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Álvares de Azevedo

Arthur, Eduardo Yuri, Daniel Sicsú e Sergio


Contexto Histórico: Romantismo
A chegada da família real portuguesa ao Brasil, trouxe consigo a modernização, que, por sua vez,
contribuiria ativamente para a Independência, proclamada em 1822. Tais fatos históricos
influenciaram consideravelmente na literatura do período.
Entre as principais características do romantismo, pode-se destacar: espírito idealista e sonhador,
idealização da mulher, individualismo, nacionalismo, retomada passado histórico (indianismo) e a
valorização da liberdade.
Os principais representantes dessa época são: José de Alencar (O Guarani), no romance; Gonçalves
Dias (Primeiros Cantos), Álvares de Azevedo (Lira dos Vinte Anos), Castro Alves (Navio Negreiro) e
Fagundes Varella (Cântico do Calvário), na poesia.
Biografia
Álvares de Azevedo (Manuel Antônio Álvares de Azevedo) é um poeta do romantismo brasileiro que nasceu em 12 de
setembro de 1831, na cidade de São Paulo. Sua família mudou-se, em 1833, para o Rio de Janeiro, onde, em 1845, o
escritor começou a estudar no Colégio Pedro II, em regime de internato. Já em 1848, ingressou na Faculdade de Direito
do Largo de São Francisco, em São Paulo, onde criou a Revista Mensal da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano.
O poeta foi obrigado a abandonar o curso de Direito em 1851, devido a problemas causados pela tuberculose. No ano
seguinte, em 1852, sofreu um acidente de cavalo e, como resultado, foi acometido por um abscesso na fossa ilíaca.
Acabou falecendo, depois de uma cirurgia, em 25 de abril de 1852, com 20 anos de idade. Assim, muito do que se sabe
sobre a vida do escritor deve-se às 69 cartas que ele escreveu, tanto para a família quanto para seu amigo Luiz Antonio
da Silva Nunes (1830-1911).
De acordo com o teor de suas cartas, é possível perceber que Álvares de Azevedo comportava-se, na maioria das vezes,
como um típico poeta romântico. Elas revelam um jovem melancólico, que preferia o isolamento, dedicado aos estudos,
à leitura e à escrita, que experimentava o tédio e, inadaptado às convenções, lançava um olhar crítico sobre as práticas
burguesas.
O Ultra Romantismo

Álvares de Azevedo é o nome mais importante do "Ultra Romantismo", também conhecido como a
"Segunda Geração Romântica", quando os poetas deixaram em segundo plano os temas nacionalistas
e indianistas e mergulharam no seu mundo interior.
Seus poemas falam constantemente do tédio da vida, das frustrações amorosas e do sentimento de
morte. A figura da mulher aparece em seus versos, ora como um anjo, ora como um ser fatal, mas
sempre inacessível.
Álvares de Azevedo deixa transparecer em seus textos, a marca de uma adolescência conflitante e
dilacerada, representando a experiência mais dramática do Romantismo brasileiro.
Em alguns poemas, Álvares de Azevedo surpreende o leitor, pois além de poeta triste e sofredor,
mostra-se irônico e com um grande senso de humor, que ri da própria poesia romântica. Álvaro de
Azevedo não teve nenhuma obra publicada em vida. O livro Lira dos Vinte Anos foi a única obra
preparada pelo poeta.
Características literárias de Álvares de Azevedo

As obras de Álvares de Azevedo fazem parte do ultrarromantismo, como é chamada a segunda fase do
romantismo brasileiro. Elas, portanto, possuem as seguintes características:
• exagero sentimental
• sofrimento amoroso
• angústia existencial
• fuga da realidade
• amor idealizado
• mulher idealizada
• morbidez
• pessimismo
Principais Obras: Lira dos vinte anos
Lira dos vinte anos é a obra mais conhecida de
Álvares de Azevedo e foi publicada pela primeira
vez em 1853, um ano após a morte do autor. O livro
apresenta poemas tipicamente ultrarromânticos, que
falam de amor e morte e mostram mulheres pálidas,
idealizadas, puras. Porém, em alguns deles, o
erotismo também está presente
Principais obras

Macário Noite na Taverna Poemas


Malditos
Principais Obras: Poemas
Se eu morresse amanhã Passei ontem a noite junto dela
 Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã; Passei ontem a noite junto dela.
Minha mãe de saudades morreria Do camarote a divisão se erguia
Se eu morresse amanhã! Apenas entre nós — e eu vivia
Quanta glória pressinto em meu futuro! No doce alento dessa virgem bela...
Que aurora de porvir e que amanhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Tanto amor, tanto fogo se revela
Que sol! que céu azul! que doce n'alva Naqueles olhos negros! Só a via!
Acorda a natureza mais louçã! Música mais do céu, mais harmonia
Não me batera tanto amor no peito Aspirando nessa alma de donzela!
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
Como era doce aquele seio arfando!
A ânsia de glória, o doloroso afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Nos lábios que sorriso feiticeiro!
Se eu morresse amanhã! Daquelas horas lembro-me chorando!

Mas o que é triste e dói ao mundo inteiro


É sentir todo o seio palpitando...
Cheio de amores! E dormir solteiro!

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