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Soneto do amor total (Vinícius de Moraes) 

As sem-razões do amor (Carlos Drummond de Andrade)

Amo-te tanto, meu amor… não cante  Eu te amo porque te amo. 


O humano coração com mais verdade…  Não precisas ser amante, 
Amo-te como amigo e como amante  e nem sempre sabes sê-lo. 
Numa sempre diversa realidade  Eu te amo porque te amo. 
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,  Amor é estado de graça 
E te amo além, presente na saudade.  e com amor não se paga. 
Amo-te, enfim, com grande liberdade  Amor é dado de graça, 
Dentro da eternidade e a cada instante.  é semeado no vento, 
Amo-te como um bicho, simplesmente,  na cachoeira, no eclipse. 
De um amor sem mistério e sem virtude  Amor foge a dicionários 
Com um desejo maciço e permanente.  e a regulamentos vários. 
E de te amar assim muito e amiúde,  Eu te amo porque não amo 
É que um dia em teu corpo de repente  bastante ou de mais a mim. 
Hei de morrer de amar mais do que pude.  Porque amor não se troca, 
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA  não se conjuga nem se ama. 
Porque amor é amor a nada, 
Canção (Cecília Meireles) feliz e forte em si mesmo. 
Amor é primo da morte, 
Não te fies do tempo nem da eternidade,  e da morte vencedor, 
que as nuvens me puxam pelos vestidos  por mais que o matem (e matam) 
que os ventos me arrastam contra o meu desejo!  a cada instante de amor. 
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,  Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA 
que amanhã morro e não te vejo! 
Não demores tão longe, em lugar tão secreto,  Bilhete (Mário Quintana)
nácar de silêncio que o mar comprime, 
o lábio, limite do instante absoluto!  Se tu me amas, ama-me baixinho 
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,  Não o grites de cima dos telhados 
que amanhã eu morro e não te escuto!  Deixa em paz os passarinhos 
Aparece-me agora, que ainda reconheço  Deixa em paz a mim! 
a anêmona aberta na tua face  Se me queres, 
e em redor dos muros o vento inimigo…  enfim, 
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,  tem de ser bem devagarinho, Amada, 
que amanhã eu morro e não te digo…  que a vida é breve, e o amor mais breve ainda… 
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA  Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA 
 
XXX (Olavo Bilac) Futuros amantes (Chico Buarque)

Ao coração que sofre, separado  Não se afobe, não 


Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,  Que nada é pra já 
Não basta o afeto simples e sagrado  O amor não tem pressa 
Com que das desventuras me protejo.  Ele pode esperar em silêncio 
Não me basta saber que sou amado,  Num fundo de armário 
Nem só desejo o teu amor: desejo  Na posta-restante 
Ter nos braços teu corpo delicado,  Milênios, milênios 
Ter na boca a doçura de teu beijo.  No ar 
E as justas ambições que me consomem  E quem sabe, então 
Não me envergonham: pois maior baixeza  O Rio será 
Não há que a terra pelo céu trocar;  Alguma cidade submersa 
E mais eleva o coração de um homem  Os escafandristas virão 
Ser de homem sempre e, na maior pureza,  Explorar sua casa 
Ficar na terra e humanamente amar.  Seu quarto, suas coisas 
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA  Sua alma, desvãos 
  Sábios em vão 
Quer pouco (heterônimo Ricardo Reis - Fernando Pessoa) Tentarão decifrar 
  O eco de antigas palavras 
Quer pouco: terás tudo.  Fragmentos de cartas, poemas 
Quer nada: serás livre.  Mentiras, retratos 
O mesmo amor que tenham  Vestígios de estranha civilização 
Por nós, quer-nos, oprime-nos.  Não se afobe, não 
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA  Que nada é pra já 
Amores serão sempre amáveis 
Poeminha do contra (Mário Quintana) Futuros amantes, quiçá 
  Se amarão sem saber 
Todos esses que aí estão  Com o amor que eu um dia 
Atravancando meu caminho,  Deixei pra você 
Eles passarão…  Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA  
Eu passarinho! 
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA 
Amar você é coisa de minutos… (Paulo Leminski) Cantiga para não morrer (Ferreira Gullar)

