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Pessoa faleceu aos 47 anos devido a insuficiência hepática. Apesar de tudo isso, o poeta
possuía um conhecimento extenso e profundo. Pessoa sempre se manteve reservado,
mantendo uma natureza altamente introvertida.
Porém, a sua personalidade literária distancia-se destes fracassos existenciais, ainda que
por eles motivada, uma vez que mostra a busca constante de um sonho.
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Essas revistas, juntamente com outras revoluções culturais da época, desencadearam
uma mudança de costumes e tradições, dando origem a uma nova corrente filosófica,
cultural e artística - o modernismo.
Foi dentro desse contexto modernista que Fernando Pessoa inovou a poesia do século
XIX. Até então, a poesia seguia predominantemente traços românticos e clássicos. No
entanto, Pessoa mostrou uma tendência marcante para a despersonalização, como
evidenciado pela criação dos seus vários heterónimos. cada um com a sua própria
personalidade, biografias, estilo de escrita e visão de mundo.
Por outro lado, a ortonímia refere-se à escrita de Fernando Pessoa sob o seu próprio
nome, como ele mesmo. Quando Pessoa escrevia como ortónimo, expressava as suas
próprias ideias e sentimentos pessoais, sem adotar uma personalidade fictícia. A ortonímia
representava a expressão mais autêntica e íntima de Pessoa como indivíduo, enquanto a
heteronímia lhe permitia explorar diferentes identidades literárias e perspetivas.
A poesia do ortónimo
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Por ser tão infeliz enquanto adulto, tem tendência a sofrer com a saudade do tempo em
que foi feliz, onde era mais ingénuo e desprovido de preocupações e responsabilidades.
Fernando pessoa evoca imagens vívidas da infância, das brincadeiras, dos espaços
familiares e dos momentos de alegria e simplicidade. Essas lembranças são permeadas
por um sentimento de perda, pois o tempo passou, a inocência foi perdida e a realidade
adulta foi imposta.
Alguns dos poemas que ilustram este fascínio pela infância são: “Quando as crianças
brincam” ou “Não sei, ama, onde era,”.
• Sonho e realidade
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No sonho, o eu lírico começa por imaginar-se como uma versão idealizada de si mesmo.
Esse eu sonhado pode habitar num espaço diferente, como uma ilha, país ou palácio,
onde, inicialmente, tudo parece perfeito, acreditando ter encontrado a felicidade e
harmonia desejadas. No entanto, num segundo momento, após uma reflexão mais
atenta, o sujeito lírico percebe que esse estado de perfeição é ilusório e que o sonho não
é a solução para os problemas existenciais que o afligem.
• Fingimento artístico
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"Fingir é conhecer-se". Ele acredita que ao fingir, ao criar personagens literárias e explorar
diferentes perspetivas, o poeta obtém um conhecimento mais profundo de si mesmo e do
mundo ao seu redor. O fingimento permite ao poeta transcender os limites da experiência
individual, alcançando uma compreensão mais ampla da condição humana.
• Dor de pensar
A busca incessante pela racionalidade leva o poeta a viver uma tragédia íntima que o
aflige: o desejo de sentir de forma racional. Este drama é evidente em poemas como "Ela
canta, pobre ceifeira" ou "Gato que brincas na rua". Pessoa sofre por pensar demais. O
excesso da sua inteligência e pensamento faz com que entre numa espiral negativa que
o impede de vivenciar plenamente o sentimento, mantendo-se distante das emoções e
próximo da razão.
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Para além destas temáticas presentes em quase todas as suas obras, também a forma de
escrever é característica do autor: