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João

Guimarães Rosa.

María Angela Vila Herrera.


BIOGRAFIA
• João Guimarães Rosa, mais conhecido por
Guimarães Rosa, nasceu no dia 27 de junho de
1908, na cidade de Cordisburgo, Minas
Gerais. Viveu nessa região interiorana, onde o
pai era juiz de paz, vereador e comerciante,
até 1918, período que cursou os estudos
primários. Posteriormente, aos 9 anos de
idade, mudou-se para a casa de seus avós
maternos, situada em Belo Horizonte. Nesse
novo lar, teve a forte influência de seu avô,
que era médico, escritor, filósofo e professor,
o que contribuiu para que o então menino se
encantasse pelas letras e pelo conhecimento.
• Na capital mineira, cursou
Medicina na Faculdade de Minas
Gerais (atual UFMG), formando-se em
1930. Nessa fase, foram publicados
seus primeiros contos na revista O
Cruzeiro. Depois de formado, exerceu • Durante a Revolução Constitucionalista,
a profissão em Itaguara, município em 1932, voltou a Belo Horizonte para
servir como médico voluntário da Força
de Itaúna, interior mineiro, onde Pública. Em seguida, atuou como oficial
permaneceu por dois anos, sendo médico no 9º Batalhão de Infantaria na
motivo de apreço na região, pois cidade de Barbacena.
atendia seus doentes a cavalo pelas • Enquanto exercia a medicina, iniciou o
fazendas e sítios da zona rural. processo de escrita literária, sendo
agraciado em 1936 com o Prêmio de
Poesia da Academia Brasileira de
Letras pela coletânea de poemas Magma.
Essa obra, que ganhou a premiação em
primeiro lugar, só foi publicada
postumamente, em 1997.
• Guimarães Rosa, em razão do enorme apreço que
tinha por línguas estrangeiras, o que lhe conferiu o
• Após ser liberto da prisão, o que
domínio de nove idiomas, deixou a medicina e ocorreu no fim de 1942, foi
optou pela carreira diplomática, o que também
lhe proporcionou maior contato com o mundo das nomeado secretário da
letras. Em 1934, foi morar no Rio de Janeiro e, em Embaixada Brasileira em
seguida, foi nomeado vice-cônsul em Hamburgo,
na Alemanha. Nesse período, como o país Bogotá, na Colômbia.
germânico estava sob o domínio nazista, Rosa, Posteriormente, entre 1946 e
exercendo sua influência como diplomata, ajudou,
como evidenciam documentos históricos, 1951, residiu em Paris, onde
inúmeras vítimas do nazismo a fugirem,
assinando, como vice-cônsul, o visto em seus
consolidou sua carreira
passaportes. Em 1942, quando o Brasil rompeu diplomática. Faleceu em 19 de
aliança com a Alemanha, Guimarães Rosa foi
preso, assim como outros brasileiros que viviam
novembro de 1967, na cidade
naquele país do Rio de Janeiro.
Sagarana
• Sagarana, livro de contos publicado em 1946, é a primeira
obra publicada do escritor Guimarães Rosa. Constituída por
nove contos, ao longo de cada um deles se narra a realidade
OBRAS do sertão e do sertanejo. “Sagarana” é uma palavra
composta, em que “Saga” vem dos mitos germânicos,
Obras publicadas em vida e “rana” é um sufixo tupi-guarani que quer dizer
•Sagarana (1946) “semelhante, parecido com”.
•Corpo de Baile (1956) • Em cada uma das nove narrativas, o autor explora técnicas
que lembram as fábulas medievais, as sátiras e romances
•Grandes Sertões: Veredas (1956) greco-romanos, além de apresentar contos que lembram
•Primeiras Estórias (1962) estruturas narrativas modernas. No plano linguístico, o
autor explora as possibilidades de cada palavra, buscando
•Tutameia - Terceiras Histórias (1967) tanto os seus sentidos mais arcaicos como os possíveis
Obras póstumas significados criados a partir de palavras compostas por meio
de neologismos. Assim, cada palavra é como um desafio a
•Estas Estórias (1969) ser enfrentado pelo leitor, que deve sempre questionar os
•Ave, Palavra (1970) sentidos de cada termo, os quais não são empregados
aleatoriamente pelo autor.
•Magma (1997) – livro de poemas
O primeiro conto do livro intitula-se “O
burrinho pedrês”, inspirado em um fato
acontecido na região em que Guimarães
Rosa nasceu: o afogamento de um grupo de • Em “Corpo fechado”, sétimo conto de Sagarana, narra-
vaqueiros em um córrego cheio. se a história de Manuel Fulô, que ama mais sua mula de
No segundo conto, “A volta do marido estimação do que a sua noiva, cobiçada por um
pródigo”, narra-se a história de um mulato valentão. Para salvar a noiva das garras do homem que
que abandona o trabalho, negocia a própria
mulher e vai para o Rio de Janeiro. a deseja, Manuel Fulô entrega a mula a um feiticeiro
Em “Sarapalha”, terceiro conto do livro, para fechar o seu corpo e enfrentar com sucesso seu
dois primos disputam a mesma mulher em adversário.
uma região assolada pela malária.
• No oitavo conto, intitulado “Conversa de bois”, o leitor
No quarto conto, intitulado “Duelo”, tem-
se a história de Turíbio, personagem que acompanha, por meio da narração, uma viagem de um
surpreende a mulher, Silvana, com o ex- carro de bois. O inusitado é que nesse conto os animais
militar Cassiano. Por engano, porém, ele falam e raciocinam.
mata o irmão desse amante.
“Minha gente” é o título do quinto conto, • O último conto do livro, intitulado “Hora e vez de
em que se narra, em primeira pessoa, uma Augusto Matraga”, foi considerado pelo próprio autor
história de amor contextualizada em um
cenário movimentado pelo clima das
como o melhor da seleção de nove contos que
eleições. compõem a obra. O protagonista da narrativa, Augusto
No sexto conto, intitulado “São Marcos”, Matraga, é um homem truculento, poderoso e
narra-se uma travessia pelo sertão, marcada autoritário, espelho do típico homem que detém poder
pela descrição do cenário típico dessa
paisagem brasileira.
nas instâncias governamentais do Brasil.
Também é conhecido que a Academia Brasileira de Letras
Em 1963, Guimarães Rosa foi eleito para a Academia
POEMAS Brasileira de Letras com a unanimidades dos votos, sendo
o terceiro ocupante da cadeira de número 2. Sua posse,
Guimarães Rosa escreveu um único livro de poesia,
intitulado Magma. Essa obra, apesar de escrita em porém, deu-se somente em 16 de novembro de 1967.
1936, só foi lançada em livro postumamente, em Tragicamente, três dias depois de sua posse, sofreu um
1997. Veja três poemas desse livro:
infarto, que resultou em sua morte.
Alanranjado
Verde
Amanhecer
Observa-se, nesses três poemas do livro Magma, a
ocorrência de imagens ligadas à natureza, o que
remete o leitor a paisagens bucólicas do interior,
ambiente a que Guimarães Rosa esteve muito
ligado. Além desse aspecto temático em que a
natureza é destacada, nota-se uma outra
característica muito comum nas obras do autor: a
seleção de palavras derivadas de outras, como
“ruguenta” e “reenfeitar”. Esse processo evidencia-
se principalmente na obra Grande Sertão: veredas.
João Guimarães
também
escreveu frases,
uma delas é

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