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Resumo

Iracema
José de Alencar
Iracema 2

Sumário
I Corrente literária: Romantismo 03

I Imagens e metáforas 04

I Personagens 05

I Resumo 06

I Base histórica 10

I Enredo 10

I Amor proibido 11

I Conclusão 11
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Corrente Literária: • O Indianismo foi uma das fases do • Iracema pertence a chamada trilogia india-
Romantismo. Durante esse período, pro- nista de José de Alencar. Os outros dois
Romantismo curou-se voltar ao passado, à gênese do romances que acompanham Iracema são O
povo brasileiro, evocando o nacionalismo e Guarani (1857) e Ubirajara (1874).
Fase Indianismo exaltando as belezas naturais do nosso país.

• O movimento romântico preconizava uma


fuga da realidade, considerada sem gra-
ça e entediante. Nesse sentido, foi muito
interessante a solução que o movimento
encontrou: voltar os olhares para o índio
como uma figura idealizada. Nesse contexto
o índio se transformou em uma espécie de
herói nacional.

"Iracema" por José Maria de Medeiros


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Imagens e metáforas • José de Alencar tinha o dom de representar o


pensamento indígena por meio de uma linguagem
cheia de imagens e de metáforas.

• A sociedade indígena possui uma riqueza no


plano mitológico. Elas se valem dos mitos e das
histórias para explicar o mundo. Assim, podemos
dizer que o pensamento dos indígenas é imagé-
tico e, por isso, está muito próximo da poesia.
Logo se percebe que o autor soube unir forma
e conteúdo.

José de Alencar
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Personagens • Martim: baseado em figura histórica real (Martim • Andira: velho guerreiro, irmão de Araquém.
Soares Moreno, o primeiro colonizador portu-
guês do Ceará), representa o português que leva • Jacaúna: chefe dos potiguaras.
até os índios uma cultura civilizada e a fé cristã.
• Maranguab: avô de Poti, conhecido como “o
• Iracema: “virgem dos lábios de mel”, jovem índia grande sabedor da guerra”.
tabajara que guarda o segredo da jurema, uma
planta alucinógena. • Moacir: filho de Martim e Iracema, seu nome
significa “filho do sofrimento”.
• Poti: guerreiro pitiguara, amigo de Martim.
• Japi: cão de Martim.
• Araquém: chefe dos tabajaras e inimigo de
Martim.

• Andira: velho guerreiro, irmão de Araquém.


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Resumo • Iracema é uma índia, filha do pajé Araquém, • Teoricamente nada impediria o casal composto
nascida e criada em uma tribo nos campos dos por uma índia e por um português de ficar jun-
Tabajara. A jovem vigiava as florestas até um dia to, exceto o fato de Iracema deter o segredo de
atacar aquele que pensava ser um invasor. Jurema, o que faz com que ela precise se manter
virgem.
• Quem recebeu a flechava foi Martim, um aven-
tureiro português. • Martim e Iracema se apaixonam e passam a viver
um amor proibido, migrando para uma cabana
• Diante dela e todos a contemplá-la, está um guer- afastada da tribo. O resultado desse amor surge
reiro estranho, se é guerreiro e não algum mau após alguns meses: nasce Moacir, longe da tribo.
espírito da floresta. Tem nas faces o branco das
areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste • O romance entre o casal, no entanto, não dura
das águas profundas. Ignotas armas e tecidos muito tempo. Martim dá sinais de que sente falta
ignotos cobrem-lhe o corpo. Foi rápido, como o da sua terra e Iracema percebe que sente sau-
olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no dades do seu povo.
arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face
do desconhecido. • Ao final do romance, Iracema morre e Martim
leva o pequeno Moacir para viver em Portugal.
• Culpada por ter disparado a flecha de modo pre-
cipitado, Iracema imediatamente socorre Martim
e o leva para a tribo para tratar dos ferimentos.

• Como Martim oferece ajuda à Araquém, pai de


Iracema, para defender a tribo, ambos criam uma
relação estreita e o pajé propõe, em troca da
proteção, mulheres e hospedagem. Martim não
aceita as mulheres que lhe são oferecidas porque
só tem olhos para Iracema.
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Base histórica • A narrativa inicia-se em 1608, quando Martim


Soares Moreno é indicado para regularizar a colo-
nização da região que mais tarde seria conhecida
como Ceará.

• Como em vários romances de Alencar, “Iracema”


mistura ficção e documento, com enredo que
toma como base um argumento histórico. Essa
junção se deve também ao projeto de criação
de uma literatura nacional, no qual Alencar e
os demais escritores românticos do seu tempo
estavam fortemente empenhados.

• Ainda quanto ao aspecto histórico, que o autor


levou em conta ao compor a obra, ressalte-se que
os índios potiguaras (habitantes do litoral) eram
aliados dos portugueses, enquanto os tabajaras
(habitantes das serras cearenses) eram aliados
dos franceses.

Costa do Ceará em mapa de 1629, por Albernaz I.


