Você está na página 1de 7

QUESTIONÁRIO

ESTUDO DIRIGIDO SOBRE PARNASIANISMO E SIMBOLISMO

1) Diga se os itens a seguir são verdadeiros ou falsos.

a) Na mitologia grega, Parnaso é a morada do deus Apolo e das musas, divindades protetoras das
artes e dos artistas. Desse mito, deriva a palavra Parnasianismo a fim de designar uma escola
literária que tem como característica a linguagem fluida e sugestiva, que provoca a percepção e a
emoção.

b) Impressionismo foi um movimento artístico que se originou na França, entre os anos 1860 e
1870. Embora tenha se manifestado principalmente na pintura, influenciou outras artes, como a
literatura. Sua principal característica é o registro de impressões, pinceladas que sugerem formas
e movimentos sem contornos precisos, luzes e cores de um instante captado pela sensibilidade do
artista. Por isso, as obras impressionistas se assemelham às simbolistas: sua função é cultuar a
forma, ou seja, praticar a “arte pela arte”, sem evocar emoções, retratando temas da Antiguidade
Clássica.

c) O Parnasianismo e o Simbolismo foram movimentos artísticos contemporâneos ao Realismo e


ao Naturalismo. Enquanto o Parnasianismo se identificou com as ideias que orientaram as estéticas
realista e naturalista, sendo considerado a manifestação poética do Realismo-Naturalismo, o
Simbolismo, por outro lado, se opôs a tais ideias, baseadas no Objetivismo, no Racionalismo, no
Materialismo e no Cientificismo, uma vez que buscou exprimir as frustrações e as angústias de
quem não acreditava no progresso social prometido pela industrialização, porque sentia que o
mundo entrava em crise, devido às desigualdades e aos conflitos que se manifestavam nesse
período.

2) A seguir, estão listadas as principais características do Parnasianismo e do Simbolismo. Indique


a qual escola literária corresponde cada item.

Descrição detalhada da natureza, dos objetos e da arte poética


( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo

Sugestão evocativa de sensações, emoções e estados de consciência (sonho e loucura)


( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo

Linguagem precisa, direta e culta (imagens sóbrias e racionais, empregando poucas figuras de
linguagem, preferindo hipérbatos, repetições de palavras e comparações explícitas)
( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo

Linguagem vaga, simbólica e culta (uso de sinestesias e antíteses para exprimir as impressões do
poeta; uso de aliterações e assonâncias, além de referências a instrumentos e sons para dar
musicalidade ao texto)
( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo
Versos livres e fluidos
( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo

Versos de métrica perfeita e rimas raras


( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo

Materialismo e racionalidade
( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo

Empirismo (pensamento voltado à experiência no mundo concreto)


( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo

Misticismo e religiosidade
( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo

Transcendentalismo (pensamento voltado à essência do ser humano)


( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo

Culto da forma (a “arte pela arte”)


( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo

Culto do mistério e do intangível


( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo

Sentimentos contidos (objetividade temática)


( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo

Sentimentos expandidos (valorização dos estados d’alma)


( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo

Retomada da tradição clássica


( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo

Retomada da tradição romântica


( ) Parnasianismo ( ) Simbolismo
3) A literatura brasileira foi influenciada por movimentos artísticos que se iniciaram na França a
partir de meados do século XIX. Uma evidência disso se encontra expressa nas seguintes palavras,
traduzidas de um texto francês:

Como longos ecos que, de longe, se confundem


Numa tenebrosa e profunda unidade,
Vasta como a noite e como a claridade,
Os perfumes, as cores e os sons se correspondem.

A estrofe acima, extraída do poema Correspondências do escritor francês Charles Baudelaire,


caracteriza, de forma exemplar, um estilo de época que inspirou poetas brasileiros. Que estilo de
época é esse? Que características desse estilo são indicadas nesses versos? Para responder,
reveja o exercício anterior.

