestações culturais como a música, o teatro ou o
jornalismo, numa estratégia muito eficaz de combate contra o colonialismo porque sugeria
orientações para uma ideia de nação, buscando fraguar os elementos que iam constituir a
identidade nacional. O apoderamento do país fez-se a partir da palavra e da narrativa num
processo em que o indivíduo político, o guerrilheiro, o intelectual e o escritor avançavam
indissociáveis.

Num momento anterior à independência, concretamente em 1948, formou-se um movimento


cultural de jovens intelectuais animados por um apelo nacionalista. O seu lema “Vamos descobrir
Angola” representava uma consciência cultural ligada à terra em contraposição aos valores
culturais portugueses impostos que negavam o próprio. Esta nova consciência cultural ampara
uma mensagem social que favorece a literatura nacional e social. Neste movimento participam,
entre outros, Mário Pinto de Andrade, Agostinho Neto ou Viriato da Cruz. Em prejuízo da
produção portuguesa predominante, a partir daquele momento a arte tinha de ser feita por
angolanos e para angolanos.

Assistiu-se deste modo, nas décadas de 50 e 60, a um projeto literário que tinha um caráter
eminentemente político, em que predominava a afirmação dos valores nacionais no plano
formal e na temática das obras. Para eles a luta armada de libertação nacional “é um
facto cultural, senão um instrumento de cultura” (JORGE,2006). A produção destes grupos
redefinia e dava valor às características nacionais, àresistência ideológica, à figura do
angolano comum e reconstruía uma linguagem própria que formalmente se rende à oratura
tradicional, que recupera o kimbundo e o coloca do lado do português.

A literatura nacional angolana funda-se, então, a partir de um projeto político e,


conquistada a independência, esses valores vão ser reafirmados e os movimentos culturais
utilizados para fortalecer as lutas políticas.

No começo da existência de Angola como país independente, e continuando com a


tradição da resistência cultural armada, a cultura angolana e a literatura tiveram um papel
muito destacado no processo, agora real, de construção nacional. Papel destacadíssimo foi
também o do seu primeiro presidente, Agostinho Neto, que já tinha participado nos movimentos
culturais da etapa anterior. Tenhamos em conta que a primeira forma de governo foi a de
República Popular, um regime socialista-comunista que, como tal, visou a formação e educação
da população e que neste caso conseguiu que a literatura e o livro, muito estimulado no momento,
fossem objetos de desejo.

Apenas um mês depois da proclamação da independência, a União de Escritores


Angolanos (UEA) foi criada e a sua constituição assinada por trinta e dois escritores.

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Descrevia-se como uma entidade de utilidade pública e foi o articulador editorial principal
nesta época. Os objetivos principais que se fixou foram salvaguardar e promover a cultura
angolana como património da nação e impulsionar a criação literária dos seus membros
criando condições favoráveis para escreverem e difundirem as suas obras (ERVEDOSA,
1985). O primeiro presidente de Angola foi também o primeiro presidente da associação.
Este, no discurso pronunciado natomada de posse, abordou a dimensão cultural do país e
ofereceu umas propostas para enfrentar o tratamento da cultura, especificamente da
literatura (apud FERNANDES, 2008):“A literatura, na Angola independente e caminhando
para uma forma superior de organização social – o Socialismo- tem de, necessariamente,
refletir esta nova situação”.
“No passado, a nossa literatura mergulhou profundamente na cultura europeia –era mesmo uma
parte da literatura da Europa- cujas correntes foram seguidas e uma das suas línguas utilizadas
como único meio de expressão…“.
“Hoje, a nossa cultura tem de ser refletida tal como ela é, sem deformações, sendo ela própria o
motivador da literatura…”.“Quero dizer que esta União de Escritores é chamada a
desempenhar um papel importante na nossa Revolução…”.
“Espero que esta União de Escritores esteja ao serviço do nosso povo, ao serviço dos operários,
dos camponeses que constituem as classes mais exploradas do nosso país”.

Por outro lado, a tarefa de alfabetização foi muito dinâmica durante o regime socialista que
marcou os primeiros anos de independência. O sistema educativo colonial era
manifestamente discriminatório para a maioria dos angolanos e calcula-se que a taxa geral de
analfabetismo era do 85 % da população no momento da independência
(VICTORINO, 2012).

Além da preocupação própria do governo, no lado civil havia interesse em conhecer a literatura
angolana escrita por angolanos e mesmo pessoas analfabetas compravamobras confiadas
em que em bem pouco tempo iam saber ler. De 1974 a 1978, mais de um milhão e meio de
pessoas foram alfabetizadas (VICTORINO, 2012). Num cenário como este de
independência e euforia revolucionária e literária abriram-se muitos horizontes e
oportunidades e a produção literária começou a germinar.
Como apontamos, a UEA também teve uma grande atividade editorial e no início publicou
obras em tiragens importantes: algumas reedições de autores que já tinham publicado na
metrópole na era colonial e outras inéditas. Em relação com isto, é importante notar que
se publicaram muitos originais que permaneciam nas gavetas, escritos por homens exilados
e cativos em cárceres coloniais, ou por combatentes nas zonas de guerrilha que saíram do
anonimato.

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Referências:
Carlos Reis, Textos Teóricos do Neo-Realismo Portugues, Almedina Coimbra,1983
Jose Carlos Seabara Pereira, Historia Crítica da Literatura Portuguesa (Coord. de Carlos Reis),
Vol.VII, Editorial Verbo,Lisboa, 1995.
Prado Coelho, Problemática da História Literária, Ed.Ática, Lisboa,1961.
Óscar Lopes e A.J.Saraiva, Historia da Literatura Portuguesa, 15ª Ed,Porto Editora, 1989.
Rosa Maria Goulart, Romance Lírico. O Percurso de Virgilio Ferreira, Bertrand Editora, 1990.
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CUNHA C. & SINTRA,L. Gramática do Português Contemporaneo, 21 ed, Liboa, 2014.
https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/realismo.htm
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo362/novo-realismo
https:brasilescola.uol.com.br/lieratura.

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