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GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO


SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE COLATINA
EEEFM “PROF. CAROLINA PICHLER”
Estudante:
Série/Turma: 2ª série Turno: único Modalidade: Integral Data: ______/_____/2023
Professora: Daciani Wutikoski Braz Disciplina (s): Língua Portuguesa
Conteúdo (s): Leitura, compreensão, interpretação de diferentes gêneros textuais.

Leia o texto abaixo e responder às questões 1 a 15.


O POVO
Eça de Queiroz
Há no mundo uma raça de homens com instintos sagrados e luminosos, com divinas bondades
do coração, com uma inteligência serena e lúcida, com dedicações profundas, cheias de amor pelo
trabalho e de adoração pelo bem, que sofrem, e se lamentam em vão. Estes homens são o Povo.
Estes homens, sob o peso do calor e do sol, transidos pelas chuvas, e pelo frio, descalços,
malnutridos, lavram a terra, revolvem-na, gastam a sua vida, a sua força, para criar o pão, o alimento
de todos. Estes homens são o Povo, e são os que nos alimentam.
Estes homens vivem nas fábricas, pálidos, doentes, sem família, sem doces noites, sem um olhar
amigo que os console, sem ter o repouso do corpo e a expansão da alma, e fabricam o linho, o pano,
a seda, os estofos. Estes homens são o Povo, e são os que nos vestem.
Estes homens vivem debaixo das minas, sem o sol e as doçuras consoladoras da Natureza,
respirando mal, comendo pouco, sempre na véspera da morte, rotos, sujos, curvados, e extraem o
metal, o minério, o cobre, o ferro, e toda a matéria das indústrias. Estes homens são o Povo, e são
os que nos enriquecem.
Estes homens, nos tempos de lutas e de crises, tomam as velhas armas da Pátria e vão, dormindo
mal, com marchas terríveis, à neve, à chuva, ao frio, nos calores pesados, combater e morrer longe
dos filhos e das mães, sem ventura, esquecidos, para que nós conservemos o nosso descanso
opulento. Estes homens são o Povo, e são os que nos defendem.
Estes homens formam as equipagens dos navios, são lenhadores, guardadores de gado, servos
mal retribuídos e desprezados. Estes homens são o Povo, e são os que nos servem.
E o mundo oficial, opulento, soberano, o que faz a estes homens que o vestem, que o alimentam,
que o enriquecem, que o defendem, que o servem?
Primeiro, despreza-os ao não pensar neles, não vela por eles; trata-os como se tratam os bois;
deixa-lhes apenas uma pequena porção dos seus trabalhos dolorosos; não lhes melhora a sorte,
cerca-os de obstáculos e de dificuldades; forma-lhes em redor uma servidão que os prende e uma
miséria que os esmaga; não lhes dá proteção; e, terrível coisa, não os instrui: deixa-lhes morrer a
alma.
É por isso que os que tem coração e alma, e amam a Justiça, devem lutar e combater pelo Povo.
E ainda que não sejam escutados, tem na amizade dele uma consolação suprema.

Eça de Queiroz
recantodasletras.com.br (Acesso em: 21/08/2022)

1. O texto acima é do escritor Eça de Queiroz (1845-1900) e, apesar de ter sido redigido há muito
tempo, mostra uma temática bem contemporânea por realizar uma crítica sobre
a) uma população que trabalha e desfruta do que é produzido com seu esforço.
b) um povo que trabalha pelo progresso, logo é recompensado pelos governantes.
c) o comportamento das pessoas que se sentem infelizes pelo excesso de trabalho.
d) as dificuldades enfrentadas pelo homem na busca pelo progresso e sustento próprio.

2. Qual a finalidade do texto?


a) Narrar acontecimentos do passado. c) Informar o passado sofrido dos homens.
b) Trazer uma reflexão sobre um tema. d) Noticiar fatos que despertam curiosidades.
3. Ao longo do texto, o autor se refere a algumas profissões para estabelecer sentido à mensagem
que deseja trazer ao leitor. Quais são essas profissões? Escreva.

4. Assinale o trecho do texto que revela uma caracterização do povo na agricultura.


a) “... vivem debaixo das minas, sem o sol e as doçuras consoladoras da Natureza, respirando mal...”
b) “... transidos pelas chuvas, e pelo frio, descalços, malnutridos, lavram a terra, revolvem-na, gastam
a sua vida...”
c) “Estes homens formam as equipagens dos navios, são lenhadores, guardadores de gado, servos
mal retribuídos...”
d) “... com marchas terríveis, à neve, à chuva, ao frio, nos calores pesados, combater e morrer longe
dos filhos e das mães...”

5. A repetição da expressão “Estes homens são o Povo” em várias partes do texto foi utilizada com
a intenção de:
a) distinguir os tipos de progressos obtidos pelo trabalho humano.
b) marcar o início do parágrafo com um sentimento de amargura.
c) destacar uma população que muito trabalha e menos desfruta.
d) criticar os políticos que tratam o povo como seres invisíveis.

6. O fato que o autor quis ressaltar ao escrever “Estes homens são o Povo, e são os que nos vestem”
é mostrar que as pessoas que permanecem nas fábricas estão
a) cansadas por permanecer no sol escaldante.
b) sofrendo pela falta de repouso e conforto da alma.
c) próximas da morte, pois o lugar é sujo e insalubre.
d) doentes e pálidos por estarem longe da família.

7. No trecho: “... revolvem-na, gastam a sua vida...” o termo grifado se refere à


a) vida. c) chuva.
b) força. d) terra.