Amar você é coisa de minutos  Quando você for se embora, 


A morte é menos que teu beijo  moça branca como a neve, 
Tão bom ser teu que sou  me leve. 
Eu a teus pés derramado  Se acaso você não possa 
Pouco resta do que fui  me carregar pela mão, 
De ti depende ser bom ou ruim  menina branca de neve, 
Serei o que achares conveniente  me leve no coração. 
Serei para ti mais que um cão  Se no coração não possa 
Uma sombra que te aquece  por acaso me levar, 
Um deus que não esquece  moça de sonho e de neve, 
Um servo que não diz não  me leve no seu lembrar. 
Morto teu pai serei teu irmão  E se aí também não possa 
Direi os versos que quiseres  por tanta coisa que leve 
Esquecerei todas as mulheres  já viva em seu pensamento, 
Serei tanto e tudo e todos  menina branca de neve, 
Vais ter nojo de eu ser isso  me leve no esquecimento. 
E estarei a teu serviço  Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA 
Enquanto durar meu corpo 
Enquanto me correr nas veias  Retrato (Cecília Meireles)
O rio vermelho que se inflama 
Ao ver teu rosto feito tocha  Eu não tinha este rosto de hoje, 
Serei teu rei teu pão tua coisa tua rocha  Assim calmo, assim triste, assim magro, 
Sim, eu estarei aqui  Nem estes olhos tão vazios, 
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA   Nem o lábio amargo. 
Eu não tinha estas mãos sem força, 
Últimos poemas (Pablo Neruda) Tão paradas e frias e mortas; 
Se cada dia cai, Eu não tinha este coração 
dentro de cada noite, Que nem se mostra. 
há um poço Eu não dei por esta mudança, 
onde a claridade está presa. Tão simples, tão certa, tão fácil: 
Há que sentar-se na beira — Em que espelho ficou perdida 
do poço da sombra a minha face? 
e pescar luz caída Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA 
com paciência.
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA 
Saber viver (Cora Coralina) Motivo (Cecília Meireles) 

Não sei… Eu canto porque o instante existe 


se a vida é curta e a minha vida está completa. 
ou longa demais para nós. Não sou alegre nem sou triste: 
Mas sei que nada do que vivemos sou poeta. 
tem sentido, Irmão das coisas fugidias, 
se não tocarmos o coração das pessoas. não sinto gozo nem tormento. 
Muitas vezes basta ser: Atravesso noites e dias 
colo que acolhe, no vento. 
braço que envolve, Se desmorono ou se edifico, 
palavra que conforta, se permaneço ou me desfaço, 
silêncio que respeita, — não sei, não sei. Não sei se fico 
alegria que contagia, ou passo. 
lágrima que corre, Sei que canto. E a canção é tudo. 
olhar que sacia, Tem sangue eterno a asa ritmada. 
amor que promove. E um dia sei que estarei mudo: 
(...) — mais nada. 
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Memória (Carlos Drummond de Andrade)  Sucesso (Emily Dickinson) tradução de Idelma Ribeiro de Faria

Amar o perdido  O sucesso é muito mais doce


deixa confundido  Para quem não o pode alcançar.
este coração.  O que faz compreender um néctar
Nada pode o olvido  É a sede e o anseio de o provar.
contra o sem sentido  Ninguém desta hoste purpúrea
apelo do Não.  Que hoje empunhou o pavilhão
As coisas tangíveis  Dará acerca da vitória
tornam-se insensíveis  Mais perfeita definição
à palma da mão.  Do que ele, o vencido, — em agonia —
Mas as coisas findas,  Sentindo irromper nos ouvidos
muito mais que lindas,  Os sons do triunfo: distantes
essas ficarão.  Porém claros, martirizantes.
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Sonhar (Bráulio Bessa) trecho Todas as cartas de amor são ridículas (heterônimo Álvaro de Campos -
Fernando Pessoa)
Sonhar é verbo, é seguir,  
é pensar, é inspirar, Todas as cartas de amor são 
é fazer força, insistir, Ridículas. 
é lutar, é transpirar. Não seriam cartas de amor se não fossem 
São mil verbos que vêm antes Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, 
do verbo realizar. Como as outras, 
Sonhar é ser sempre meio, Ridículas. As cartas de amor, se há amor, 
é ser meio indeciso, Têm de ser 
meio chato, meio bobo, Ridículas. Mas, afinal, 
é ser meio improviso, Só as criaturas que nunca escreveram 
meio certo, meio errado, Cartas de amor 
é ter só meio juízo. É que são 
Sonhar é ser meio doido Ridículas. 
é ser meio trapaceiro, Quem me dera no tempo em que escrevia 
trapaceando o real Sem dar por isso 
pra ser meio verdadeiro. Cartas de amor 
Na vida, bom é ser meio, Ridículas. 
não tem graça ser inteiro. A verdade é que hoje 
O inteiro é o completo, As minhas memórias 
não carece acrescentar, Dessas cartas de amor 
é sem graça, é insosso, É que são 
é não ter por que lutar. Ridículas. 
Quem é meio é quase inteiro (Todas as palavras esdrúxulas, 
e o quase nos faz sonhar. Como os sentimentos esdrúxulos, 
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA   São naturalmente 
Ridículas.) 
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA  

