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1. INTRODUÇÃO
O Pré- Romantismo no Brasil :1808-1836
2. CONTEXTO
. ideias e ideais burgueses;
. Revolução Francesa(1789);l
. Revolução Industrial(1750);
. ascensão da burguesia;
. superação do Absolutismo;
. liberalismo econômico;
. derrocada das regras e dos preceitos clássicos.
3. ORIGENS
. Alemanha – o romance Werther, de
Goethe(1774);
. Inglaterra – poesia melancólica e subjetiva, de
Young; romance histórico Ivanhoe, de Walter
Scott; o negativismo, o tédio e o satanismo
presentes na obra de Byron;
. França – poesia social, rebelde e declamatória,
de Victor Hugo;Le Miserables, romance de
denúncia da opressão do proletariado, de Hugo;
Os 3 mosqueteiros, O conde de Monte Cristo,
romances aventuras, de Alexandre Dumas.
4. CARACTERÍSTICAS
. predomínio da emoção, do sentimento: o
subjetivismo;
. evasão , escapismo: fuga à realidade;
. temas e interesses: nacionalismo, religiosidade,
idealização da mulher;
. aspectos estilísticos: liberdade de criação e
despreocupação com a forma
5-ROMANTISMO NO BRASIL
1836- Suspiros poéticos e saudades, de
Gonçalves de Magalhães (início)
1881- Memórias póstumas de Brás Cubas, de
Machado de Assis(Realismo) e O mulato, de
Aluísio Azevedo(Naturalismo).(término)
6. AS GERAÇÕES DA POESIA ROMÂNTICA
BRASILEIRA
1ª – INDIANISTA E NACIONALISTA: índio,
natureza(nativismo/ufanismo), passado histórico,
religiosidade, antilusitanismo, xenofobia.
AUTORES
Gonçalves de Magalhães (1811-1882)
Suspiros poéticos e saudades – poesias líricas
A confederação dos Tamoios – poesia épica,
indianista
Olgiato e Antônio José ou O poeta e a
Inquisição – teatro, drama
Ainda conserva resíduos clássicos.
Gonçalves Dias (1823-1864)
Primeiros cantos
Segundos cantos
Últimos cantos
Cantos
Sextilhas de frei Antão...
Leonor de Mendonça – teatro, drama.
Escreveu também dicionário de tupi, estudos
etnográficos, geográficos, literários e cartas, além
de traduções.
Características:
. riqueza temática: poesia indianista, egótica,
religiosa, amorosa, da natureza e erudita;
. equilíbrio;
. senso de medida;
.virtuosismo;
.expressividade do ritmo;
. erudição.
Canção do exílio
Kennst du das Land, wo die Citronen blühen,
Im dunkeln Laub die Gold-Orangen glühen?
Kennst du es wohl? — Dahin, dahin!
Möchtl ich... ziehn. *
Goethe
Olhos verdes
Eles verdes são:
E têm por usança,
na cor esperança,
E nas obras não.
Cam. Rim.
Pálida à luz
Pálida à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Último soneto
Lembrança de Morrer
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro,
... Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como o desterro de minh’alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade... é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade... é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Pouco - bem poucos... e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
Mas quando preludia ave d’aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua pratear-me a lousa!
Se Eu Morresse Amanhã!
Capítulo II Solfieri
— É uma defunta.
Cheguei meus lábios aos dela. Senti um bafejo
morno. — Era a vida ainda.
— Pelo inferno que não! por meu pai que era conde e
bandido, por minha mãe que era a bela Messalina das
ruas — pela perdição que não! Desde que eu próprio
calquei aquela mulher com meus pés na sua cova de terra
— eu vô-lo juro — guardei-lhe como amuleto a capela de
defunta. — Ei-la!
Soneto
Arda de raiva contra mim a intriga,
Morra de dor a inveja insaciável;
Destile seu veneno detestável
A vil calúnia, pérfida inimiga.
Una-se todo, em traiçoeira liga,
Contra mim só, o mundo miserável.
Alimente por mim ódio entranhável
O coração da terra que me abriga.
Sei rir-me da vaidade dos humanos;
Sei desprezar um nome não preciso;
Sei insultar uns cálculos insanos.
Durmo feliz sobre o suave riso
De uns lábios de mulher gentis, ufanos;
E o mais que os homens são, desprezo e
piso.
Temor
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Amor e medo
Boa noite
Veux-tu donc partir? Le jour est encore éloigné:
C'était le rossignol et non pas l'alouette,
Dont le chant a frappé ton oreílle inquiète;
Il chante Ia nuit sur les branches de ce granadier
Crois-moi, cher ami, c'était le rossignol.
Shakespeare
Adormecida
Ses longs cheveux épars Ia couvrent tout entière.
La croix de son collier repose dans sa main,
Comme pour témoigner qu'elle a fait sa prière,
Et qu'elle va Ia faire en s'éveillant demain.
(A. de Musset)
Uma noite, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.
'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.
De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras,
Iam na face trêmulos
- beijá-la. Era um quadro celeste!...
A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...
Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!
E o ramo ora chegava ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
Pra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...
Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor! - tu és a virgem das campinas!
"Virgem! - tu és a flor de minha vida!..."
Vozes d'África