8. Segundo o texto, quais são as condições do trabalhador que vive debaixo das minas? Explique.

9. O texto revela que em tempos de guerras e crises, o povo vai à luta em defesa da pátria. Quais
são os desafios que esse povo enfrenta? Escreva.

10. A que conclusão o autor chega a respeito do povo no final do texto?


a) Que é estúpido, pois não reivindica seus direitos.
b) Que o povo não é percebido em suas lamentações.
c) Que a população não consegue entender sua missão.
d) Que o povo não contribui para o progresso da nação.

11. No trecho: “... morrer longe dos filhos e das mães, sem ventura, esquecidos...”, a expressão
grifada significa que o povo é:
a) infeliz. c) revoltado.
b) corajoso. d) indignado.

12. Há uma comparação em:


a) “trata-os como se tratam os bois”.
b) “não os instrui: deixa-lhes morrer a alma”.
c) “comendo pouco, sempre na véspera da morte”.
d) “com marchas terríveis, à neve, à chuva”.

13. Escreva o trecho do texto que mostra a única recompensa dada ao povo trabalhador proveniente
do povo soberano.

14. Encontre no texto uma palavra que significa:


a) Consciente: ______________________

b) Proximidade: _____________________

c) Cultivam: ________________________

d) Abundante: ______________________

e) Superior: ________________________

15. As dificuldades de sobrevivência estão presentes no dia a dia das pessoas. O importante é saber
que podemos lutar por melhores condições de vida e que há leis para dar o amparo legal aos
cidadãos. Em sua opinião, o que pode ser feito para termos um país mais justo com as pessoas?
Explique.

Leia e responda às questões 16 a 20.

A luta e a lição
Um brasileiro de 38 anos, Vítor Negrete, morreu no Tibete após escalar pela segunda vez o ponto
culminante do planeta, o monte Everest. Da primeira, usou o reforço de um cilindro de oxigênio para
suportar a altura. Na segunda (e última), dispensou o cilindro, devido ao seu estado geral, que era
considerado ótimo.
As façanhas dele me emocionaram, a bem sucedida e a malograda. Aqui do meu canto, temendo
e tremendo toda a vez que viajo no bondinho do Pão de Açúcar, fico meditando sobre os motivos que
levam alguns heróis a se superarem. Vitor já havia vencido o cume mais alto do mundo. Quis provar
mais, fazendo a escalada sem a ajuda do oxigênio suplementar. O que leva um ser humano bem
sucedido a vencer desafios assim?
Ora, dirão os entendidos, é assim que caminha a humanidade. Se cada um repetisse meu
exemplo, ficando solidamente instalado no chão, sem tentar a aventura, ainda estaríamos nas
cavernas, lascando o fogo com pedras, comendo animais crus e puxando nossas mulheres pelos
cabelos, como os trogloditas -se é que os trogloditas faziam isso. Somos o que somos hoje devido a
heróis que trocam a vida pelo risco. Bem verdade que escalar montanhas, em si, não traz nada de
prático ao resto da humanidade que prefere ficar na cômoda planície da segurança.
Mas o que há de louvável (e lamentável) na aventura de Vítor Negrete é a aspiração de ir mais
longe, de superar marcas, de ir mais alto, desafiando os riscos. Não sei até que ponto ele foi temerário
ao recusar o oxigênio suplementar. Mas seu exemplo -e seu sacrifício- é uma lição de luta, mesmo
sendo uma luta perdida.
Carlos Heitor Cony
16. Na crônica “A luta e a lição” de Carlos Heitor Cony, um trecho onde o autor exprime o seu
sentimento, é
a) “Na segunda (e última), dispensou o cilindro, devido ao seu estado geral, que era considerado
ótimo.”
b) “Vitor já havia vencido o cume mais alto do mundo.”
c) “As façanhas dele me emocionaram, a bem sucedida e a malograda.”
d) “Bem verdade que escalar montanhas, em si, não traz nada de prático ao resto da humanidade...”

17. Ao final do texto, percebe-se que o autor trouxe ao leitor


a) um pouco de humor diante do fato mencionado.
b) uma reflexão diante de um fato que culminou com a morte de alguém.
c) apenas descrições de um fato ocorrido no monte Everest.
d) uma narração com intuito de convencer o leitor sobre sua opinião.
18. Analisando a crônica lida, percebemos que o fato que serviu como tema foi
a) uma viagem no bondinho do Pão de Açúcar.
b) o modo de vida dos trogloditas.
c) a morte de Vítor Negrete ao tentar escalar o monte Everest.
d) a viagem de Vítor Negrete ao Tibete.

19. No trecho: "... como os trogloditas - se é que os trogloditas faziam isso.", a fala do autor após o
uso do hífen revela que ele
a) acredita que tal situção ocorreu no passado.
b) critica as atitudes dos trogloditas.
c) não tem certeza que tal fato foi particado pelos trogloditas.
d) demonstrou complacência com os trogloditas.

20. Há uma opinião em


a) "Um brasileiro de 38 anos, Vítor Negrete, morreu no Tibete após escalar pela segunda vez o ponto
culminante do planeta.."
b) "Na segunda (e última), dispensou o cilindro, devido ao seu estado geral, que era considerado
ótimo.
c) "Vitor já havia vencido o cume mais alto do mundo."
d) "Mas o que há de louvável (e lamentável) na aventura de Vítor Negrete é a aspiração de ir mais
longe..."

Observação – As atividades discursivas devem ser respondidas no caderno e a folha da


atividade colada no caderno.

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