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Pneumática e

Eletropneumática
Técnico em Mecânica

Três Corações, Julho de 2022


Instituto Federal do Sul de Minas Desenho Técnico Mecânico

Sumário
PROPRIEDADES DO AR COMPRIMIDO ............................................................................................... 5

Princípios físicos do ar ............................................................................................................................ 5

Lei Geral dos Gases Perfeitos ................................................................................................................. 6

Peso do ar ................................................................................................................................................ 7

Atmosfera ................................................................................................................................................ 7

Pressão atmosférica ................................................................................................................................. 8

Princípio de Pascal .................................................................................................................................. 8

Temperatura ............................................................................................................................................ 9

PRODUÇÃO DO AR COMPRIMIDO ....................................................................................................... 9

Compressores de deslocamento positivos / alternativos / pistão .......................................................... 10

Compressores de deslocamento positivos / alternativos / membrana ................................................... 12

Compressores de deslocamento positivos / rotativos / palhetas ........................................................... 12

Compressores de deslocamento positivos / rotativos / parafuso ........................................................... 12

Compressores de deslocamento Dinâmicos /Fluxo Axial..................................................................... 13

Compressores de deslocamento Dinâmicos /Fluxo Radial ................................................................... 13

Local de instalação e manutenção ......................................................................................................... 14

Seleção dos compressores ..................................................................................................................... 14

PREPARAÇÃO DO AR COMPRIMIDO ................................................................................................ 16

Impurezas .............................................................................................................................................. 16

Resfriador posterior............................................................................................................................... 16

Ponto de orvalho ................................................................................................................................... 17

Reservatório .......................................................................................................................................... 17

Desumidificação do ar .......................................................................................................................... 18

REDES DE DISTRIBUIÇÃO .................................................................................................................. 20

Filtragem ............................................................................................................................................... 20

Escape de ar .......................................................................................................................................... 24

Formato das redes ................................................................................................................................. 25

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Inclinação das redes de distribuição...................................................................................................... 25

Materiais e união das redes ................................................................................................................... 26

Dimensionamento das tubulações principais (tronco) e secundárias .................................................... 26

FILTROS DE AR COMPRIMIDO........................................................................................................... 35

Filtro de ar comprimido ........................................................................................................................ 36

Regulador de pressão ............................................................................................................................ 36

Lubrificador e Unidade de conservação.............................................................................................. 37

ATUADORES PNEUMÁTICOS ............................................................................................................. 37

Cilindros de ação simples ..................................................................................................................... 37

Cilindro de membrana plana ................................................................................................................. 38

Cilindro de dupla ação .......................................................................................................................... 38

Cilindro de dupla ação com amortecimento ......................................................................................... 39

Cilindro de dupla ação com haste passante ........................................................................................... 39

Cilindro duplificador de força (Tandem) .............................................................................................. 40

Cilindros duplex geminado ................................................................................................................... 40

Cilindro de impacto ............................................................................................................................... 41

Guias lineares e cilindros anti-giro ....................................................................................................... 42

Cilindro sem haste (dupla ação) acoplamento mecânico ...................................................................... 43

Cilindro sem haste acoplamento magnético.......................................................................................... 43

Músculo pneumático ............................................................................................................................. 43

Cilindros rotativos (Pinhão e Cremalheira) .......................................................................................... 44

Cilindros rotativos (Giro limitado) ....................................................................................................... 44

Fixação dos pistões ............................................................................................................................... 45

Materiais de vedação ............................................................................................................................. 45

Componentes do cilindro ...................................................................................................................... 46

Cálculos de cilindros ............................................................................................................................. 47

Garras pneumáticas ............................................................................................................................... 48

Ventosas ................................................................................................................................................ 49

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Gerador de vácuo .................................................................................................................................. 53

Motores pneumáticos ............................................................................................................................ 54

VÁLVULAS PNEUMÁTICAS ................................................................................................................ 55

Válvulas de controle direcional ............................................................................................................. 55

Válvulas de bloqueio ............................................................................................................................. 61

Válvulas de pressão ............................................................................................................................... 63

Válvulas de fluxo .................................................................................................................................. 64

Identificação dos elementos dentro do circuito pneumático ................................................................. 66

COMANDOS SEQUENCIAIS................................................................................................................. 70

Introdução ............................................................................................................................................. 70

Diagrama de movimentos...................................................................................................................... 70

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 73

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PROPRIEDADES DO AR COMPRIMIDO
Há milhares de anos, o homem já se utilizava do ar comprimido no auxilio de seus
trabalhos. No velho testamento, são citados, alguns exemplos dessa utilização, na fundição
da prata, ferro, chumbo e estanho. O termo pneumática é derivado do grego Pneumos ou
Pneuma (respiração, sopro) e é definido como a parte da Física que se ocupa da dinâmica
e dos fenômenos físicos relacionados com os gases ou vácuos.
Princípios físicos do ar
1 Compressibilidade
O ar, assim como todos os gases, tem a propriedade de ocupar todo o volume de
qualquer recipiente, adquirindo seu formato, já que não tem forma própria. Assim, pode-
se encerrá-lo num recipiente com volume determinado e posteriormente provocar-lhe
uma redução de volume usando uma de suas propriedades - a compressibilidade. Pode-
se concluir que o ar permite reduzir o seu volume quando sujeito à ação de uma força
exterior.

2 Elasticidade
Propriedade que possibilita ao ar voltar ao seu volume inicial uma vez extinto o
efeito (força) responsável pela redução do volume.

3 Difusibilidade
Propriedade do ar que lhe permite misturar-se homogeneamente com qualquer meio
gasoso que não esteja saturado.

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4 Expansibilidade
Propriedade do ar que lhe possibilita ocupar totalmente o volume de qualquer
recipiente, adquirindo o seu formato.

Lei Geral dos Gases Perfeitos


As leis de Boyle-Mariotte, Charles e Gay Lussac referem-se a transformações de
estado, nas quais uma das variáveis físicas permanece constante. Geralmente, a
transformação de um estado para outro envolve um relacionamento entre todas, sendo
assim, a relação generalizada é expressa pela fórmula:
𝑃1𝑉1 𝑃2𝑉2
=
𝑇1 𝑇2
Lei de Boyle / Mariotte
Considerando-se a temperatura constante, ao reduzir o volume, aumenta a pressão
(transformação isotérmica).

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Lei de Gay Lussac


Considerando-se a pressão constante, ao aumentar a temperatura, aumenta o
volume (transformação isobárica).

Lei de Charles
Considerando-se o volume constante, ao aumentar a temperatura, aumenta a pressão
(transformação isotérmica).

Peso do ar
Um litro de ar, a 0°C e ao nível do mar, pesa 1,293 x 10-3 Kgf.
Atmosfera
Camada formada por gases, principalmente por oxigênio (O2 - 21%), nitrogênio (N2
- 78%) e 1% de outros gases, que envolve toda a superfície terrestre, responsável pela
existência de vida no planeta.

