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INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA

ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA MECÂNICA


SECÇÃO DE TECNOLOGIA E PROJETO MECÂNICO
PROJETO MECÂNICO

Macaco Mecânico de Tesoura

Semestre de Verão 2015-2016

Docentes:
Joaquim Infante Barbosa
João Manuel Candeias Travassos
João Filipe Almeida Milho

Discente:
Eduardo Faria Sousa
N.º: 39359
Turma 62D

Lisboa
Setembro 2016
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa – Área Departamental de Engenharia Mecânica

Índice
Índice de Figuras........................................................................................................... 2
Índice de Tabelas .......................................................................................................... 4
1. Introdução e Objetivos ......................................................................................... 5
2. Motivação .............................................................................................................. 6
3. Análise Preliminar ................................................................................................ 7
4. Seleção de Perfis e Materiais e Verificação de Resistência das Barras –
Eurocódigo 3 – Parte 1‐1 ............................................................................................... 14
4.1. Seleção de Perfis e Materiais para as Barras ................................................ 14
4.2. Verificação da resistência das barras superiores à compressão................. 15
4.3. Verificação da resistência das barras superiores à encurvadura ............... 18
5. Estudo da deformação à compressão das barras superiores ............................ 21
5.1. Deformação à compressão das barras superiores sem furos ..................... 21
5.2. Deformação à compressão das barras superiores com furos .................... 24
6. Disposição e verificação da resistência de ligações com parafusos – Eurocódigo
3 – Parte 1‐8 ................................................................................................................. 25
6.1. Disposição dos furos de parafusos para as ligações com parafusos ......... 25
6.2. Verificação da resistência das ligações entre as barras superiores e a placa
superior .................................................................................................................... 26
6.2.1. Verificação da resistência das ligações entre as barras superiores e a
placa superior ao corte ....................................................................................... 27
6.2.2. Verificação da resistência das ligações entre as barras superiores e a
placa superior ao esmagamento ........................................................................ 29
7. Verificação de resistência do parafuso e potência à elevação de carga ........... 31
8. Estudo da deformação à tração do parafuso de potência ................................ 34
8.1. Estudo estático do parafuso de potência à tração no solidworks/ftool ... 35
9. Estudo estático da deformação da placa superior ............................................ 38
10. Conclusões ......................................................................................................... 41
11. Bibliografia .......................................................................................................... 42
12. Anexos ................................................................................................................. 43

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Projeto Mecânico – Macaco Mecânico de Tesoura
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Índice de Figuras

Figura 1: Vista frontal do conjunto do macaco mecânico de tesoura ....................... 8


