Iracema se apresenta como um romance, gênero esse que se originou no
século XVIII, quando adquiriu popularidade e substituiu a antiga forma de narrativa conhecida como epopeia ou poema épico. Esse tipo de narrativa era escrito em versos e apresentava a figura de um herói. Já o romance é escrito em prosa e a figura heróica pode ser dispensada. É perceptível que Iracema é pertencente a esse gênero como por exemplo, no seguinte trecho: “Quando o Sol descambava sobre a crista dos montes, e a rola desatava do fundo da mata os primeiros arrulhos, eles descobriram no vale a grande taba; e mais longe, pendurada no rochedo, à sombra dos altos juazeiros, a cabana do pajé”.
Romantismo
A obra Iracema situa-se no estilo do romantismo brasileiro, em meados do
século XIX, anos depois da independência do país, no qual se caracterizou, num primeiro momento, pela busca da identidade nacional e resgate das tradições e valores da cultura popular e do folclore, os principais temas eram o índio, a exaltação da natureza, os regionalismos e a realidade social do país são muito explorados pelos autores românticos. Em Iracema Essas características são visíveis no trecho a seguir: “O ancião fumava à porta, sentado na esteira de carnaúba, meditando os sagrados ritos de Tupã. O tênue sopro da brisa carneava, como flocos de algodão, os compridos e raros cabelos brancos. De imóvel que estava, sumia a vida nos olhos cavos e nas rugas profundas. “
Personagens
● Iracema: protagonista da história e índia da tribo dos tabajaras.
● Caubi: índio tabajara e irmão de Iracema.
● Araquém: pajé da tribo tabajara e pai de Iracema e Caubi.
● Andira: Irmão de Araquém e velho guerreiro da tribo tabajara.
● Moacir: filho de Iracema e Martim, o primeiro brasileiro miscigenado.
● Irapuã: apaixonado por Iracema, é o chefe dos guerreiros tabajaras.
● Martim: português encarregado de colonizar a região. Ficou amigo dos
índios potiguaras e depois de batizado recebeu o nome indígena “Coatibo”.
● Japi: cão de Martim.
● Poti: amigo de Martim, herói dos índios potiguaras.
● Jacaúna: chefe dos guerreiros potiguaras, irmão de Poti.
● Batuirité: avô de Poti e Jacaúna. Teve a visão sobre a destruição de seu