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Pressão atmosférica
Sabemos que o ar tem peso, portanto, vivemos sob esta carga. A atmosfera
exerce sobre nós uma força equivalente ao seu peso, mas não o sentimos,
pois ela atua em todos os sentidos e direções com a mesma intensidade.

O valor da pressão atmosférica ao nível do mar, a uma temperatura de 20°C e a uma


umidade relativa de 36% é de 1 atm ou 760 mm (coluna de mercúrio) ou 1 bar ou 14,5
lbf/pol2.
Princípio de Pascal
Constata-se que o ar é muito compressível sob ação de
pequenas forças. Quando contido em um recipiente fechado,
o ar exerce uma pressão igual sobre as paredes, em todos os
sentidos. Exemplo a bola de futebol quando apertada.
Tabela de conversão

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Para cálculos aproximados considera-se:

1atm = 760mmHg = 1bar = 1kgf/cm2 = 100kPa = 10mca = 14,7 PSI(lbf/pol2)

Atm(atmosfera); mmHg(altura da coluna de mercúrio em mm); kPa(quilopascal);


mca(altura da coluna de água em metros).
Temperatura

PRODUÇÃO DO AR COMPRIMIDO
Para a produção de ar comprimido são necessários compressores. Esses comprimem
o ar até a pressão de trabalho desejada. A maioria dos acionamentos e comando
pneumáticos funciona através de uma estação central de distribuição de ar comprimido.
Ao projetar a produção ou consumo do ar, devem ser consideradas ampliações (20%
a 50%) e futuras aquisições de novos equipamentos pneumáticos. Uma ampliação
posterior da instalação torna-se, geralmente, muito cara.
De acordo com o principio de trabalho, existem duas classificações:
• Compressores de deslocamento positivo: O ar é admitido e
comprimido até certa pressão e empurrado para a tubulação ou reservatórios.
• Compressores de deslocamento dinâmico: O ar é acelerado,
atingindo velocidades elevadas. Seu escoamento então é retardado por meio de
difusores, obrigando a uma elevação na pressão.

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Compressores de deslocamento positivos / alternativos / pistão


• Compressor de simples efeito
É assim chamado porque realiza a compressão do ar em apenas um lado do êmbolo,
isto é, em uma única câmara.
• Compressor de duplo efeito
Dessa forma denominado porque admite e recalca nos dois lados do êmbolo,
possuindo duas câmaras onde ocorre simultaneamente a admissão em uma e a
compressão em outra.

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Simples efeito Duplo efeito

• Compressor de múltiplo estágio


Para altas pressões, são necessários compressores de vários estágios com intuito de
limitar a elevação de temperatura e melhorar a eficiência da compressão. O ar aspirado
é comprimido pelo primeiro êmbolo (pistão) na câmara de baixa pressão e novamente
comprimido pelo próximo êmbolo na câmara de alta pressão.

Compressor de um estágio Compressor de 2 estágios

Na compressão a altas pressões é necessária uma refrigeração intermediária, a água


ou a ar. Um sistema de refrigeração ideal é aquele cuja temperatura de ar na saída do
resfriador intermediário é igual à temperatura de admissão deste ar.

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Compressores de deslocamento positivos / alternativos / membrana

O êmbolo fica separado, por uma membrana, da


câmara de sucção e compressão, isto é, o ar não entra em
contato com as partes deslizantes. Assim, o ar fica isento
de resíduos de óleo, e por essa razão, esses compressores
são os preferidos das indústrias alimentícias, químicas e
farmacêuticas.

Compressores de deslocamento positivos /


rotativos / palhetas
Nesse tipo de compressor, os compartimentos se estreitam (diminuem), comprimindo
o ar nos mesmos. Dotado de um compartimento cilíndrico, com aberturas de entrada e
saída, onde gira um rotor fora de centro.

Compressores de deslocamento positivos / rotativos / parafuso


Dois parafusos helicoidais, de perfis côncavo e convexo, comprimem o ar, que é
conduzido axialmente.

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Compressores de deslocamento Dinâmicos /Fluxo Axial

Em ambas as versões, o ar é colocado em movimento por uma ou mais tubinas, e esta


energia de movimento é então transformada em energia de pressão.

Compressores de deslocamento Dinâmicos /Fluxo Radial


A compressão, nesse tipo de compressão, processa-se pela aceleração do ar aspirado
de câmara para câmara, em direção à saída. O ar é impelido axialmente para as paredes da
câmara e, posteriormente, em direção ao eixo.

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Um estágio Múltiplos estágios

Local de instalação e manutenção


A estação de compressores deve ser montada dentro de um ambiente fechado, com
proteção acústica, boa aeração e o ar sugado deve ser fresco, seco e livre de poeira. A
manutenção do compressor é um fator muito importante, pois dela depende o seu bom
funcionamento e a sua rentabilidade. Portanto, é imprescindível elaborar planos de
manutenção e seguir as instruções recomendadas pelo manual do fabricante.
Seleção dos compressores
Considerando:
• o volume de ar produzido,

• a pressão de regime (pressão fornecida pelo compressor), e a pressão de


trabalho (pressão necessária ao acionamento dos equipamentos). Enquanto a
pressão de trabalho selecionada está a 6 kgf/cm2 a pressão de regime gira em
torno de 7 a 8 podendo chegar a 12 kgf/cm2.

• O acionamento (motor elétrico ou a explosão)

• Dentre os sistemas de regulagem:


❖ Regulagem livre [de alívio(na pressão máx. válvula de alívio abre
“instalações pequenas”), [por desligamento(sucção é desligada)
“rotativos”], [por grampo(grampo mantém válvula sucção aberta)
“pistões maiores”];
❖ Controle parcial [ajuste de velocidade(velocidade do motor do
compressor é controlada em cima da pressão)], [controle de potência na
sucção(limitador na sucção)];
❖ Controle Intermitente [o compressor é acionado na pressão min. e
desligado na pressão máx.] ainda é o mais utilizado.

No diagrama abaixo é possível selecionar o tipo de compressor considerando o


volume de ar e a pressão requerida.

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Exercícios
Considerando 4 elevadores de carros e 1 chave de impacto pneumática para cada
elevador. Determine o volume, pressão. Depois selecione o compressor no diagrama
acima. Considere futuras ampliações.

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PREPARAÇÃO DO AR COMPRIMIDO

Impurezas
Uma preparação adequada do ar comprimido prolonga a vida útil dos elementos
pneumáticos.
A água (pelo escoamento da água condensada no interior da tubulação) pode causar
a corrosão na rede metálica, nos elementos pneumáticos e nas máquinas.
O óleo residual provenientes dos compressores pode produzir, junto com o ar
comprimido, uma mistura de ar óleo (mistura gasosa), a qual apresenta perigo de explosão,
principalmente quando há temperaturas elevadas (mais de333K).
As partículas de poeira, em geral abrasivas.

