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Romantismo

LA VENDIMIA
A colheita ou outono é uma figura de Francisco de Goya
 preservado no Museo del Prado e faz parte da série de
desenhos animados para tapeçarias que representam as 
estações do ano .
El quitasol es una obra de Goya pintada en 1777
Moema, Victor Meirelles, 1866, MASP Independência ou Morte, Pedro Américo, M. Paulista, 1888
Romantismo no Brasil
1831- 40, no período da Regência, os brasileiros encontraram-se quase
subitamente entregues ao seu próprio destino, atores políticos
sozinhos e únicos, tendo que ser governantes e governados, e ainda
por cima envolvidos em questões internas, que colocavam, de um lado,
os monarquistas do Partido Conservador e, do outro, o Partido
Liberal, que ambicionava para o destino da Nação uma federação
republicana. Teve então o país a sorte de contar com homens públicos
de grande competência, que logo trataram prudentemente de elevar
ao poder o Imperador D. Pedro II, com apenas quinze anos de idade,
assim evitando as lutas internas, que poderiam ter esfacelado o país.
1° fase : NACIONALISMO - INDIANISMO
INÍCIO: 1836 SUSPIROS POÉTICOS E SAUDADES,
DE GONÇALVES DE MAGALHÃES

Confederação dos Tamoios


Em 1856, Gonçalves de Magalhães publica
“Confederação dos Tamoios”, poema épico,
escrito nos moldes neoclássicos em dez cantos.
Trata-se da passagem da nossa história em que
os tamoios, instigados pelos franceses, tentam
destruir a povoação de São Vicente, ocupada
pelos portugueses. Dedica os versos desse
poema ao imperador Dom Pedro II, que lhe
concede o título de Barão e Visconde de
Araguaia.
Juca Pirama
Gonçalves Dias

Meu canto de morte,


Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
01. Gonçalves Dias consolidou o romantismo no Brasil. Sua “Canção do
exílio” pode ser considerada tipicamente romântica porque

Canção do exílio Minha terra tem primores, 


Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar sozinho, à noite
Minha terra tem palmeiras,  Mais prazer eu encontro lá; 
Onde canta o Sabiá;  Minha terra tem palmeiras, 
As aves, que aqui gorjeiam,  Onde canta o Sabiá.
Não gorjeiam como lá.
Não permita Deus que eu morra, 
Nosso céu tem mais estrelas,  Sem que eu volte para lá; 
Nossas várzeas têm mais flores,  Sem que disfrute os primores 
Nossos bosques têm mais vida,  Que não encontro por cá; 
Nossa vida mais amores. Sem qu'inda aviste as palmeiras, 
Em  cismar, sozinho, à noite,  Onde canta o Sabiá.
Mais prazer eu encontro lá;  Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.
a) apoia-se nos cânones formais da poesia clássica greco-romana;
emprega figuras de ornamento, até com certo exagero; evidencia a
musicalidade do verso pelo uso de aliterações.
b) exalta terra natal; é nostálgica e saudosista; o tema é tratado de modo
sentimental, emotivo. B
c) utiliza-se do verso livre, como ideal de liberdade criativa; sua linguagem
é hermética, erudita; glorifica o canto dos pássaros e a vida selvagem.
d) poesia e música se confundem, como artifício simbólico; a natureza e o
tema bucólico são tratados com objetividade; usa com parcimônia as
formas pronominais de primeira pessoa.
e) refere-se à vida com descrença e tristeza; expõe o tema na ordem
sucessiva, cronológica; utiliza-se do exílio como o meio adequado de
referir-se à evasão da realidade.
Canto de regresso à Pátria

Minha terra tem palmares


Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita
Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que eu veja a rua 15
E o progresso de São Paulo

• ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Círculo do Livro. s/d.
02. Os textos C. Exílio( A) e C. Regresso à Pátria (B) , escritos em contextos históricos e culturais diversos,
enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem brasileira entrevista a distância. Analisando-os, conclui-se que:

a) o ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do país em


que nasceu, e o tom de que se revestem os dois textos.
b) a exaltação da natureza é a principal característica do texto B, que
valoriza a paisagem tropical realçada no texto A.
c) o texto B aborda o tema da nação, como o texto A, mas sem perder a
visão crítica da realidade brasileira.
d) o texto B, em oposição ao texto A, revela distanciamento geográfico
do poeta em relação à pátria.
e) ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem brasileira.
C
Ultrarromantismo
mal do século - geração byroniana
Álvares de Azevedo
(1831-1852) foi um poeta, escritor e
contista, da Segunda Geração
Romântica brasileira. Suas poesias
retratam o seu mundo interior. É
conhecido como "o poeta da
dúvida".
Se eu morresse amanhã! n’alva
Se eu morresse amanhã, viria ao Acorda a natureza mais louçã!
menos Não me batera tanto amor no peito,
Fechar meus olhos minha triste irmã; Se eu morresse amanhã!
Minha mãe de saudades morreria Mas essa dor da vida que devora
Se eu morresse amanhã! A ânsia de glória, o dolorido afã…
Quanta glória pressinto em meu A dor no peito emudecera ao menos
futuro!
Se eu morresse amanhã!
Que aurora de porvir e que manhã!
(Lira dos vinte anos, 2000.)
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce
Obras de destaque de Álvares de Azevedo
Lira dos vinte anos
Noite na taverna
Macário
Em uma taverna do século XIX, cinco amigos
decidem narrar suas macabras histórias de
amor. As paixões de Solfieri, Bertram, Gennaro,
Claudius Hermann e Johann são tão intensas
quanto loucas. No passado, ainda jovens e
inconsequentes, eles macularam suas vidas
com atos infames, que nunca esqueceram.
03. Uma característica do eu lírico do poema é

D
Condoreira ou social – Terceira geração
Hugoana Castro Alves
Começou sua produção maior aos dezesseis anos de idade, e
seus versos de Os Escravos foram iniciados aos dezessete
(1865), com ampla divulgação no país onde eram publicados
nos jornais e declamados, ajudando a formar a geração que
viria a conquistar a abolição; José de Alencar disse dele,
quando ainda em vida, que "palpita em sua obra o poderoso
sentimento de nacionalidade, essa alma que faz os grandes
poetas, como os grandes cidadãos”.
Ao lado de Luís Gama, Nabuco, Ruy Barbosa e 
José do Patrocínio, destacou-se na campanha abolicionista "em
especial, a figura do grande poeta baiano Castro Alves". Teve
por maiores influências os escritores românticos Victor Hugo, 
Lord Byron, Lamartine, Alfred de Musset e Heinrich Heine.
Leia o texto que segue, a parte IV de O navio negreiro para responder à questão.

Era um sonho dantesco... o tombadilho


Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite... Presa nos elos de uma só cadeia,
Legiões de homens negros como a noite, A multidão faminta cambaleia,
Horrendos a dançar... E chora e dança ali!
Negras mulheres, suspendendo às tetas Um de raiva delira, outro enlouquece,
Magras crianças, cujas bocas pretas Outro, que martírios embrutece,
Rega o sangue das mães: Cantando, geme e ri!
Outras moças, mas nuas e espantadas, No entanto o capitão manda a manobra,
No turbilhão de espectros arrastadas, E após fitando o céu que se desdobra,
Em ânsia e mágoa vãs! Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
E ri-se a orquestra irônica, estridente... "Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
E da ronda fantástica a serpente Fazei-os mais dançar!..."
Faz doudas espirais ... E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
Se o velho arqueja, se no chão resvala, E da ronda fantástica a serpente
Ouvem-se gritos... o chicote estala. Faz doudas espirais...
E voam mais e mais... Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
Sobre o poema O navio negreiro, é correto afirmar:

01. Junto de Vozes d'África, o poema épico-dramático O navio negreiro integra a V


obra Os escravos e vem a ser uma das principais realizações poéticas de Castro
Alves;
02. O poema O navio negreiro apresenta uma finalidade estética voltada para a F
exacerbação romântica, cuja linguagem é pouco expressiva e voltada para a
objetividade. V
04. Apresenta uma finalidade política e social evidente: a erradicação da
escravidão no Brasil.
V
08. Faz uma recriação poética das cenas dramáticas do transporte de escravos no
porão dos navios negreiros.
16. Os versos apresentam referências a costumes e crenças das tribos indígenas
F
brasileiras, expressando um nacionalismo guerreiro e primitivo.
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