Figura 2: Vista da esquerda do conjunto do macaco mecânico de tesoura ............. 8
Figura 3: Diagrama de Corpo Livre da Estrutura ....................................................... 9
Figura 4: Diagrama de Corpo Livre da Secção Superior ........................................... 10
Figura 5: Diagrama de Corpo Livre da Ligação das Barras ........................................ 11
Figura 6: Comprimentos e ângulos para a posição de funcionamento ................... 12
Figura 7: Classe da secção ........................................................................................... 15
Figura 8: Valor de cálculo da classe da secçã ............................................................ 15
Figura 9: Condição de compressão ............................................................................ 16
Figura 10: Esforço normal resistente à compressão uniforme.................................. 16
Figura 11: Coeficiente parcial de segurança ................................................................ 16
Figura 12: Condição de encurvadura .......................................................................... 18
Figura 13: Resistência à encurvadura do elemento comprimido.............................. 18
Figura 14: Coeficiente de redução para o modo de encurvadura relevante ............ 18
Figura 15: Legenda do coeficiente de redução para o modo de encurvadura
relevante ....................................................................................................................... 18
Figura 16: Comprimento equivalente e os tipos de apoios ....................................... 19
Figura 17: Tensão de compressão atuante nas barras superiores sem furos .......... 22
Figura 18: Valores das Deformações da barra superior no Ftool............................. 23
Figura 19: Barra Superior no Ftool ............................................................................. 23
Figura 20: Distâncias entre os eixos dos furos.......................................................... 25
Figura 21: Distâncias mínimas e máximas entre os eixos dos furos ........................ 25
Figura 22: Categoria de ligações aparafusadas ......................................................... 26
Figura 23: Cálculo da resistência individual de peças de ligação solicitadas ao corte
e/ou à tração ............................................................................................................... 27
Figura 24: Valores nominais da tensão de cedência e da tensão de rotura à tração
para parafusos ............................................................................................................. 28
Figura 25: Cálculo da resistência individual de peças de ligação solicitadas ao corte
e/ou à tração ............................................................................................................... 29
Figura 26: Características da rosca quadrada ............................................................ 31
Figura 27: Valores do coeficiente de atrito para diferentes materiais do parafuso 31
Figura 28: Classes de propriedade mecânicas para parafusos ..................................33
Figura 29: Tensão máxima para o parafuso de potência ......................................... 35
Figura 30: Deformação máxima para o parafuso de potência ................................. 36
Figura 31: Parafuso de potência no Ftool .................................................................. 36
Figura 32: Valores das Deformações do parafuso de potência no Ftool ................. 36
Figura 33: Coeficiente de segurança para o parafuso de potência .......................... 37
Figura 34: Tensão máxima para a placa superior ..................................................... 38
Figura 35: Deformação máxima para a placa superior ............................................. 39

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Projeto Mecânico – Macaco Mecânico de Tesoura
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Figura 36: Coeficiente de segurança para a placa superior ..................................... 39

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Índice de Tabelas

Tabela 1: Identificação dos componentes e materiais do macaco mecânico ........... 7


Tabela 2: Comprimentos e ângulos para a posição de funcionamento ................... 12
Tabela 3: Condições Impostas à Estrutura................................................................. 13
Tabela 4: Dimensões e propriedades características do perfil UPN 50 ................... 14
Tabela 5: Propriedades mecânicas do aço S 235 ........................................................ 15
Tabela 6: Estudo comparativo da tensão de compressão da barra superior sem furos
...................................................................................................................................... 22
Tabela 7: Estudo comparativo da deformação da barra superior sem furos .......... 23
Tabela 8: Estudo comparativo da deformação do parafuso de potência ............... 36

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Projeto Mecânico – Macaco Mecânico de Tesoura
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1. Introdução e Objetivos

A tarefa inicial para a elaboração do projeto foi fazer pesquisas sobre outros
macacos mecânicos de tesoura já existentes no mercado, para poder definir os tipos
de materiais a utilizar, as normas necessárias para a sua produção, e a carga
máxima de elevação para o mesmo, uma vez que essa carga seria a base de todo o
cálculo estrutural.

Após alguma pesquisa definiu‐se que toda a estrutura seria construída em aço,
seria necessário utilizar o eurocódigo 3 – projeto de estruturas de aço, parte 1‐1:
regras gerais e regras para edifícios, e o eurocódigo 3 – projeto de estruturas de aço,
parte 1‐8: projeto de ligações.

A carga máxima de elevação ficou definida com o valor 2500 kg, e depois de uma
análise preliminar ficaram definidos o coeficiente de segurança mínimo de 2, as
alturas mínimas e máximas de funcionamento da estrutura, a força aplicada na
estrutura, e ainda as forças aplicadas nos outros elementos da estrutura.

Os objetivos gerais deste projeto são fazer uma verificação à resistência das barras
à compressão e à encurvadura (utilizando o eurocódigo 3 – projeto de estruturas
de aço, parte 1‐1: regras gerais e regras para edifícios), verificando que as barras têm
uma deformação à compressão que permita a segurança da estrutura (utilizando
os softwares solidworks simulation e ftool), fazer a verificação da resistência de
ligações com parafusos, verificando essas ligações ao corte e ao esmagamento, fazer
a verificação do parafuso de potência à elevação de carga e estudar a sua
deformação à tração (utilizando os softwares solidworks simulation e ftool), e fazer
um estudo estático da deformação da placa superior para confirmar que a mesma
suporta a força aplicada.

