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Romantismo 2°fase

Conceito geral do momento literário


Ao contrário do Romantismo mais tradicional, que muitas vezes celebrava a pátria e a
nação, os escritores ultrarromânticos se concentravam em temas mais pessoais, como o amor
não correspondido, a morte e a solidão. O Ultrarromantismo é uma corrente da escola
literária do Romantismo na qual as obras caracterizam-se pela melancolia, exagero
sentimental e gosto pelo mórbido. Esse sentimento negativo que gira em torno do
movimento ultrarromântico é chamado de “mal do século”.
Byron, um dos principais poetas europeus, desafiava as convenções morais do seu
tempo e foi quem influenciou o ultrarromantismo, tanto que a geração ficou conhecida como
“geração byroniana”.
No Brasil, o Ultrarromantismo surgiu na segunda metade do século XIX, atuando entre
1853 e 1879. Autores como Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela são
considerados representantes dessa corrente literária no país.

Características
• Pessimismo: O Ultrarromantismo carrega sentimentos melancólicos e as obras têm
um tom de perda de esperança.
• Egocentrismo: Os problemas e temas das obras são frequentemente voltados para o
"Eu".
• Escapismo: Os escritores muitas vezes tentam fugir da realidade em suas obras.
• Idealização da Mulher: As mulheres são frequentemente descritas como perfeitas e
inatingíveis nas obras ultrarromânticas.
• Gosto pelo mórbido: Geralmente as obras ultrarromânticas apresentam temas sobre
a morte, a escuridão e a noite, demonstrando um gosto pelo mórbido.

Principais ultrarromânticos
▪ brasileiros:
▫ Álvares de Azevedo; Lira dos Vinte Anos
▫ Casimiro de Abreu; Meus oito anos
▫ Junqueira Freire; Desespero na solidão
▪ portugueses:
▫ Almeida Garrett; Retrato de Vênus
▫ Alexandre Herculano; A harpa do crente
▫ António Feliciano de Castilho; A Noite do Castelo

Trechos literários
• Brasil
Adeus, Meus Sonhos!
Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! votei meus pobres dias


À sina doida de um amor sem fruto...
E minh’alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta, meu Deus?!... morra comigo


A estrela de meus cândidos amores,
Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!
Álvares de Azevedo
• Portugal
Gozo e dor

Se estou contente, querida,


Com esta imensa ternura
De que me enche o teu amor?
Não. Ai não; falta-me a vida;
Sucumbe-me a alma à ventura:
O excesso de gozo é dor.

Dói-me alma, sim; e a tristeza


Vaga, inerte e sem motivo,
No coração me poisou.
Absorto em tua beleza,
Não sei se morro ou se vivo,
Porque a vida me parou.

É que não há ser bastante


Para este gozar sem fim
Que me inunda o coração.
Tremo dele, e delirante
Sinto que se exaure em mim
Ou a vida ou a razão.
Almeida Garrett

Fontes bibliográficas;
I. Toda matéria: https://www.todamateria.com.br/ultrarromantismo/
II. Brasil escola: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/ultra-romantismo.htm#Autores
III. Cultura genial: https://www.culturagenial.com/alvares-de-azevedo-poemas/

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