Com a colocação de resfriadores eliminam-se, de uma maneira geral, as partículas


estranhas, água e óleo.
Resfriador posterior
Considerando que a maior temperatura do ar comprimido é na descarga do
compressor, quanto maior a temperatura maior é a quantidade de água que o ar atmosférico
pode conter. Para resolver de maneira eficaz o problema inicial da água nas instalações de
ar comprimido, o equipamento mais indicado é o resfriador posterior, localizado entre a
descarga do compressor e o reservatório.
Este resfriador pode ser a água (figura abaixo) ou a ar.

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Como consequência deste resfriamento permite-se retirar cerca de 75% a 90% do


vapor de água contido no ar, bem como vapores de óleo, além de evitar que a linha de
distribuição sofra uma dilatação, causada pela alta temperatura de descarga do ar.
Ponto de orvalho
Trata-se da temperatura na qual o vapor de água contido no ar
comprimido, numa certa pressão, inicia sua condensação. Exemplo: Para um ponto de
orvalho de 313 k (40 ºC), 1m3 de ar contém 50g de água.

Reservatório
Os reservatórios são construídos no Brasil conforme a norma PNB-109 da
ABNT. Nenhum reservatório deve operar com uma pressão acima da Pressão Máxima de
Trabalho Permitida (PMTP).

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Funções:
❖ Armazenar o ar comprimido;
❖ Resfriar ar auxilia a eliminação do condensado;
❖ Compensar as flutuações de pressão e demanda no sistema de distribuição;
❖ Estabilizar o fluxo de ar comprimido;
❖ Controlar as marchas dos compressores.

A grande superfície do reservatório refrigera o ar suplementar. Assim, parte da


umidade é condensada e separa-se do ar no reservatório, saindo pelo dreno.

Desumidificação do ar

A aquisição de um secador de ar comprimido pode figurar no orçamento de


uma empresa como um alto investimento, podendo chegar a 25% do valor
total de uma instalação de ar comprimido. Porém, é plenamente justificável
este investimento, com a redução dos custos de manutenção do sistema,
sendo evitado ou minimizado: a) Substituição periódica de tubulações; b)
Substituição de componentes pneumáticos (filtros, válvulas, cilindros); c)
Impossibilidade de utilização deste ar para operações de pulverização e pintura; d)
Aumento de produtividade;

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Secador por refrigeração


O ar comprimido entra em um pré-resfriador (trocador de calor ar-ar), sofrendo uma
queda de temperatura causada pelo ar frio que sai do resfriador
principal. No resfriador principal o ar é resfriado ainda mais, em contato com o circuito
frigorífico. Durante esta fase a umidade presente no ar comprimido
(AC) forma pequenas gotas de líquido, chamadas de condensado, e que são
eliminadas por um separador, onde o condensado é depositado e eliminado
por um dreno para a atmosfera.

Secador por absorção


Este processo é também chamado de Processo Químico de Secagem, pois
é conduzido no interior de um reservatório (tanque de pressão) através de
uma massa higroscópica, insolúvel que absorve a umidade do ar, processando-se uma
reação química. As principais substâncias utilizadas são: Cloreto de Cálcio, Cloreto de
Lítio, Dry-o-Lite. A umidade retirada e a substância diluída são depositadas na parte
inferior do reservatório, junto a um dreno de onde são eliminados para a atmosfera.

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Secador por adsorção


É o tipo mais comum. As torres são preenchidas com Óxido de Silício – SiO2
(Silicagel), Alumina Ativada (Al2O3), Rede Molecular (NaAlO2SiO2) ou ainda Sorbead.
Através de uma válvula direcional, o ar úmido é orientado para uma torre,
onde haverá a secagem do ar. Na outra torre ocorrerá a regeneração da substância
adsorvente, que poderá ser feita por injeção de ar quente, na maioria
dos casos, por resistores e circulação de ar quente. Havendo o aquecimento
da substância, provocaremos a evaporação do líquido adsorvido. Por meio de
um fluxo de ar seco a água em forma de vapor é arrastada para a atmosfera.
Terminando um período de trabalho pré-estabelecido, ocorre a inversão das
funções das torres, por controle manual ou automático. A torre que secava
o ar passa a ser regenerada e a outra inicia a secagem.

REDES DE DISTRIBUIÇÃO
A rede de distribuição de AC compreende todas as tubulações que saem do
reservatório passando pelo secador e, que unidas, orientam o ar comprimido até os pontos
individuais de utilização. As redes de distribuição são normalmente formadas de tubos de
aço carbono ou galvanizado, sendo hoje possível a montagem de redes de ar comprimido
executadas em tubos e conexões de PVC especiais.
Deve apresentar:
❖ Perda de pressão Máx. entre compressor e partes de consumo de 0,5%.
❖ Não apresentar escape de ar
❖ Separar o condensado por meio da inclinação e purgadores.
Filtragem
Pela definição da norma ISO-8573, filtro é um aparato para separar os contaminantes
presentes em fluido (ISO-8573/2.16). O filtro de ar comprimido aparece geralmente em

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três posições diferentes: antes e depois do secador de ar comprimido e também junto ao


ponto-de-uso.
A função do filtro instalado antes do secador por refrigeração (pré-filtro) é separar
o restante da contaminação sólida e líquida (~30%) não totalmente elimindada pelo
separador de condensados do resfriador-posterior, protegendo os trocadores de calor do
secador contra o excesso de óleo oriundo do compressor de ar, o que poderia impregná-
los, prejudicando sua eficiência de troca térmica (ISO-8573/5.2.3). No caso de sistemas
dotados de secadores por adsorção, o pré-filtro deverá garantir que nenhuma quantidade
de contaminação líquida, inclusive os aerossóis de água e óleo, atinja o material
adsorvedor, obstruindo seus poros e impedindo a sua reativação (ISO-8573/5.2.3).
Na prática, o pós-filtro instalado após o secador por refrigeração retém apenas
partículas sólidas. No caso de sistemas dotados de secadores por adsorção, o pós-filtro
destina-se apenas à retenção das partículas sólidas produzidas pela abrasão do material
adsorvedor (poeira do adsorvedor).
Tipos de filtros
Dependendo do acúmulo
de impurezas e da qualidade de
ar comprimido exigida, os
seguintes tipos de filtro são
usados:
• Precipitador tipo ciclone
• Filtro preliminar
• Filtro de alto desempenho
• Filtro de carvão ativado
Esses filtros são
freqüentemente utilizados em
combinação entre si. A
filtragem de alto desempenho
segue conforme fig. ao lado.
Conhecimento de
diversos fatores, como por
exemplo a quantidade de ar, é
extremamente necessário para
a seleção de um filtro adequado
em um sistema de ar
comprimido. São eles:
Capacidade de separação do
filtro; Concentração de
partículas; Queda de pressão;
Volume do fluxo de ar; Longa vida do elemento filtrante. Abaixo ISSO 8573-1.