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Enredo • A primeira cena antecipa o fim do livro, o que re- • Martim é recolhido à aldeia pelo pajé Araquém,
força a unidade da obra: Martim e Moacir deixam pai de Iracema, e apresenta-se a ele como um
a costa do Ceará em uma embarcação, quando o aliado de seus inimigos potiguaras que se perdera
vento lhes traz aos ouvidos o nome de Iracema. durante uma caçada. O pajé o trata com grande
hospitalidade e garante hospedagem, mulheres
• No segundo capítulo, a narrativa retrocede no e a proteção de mil guerreiros.
tempo até o nascimento de Iracema. A persona-
gem é então apresentada ao leitor: “Virgem dos • Iracema oferece mulheres a Martim, que pron-
lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros tamente as recusa e revela sua paixão por ela.
que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe O amor de Martim é cristão, idealizado. O de
de palmeira”. A índia é descrita como uma linda e Iracema também, mas por motivo diverso: ela
excelente guerreira tabajara, “mais rápida que a guarda o segredo da jurema, por isso precisa
ema selvagem”. Por isso mesmo, sua reação ao manter se virgem. Esse é o estratagema que
avistar o explorador Martim é desferir-lhe uma Alencar utiliza para transpor o amor romântico
flechada certeira. Essa é também uma referência europeu às terras americanas. Uma índia, criada
à flecha de cupido, já que, desde o primeiro olhar fora dos dogmas cristãos, não teria motivos para
trocado pelos personagens, se percebe o amor preservar sua virgindade.
que floresce entre os dois.

• Martim desiste de atacar a índia assim que põe


os olhos nela. Iracema, por sua vez, parece ter
atirado a flecha por puro reflexo, pois logo depois
se arrepende do gesto e salva o estrangeiro, le-
vando-o até sua aldeia.
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Amor proibido • As proibições reforçam ainda mais o amor entre • No caminho de volta, porém, são atacados por
a índia e o português. São as primeiras de muitas guerreiros liderados por Irapuã. Martim, Iracema
provações que tal união terá de enfrentar. Em e Caubi refugiam-se na taba do pajé Araquém,
linhas gerais, o romance estrutura-se no emba- que usa de um truque para salvar o português
te entre tudo o que une e o que separa os dois da ira do chefe guerreiro.
amantes.
• Acontece o encontro amoroso entre Martim
• Irapuã é o chefe guerreiro tabajara e funcionará, e Iracema, narrado delicadamente pelo autor.
no esquema narrativo da obra, como um antago- Martim está inconsciente por ter ingerido a be-
nista de Martim. Na primeira desavença entre os bida da jurema e a índia deita-se ao seu lado.
dois, o velho pajé Andira, irmão de Araquém, inter- A frase “Tupã já não tinha sua virgem na terra
vém em favor do estrangeiro. Iracema pergunta dos tabajaras” é a sutil indicação de que a união
ao amado o motivo de sua tristeza e, percebendo amorosa se realizara.
que ele tinha saudade de seu povo, pergunta
se uma noiva branca espera pelo seu guerreiro. • Os acontecimentos que se seguem têm como
“Ela não é mais doce do que Iracema”, responde pano de fundo a guerra entre potiguaras e taba-
Martim. Irapuã nutre amor não correspondido jaras. Martim escapa de seus inimigos tabajaras
pela virgem e logo reconhece no português um e une-se aos vencedores potiguaras. Iracema,
inimigo mortal. porém, sente-se profundamente triste pela morte
dos entes queridos e não suporta viver na terra
• Iracema conduz Martim ao bosque sagrado, onde de seus inimigos.
lhe ministra uma poção alucinógena. O guerreiro
branco delira, e a índia adormece entre os seus • O casal muda-se então para uma cabana afas-
braços. tada, localizada numa praia idílica. Com eles vai
Poti, o grande amigo de Martim. Lá vivem um
• Enquanto isso, Itapuã continua alimentando pla- tempo de felicidade, culminando com a gravidez
nos para se livrar do estrangeiro. O amor entre de Iracema e o batismo indígena de Martim, que
os protagonistas parece impossível de se con- recebe o nome de Coatiabo, ou “gente pintada”.
cretizar, por isso Martim é coagido por Iracema
a voltar para sua terra. Caubi, irmão de Iracema,
acompanha-os.

continua 
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• Com o passar do tempo, contudo, o português se


Amor Proibido
entristece por não poder dar vazão a seu espírito
guerreiro e por estar com muita saudade de sua
gente. A bela índia tabajara também se mostra
cada vez mais triste.

• Numa ocasião em que Martim e Poti saem para


uma batalha, nasce o filho, Moacir. Quando os
dois amigos voltam da guerra, encontram Irace-
ma à beira da morte. O corpo da índia é enterrado
aos pés de um coqueiro, em cujas folhas se pode
ouvir um lamento. Daí vem o nome Ceará, canto
de sua jandaia de estimação, uma ave que sem-
pre a acompanhava.
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Conclusão Iracema, por amor a Martim, abandona família, povo,


religião e Deus. É uma clara referência à submissão
do indígena ao colonizador português. Alguns dizem
que o nome Iracema é também um anagrama de
América.
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