 
Presságio (Fernando Pessoa)  Amor é fogo que arde sem se ver (Luís Vaz de Camões)

O amor, quando se revela,  Amor é fogo que arde sem se ver, 


Não se sabe revelar.  é ferida que dói, e não se sente; 
Sabe bem olhar p'ra ela,  é um contentamento descontente, 
Mas não lhe sabe falar.  é dor que desatina sem doer. 
Quem quer dizer o que sente  É um não querer mais que bem querer; 
Não sabe o que há de dizer.  é um andar solitário entre a gente; 
Fala: parece que mente...  é nunca contentar-se de contente; 
Cala: parece esquecer...  é um cuidar que ganha em se perder. 
Ah, mas se ela adivinhasse,  É querer estar preso por vontade; 
Se pudesse ouvir o olhar,  é servir a quem vence, o vencedor; 
E se um olhar lhe bastasse  é ter com quem nos mata, lealdade. 
P'ra saber que a estão a amar!  Mas como causar pode seu favor 
Mas quem sente muito, cala;  nos corações humanos amizade, 
Quem quer dizer quanto sente  se tão contrário a si é o mesmo Amor
Fica sem alma nem fala,  Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA  
Fica só, inteiramente! 
Mas se isto puder contar-lhe  Soneto da Fidelidade (Vinícius de Moraes) 
O que não lhe ouso contar, 
Já não terei que falar-lhe  De tudo, ao meu amor serei atento 
Porque lhe estou a falar...  Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto 
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA   Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento. 
Alaranjado (Guimarães Rosa) Quero vivê-lo em cada vão momento 
E em louvor hei de espalhar meu canto 
No campo seco, a crepitar em brasas, E rir meu riso e derramar meu pranto 
dançam as últimas chamas da queimada, Ao seu pesar ou seu contentamento. 
tão quente, que o sol pende no ocaso, E assim, quando mais tarde me procure 
bicado Quem sabe a morte, angústia de quem vive 
pelos sanhaços das nuvens, Quem sabe a solidão, fim de quem ama. 
para cair, redondo e pesado, Eu possa me dizer do amor (que tive): 
como uma tangerina temporã madura… Que não seja imortal, posto que é chama 
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA  Mas que seja infinito enquanto dure. 
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA 
A Rosa de Hiroshima (Vinícius de Moraes) Sempre (Pablo Neruda)

Pensem nas crianças  Antes de mim 


Mudas telepáticas  Não tenho ciúmes. 
Pensem nas meninas  Vem com um homem 
Cegas inexatas  às tuas costas, 
Pensem nas mulheres  vem com cem homens entre os teus cabelos, 
Rotas alteradas  vem com mil homens entre teu peito e teus pés, 
Pensem nas feridas  vem como um rio 
Como rosas cálidas  cheio de afogados 
Mas oh não se esqueçam  que encontra o mar furioso, 
Da rosa da rosa  a espuma eterna, o tempo! 
Da rosa de Hiroshima  Traz todos eles 
A rosa hereditária  para onde eu te espero: 
A rosa radioativa  sempre estaremos sós, 
Estúpida e inválida  sempre seremos tu e eu 
A rosa com cirrose  sozinhos sobre a terra 
A antirrosa atômica  para começar a vida! 
Sem cor sem perfume  Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA 
Sem rosa sem nada. 
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA  
O que me dói não é... (Fernando Pessoa) 
Poste (Clarice Freire)
O que me dói não é 
“Que dó eu tenho do poste.” O que há no coração 
Disseram. Mas essas coisas lindas 
“Dia e noite parado, sempre só Que nunca existirão… 
E no escuro. Que vida mal aproveitada.” São as formas sem forma 
Eu admiro o poste, Que passam sem que a dor 
Que brilha para um chão duro, As possa conhecer 
Um muro ou sacada. Ou as sonhar o amor. 
Para, ao menos, encher de luz São como se a tristeza 
O seu metro de calçada. Fosse árvore e, uma a uma, 
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA  Caíssem suas folhas 
Entre o vestígio e a bruma. 
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA 
Soneto CXVI (William Shakespeare) Canção do exílio (Gonçalves Dias)