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*O tamanho das partículas corresponde à razão de filtração ßx = 20.** A 14.7 psi (1 bar)
de pressão absoluta + 70ºF (+20ºC) e uma umidade relativa de 60%. Deve-se considerar,
que para pressões superiores à atmosférica, é maior a concentração de contaminantes.
** Eficiência de filtragem:

Representação de uma linha de ar comprimido.

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1. Compressor
5. Purgador automático
2. Resfriador posterior ar/ar 6. Pré-filtro coalescente
3. Separador de condensados 7. Secador
4. Reservatório 8. Purgador automático eletrônico

9. Pré-filtro coalescente grau x


10. Pré-filtro coalescente grau y
11. Pré-filtro coalescente grau z
12. Separador de água e óleo

Abaixo está um exemplo diagrama (Fonte: Parker)

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Escape de ar
Os custos do ar comprimido podem crescer consideravelmente quando ocorrer
vazamento na rede distribuidora. No diagrama está registrado o volume de ar que pode
escapar por uma abertura, a uma determinada pressão. Considerando uma tubulação de ar
comprimido e que, ao longo dela
existissem pequenos orifícios de
vazamentos que somados
totalizassem uma área de 10
mm2 (equivalente a um furo de
diâmetro 3,5mm), a uma pressão
de trabalho de 6 bar. De acordo
com o diagrama abaixo,
representa no sistema uma perda
equivalente a 0,5 m3/minuto.
Calcule o consumo energia
para 10 furos de 1mm em 24
horas. Considerando R$ 0,81
kWh.

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Formato das redes


O anel fechado auxilia na manutenção de uma pressão constante, além
de proporcionar uma distribuição mais uniforme do ar comprimido para os
consumos intermitentes, dificulta porém a separação da umidade, porque o
fluxo não possui uma direção definida.

Válvulas de registro devem ser previstas na rede e distribuição, para permitir a


divisão desta em seções, fazendo que as seções tornem-se isoladas para inspeção,
modificações ou manutenção.
Inclinação das redes de distribuição
As tubulações devem possuir uma
inclinação de 0,5 a 2%, no sentido de
fluxo, para direcionar condensado e
óxidos para um ponto de coleta, evitando
a formação de bolsões de umidade. Este
ponto de coleta é denominado dreno, que
são colocados nos pontos mais baixos da
tubulação e devem ser preferencialmente
automáticos. Se a rede é extensa, devem
ser previstos pontos de coleta de
condensado com drenos, a cada 20 ou 30 metros de tubulação.

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Por causa da formação de água condensada, é fundamental, em tubulações


horizontais, instalar os ramais de tomadas de ar na parte superior do tubo
principal.
Materiais e união das redes
Com relação aos materiais da tubulação, dê preferência aos resistentes à oxidação,
como aço galvanizado, aço inoxidável, alumínio, cobre e plástico de engenharia. Existem
várias maneiras de unir as tubulações: Soldas; Roscas e Flanges. Normalmente utiliza-se
conexões rosqueadas para tubos com diâmetro de até 3 polegadas, acima desse valor usa-
se unir por solda.
Dimensionamento das tubulações principais (tronco) e secundárias
Esse dimensionamento deve considerar uma queda de presão de 0,3 a 0,5 kgf/cm 2 do
reservatório até o consumidor. Acima de 500 metros de tubulação da linha considerar 0,5
kgf/cm2.

A determinação do diâmetro mínimo interno [mm] é obtida pela equação:

5 (1,663785𝑥10−3 𝑥𝑄1.85 𝑥𝐿𝑡


𝑑 = 10 [ √ ]
∆𝑃𝑥𝑃

Verificar:
❖ Vazão [m3/h],
❖ Comprimento total linha tronco [m],
➢ Lt=L1+L2 (L1=Comprim. retilíneo; L2=Comprim. equivalente)
❖ Queda pressão admissível [P = kgf/cm2],
❖ Pressão de regime [kgf/cm2].
❖ Número de pontos de estrangulamento.

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Exemplo prático

O diâmetro da tubulação principal (tronco).


Comprimento da tubulação linear 300 m
Perda de carga admitida 0,3 kgf/cm2
Pressão de regime 9 kgf/cm2
Volume de ar corrente 300 m3/h
Aumento de capacidade prevista nos próximos 10 anos 60%

Neste primeiro momento o diâmetro ∅ interno da tubulação principal (TRONCO) é


determinado sem considerar as perdas de carga pelas singularidades (curvas, registros, etc.)
Calculando:
Considerando ampliação de 60% em 10 anos temos:
𝑚3
𝑄 = 300𝑥1,6 = 480

Substituindo na equação de diâmetro temos:

(1,663785𝑥10−3 𝑥4801.85 𝑥300


5
𝑑 = 10 [ √ ] = 70𝑚𝑚
0,3𝑥9

Considerando que na tabela de diâmetro o mais próximo acima de 70mm é 77,9mm


= 3 polegadas.

Para determinação do diâmetro comercial ver tabela abaixo para tudo de aço
galvanizado ASTM A 120 SCHEDULE 40.

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Assim, verifica-se na tabela de perdas o comprimento equivalente para cada


singularidade.

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Singularidade Qtd Comprimento Total (L2)


equivalente
T roscado com fluxo em ramal 10 5,2 52
T roscado com fluxo em linha 5 3,7 18,5
Válvula do tipo gaveta, roscada 7 0,58 4,06
Curva de 90° de raio longo 6 1,2 7,2
Comprimento equivalente total (L2) 81,76

Lt = L1 + L2 = 300m + 81,76m = 381,76m

Replicando a equação do diâmetro temos:

5(1,663785𝑥10−3 𝑥4801.85 𝑥𝟑𝟖𝟏, 𝟕𝟔


𝑑 = 10 [ √ ] = 70𝑚𝑚
0,3𝑥9
Considerando que na tabela de diâmetro o mais próximo acima de 70mm é 77,9mm
= 3 polegadas. Para este caso, com as perdas o diâmetro interno ainda ficou 3 polegadas.

O diâmetro da tubulação secundária.

Comprimento da tubulação linear 11 m


Perda de carga admitida 0,3 kgf/cm2
Pressão de regime 9 kgf/cm2
Volume de ar corrente 480 m3/h
Aumento de capacidade prevista nos próximos 10 anos 60%

Repetir o processo todo para tubulação secundária.

