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Romantism

o
1° Geração
Prof. Evelyn Assis De Souza
Foi um movimento artístico e cultural que privilegiava as
emoções, a subjetividade e o individualismo. Contrário ao
objetivismo e as tradições clássicas de perfeição, ele
apresenta uma visão de mundo centrada no ser humano
com destaque para as sensações humanas e a liberdade de
pensamento.
Como escola literária, as bases do
sentimentalismo romântico e do escapismo
pelo suicídio foram estabelecidas pelo romance
"Os sofrimentos do jovem Werther", de Goethe,
publicado na Alemanha em 1774.
Como foi o suicídio
“Pela manhã, às 6 horas, o criado entrou no quarto com a luz. Encontrou
o seu senhor no chão, viu a pistola e o sangue. Chamou-o, mexeu nele;
nenhuma resposta, ele ainda agonizava. Correu em busca dos médicos
e de Albert. Lotte ouviu alguém tocar a campanhia e um tremor
convulsionou-lhe todos os membros (…). Tinha atirado na cabeça, logo
acima do olho direito, fazendo saltar os miolos. Pelo sangue espalhado
no espaldar da cadeira, concluiu-se que ele realizara seu intento
sentado à escrivaninha, caíra em seguida, rolando convulsivamente em
volta da cadeira. Estava estendido de costas perto da janela, inerte, todo
vestido e calçado, de casaca azul e colete amarelo. (…) Do vinho,
bebera somente um copo.”
Na Inglaterra
A poesia ultrarromântica de Lord
Byron, o romance Ivanhoé, de
Walter Scott.
Também, os livros Manon Lescut,
do árabe Prévost (1731), e
a História de Tom Joses, de Henry
Fielding (1749).
Não recues! De mim não foi-se o espírito…
Em mim verás – pobre caveira fria –
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.
Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!… que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.

