ROMANTISMO

A Liberdade
guiando o
povo
Eugène
Delacroix
 Contexto histórico

• Surgiu na Europa no século XVIII;

• No contexto da revolução industrial e do iluminismo;

• Ascensão da burguesia nas revoluções liberais.

Romantismo no Brasil
 Romantismo no Brasil (século XIX)

• É a primeira escola da era nacional brasileira.

• A chegada da família Real (1808)

• Capital: Rio de Janeiro
• Independência do Brasil (1822)
• Minha terra tem palmeiras
• Onde canta o Sabiá,
• As aves, que aqui gorjeiam,
• Não gorjeiam como lá.

• Nosso céu tem mais estrelas,

• Nossas várzeas têm mais flores,
• Nossos bosques têm mais vida,
• Nossa vida mais amores.
• Em cismar, sozinho, à noite,
• Mais prazer encontro eu lá;
• Minha terra tem palmeiras,
• Onde canta o Sabiá.

• Minha terra tem primores,

• Que tais não encontro eu cá;
• Em cismar – sozinho, à noite –
• Mais prazer encontro eu lá;
• Minha terra tem palmeiras,
• Onde canta o Sabiá.
• Não permita Deus que eu morra,
• Sem que eu volte para lá;
• Sem que desfrute os primores
• Que não encontro por cá;
• Sem qu’inda aviste as palmeiras,
• Onde canta o Sabiá.
 Fases do romantismo no Brasil

• Primeira geração
romântica (1836 a
1852):
• Nacionalista, indianista
e religiosa.

Representada, principalmente, pelo poeta Gonçalves Dias.

 CANÇÃO DO TAMOIO
De: Antonio Gonçalves Dias
• I • II
• Não chores, meu filho; • Um dia vivemos!
• Não chores, que a vida • O homem que é forte
• É luta renhida: • Não teme da morte;
• Viver é lutar. • Só teme fugir;
• A vida é combate, • No arco que entesa
• Que os fracos abate, • Tem certa uma presa,
• Que os fortes, os bravos • Quer seja tapuia,
• Só pode exaltar. • Condor ou tapir
• III • IV
• O forte, o cobarde • Domina, se vive;
• Seus feitos inveja • Se morre, descansa
• De o ver na peleja • Dos seus na lembrança,
• Garboso e feroz; • Na voz do porvir.
• E os tímidos velhos • Não cures da vida!
• Nos graves concelhos, • Sê bravo, sê forte!
• Curvadas as frontes, • Não fujas da morte,
• Escutam-lhe a voz! • Que a morte há de vir!
• V
• E pois que és meu filho,
• Meus brios reveste;
• Tamoio nasceste,
• Valente serás.
• Sê duro guerreiro,
• Robusto, fragueiro,
• Brasão dos tamoios
• Na guerra e na paz.
• VI
• Teu grito de guerra
• Retumbe aos ouvidos
• D'imigos transidos
• Por vil comoção;
• E tremam d'ouvi-lo
• Pior que o sibilo
• Das setas ligeiras,
• Pior que o trovão.
• VII • VIII
• E a mão nessas tabas, • Porém se a fortuna,
• Querendo calados • Traindo teus passos,
• Os filhos criados • Te arroja nos laços
• Na lei do terror; • Do inimigo falaz!
• Teu nome lhes diga, • Na última hora
• Que a gente inimiga • Teus feitos memora,
• Talvez não escute • Tranqüilo nos gestos,
• Sem pranto, sem dor! • Impávido, audaz.
• IX • X
• E cai como o tronco • As armas ensaia,
• Do raio tocado, • Penetra na vida:
• Partido, rojado • Pesada ou querida,
• Por larga extensão; • Viver é lutar.
• Assim morre o forte! • Se o duro combate
• No passo da morte • Os fracos abate,
• Triunfa, conquista • Aos fortes, aos bravos,
• Mais alto brasão. • Só pode exaltar.
 Fases do romantismo no Brasil

Representada, principalmente, pelo poeta Álvares de Azevedo.

• Segunda geração
romântica (1853 a 1869):
• Egocentrismo exacerbado e
pessimismo.
 LEMBRANÇA DE MORRER
• Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.

• E nem desfolhem na matéria impura

A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
• Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
— Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

• Como o desterro de minh'alma errante,

Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade — é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
• Só levo uma saudade — é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!
• De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos — bem poucos — e que não zombavam
Quando, em noite de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
• Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
• Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.
• Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo....
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!

• Descansem o meu leito solitário

Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nelas
— Foi poeta — sonhou — e amou na vida.—
• Sombras do vale, noites da montanha
Que minh'alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
• Mas quando preludia ave d'aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua prantear-me a lousa!
 Fases do romantismo no Brasil

• Terceira geração
romântica (1870 a
1880):
• Cunho social e
libertário.

Representada, principalmente, pelo poeta Castro Alves.