Calcular o diâmetro interno mínimo considerando somente o comprimento linear da


tubulação secundária.
Encontrar o diâmetro interno em polegadas pela Tabela de Diâmetros
Levantar as perdas para cada singularidade (curvas, registros, etc.)
Recalcular o diâmetro interno mínimo considerando o comprimento linear mais o
comprimento das perdas (L=L1+L2).

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Determinar o diâmetro da tubulação secundária:

São 10 linhas secundárias de igual comprimento. Desta forma o volume de ar é divido


por 10.
480 𝑚3
𝑄= = 48
10 ℎ

Aplicando a equação do diâmetro:

5(1,663785𝑥10−3 𝑥𝟒𝟖1.85 𝑥𝟏𝟏


𝑑 = 10 [ √ ] = 15,42𝑚𝑚
0,3𝑥9

Pela tabela temos que 15,42 = ½ polegada. Assim, verifica-se na tabela de perdas o
comprimento equivalente para cada singularidade da linha secundária.

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Singularidade Qtd Comprimento Total (L2)


equivalente
T roscado com fluxo em ramal 3 1,3 3,9
Válvula do tipo gaveta, roscada 1 0,17 0,17
Curva de 90° de raio longo, roscada 1 0,67 0,67
Curva de 90° comum roscado 1 1,1 1,1
Comprimento equivalente total (L2) 5,84

Lt = L1 + L2 = 11m + 5,84m = 16,84m

Replicando a equação do diâmetro temos:

5 (1,663785𝑥10−3 𝑥481.85 𝑥𝟏𝟔, 𝟖𝟒


𝑑 = 10 [ √ ] = 16,80𝑚𝑚
0,3𝑥9
Considerando que na tabela de diâmetro o mais próximo acima de 16,8mm é 21mm
= 3/4 polegadas para a linha secundária.
Determinar o diâmetro da linha de alimentação.
Comprimento da tubulação linear 5m
Perda de carga admitida 0,3 kgf/cm2
Pressão de regime 9 kgf/cm2
Volume de ar corrente 48 m3/h
Aumento de capacidade prevista nos próximos 10 anos 60%

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São 3 linhas de alimentação de igual comprimento, vinculadas a linha secundária.


Desta forma o volume de ar é divido por 3.
48 𝑚3
𝑄= = 16
3 ℎ
Aplicando a equação do diâmetro:

5 (1,663785𝑥10−3 𝑥𝟏𝟔1.85 𝑥𝟓
𝑑 = 10 [ √ ] = 8,77𝑚𝑚
0,3𝑥9

Pela tabela temos que 8,77mm, escolhe-se 15,8mm = ½ polegada. O motivo é pelo
fato de a tabela de singularidades iniciar em ½ polegada. Em seguida, verifica-se na tabela
de perdas o comprimento equivalente para singularidade da linha de alimentação.

Singularidade Qtd Comprimento Total (L2)


equivalente
T roscado com fluxo em ramal 1 1,3 1,3
Válvula do tipo gaveta, roscada 1 0,17 0,17
Curva de 180° de raio longo, roscada 1 0,67 0,67
Comprimento equivalente total (L2) 2,14

Lt = L1 + L2 = 5m + 2,14m = 7,14m
Replicando a equação do diâmetro temos:

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5 (1,663785𝑥10−3 𝑥161.85 𝑥𝟕, 𝟏𝟒


𝑑 = 10 [ √ ] = 9,42𝑚𝑚
0,3𝑥9
Considerando que na tabela de diâmetro o mais próximo acima de 9,42mm é 12,6mm,
escolhe-se 15,8mm = ½ polegada. O motivo é pelo fato de a tabela de singularidades
iniciar em ½ polegada. Desta forma mesmo com as singularidades o diâmetro para a linha
de alimentação é ½ polegada.
Ao final da linha de alimentação temos um T roscado que irá conectar um conjunto
de filtro, regulador de pressão e lubrificador para cada equipamento.
Ao final do lubrificador tem-se um conector roscado que na outra ponta está uma
conexão rápida de tubo de PU.

A especificação do diâmetro interno da mangueira segue conforme manual de


especificação do equipamento na “entrada de ar”.

Exercícios:
No caderno repita o exercício anterior para linha principal, altere valores abaixo:
Comprimento da tubulação linear 500 m *
Volume de ar corrente 600 m3/h
*Acima de 500 m a perda de carga admitida é 0,5kgf/cm2

FILTROS DE AR COMPRIMIDO
Após passar por todo o processo de produção, tratamento e distribuição,
o ar comprimido deve sofrer um ultimo beneficiamento composto por filtragem, regulagem
da pressão e introdução de uma certa quantidade de
óleo para a lubrificação de todas as partes mecânicas dos compartimentos
pneumáticos.

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Filtro de ar comprimido1
A função de um filtro de ar comprimido é de reter as partículas de impurezas, bem
como a água condensada, presentes no ar que se passa por ele.

Regulador de pressão

O regulador de pressão tem por finalidade manter constante a pressão de trabalho


(secundária) independentemente da pressão da rede (tronco). É mais eficiente instalar o
regulador de pressão já acoplado ao filtro de ar.

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Lubrificador e Unidade de conservação

Nos elementos pneumáticos encontram-se peças móveis que devem ser submetidas a
lubrificação. O materiais lubrificantes são necessários para garantir desgaste mínimo nos
elementos móveis, e proteger os aparelhos contra a corrosão.
Sempre que possível utilize uma unidade de conservação na saída do ar.

ATUADORES PNEUMÁTICOS
O cilindro pneumático é um elemento de trabalho de máquina útil, já que permite a
aplicação do movimento linear exatamente onde é necessário. Através de cilindros
pneumáticos pode-se transformar a energia pneumática em movimentos retilíneos e,
através de motores pneumáticos, movimentos rotativos.
Cilindros de ação simples
São acionados de um lado, o retrocesso se dá por meio da mola.

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Cilindro de membrana plana


A membrana (material sintético ou metálico) assume a tarefa de êmbolo.

Simbologia

Cilindro de dupla ação


Movimentos de avanço e retorno, são produzidos por ar comprimido, por isso
realizam trabalho nos dois sentidos de movimento. os esforços de flexão sobre a
haste dos cilindros devem ser evitados ao máximo, utilizando guias.

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Cilindro de dupla ação com amortecimento


Quando volumes grandes e pesados são movimentos por um cilindro, emprega-se um
sistema de amortecimento para evitar impactos secos e danificação das partes. Antes de
alcançar a posição final, um êmbolo de amortecimento interrompe o escape direto do ar,
deixando somente uma passagem pequena, geralmente regulável. Com o escape de ar
restringido, cria-se uma sobrepressão que, para ser vencida, absorve grande parte da
energia, o que resulta em perda de velocidade nos fins de curso.