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2. Motivação

A motivação para efetuar este relatório de projeto provém da vontade constante de


adquirir mais conhecimentos na área da engenharia. Este trabalho foi encarado
como um desafio ao conhecimento que obtive ao longo do curso, e ao que ainda
teria que adquirir para o conseguir realizar, até porque este trabalho é o mais
importante e completo a realizar antes de concluir o longo caminho do curso da
licenciatura em engenharia mecânica.

A escolha do macaco mecânico não foi inocente, uma vez que apesar de ter noção
de que o ramo automóvel é apenas uma das muitas áreas da engenharia mecânica,
sempre tive o fascínio e o gosto por automóveis, e desde pequeno que tenho
contacto com automóveis e instrumentos mecânicos relacionados com os mesmos.
Visto que o macaco mecânico é um instrumento mecânico utilizado para levantar
automóveis, e sendo um instrumento com o qual já tive contacto, ajudou‐me na
escolha do projeto.

No entanto, o macaco mecânico de tesoura foi escolhido também por ser algo
diferente do que o que é habitualmente escolhido, sendo assim um desafio pessoal
em que teria que me guiar apenas pelas minhas bases e conhecimento, e pela
procura individual de informação.

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3. Análise Preliminar

Antes de começar com qualquer tipo de cálculo estrutural, é necessário definir a


carga máxima de elevação, os tipos de materiais a utilizar, e o coeficiente de
segurança para o macaco mecânico de tesoura.

A carga máxima de elevação ficou definida com o valor m = 2.500 kg, uma vez que
o macaco mecânico de tesoura terá a função de elevar qualquer tipo de veículos
com peso bruto igual ou inferior a 7.000 kg, valor que será suficiente para utilizar
o macaco em caravanas e autocaravanas. O valor de 2.500 kg é o suficiente para
levantar qualquer tipo de veículos com peso bruto inferior a 7.000 kg, uma vez que
o peso que age no eixo das rodas frontais/traseiras não excede os 70% do peso do
automóvel, devido à distribuição do peso do veículo, e assim sendo, um veículo
não excede os 4.900 kg em cada eixo das rodas, e portanto não é excedido o valor
de 2.450 kg em cada roda.

Definiu‐se após alguma pesquisa que os vários componentes que formam a


estrutura do macaco mecânico de tesoura seriam construídos em aço, sendo
necessário para alguns componentes utilizar o eurocódigo 3 – projeto de estruturas
de aço, parte 1‐1: regras gerais e regras para edifícios, e o eurocódigo 3 – projeto de
estruturas de aço, parte 1‐8: projeto de ligações.

Os materiais selecionados ao longo do trabalho encontram‐se definidos na tabela


1, sendo possível verificar o que é que corresponde a cada número da tabela 1 nas
figuras 1 e 2:

Tabela 1: Identificação dos componentes e materiais do macaco mecânico

Identificação Descrição Material Qt.


MMT‐25.00.01 Base AISI 1045 1
MMT‐25.00.02 Placa Superior AISI 1045 1
MMT‐25.00.03 Barra Inferior S 235 2
MMT‐25.00.04 Barra Superior S 235 2
MMT‐25.00.05 Parafuso de Potência M20x2.5x380‐10.9 Classe 10.9 1
MMT‐25.00.06 Porca do Parafuso de Potência AISI 1045 2
MMT‐25.00.07 Anilha B18.22M 14mm AISI 1045 4
MMT‐25.00.08 Anilha B18.22M 14mm AISI 1095 4
MMT‐25.00.09 Porca B18.2.4.1M M14x2 AISI 1045 8
MMT‐25.00.10 Parafuso B18.2.3.1M M14x2x100‐8.8 AISI 1045 Classe 8.8 2
MMT‐25.00.11 Parafuso B18.2.3.1M M14x2x80‐8.8 AISI 1045 Classe 8.8 2

