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Introdução às estâncias 145, 146, 147, 148 – Exortação à excelência (opcional): Ao longo da

obra, o poeta tece várias considerações, no início e no fim dos cantos, criticando
e aconselhando os Portugueses.
Os últimos versos da obra, que é onde estão as minhas estâncias, revelam
sentimentos contraditórios: o desalento, o orgulho e a esperança.

Estância 145: Logo na estância 145, o Poeta começa por se despedir da "Musa",
Calíope, a quem pedira ajuda. Sente-se cansado, não de cantar, mas de ver que
ninguém ouve o seu canto, que não dão valor ao seu canto, pois, os portugueses,
“a gente surda e endurecida”, não é capaz de o apreciar e a Pátria está apenas
interessada no gosto da “cobiça” e na “rudeza”, e vivem numa sombria “apagada
vil tristeza”.
Podemos observar uma visão pessimista, que é traduzida pela utilização de
adjetivos de conotação negativa, são eles: “destemperada” v.2, “enrouquecida”
v.2, “surda e endurecida” v.4, “austera, apaga e vil tristeza” v.8

Recursos expressivos, estância 145: v.1 “No mais, Musa, no mais, que a Lira tenho” –
apóstrofe que evoca a Musa, neste caso desencova, já que Camões para de pedir
a sua ajuda.
v.4 “Cantar a gente surda e endurecida” – dupla adjetivação a caracterizar
gente.
v.8 “Dua austera, apagada e vil tristeza.” – tripla adjetivação atribuída a
tristeza.

Estância 146: Nesta estância, a crítica continua, Camões diz que os portugueses não
se orgulham nem têm gosto que os anime e leve adiante. Interpela ao rei, para
que olhe para os “vassalos excelentes”, pois representam a glória, a coragem e o
espírito patriótico, dispondo-se a enfrentar os maiores perigos e os maiores
sacrifícios somente para engrandecerem o Rei e a Pátria.

Recursos expressivos, estância 146: v.5 “Por isso vós, ó Rei, que por divino” –
apóstrofe que é usada para indicar que o sujeito poético se está a dirigir ao rei.

Estância 147: O elogio aos súbditos excelentes do rei continua e desta vez, o
sujeito poético, compara-os a “rompentes liões e bravos touros”, que
ultrapassaram diversos obstáculos, explicitados através da enumeração do verso 5
a 8, como “setas” e “naufrágios”.

Recursos expressivos, estância 147: v.2 “Quais rompentes liões e bravos touros” –
metáfora pois o povo português é comparado a “liões e bravos touros” por terem
enfrentados os perigos enumerados.
v.5-8 “A ferro, a fogo, a setas e pelouros,
A quentes regiões, a plagas frias,
A golpes de Idolátras e de Mouros,
A perigos incógnitos do mundo,
A naufrágios, a pexes, ao profundo.” – enumeração – que enuncia os obstáculos
enfrentados pelos portugueses.
Estância 148: Aqui nesta última estância, o sujeito poético afirma que os vassalos
excelentes são obedientes, estão dispostos a tudo e se souberem que são olhados
e valorizados pelo rei, tudo farão para o tornar vencedor.

Recursos expressivos, estância 148: v.6 “Demónios infernais, negros e ardentes,” –


enumeração que o sujeito poético usa e uma tripla adjetivação a caracterizar os
demónios.

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