Cilindro de dupla ação com haste passante


O cilindro de haste passante de ambos os lados tem algumas vantagens. A haste é
melhor guiada devido aos dois mancais de guia, o que possibilita a admissão de uma ligeira
carga lateral.

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Cilindro duplificador de força (Tandem)

Trata-se de dois cilindros de ação dupla que formam uma só unidade.


Assim, com carga simultânea nos dois êmbolos, a força será a soma das forças dos dois
cilindros. Ele é recomendado para obter grande desempenho quando a área útil do cilindro
é pequena.
Cilindros duplex geminado

Este cilindro é formado por dois ou mais cilindros de ação dupla. Os elementos estão
unidos um ao outro como mostra a ilustração. Os cilindros movimentam-se
individualmente, conforme o lado de pressão. Com dois cilindros de cursos diferentes
obtêm-se quatro posições.

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Cilindro de impacto

Um cilindro de impacto com diâmetro de 102 mm, acionado por uma pressão de 700
kPa, desenvolve uma força de impacto equivalente a 35304 N, enquanto que um cilindro
normal, de mesmo diâmetro e de mesma pressão, atinge somente 5296 N. O impacto é
permitido pela transformação da energia cinética.

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Guias lineares e cilindros anti-giro


As guias lineares foram projetadas para oferecer maior precisão de movimento para
cilindros pneumáticos, evitando o giro da haste.

Êmbolo Oval

Êmbolo Retangular Êmbolo Oblongo

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Cilindro sem haste (dupla ação) acoplamento mecânico

Cilindro sem haste acoplamento magnético

Músculo pneumático
Os músculos pneumáticos possibilitam contração de curso de 15% a 25% do
comprimento. Atinge frequências de até 90 Hz.

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Cilindros rotativos (Pinhão e Cremalheira)


O oscilador pneumático é um atuador rotativo com campo de giro limitado.

Cilindros rotativos (Giro limitado)


Giro angular limitado. Movimento angular não além de 300°.

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Fixação dos pistões

Materiais de vedação
Tipo de vedações para atuadores lineares:
Bruna N (-10 ºC até 80 ºC)
Perbunam (-20 ºC até 80 ºC)
Viton (-20 ºC até 190 ºC)
Teflon (-80 ºC até 200 ºC)

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Componentes do cilindro

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Cálculos de cilindros
Observações: A velocidade do êmbolo em cilindros normais varia de 01 a1, 5 m/s.
Para velocidades menores ou maiores empregam-se válvulas reguladoras de fluxo e
válvula de escape rápido. Deve-se evitar curso muito longo, pois a haste será facilmente
solicitada a flambagem e flexão. Diâmetros acima de 300mm e cursos acima de 2000 mm
torna a pneumática inviável devido ao consumo de ar (rentabilidade).
Força do Êmbolo
A força do êmbolo, exercida com o elemento de trabalho, depende da pressão de ar,
do diâmetro do cilindro e da resistência de atrito dos elementos de vedação.

Exercícios:
1. Para um cilindro de Ação Dupla, determine a força de avanço e retorno.
Dados: D = 50mm d= 12,7mm p=6bar FR=10% x FT valor médio.
2. Calcule para figura abaixo. D = 50mm d= 20 mm p=6bar

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Consumo de ar
É importante conhecer o consumo de ar da instalação, para poder produzi-lo e
conhecer as despesas de energia. Calcula-se o consumo de ar para uma determinada
pressão de trabalho, um determinado diâmetro de cilindro e um determinado curso. A
relação de compressão (RC) ao nível do mar será calculada:

Exercícios:
Calcular o consumo de ar de um cilindro de dupla ação com D = 50mm e d=12mm
s= 100mm pT=6bar n=10 ciclos por minuto.
Garras pneumáticas
A peça específica a ser manipulada deve estar dentro de um limite de aperto das garras
e certos cuidados devem ser tomados para que não haja deformação da mesma. Existem
dois tipos de garras,

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O fator de segurança pode variar, dependendo daaplicação, mas em geral é sugerido


um fator de segurança de:
• Garra de fricção = 4,0
• Garra de abrangimento = 1,25
Exemplo
Uma peça pesa 20 Lbf e está submetida a uma aceleração de 0,5 g (Força da
∆𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
Gravidade 9,81 m/s2). 𝑎 =
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
Qual a força necessária da garra? Força da garra = Peso da peça + força de aceleração
= 20 Lbf + (20 Lbf x 0,5) = 30 Lbf.
Para o exemplo, a solução para a força da garra:
• Garra de fricção = 4,0 x 30 Lbf = 120 Lbf
• Garra de abrangimento = 1,25 x 30 Lbf = 37,5 Lbf

Ventosas
Em geral utilizamos fator de segurança 2 para levantamentos horizontais e 4 para
levantamentos verticais. No caso de aplicações em chapas irregulares, superfície
defeituosa ou com movimentos bruscos, necessita de um adicional no fator de segurança .

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Força de levantamento Horizontal


Pela Lei de Newton, calcular a força que uma ventosa deve suportar, considerando
uma carga com massa de 10 Kg, deslocando com aceleração de 3 m/s2 e fator de segurança
horizontal (SH) 2.
FH(N) = massa (kg) x (ag + a) x SH
FH(N) = 10 kg x (9,81 m/s2 + 3 m/s2) x 2
FH = 256,2 N
Força de levantamento vertical
Pela Lei de Newton, calcular a força que uma
ventosa deve suportar, considerando uma
carga com massa de 10 Kg, deslocando com aceleração de 3m/s2 e fator de segurança
vertical (SV) 4.
FV(N) = massa (kg) x (ag + a) x SV
FV(N) = 10 kg x (9,81 m/s2 + 3 m/s2) x 4
FV = 512,4 N
Combinado levantamento vertical com movimento horizontal
Calculando a força que uma ventosa deve suportar, considerando uma carga com
massa de 10 kg, deslocando-se na horizontal com aceleração de 3 m/s2 e na
vertical com aceleração de 2 m/s2.
𝐹𝑀(𝑁) = √𝐹𝑉 2 + 𝐹𝐻2
𝑚 𝑚 2 𝑚 𝑚 2
𝐹𝑀(𝑁) = √[10𝑘𝑔𝑥 (9,81 + 2 2 ) 𝑥4] + [10𝑘𝑔𝑥 (9,81 2 + 3 2 ) 𝑥2]
𝑠2 𝑠 𝑠 𝑠

𝐹𝑀(𝑁) = √(80𝑁)2 + (256𝑁)2


𝐹𝑀(𝑁) = √6400𝑁 2 + 65536𝑁 2

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𝐹𝑀(𝑁) = 268,2𝑁

Análise de forças
De acordo com exemplos anteriores, considerar uma aplicação onde 4 ventosas são
selecionadas para transferir um produto. Considerando uma força de levantamento
horizontal (FH) de 256,2 N, dividida pelo número de ventosas (4), obtemos a força
individual que cada ventosa tem que suportar.

