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 A poesia “Se eu morresse amanhã” foi escrita por Álvares de Azevedo


um mês antes de seu falecimento. Apenas pelo título é claro que a obra
faz uma alusão à morte, tema característico da geração romântica em
que foi escrita.
A segunda geração do romantismo, também chamada de
ultrarromantismo é caracterizada por um eu lírico melancólico e com a
morte sendo vista como um confortante, um escape para as dores do
autor e como algo desejável.

Análise:

 Na primeira estrofe já podemos notar como o autor imagina o a sua


morte e como seus parentes reagiriam ao fatídico acontecimento.
É interessante que ele começa falando sobre seus familiares, o que
indica que sua primeira preocupação é com a família. Ele se preocupa
com sua mãe e sua irmã tristes, e prevê que a progenitora morreria de
saudades.

 Já na segunda estrofe, Álvares vê para si mesmo um futuro glorioso,


mas que não aconteceria se ele morresse amanhã. No momento, ele
estava em dias não tão bons, porém estava ciente de um amanhã
brilhante. Podemos notar então que autor tem noção de que a morte
tiraria isso dele.

 Na terceira estrofe, o poeta vê que a morte não apenas traria tristeza


para seus familiares e lhe privaria de um futuro de glória como também
tiraria a o amor que ele sente pela natureza, que é bela. Apesar de ver a
beleza da vida, ele ainda se prende a melancolia da morte.

 A quarta estrofe apresenta o escapismo, presente nas obras dessa


geração, na forma de como ele lastima a morte dele, que seria tão cedo,
mas ao mesmo tempo ele deseja escapar de sua dor, e a única forma
para isso, ao ver dele, seria a morte.

Observações finais:

 O poeta, nessa obra, vê que a morte lhe tiraria muitas coisas nas quais
ele aprecia, como sua família, natureza e seu talento, porém tiraria
principalmente a sua dor. Porém, ele é ciente de que, como artista
talentoso que era, suas obras o trariam reconhecimento e grandeza,
mesmo após sua morte.
 A morte nessa obra, assim como em várias obras dessa geração é
usada como uma forma de se libertar.
 É visto os lados bons e ruins de morrer, o que dá a ideia de que ele não
temia a morte, mas que ele também não estaria contente com a mesma.
Ele se vê num paradoxo entre a beleza da vida e a tranquilidade da
morte.
 A forma em que ele repete “se eu morresse amanhã” dá a entender que
tudo só aconteceria caso a morte dele ocorresse, e caso não ocorresse,
nada haveria de se realizar.

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