De almas sinceras a união sincera Minha terra tem palmeiras


Nada há que impeça: amor não é amor Onde canta o Sabiá,
Se quando encontra obstáculos se altera, As aves, que aqui gorjeiam,
Ou se vacila ao mínimo temor. Não gorjeiam como lá.
Amor é um marco eterno, dominante, Nosso céu tem mais estrelas,
Que encara a tempestade com bravura; Nossas várzeas têm mais flores,
É astro que norteia a vela errante, Nossos bosques têm mais vida,
Cujo valor se ignora, lá na altura. Nossa vida mais amores.
Amor não teme o tempo, muito embora Em cismar, sozinho, à noite,
Seu alfange não poupe a mocidade; Mais prazer encontro eu lá;
Amor não se transforma de hora em hora, Minha terra tem palmeiras,
Antes se afirma para a eternidade. Onde canta o Sabiá.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou, Minha terra tem primores,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou. Que tais não encontro eu cá;
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA  Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Ora direis ouvir estrelas (Olavo Bilac) Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Não permita Deus que eu morra,
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Sem que eu volte para lá;
Que, para ouvi-las, muita vez desperto Sem que desfrute os primores
E abro as janelas, pálido de espanto… Que não encontro por cá;
E conversamos toda a noite, enquanto Sem qu’inda aviste as palmeiras,
A Via Láctea, como um pálio aberto, Onde canta o Sabiá.
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA 
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo! Veja o mundo (William Blake)
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?” Veja o mundo num grão de areia,
E eu vos direi: “Amai para entendê-las! veja o céu em um campo florido,
Pois só quem ama pode ter ouvido guarde o infinito na palma da mão,
Capaz de ouvir e de entender estrelas.” e a eternidade em uma hora de vida!
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10 coisas que odeio em você (Karen McCullah; Kirsten Smith) Da calma e do silêncio (Conceição Evaristo)

Eu odeio como fala comigo Quando eu morder


E como corta o cabelo a palavra,
Odeio como dirige meu carro por favor,
E odeio seu desmazelo não me apressem,
Odeio suas enormes botas de combate quero mascar,
E como consegue ler minha mente rasgar entre os dentes,
Odeio tanto isso em você a pele, os ossos, o tutano
Que até me sinto doente do verbo,
Odeio como você está sempre certo para assim versejar
E odeio quando você mente o âmago das coisas.
Odeio quando me faz rir Quando meu olhar
Ainda mais quando me faz chorar se perder no nada,
Odeio o fato de não estar perto por favor,
E o fato de não me ligar não me despertem,
Mas eu odeio principalmente quero reter,
Não conseguir te odiar no adentro da íris,
Nem um pouco a menor sombra,
Nem mesmo por um segundo do ínfimo movimento.
Nem mesmo só por te odiar Quando meus pés
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA  abrandarem na marcha,
por favor,
O amor (Rupi Kaur) não me forcem.
Caminhar para quê?
o amor vai chegar Deixem-me quedar,
e quando o amor chegar deixem-me quieta,
o amor vai te abraçar na aparente inércia.
o amor vai dizer o seu nome Nem todo viandante
e você vai derreter anda estradas,
só que às vezes há mundos submersos,
o amor vai te machucar mas que só o silêncio
o amor nunca faz por mal da poesia penetra.
o amor não faz jogo Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA 
porque o amor sabe que a vida
já é difícil o bastante
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Não chores mais (William Shakespeare)

Não chores mais o erro cometido;


Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;
O sol no eclipse é sol obscurecido;
Na flor também o inseto faz seu ninho;
Erram todos, eu mesmo errei já tanto,
Que te sobram razões de compensar
Com essas faltas minhas tudo quanto
Não terás tu somente a resgatar;
Os sentidos traíram-te, e meu senso
De parte adversa é mais teu defensor,
Se contra mim te escuso, e me convenço
Na batalha do ódio com o amor:
Vítima e cúmplice do criminoso,
Dou-me ao ladrão amado e amoroso.
Semana da Poesia 2023 – Biblioteca EAA 

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