256,2 (𝑁) 𝑁
= 64,05
4 𝑉𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠𝑎

Força teórica de levantamento por ventosa (Newton, N)

Com a tabela acima é possível encontrar o diâmetro da ventosa através da força


calculada. Selecionando a força mais próxima de 64,05 N com nível de vácuo de 60%,
encontramos uma força teórica de levantamento de 76,9 N a qual tem diâmetro de 40 mm.
O mesmo cálculo pode ser aplicado em força de levantamento vertical (FV). Para converter
quilogramas força (kgf) para Newton, multiplica-se kgf x 9,8.

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Gerador de vácuo
Primeiramente, o ar comprimido passa pelo orifício de venturi e é descartado no difusor.
Isto aumenta a velocidade do ar na câmara do difusor, que está com baixa pressão. O volume
de ar no sistema fechado de
vácuo flui dentro da câmara do
difusor e sua exaustão é feita
pelo difusor. Esse efeito
aumenta o nível de vácuo e
evacua a maior parte do ar em
alta velocidade.

Tabela de seleção: Ø de
tubulação de Ø diâmetro orifício
Ø orifício Venturi (mm) Min Ø interno da tubulação (mm) Máx Ø da ventosa (mm)
0,5 4 20
1,0 4 50
1,5 6 60
2,0 8 120
2,5 8 150
3,0 10 200
Observação: Conectado a ventosa está um filtro (para vitar que sujeira da superfície
entre no Venturi ) e uma válvula de bloqueio (para evitar que a ventosa saia, mediante
uma falta de ar) e por último o gerador de vácuo para cada ventosa(para evitar perda de
vácuo).

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Motores pneumáticos

O motor pneumático com campo angular ilimitado é um dos elementos pneumáticos


mais usados na indústria moderna. Seu campo de aplicação é dos mais diversos. Com
motor pneumático, pode-se executar operações tais como: Parafusar, Furar, Roscar, Lixar,
Polir, Rebitar, etc.

Trabalham normalmente nas piores condições ambientais, dispensando


qualquer tipo de proteção. Especialmente indicados para áreas classificadas com risco de
explosão. Eliminam o risco de choques elétricos, faíscas e superaquecimento, normais nos
similares acionados por energia elétrica. Sentido de rotação fácil de inverter.
Dentre os motores existem: Motor de palheta (rpm máx. 8500; 0,1 a 17kW ; 0,1 a
24CV), Radial e axial (rpm máx. 5000; 1,5 e 19KW; 2 a 25CV).

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VÁLVULAS PNEUMÁTICAS
Os elementos que servem para orientar os fluxos de ar, impor bloqueios, controlar sua
intensidade de vazão ou pressão são denominados válvulas. Estão divididas em: Válvulas
de controle direcional; Válvulas de bloqueio (anti-retorno); Válvulas de controle de
pressão, Válvulas de controle de fluxo, Vácuo e Combinadas.
Válvulas de controle direcional
Sua função é direcionar o fluxo de ar para que os atuadores possam realizar um
determinado trabalho. São representadas nos esquemas pneumáticos por símbolos. Estes
símbolos devem informar a quantidade de posições, o número de conexões e as formas de
acionamentos que a válvula possui.
Número de Posições
As válvulas direcionais podem ter duas ou três posições, que são representadas pela
quantidade de quadrados, como mostra a figura abaixo:

Número de vias
O número de traços indicam o número de vias.

Setas indicam a direção (sentido) do fluxo do AR

Ts representam bloqueios dos fluxos

Triângulo no símbolo representa vias de exaustão do ar (escape).

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Na hidráulica, o óleo que sai do cilindro ou motor, retorna para a válvula direcional
e dela vai para tanque. Na pneumática, o ar que sai do cilindro ou motor, retorna para a
válvula direcional e dela é lançado na atmosfera.
A alimentação ou fonte de ar é representada pelos símbolos abaixo:

A nomenclatura das conexões varia de acordo com a norma em uso, conforme mostra
tabela abaixo:
Conexão Norma DIN 24300 Norma ISO 1219
Pressão P 1
Utilização A B C 2 4 6
Escape R S T 3 5 7
Pilotagem X Y Z 10 12 14

As figuras abaixo mostram alguns exemplos de nomenclaturas de válvulas direcionais


segundo ambas às normas. Em seguida no quadro está um resumo geral.

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Tipos de acionamentos de válvulas direcionais


As válvulas, para mudarem suas posições de direcionamento de fluxo, necessitam que
algo Ihes forneça uma força capaz de deslocar seus componentes internos. Existem, para
isso, os acionadores que se dividem em vários grupos e têm os seus símbolos desenhados
horizontalmente ao lado dos quadrados.

Exemplos
2

3/2 vias Normal Fechado – Acionamento por Botão e Retorno por mola
1 3

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2

3/2 vias Normal Fechado – Acionamento por Rolete e Retorno por mola
1 3

3/2 vias Normal Fechado – Acionamento por Simples Piloto

1 3

4 2

1414 2
1212
5/2 vias – Acionamento por Duplo Piloto
5 3
11 3

Válvulas Direcionais - 2/2 vias NF acionamento por came retorno por mola
2 (A)

1 (P)
(2) (2)
Simbologia

(1) (1)

Válvulas Direcionais - 3/2 vias NA acionamento por came retorno por mola

(A) 2

(P) 1 3 (R)

Simbologia

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Válvulas Direcionais - 3/2 vias NF acionamento por came retorno por mola

(A)2

(P)1 3 (R)

Simbologia

Válvulas Direcionais - 3/2 vias NF acionamento por came retorno por mola
(A) 2

(P) 1 3 (R)
Simbologia

Válvulas Direcionais - 3/2 vias NF acionamento por simples piloto


(A) 2

(P) 1 3 (R)
Simbologia

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Comando direto Comando indireto

Válvulas Direcionais - 5/2 vias acionamento por duplo piloto

(A) 4 2 (B)

14(Z) 12(Y)
(R) 5 3 (S)
1(P)
1
Simbologia

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Válvulas de bloqueio
Válvulas de bloqueio são aparelhos que impedem a passagem do fluxo de ar em uma
direção, dando passagem na direção oposta.