“Uma taça feita de crânio humano” tradução


de Castro Alves
E foi no século XVIII, que tomou o
sentido atual, após passar pelas formas
de "romance de cavalaria, romance
sentimental, romance pastoral", na
Europa. O romance pode ser considerado
o sucessor da epopeia.
Romantismo em Portugal
Os primeiros anos do Romantismo português coincidem com as lutas
civis entre liberais e conservadores. A renúncia de Dom Pedro ao
trono brasileiro e sua luta pelo trono de Portugal ao lado dos liberais,
veio intensificar esses conflitos.
O romantismo literário em Portugal tem como marco inicial a
publicação, em 1825, do poema Camões, escrito por Almeida Garrett.
A obra foi produzida durante seu exílio em Paris.
Em Portugal, o movimento romântico esteve dividido em 2 fases:
• Primeira geração romântica: fase nacionalista
• Segunda geração romântica: fase de maturidade
Principais autores e obras
• Almeida Garret (1799-1854). Obras: Camões (1825), Viagens na minha
terra (1846) e Folhas Caídas (1853).
• Alexandre Herculano (1810-1877). Obras: A Harpa do
Crente (1838), Eurico, o Presbítero (1844) e Poesias (1850).
• Antônio Feliciano de Castilho (1800-1875). Obras: Amor e
melancolia (1828), A noite do Castelo (1836) e Escavações poéticas (1844).
• Camilo Castelo Branco (1825-1890). Obras: Amor de
perdição (1862), Coração, Cabeça e Estômago (1862) e Amor de
Salvação (1864).
• Júlio Dinis (1839-1871). Obras: As Pupilas do Senhor Reitor (1866), Uma
Família Inglesa (1868) e A Morgadinha dos Canaviais (1868).
• Soares de Passos (1826-1860). Única obra publicada: Poesias (1856).
• João de Deus (1830-1896). Obras: Ramo de Flores (1869) e Despedidas de
Verão (1880)
Saudade! gosto amargo de infelizes,
Delicioso pungir de acerbo espinho,
Que me estás repassando o íntimo peito
Com dor que os seios d’alma dilacera,
- Mas dor que tem prazeres - Saudade!
Misterioso númen, que aviventas
Corações que estalaram, e gotejam
Não já sangue de vida, mas delgado
Soro de estanques lágrimas - Saudade!
Mavioso nome que tão meigo soas
Nos lusitanos lábios, não sabido
Das orgulhosas bocas dos Sicambros
Destas alheias terras - Oh Saudade!
Mágico númen que transportas a alma
Do amigo ausente ao solitário amigo,
Do vago amante à amada
ARCADISMO ROMANTISMO
Razão Emoção
Universalismo Egocentrismo
Materialismo (Terra) Espiritualismo (Céu)
Formal Liberdade formal
Natureza como cenário Natureza como personagem
Amor racionalizado Paixão
Cristianismo Paganismo
Beleza artística Mulher idealizada
Fusão do grotesco e do sublime Mulher idealizada
Romantis
mo no
Brasil
1°Geração
Contexto Histórico
A primeira geração romântica (1836 a 1852), onde
o Indianismo trará a tona o tema do índio idealizado,
baseada no binômio “nacionalismo-indianismo”. O
nome dessa tendência remete a figura escolhida para
exaltar aspectos nacionais: o índio, considerado o
“bom selvagem”, símbolo da inocência e pureza. A
Teoria do Bom Selvagem, de Rousseau, exerceu
influência direta no pensamento literário brasileiro
da época.
Na Europa, os cavaleiros medievais eram as figuras
românticas que representavam o bom herói,
idealizado, corajoso e forte. Já no Brasil, a figura
romântica do novo herói era a do índio.
Após a independência do Brasil (1822), o país passava por
diversas transformações sociais, políticas e econômicas.
Os brasileiros, imbuídos pelo espírito anticolonialista e
nacionalista, buscavam uma identidade nacional e afastada dos
moldes europeus.
Também, os artistas buscavam temas nacionais com o intuito de
criar uma cultura do próprio país, e a partir disso, o índio foi
eleito o nosso “herói nacional”.
Note que essa personalidade idealizada não poderia ser figurada
pelo “português” ou o “africano”. O português estava relacionado
com a figura do colonizador e explorador das terras, e o africano,
com a força escrava utilizada durante muito tempo no Brasil
Colonial.
Principais Características
Índio-herói como o
Nacionalismo e símbolo nacional; Exaltação da
ufanismo;
Língua e costumes natureza e do
Sentimentalism indígenas; folclore;
oe
Retorno ao passado Influências do
religiosidade;
histórico; medievalismo
Figura romântico.
idealizada do
índio;
Principai
s Autores
Gonçalves de Magalhães
(1811 – 1882)
Principais obras
A Confederação de Tamoios
(1857) e Os Indígenas do Brasil
perante a História (1860).
Niterói! Niterói! como és formosa!
Eu me glorio de dever-te o braço!
Montanhas, várzeas, lagos, mares, A confederação
ilhas,
Prolífica Natura, céu ridente, dos Tamois
Léguas e léguas de prodígios
tantos.
Num todo tão harmônico e sublime,
Onde olhos o verão longe deste
Éden?
Gonçalves de Dias (1823 -
1864)
Principais obras
I-Juca- Pirama (1851), Os
Timbiras (1857), Canção do
Tamoio.
Canção do Tamoio
Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida Um dia vivemos!
É luta renhida: O homem que é forte
Viver é lutar. Não teme da morte;
A vida é combate, Só teme fugir;
Que os fracos abate, No arco que entesa
Que os fortes, os bravos Tem certa uma presa,
Só pode exaltar. Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.
Já vi cruas brigas,
I-Juca- Pirama De tribos imigas,
E as duras fadigas
Meu canto de morte, Da guerra provei;
Guerreiros, ouvi: Nas ondas mendaces
Sou filho das selvas, Senti pelas faces
Nas selvas cresci; Os silvos fugaces
Guerreiros, descendo Dos ventos que amei.
Da tribo tupi.Da tribo pujante,
Que agora anda errante Andei longes terras
Por fado inconstante, Lidei cruas guerras,
Guerreiros, nasci; Vaguei pelas serras
Sou bravo, sou forte, Dos vis Aimoréis;
Sou filho do Norte; Vi lutas de bravos,
Meu canto de morte, Vi fortes - escravos!
Guerreiros, ouvi. De estranhos ignavos
Calcados aos pés.
José de Alencar (1829-
1877)
Principais obras
O
Guarani (1857), Iracema (1865)
e Ubirajara (1874).
[...] Cecília esperava o seu último momento com a sublime resignação
evangélica, que só dá a religião do Cristo; morria feliz; Peri tinha
confundido as suas almas na derradeira prece que expirara dos seus
lábios.
- Podemos morrer, meu amigo! disse ela com uma expressão sublime.
Peri estremeceu; ainda nessa hora suprema seu espírito revoltava-se
contra aquela idéia, e não podia conceber que a vida de senhora
tivesse de perecer como a de um simples mortal.
- Não! exclamou ele. Tu não podes morrer.
A menina sorriu docemente.
- Olha! disse ela com a sua voz maviosa, a água sobe, sobe...
- Que importa! Peri vencerá a água, como venceu a todos os teus
inimigos.
- Se fosse um inimigo, tu o vencerias, Peri. Mas é Deus... É o seu poder
infinito!
- Tu não sabes? disse o índio como inspirado pelo seu amor ardente, o
Senhor do céu manda às vezes àqueles a quem ama um bom
pensamento.

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