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Figura 1: Vista frontal do conjunto do macaco mecânico de tesoura

Figura 2: Vista da esquerda do conjunto do macaco mecânico de tesoura

Após estar definido o valor de carga máxima de elevação e os materiais de


construção para a estrutura, foi necessário definir o coeficiente de segurança
mínimo para toda a estrutura. O coeficiente de segurança foi calculado a partir da
seguinte fórmula:

∗ [1]

Em que n1 é o coeficiente de segurança relativo ao material, que para os aços


apresenta um valor entre os 1.5 e 2, tendo sido selecionado o valor de 2 para n1. O

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n2 é o coeficiente de segurança relativo ao carregamento, que para cargas


gradualmente aplicadas, como é o caso deste macaco mecânico, apresenta o valor
de 1, tendo sido selecionado o valor de 1 para n2.[1] Assim sendo, definiu‐se o valor
do coeficiente de segurança mínimo:

∗ 2∗1 2

O coeficiente de segurança mínimo para o macaco mecânico de tesoura é de 2.

Após ter definido a carga máxima de elevação, o material para cada componente,
e o coeficiente de segurança mínimo, é necessário definir em que gama de alturas
o macaco irá atuar. Tendo em conta que nos automóveis ligeiros, quando um pneu
está totalmente vazio, que é quando normalmente é necessário utilizar o macaco
mecânico de tesoura, a altura entre o solo e a superfície inferior do automóvel
situa‐se entre os 150 mm e os 200 mm, definiu‐se uma altura mínima de atuação
para o macaco mecânico de hmín = 150 mm. A altura máxima foi também definida
tendo em conta os outros macacos mecânicos de tesoura no mercado, tendo‐se
chegado ao valor de hmáx = 350 mm. Assim sendo, o macaco mecânico de tesoura
irá atuar entre a gama de alturas de 150 mm e 350 mm.

Após ter definido a gama de alturas em que o macaco mecânico de tesoura irá
atuar, é necessário definir a posição de funcionamento no qual as forças internas
no macaco mecânico de tesoura serão mais elevadas. Para isso, é necessário
primeiramente definir o diagrama de corpo livre para a estrutura, o qual se
encontra representado abaixo na figura 3:

Figura 3: Diagrama de Corpo Livre da Estrutura

Considerando para o valor da aceleração da gravidade g = 9,81 m/s2, o valor de F é


definido pela seguinte equação:
∗ 2.500 ∗ 9,81 24.525
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Neste diagrama de corpo livre, assume‐se que a força F aplicada no macaco é uma
carga vertical simétrica, o que significa que através da análise das forças internas
nas barras teremos que: |F1| = |F1’| = |F2| = |F2’| = |F3| = |F3’| = |F4| = |F4’|.

Ficam assim representadas as forças internas dentro da estrutura, sendo ainda


necessário definir para que posição de funcionamento o carregamento será mais
exigente para a estrutura.

Assumindo uma simplificação do mecanismo entre a placa superior e as barras


superiores, é possível obter o diagrama de corpo livre da secção superior, a qual se
encontra definida na figura 4:

Figura 4: Diagrama de Corpo Livre da Secção Superior

Equações de Equilíbrio do diagrama de corpo livre da secção superior


∑ 0 ∗ ∗ ∗ ∗
∑ 0 ∗ cos ∗ 0 2∗ ∗ 0

2 ∗ cos

A partir das equações de equilíbrio do diagrama de corpo livre da secção superior,


temos que o valor das forças internas dentro da estrutura será variável consoante
o valor do ângulo β, uma vez que o valor de F é constante. Assim sendo, a posição
de funcionamento mais exigente para a estrutura será a que tiver o valor de β mais
alto, visto que o valor de cos β será mais pequeno consoante o valor de β se
aproxime mais dos 90º. Pode‐se então concluir que o valor de β será máximo para
a maior abertura possível das barras do macaco mecânico de tesoura, que é a
mesma da altura mínima de atuação para o macaco mecânico hmín = 150 mm.