 Índices temáticos das obras

Morte e sonho

• Diante do cenário deprimente, o autor tinha dois caminhos:

• Se empolgava no sonho, criando uma alma nacionalista;

• Ou se entregava à morte como escapismo e libertação.
 Principais características
• Individualismo e subjetivismo
• Sentimentalismo
• Nacionalismo
• Liberdade de expressão e artística
• Indianismo
• Escapismo/evasão
• Culto à natureza
• Idealização da mulher
• Amor platônico
 Autores e obras do Romantismo em Portugal

Autores Obras
Almeida Garret (1799- • Camões (1825), Viagens na minha terra (1846)
1854) e Folhas Caídas (1853).
Alexandre Herculano • A Harpa do Crente (1838), Eurico, o
(1810-1877) Presbítero (1844) e Poesias (1850).
Antônio Feliciano de • Amor e melancolia (1828), A noite do
Castilho (1800-1875) Castelo (1836) e Escavações poéticas (1844).
Camilo Castelo Branco Amor de perdição (1862), Coração, Cabeça e
(1825-1890) Estômago (1862) e Amor de Salvação (1864
João de Deus (1830- • Ramo de Flores (1869) e Despedidas de
1896) Verão (1880).
Iracema. Artista. José Maria de Medeiros
• Idealização da mulher e da pátria
• Escapismo ou fuga da realidade
• Renúncia da própria
• Sentimentalismo
• Ideal de brasilidade
• Mistura de raças para a formação do povo
• Indígena europeizado
 Principais autores
• Gonçalves de Magalhães

• Gonçalves Dias

• José de Alencar

• Álvares de Azevedo

• Casimiro de Abreu

• Castro Alves
Romantismo no Brasil
 1ª fase do romantismo no Brasil (1836-1852)

POESIA

A primeira geração romântica no Brasil teve como principais

características o nacionalismo e o indianismo.

Os temas mais explorados pelos escritores desse momento são: natureza,
sentimentalismo, religiosidade, ufanismo e nacionalismo.

• Herói nacional: o índio

• O “mito do bom selvagem” - Jean-Jacques Rousseau
Gonçalves Dias
Gonçalves de Magalhães
2ª fase do romantismo no Brasil (1853 a 1869)

POESIA

• Conhecida como a geração do “Mal do Século” ou “Ultrarromântica”, a

segunda geração romântica foi profundamente influenciada pela poesia
do inglês George Gordon Byron, (1788-1824). Por isso, é muitas vezes
chamada de geração “Byroniana”.

• Marcada por aspectos negativos, a poesia desse período romântico é

permeada dos temas: egocentrismo, negativismo, pessimismo, dúvida,
desilusão, boêmia, exaltação da morte e fuga da realidade.
 Principais autores

• Álvares de Azevedo – poeta da angústia

• Casimiro de Abreu – poeta da saudade

• Se Eu Morresse Amanhã
https://www.youtube.com/watch?v=CDfrY62cCEM&t=32s
 Trecho do poema Meus oito anos, de Casimiro de Abreu

Oh! que saudades que tenho Como são belos os dias

Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
De despontar da existência!
– Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor!
 3ª fase do romantismo no Brasil (1870 a 1880)

POESIA

Chamada de “Geração Condoreira”, a terceira geração romântica é

caracterizada pela poesia libertária e social;

Caráter libertário: poesia de engajamento pela república e pela

liberdade;

O grande foco dos escritores desse momento foi os problemas sociais

e também o abolicionismo.
 Principais temáticas

• Defesa de causas humanitárias

• Denúncia da escravidão

• Amor erótico
 Principais autores

• Castro Alves “poeta dos escravos”

O Navio Negreiro (1869).
Link: https://www.youtube.com/watch?v=3j8XoDSoA-E

• Tobias Barreto
Amar (1866), A Escravidão (1868) e Dias e noites (1893).

• Sousândrade
Harpas Selvagens (1857) e O Guesa, livro escrito entre os anos de 1858 e
1888.
 3ª fase do romantismo no Brasil (1870 a 1880)

PROSA
Romance Romântico

Valores culturais e ideológicos;

Publicados na imprensa: folhetins
Idealização do herói
Elevar a nação: identidade

Fórmula romântica: Romance romântico europeu + cenários

brasileiros + valores burgueses
 Tipos de romance

• Histórico – inspiração no passado histórico

• Urbano – vida na corte/luxo da burguesia

• Indianista – O índio como marca nativista

• Regionalista – Simboliza a nacionalidade/costumes registrados

 Tipos de romance

José de Alencar
• Indianista - Iracema, O Guarani e Ubirajara
• Histórico - As minas de Prata, A Guerra dos Mascates
• Urbano - Lucíola, Diva, Senhora, A viuvinha
• Regionalista – O Gaúcho

Visconde de Taunay
• Regionalista -Inocência

Bernardo Guimarães
• Regionalista - A Escrava Isaura.
SUGESTÕES DE LEITURA