4) Identifique os escritores brasileiros descritos em cada item abaixo.

a) Republicano, o primeiro “príncipe dos poetas brasileiros” é o autor do Hino à Bandeira. Sua obra
se destaca pelo culto da palavra e pelo domínio da língua portuguesa, à qual dedicou um de seus
sonetos.

b) De estilo sóbrio, sua poesia se aproxima do Realismo pela descrição e pelo pessimismo, embora,
por vezes, transmita sensações e emoções que a aproximam da estética simbolista.

c) Considerado o mais parnasiano dos poetas brasileiros, sua obra se destaca pela descrição em
linguagem extremamente trabalhada, sobretudo de objetos, e pela exaltação da Antiguidade
Clássica.

d) Filho de escravos alforriados e abolicionista, um dos maiores poetas simbolistas da literatura


mundial só teve seu talento reconhecido após a morte. Um tema central de sua obra é a dor de
existir como homem negro e como ser humano.

e) O amor, a morte e o misticismo são os temas centrais da sua obra poética, marcada por uma
tragédia pessoal: sua noiva falece às vésperas do casamento. Por isso, o amor é idealizado e
espiritualizado, como um sentimento religioso.
5) Apesar de representarem escolas literárias diferentes, os sonetos abaixo apresentam algo em
comum: definem como é ser poeta. Explique como o poeta é definido em cada poema.

A UM POETA O ASSINALADO

Olavo Bilac Cruz e Sousa

Longe do estéril turbilhão da rua, Tu és o louco da imortal loucura,


Beneditino, escreve! No aconchego O louco da loucura mais suprema.
Do claustro, no silêncio e no sossego, A Terra é sempre a tua negra algema,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! Prende-te nela a extrema Desventura.

Mas que na forma se disfarce o emprego Mas essa mesma algema de amargura,
Do esforço; e a trama viva se construa Mas essa mesma Desventura extrema
De tal modo, que a imagem fique nua, Faz que tu'alma suplicando gema
Rica, mas sóbria, como um templo grego. E rebente em estrelas de ternura.

Não se mostre na fábrica o suplício Tu és o Poeta, o grande Assinalado


Do mestre. E, natural, o efeito agrade, Que povoas o mundo despovoado,
Sem lembrar os andaimes do edifício: De belezas eternas, pouco a pouco...

Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Na Natureza prodigiosa e rica


Arte pura, inimiga do artifício, Toda a audácia dos nervos justifica
É a força e a graça na simplicidade. Os teus espasmos imortais de louco!

6) De modo semelhante aos poemas da questão anterior, a seguir, são apresentados dois sonetos
que têm como tema a própria poesia. Explique como cada texto aborda esse tema.

TORTURA ETERNA ÚLTIMA DEUSA

Cruz e Sousa Alberto de Oliveira

Impotência cruel, ó vã tortura! Foram-se os deuses, foram-se, em verdade;


Ó Força inútil, ansiedade humana! Mas das deusas alguma existe, alguma
Ó círculos dantescos da loucura! Que tem teu ar, a tua majestade,
Ó luta, ó luta secular, insana! Teu porte e aspecto, que és tu mesma, em suma.

Que tu não possas, Alma soberana, Ao ver-te com esse andar de divindade,
Perpetuamente refulgir na Altura, Como cercada de invisível bruma,
Na Aleluia da Luz, na clara Hosana A gente à crença antiga se acostuma
Do Sol, cantar, imortalmente pura. E do Olimpo se lembra com saudade.

Que tu não possas, Sentimento ardente, De lá trouxeste o olhar sereno e garço,


Viver, vibrar nos brilhos do ar fremente, O alvo colo onde, em quedas de ouro tinto,
Por entre as chamas, os clarões supernos. Rútilo rola o teu cabelo esparso...

Ó Sons intraduzíveis, Formas, Cores!... Pisas alheia terra... Essa tristeza


Ah! que eu não possa eternizar as dores Que possuis é de estátua que ora extinto
Nos bronzes e nos mármores eternos! Sente o culto da forma e da beleza.
7) Leia e compare os poemas abaixo. Em seguida, aponte semelhanças e diferenças entre eles.

MAL SECRETO ACROBATA DA DOR

Raimundo Correia Cruz e Sousa

Se a cólera que espuma, a dor que mora Gargalha, ri, num riso de tormenta,
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce, Como um palhaço, que desengonçado,
Tudo o que punge, tudo o que devora Nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
O coração, no rosto se estampasse; De uma ironia e de uma dor violenta.

Se se pudesse o espírito que chora Da gargalhada atroz, sanguinolenta,


Ver através da máscara da face, Agita os guizos, e convulsionado
Quanta gente, talvez, que inveja agora Salta, gavroche, salta clown, varado
Nos causa, então piedade nos causasse! Pelo estertor dessa agonia lenta...