Válvulas de Bloqueio – Válvula de Retenção

Simbologia

Válvulas de Bloqueio – Retenção Pilotada

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Válvulas de Bloqueio – Alternadora (OU)

Válvulas de Bloqueio – Escape Rápido

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Válvulas de Bloqueio – Simultaneidade (E)

Válvulas de pressão
Descrita anteriormente em “filtros de ar comprimido”
Válvulas de Pressão – Limitadora de Pressão

1(P)
R

3(R)

Simbologia

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Válvulas de Pressão – Reguladora de Pressão

Válvulas de fluxo
Esta válvula tem por finalidade influenciar o fluxo do ar comprimido. O fluxo será
influenciado igualmente em ambas as direções.
Válvulas de Fluxo – Reguladora de Fluxo Bidirecional

Simbologia

Válvulas de Fluxo – Reguladora de Fluxo Unidirecional

Simbologia

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Válvulas Combinadas – Temporizadora NF


2

12

100% 3
1

Simbologia

Válvulas Combinadas – Temporizadora NA


2

10

100% P R 3
1

Simbologia

Válvulas Combinadas – Seqüência

2(A)

(Z)12

1(P) 3(R)

Simbologia

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Válvulas Direcionais - 3/2 vias NA acionamento por simples


piloto (PPL)
2

10

1 3
Simbologia

Identificação dos elementos dentro do circuito pneumático


Atuadores: Número sequencial + letra A – (1A ..., 2A ...)

Compressores: Número sequencial + letra P – (1P ..., 2P ...)

Válvulas: Número do atuador + letra V + número sequencial – (1V1 ..., 2V1 ...)
Fins de curso: Número do atuador + letra S + 1 p/ recuado e 2 p/ avançado
(1S1..., 1S2...,2S1..., 2S2...)
Acionamentos Musculares: Letra S + número sequencial – (S1 ..., S2 ..., S3...)
Outros: Número do atuador + letra Z + número sequencial
1A 1S2

F=0 ELEMENTOS DE TRABALHO

1 V3
1 V2 2
50%

1 ELEMENTOS AUXILIARES
3

1 V1 4 2

ELEMENTOS DE COMANDO
5 3

ELEMENTOS DE
1
1 V4 2 1 V5 2
1 1 1 1 PROCESSAMENTO DE
SINAIS
S1 2 S2 2 S3 2 2

1S2
ELEMENTOS DE SINAIS
1 3 1 3 1 3 1 3

0 V1 2

ELEMENTOS DE
0 Z1
1 3
TRATAMENTO E
DISTRIBUIÇÃO

Cadeia de Comando
1P

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Exercícios
Com as válvulas estudadas no capítulo anterior pode-se montar alguns circuitos. A
Figura abaixo (Circuito 1 fluidSim FESTO) refere-se ao acionamento direto e indireto
de um cilindro de ação simples. Desta forma, ligue as linhas dos circuitos abaixo.

Considerando o circuito abaixo (Circuito 2 fluidSim FESTO) deseja-se, neste caso,


que tanto o avanço quanto o retorno sejam feitos manualmente por botão, ligue as linhas.

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Considerando o circuito abaixo (Circuito 3 fluidSim FESTO) deseja-se, neste caso,


o avanço seja feito manualmente por botão e o retorno seja feito automático por rolete,
ligue as linhas.

Considerando o circuito abaixo (Circuito Básico fluidSim FESTO) deseja-se, neste


caso, o avanço seja feito manualmente por botão com válvula “OU” e o retorno seja feito
por botão com válvula “E”, ligue as linhas.

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Para o (Circuito Completo fluidSim FESTO) abaixo com temporização e retorno


rápido.Complete o circuito ligando as linhas.

Desenhe na posição a válvula que está faltando no circuito abaixo.

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COMANDOS SEQUENCIAIS

Introdução
Os diagramas de funcionamento são utilizados para representar as sequências
funcionais, de comandos mecânicos, pneumáticos, hidráulicos, eletropneumáticos,
eletrohidráulicos, eletrônicos, etc. O diagrama de funcionamento, é, em muitos caso, a base
para elaboração dos esquemas de funcionamento, conforme a Norma DIN 40719.
Diagrama de movimentos
A primeira etapa da construção de circuitos pneumáticos consiste na determinação da
sequência de movimentos dos atuadores e da sequência dos comandos de sinais. Tomando-
se como exemplo a figura 01 abaixo:
Atuador 2A
Empurra a caixa

Atuador 1A
Eleva a caixa

Neste exemplo, os pacotes que chegam por uma esteira transportadora de rolos são
levantados e empurrados pelas hastes de dois cilindros pneumáticos para outra esteira
transportadora. Pode-se impor como condição do projeto: a haste do segundo cilindro só
deverá retornar após a haste do primeiro ter retornado.
Há diversas formas de se descrever uma sequência de movimentos:
Sequência cronológica
1 - a haste do cilindro A avança e eleva a carga;
2 - a haste do cilindro B empurra a carga para a segunda esteira;
3 - a haste do cilindro A retorna a sua posição inicial;
4 - a haste do cilindro B retorna a sua posição inicial;
Tabela
A tabela é uma forma tabulada de representação da sequência cronologia, em que as
informações são dispostas em linhas e colunas, como na tabela abaixo:
Movimento Cilindro A Cilindro B
1 Avança ----
2 ---- Avança
3 Retorna ----
4 ----- Retorna

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Indicação Vetorial
O avanço é indicado por → e o retorno é indicado por ←. Neste caso, a sequência
vetorial será descrita como mostrada abaixo:
Cilindro A → Cilindro B → Cilindro A ← Cilindro B ←
Diagramas de Movimentos
São descritos através de duas coordenadas, e podem ser do tipo trajeto-passo, trajeto-
tempo e diagrama de comandos. As retas inclinadas indicam movimento do atuador,
enquanto as horizontais indicam atuador parado.

Na forma de diagrama trajeto-passo, a sequência fica assim representada.


Na forma de diagrama trajeto-tempo, a sequência é parecida com a anterior,
entretanto, o eixo das abscissas representam o tempo gasto em cada movimento dos
atuadores. Deste modo, o diagrama trajeto-tempo, para o caso anterior, pode ser assim
representado:

Diagrama de comandos A+B+A-B-

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Exercícios
Para o (Circuito 7 fluidSim FESTO) abaixo com temporização e retorno
rápido.Complete o circuito ligando as linhas.

Professor Adriano 72
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REFERÊNCIAS

FIALHO, A. B. Automação pneumática: projetos, dimensionamento e análise de


circuitos. 7.ed. São Paulo: Érica, 2011.

MELCONIAN, S. Sistemas fluidomecânicos, hidráulica e pneumática. São Paulo:


Érica, 2011.

SCHULZ <http://www.schulz.com.br> Acesso em: 05/02/2022

PARKER, Apostila de tecnologia pneumática industrial M1001-3 BR.

MARINS, A. Apostila de circuitos pneumáticos e comandos eletropneumáticos.


IFSP, Campus Salto. 2009.

PAVANI, S.A. Rede E-Tec Brasil, Apostila de comandos pneumáticos e hidráulicos.


Santa Maria, RS. 2011.

Professor Adriano 73

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