Sabendo que a posição de funcionamento mais exigente para a estrutura é a altura


mínima de atuação hmín = 150 mm, é possível determinar o valor de β, sendo para
isso necessário saber a distância entre o centro de um dos furos da base inferior e
o centro de um dos furos da placa superior (alinhados entre si), que é de e = 80,6
mm, e ainda o comprimento entre os furos da barra superior, que é de L = 146,4
mm. Assim sendo, o valor de β é definido através da seguinte equação:

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80,6 80,6
cos 2 2 2 74,02º
146,4 146,4

Estando definido o valor de β, torna‐se possível determinar o valor de F1, como se


demonstra na seguinte equação:

24.525
44.542,03
2 ∗ cos 2 ∗ cos 74,02

Estando definidas as forças internas, é ainda necessário determinar a força Fs, a


qual pode ser determinada assumindo uma simplificação do mecanismo entre a
barra superior e a barra inferior, a partir da qual é possível obter o diagrama de
corpo livre da ligação das barras, a qual se encontra definida na figura 5:

Figura 5: Diagrama de Corpo Livre da Ligação das Barras

Equações de Equilíbrio do diagrama de corpo livre da ligação das barras


∑ 0 ∗ ∗ 0 ∗ ∗
44.542,03
∑ 0 ∗ ∗ 0 2∗ ∗ 0
2∗ ∗

Tendo em conta que se forma um ângulo retângulo entre a ligação das barras e um
dos furos da placa superior, pode‐se dizer que α é o ângulo complementar de β, e
é mínimo para o máximo valor de β. Assim sendo:
90º 90º 74,02º 15,98º

Estando definido o valor de α, torna‐se possível determinar o valor de FS, como se


demonstra na seguinte equação:
2∗ ∗ 2 ∗ 44.542,03 ∗ cos 15,98º 85.641,66

Estando definidas todas as forças, é possível passar a uma análise mais detalhada
da estrutura. Na tabela 2 encontram‐se as dimensões do macaco mecânico de
tesoura para a posição de funcionamento que vai ser estudada e já determinada, de
hmín = 150 mm, com o auxílio da figura 6, para melhor se entender quais são os
comprimentos e ângulos referidos.

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Tabela 2: Comprimentos e ângulos para a posição de funcionamento

Comprimentos e ângulos Dimensões


Distância entre cada porca do parafuso (dt) 337,89 mm
Distância entre o centro de um dos furos da base e o centro da 140,74 mm
porca do parafuso (d1)
Distância entre os parafusos da base ou da placa superior (p1) 56,4 mm
Distância entre o solo e o topo da placa superior (hmín) 150 mm
Distância entre o centro dos furos da placa superior e o topo da 33,2 mm
placa superior (h1)
Distância entre o centro de furos da base e o solo (h2) 36,2 mm
Distância entre o centro de um dos furos da base e o centro de um 80,6 mm
dos furos da placa superior (alinhados entre si) (e)
Comprimento entre os furos da barra (superior ou inferior) (L) 146,4 mm
Ângulo α 15,98º
Ângulo β 74,02º

Figura 6: Comprimentos e ângulos para a posição de funcionamento

Na tabela 3 abaixo encontram‐se todas as condições que foram impostas à


estrutura nesta análise preliminar, que servem de resumo ao que foi feito.

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Tabela 3: Condições Impostas à Estrutura

Condições Impostas à Estrutura


Carga máxima de elevação (m) 2.500 kg
Coeficiente de Segurança mínimo (CS) 2
Altura mínima da estrutura (hmín) 150 mm
Altura máxima da estrutura (hmáx) 350 mm
Força máxima aplicada na estrutura (F) 24.525 N
Força interna máxima aplicada nas barras (F1) 44.542,03 N
Força máxima aplicada no parafuso de potência (Fs) 85.641,66 N

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4. Seleção de Perfis e Materiais e Verificação de


Resistência das Barras – Eurocódigo 3 – Parte 1‐1

Primeiramente, procedeu‐se a uma análise estrutural de modo a identificar quais


as solicitações a que os braços estarão sujeitos. Durante todo o tempo de elevação
os braços estarão sujeitos a compressão por ação das forças internas nas barras,
pelo que será também necessário fazer uma verificação à estabilidade das barras,
uma vez que podem sofrer encurvadura súbita, o que causaria instabilidade em
toda a estrutura, podendo ceder em situação limite.