Quanta gente que ri, talvez, consigo Pedem-te bis e um bis não se despreza!
Guarda um atroz, recôndito inimigo Vamos! retesa os músculos, retesa
Como invisível chaga cancerosa! Nessas macabras piruetas d'aço...

Quanta gente que ri, talvez existe, E embora caias sobre o chão, fremente,
Cuja aventura única consiste Afogado em teu sangue estuoso e quente
Em parecer aos outros venturosa! Ri! Coração, tristíssimo palhaço.

8) Qual é o tema do poema? Assinale a alternativa correspondente entre as opções que se


encontram ao lado de cada texto.

CÁRCERE DAS ALMAS


a) a oposição entre matéria e espírito
Cruz e Sousa b) o poeta e a arte poética
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, c) a defesa da causa abolicionista
Soluçando nas trevas, entre as grades d) o amor espiritualizado pela morte
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza


Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas


Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,


que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
CLAMOR SUPREMO
a) a oposição entre matéria e espírito
Cruz e Sousa
b) o poeta e a arte poética
Vem comigo por estas cordilheiras! c) a defesa da causa abolicionista
Põe teu manto e bordão e vem comigo, d) o amor espiritualizado pela morte
Atravessa as montanhas sobranceiras
E nada temas do mortal Perigo!

Sigamos para as guerras condoreiras!


Vem, resoluto, que eu irei contigo
Dentre as Águias e as chamas feiticeiras,
Só tendo a Natureza por abrigo.

Rasga florestas, bebe o sangue todo


Da Terra e transfigura em astros lodo,
O próprio lodo torna mais fecundo.

Basta trazer um coração perfeito,


Alma de eleito, Sentimento eleito
Para abalar de lado a lado o mundo!

QUANDO CHEGASTE, OS VIOLONCELOS


a) a oposição entre matéria e espírito
Alphonsus de Guimaraens
b) o poeta e a arte poética
Quando chegaste, os violoncelos c) a defesa da causa abolicionista
Que andam no ar cantaram hinos. d) o amor espiritualizado pela morte
Estrelaram-se todos os castelos,
E até nas nuvens repicaram sinos.

Foram-se as brancas horas sem rumo.


Tanto sonhadas! Ainda, ainda
Hoje os meus pobres versos perfumo
Com os beijos santos da tua vinda.

Quando te foste, estalaram cordas


Nos violoncelos e nas harpas...
E anjos disseram : – Não mais acordas,
Lírio nascido nas escarpas!

Sinos dobraram no céu e escuto


Dobres eternos na minha ermida.
E os pobres versos ainda hoje enluto
Com os beijos santos da despedida.
Quadro Explicativo de Algumas Figuras de Linguagem

FIGURA DEFINIÇÃO EXEMPLO

Metáfora Construção em que se Quando te foste, estalaram cordas


compara implicitamente Nos violoncelos e nas harpas...
atributos de seres e objetos E anjos disseram : – Não mais acordas,
Lírio nascido nas escarpas!

Personificação Construção em que se A última deusa: personificação da arte poética


atribuem características
humanas a objetos, outros Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
seres ou ideias abstratas Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

Metonímia Construção em que se usa Um ser pertence à música infinita


uma palavra para se referir a Das Esferas, pertence à luz sonora
uma ideia que lhe é próxima Das estrelas do Azul e hora por hora
Na Natureza virginal palpita.

Sinestesia Construção em que se Indefiníveis músicas supremas,


associam diferentes Harmonias da Cor e do Perfume...
sensações numa só Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
impressão Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...

Antítese Construção em que se Tudo se veste de uma igual grandeza


opõem ou se contrastam Quando a alma entre grilhões as liberdades
palavras ou ideias de Sonha e, sonhando, as imortalidades
sentido contrário Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.

Aliteração Repetição de consoantes a Vozes veladas, veludosas vozes,


fim de sugerir um som Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.

Assonância Repetição de vogais a fim Quando os sons dos violões vão soluçando,
de sugerir um som Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem.

Hipérbato Inversão da ordem dos Ouviram do Ipiranga as margens plácidas


termos da oração De um povo heroico o brado retumbante
(As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado
retumbante de um povo heroico)

Você também pode gostar