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Módulo 2 - Aula 3

Semelhanças e Relações Métricas


Problemas Introdutórios

Problema 1. Na figura abaixo, ABC é um triângulo e X, Y, Z


são pontos sobre os lados BC, CA, AB, respectivamente. Sabendo
que AX, BY, CZ são paralelos, prove que:
1 1 1
= + .
AX BY CZ

Y
A

B X C

Problema 2. Na figura abaixo existem três quadradro de lados


3 < 4 < x. Determine x.
Problema 3. Uma reta passando pelo vértice A do quadrado
−−→
ABCD intersecta o lado CD em E e a semirreta BC em F .
Prove que
1 1 1
2
+ 2
= .
AE AF AB 2
Problema 4. Um ponto E é escolhido no interior do lado AC
de um triângulo ABC. São escolhidos pontos D e F sobre AB e
BC, respectivamente, de modo que DE k BC e EF k AB. Prove
que p
[BDEF ] = 2 [ADE][EF G].

Problema 5. (Maio 2006) Seja ABCD um trapézio de bases AB


e CD. Seja O o ponto de interseção de suas diagonais AC e BD.
Se a área do triângulo ABC é 150 e a área do triângulo ACD é
120, calcular a área do triângulo BOC.

Problemas Avançados

Problema 6. (Banco IMO 1983) Seja ABC um triângulo e D,


E, F pontos (sendo E e F fora do triângulo e D dentro) tais que
os triângulos ABE, ACF e BDC são isósceles com ∠BEA =
∠AF C = ∠BDC. Mostre que AF DE é um paralelogramo.

Problema 7. Sejam ABC um triângulo com baricentro G e `


uma reta que passa por G e corta os lados AB e AC do triângulo.
Sejam D, E e F os pés das perpendiculares de A, B e C até `,
respectivamente. Prove que AD = BE + CF .
Problema 8. (Turquia) O triângulo ABC é retângulo em C e
CH é a altura relativa à hipotenusa. Sejam r1 , r2 e r os raios dos
cı́rculos inscritos aos triângulos CHA, CHB e ABC, respectiva-
mente. Mostre que

r1 + r2 + r = CH.
Soluções

1. Em primeiro lugar, veja que a equação do enunciado pode


ser reescrita como
XC XB
1= + .
BC BC
Note que ∆CXA ∼ ∆CBY . Assim,
AX XC
= .
BY BC
Note que ∆BXA ∼ ∆BZC. Assim,
AX BX
= .
CZ BC
Somando as duas equações encontradas e usando o fato que
BX + XC = BC, o resultado segue de imediato.

2. Marque os pontos A, B, C, D e E na figura conforme ilus-


trado a seguir. Veja que ∆ABC ∼ ∆ADE, pois têm dois
pares de ângulos iguais. Sejam `1 e `2 as medidas dos la-
dos dos quadrados inscritos nos triângulos ABC e ADE,
respectivamente. Então,
`1 `2 3 4 16
= ⇒ = ⇒x= .
BC DE 4 x 3
3. Seja ` a medida do lado do quadrado ABCD e x = DE.
Observe que a equação do enunciado é equivalente a
2
AE 2

AE
1+ = 2 .
AF `

Por outro lado, ∆ADE ∼ ∆ABF . Logo,

AF AB AE x2
= ⇒ = 2.
AE DE AF `
Substituindo na primeira equação encontrada, devemos de-
monstrar que
x2 AE 2
1+ 2 = 2 .
` `
Porém, essa última equação é equivalente ao teorema de
Pitágoras no ∆ADE.
A D

B C F

4. Sejam S = [ABC], S1 = [EF C] e S2 = [ADE]. A equação


inicial pode ser reescrita como
p p p p
S−S1 −S2 = 2 S1 S2 ⇐⇒ S = S1 +2 S1 S2 +S2 = ( S1 + S2 )2
√ √ 2
S1 S2
⇐⇒ 1 = √ + √ .
S S
Por outro lado,

EC 2 S1 √S1 EC

• ∆EF C ∼ ∆ABC ⇒ AC
= S
⇒ S
= AC
.

AE 2 S2 √S2 AE

• ∆ADE ∼ ∆ABC ⇒ AC
= S
⇒ S
= AC
.
√ √
Como AE + EC = AC, segue que √S1 + √S2 = 1.
S S

5. Observe que os triângulos CAB e DAB têm a mesma área


pois têm a mesma base e a mesma altura. Observe que AOB
é uma área comum aos dois triângulos. Logo, BOC e AOD
também têm a mesma área. Seja S = [BOC] = [AOD].
Assim, [AOB] = 150 − S e [COD] = 120 − S.
Por outro lado, se h é a medida da altura do trapézio, temos
que
150 [ABC] AB × h AB
= = = .
120 [ACD] CD × h CD
Agora veja que ∆AOB ∼ ∆COD, pois os dois triângulos
têm todos os ângulos iguais. Portanto,
 2  2
[AOB] AB 150
= = .
[COD] CD 120
Simplificando os termos, temos que
150 − S 25
= .
120 − S 16
Multiplicando em cruz e resolvendo a equação, achamos que
S = 200
3
.

D C

A B

6. Em primeiro lugar, observe que ∆BDC ∼ ∆AF C, pois têm


FC
todos os pares de ângulos correspondentes iguais. Daı́, CD =
AC
BD
.Com isso, note que ∆F DC ∼ ∆ABC pois tem um par
de ângulos correspondentes iguais (∠DCF = ∠BCA) e os
pares de lados adjacentes a este ângulo são proporcionais.
Portanto,
FC DF F C × AB
= ⇒ DF = .
AC AB AC
Por outro lado, ∆BEA ∼ ∆AF C, então:
EA AB F C × AB
= ⇒ EA = .
FC AC AC
Logo, DF = AE. De modo análogo, podemos demonstrar
que ED = AF . Portanto, AF DE é um paralelogramo.

F
E

B C

7. Seja M o ponto médio de BC e K o pé da perpendicu-


lar de M até `. Como BEF C é um trapézio, M K é sua
base média. Portanto, M K = BE+CF
2
. Por outro lado, os
triângulos ADG e GKM são semelhantes e como AG =
2GM , segue que AE = 2M K. Daı́, segue o resultado.
A

F
E D G K

B M C

8. Em primeiro lugar, veja que ∆CHA ∼ ∆ABC. Logo,


r1 CA
= .
r AB
De modo análogo, veja que ∆CHB ∼ ∆ABC. Logo,
r2 BC
= .
r AB
Agora considere a seguinte identidade:
r AB
= .
r AB
Somando-se essas três equações, obtemos
r1 + r2 + r CA + BC + AB
= .
r AB
Ou seja,
r(CA + BC + AB)
r1 + r2 + r =
AB
Por outro lado, há duas formas de calcularmos a área do
triângulo ABC:

r(AB + BC + CA) AB × CH
[ABC] = = .
2 2

Isolando o valor de CH na última equação e substituindo


na penúltima, obtemos o resultado solicitado no enunciado.

Produzido pela Associação da Olimpı́ada Brasileira de


Matemática

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