4.1. Seleção de Perfis e Materiais para as Barras

Escolheu‐se um perfil para as barras superiores e inferiores, um perfil em U para


aços estruturais – UPN, da norma DIN 1026‐1:2000. Depois de alguns cálculos e
dimensionamentos, foi escolhido o perfil UPN 50 para a verificação das barras
superiores, que terão uma menor secção do que as barras inferiores, que terão o
perfil UPN 65. A verificação será feita apenas às barras superiores, já que todas as
barras estão sujeitas às mesmas formas internas, pelo que se as barras superiores
suportarem as condições impostas, as barras inferiores, tendo uma secção maior,
também resistirão.

Na tabela 4 encontram‐se as dimensões e propriedades características para o perfil


UPN 50 segundo a norma DIN 1026‐1:

Tabela 4: Dimensões e propriedades características do perfil UPN 50

Nomenclatura Dimensão
Comprimento da Alma ‐ h 50 mm
Comprimento da Aba ‐ b 38 mm
Espessura da Alma ‐ s 5 mm
Dimensões
Espessura da Aba ‐ t 7 mm
da Secção
Raio entre a alma e a aba – R1 7 mm
Raio da aba – R2 3,5 mm
Área de secção ‐ As 712 mm2
26,4 cm4
Momento de Inércia – Iy/Iz
9,12 cm4
Propriedades
1,92 cm
Seccionais Raio de Giração – iy/iz
1,13 cm
por eixo
10,6 cm3
Módulo de Secção – Wy/Wz
3,75 cm3

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O material escolhido para as barras foi selecionado a partir do eurocódigo 3 –


projeto de estruturas de aço – parte 1‐1: regras gerais e regras para edifícios, tendo
sido escolhido o aço S 235 da norma EN 10025‐2. Tendo em conta que tanto a barra
UPN 50 como a UPN 65 possuem espessuras inferiores a 40 mm, as características
do aço escolhido encontram‐se na tabela 6:

Tabela 5: Propriedades mecânicas do aço S 235 [2]

Propriedades mecânicas do aço S 235 segundo a norma EN 10025‐2


Tensão de cedência ‐ fy 235 N/mm2
Tensão de rotura ‐ fu 360 N/mm2
Módulo de elasticidade ‐ E 210.000 N/mm2
Módulo de distorção ‐ G 81.000 N/mm2
Coeficiente de Poisson em regime elástico ‐ v 0,3
Coeficiente de dilatação térmica linear ‐ a 12*10‐6 por K (para T ≤ 100 ºC)

4.2. Verificação da resistência das barras superiores à


compressão

Estando o perfil e o aço escolhidos para a barra superior, é possível passar à análise
da compressão da barra superior.

Primeiramente passou‐se à classificação da secção transversal de acordo com os


limites máximos da relação de largura‐espessura, começando por verificar se a
secção pertence à classe 1.

Figura 7: Classe da secção [2]

Figura 8: Valor de cálculo da classe da secção [2]

26
9∗ 9∗1 3,71 9
7

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A partir da equação do Eurocódigo, verifica‐se que a classe para esta secção


transversal é a classe 1.

Segundo o Eurocódigo, o valor de cálculo do esforço de compressão atuante NEd


em cada secção transversal deve satisfazer a seguinte condição:

Figura 9: Condição de compressão [2]

Em que NEd é o valor da força interna máxima aplicada das barras, pelo que:
44.542,03

O valor de cálculo do esforço normal resistente à compressão uniforme Nc,Rd deverá


ser determinado do seguinte modo:

Figura 10: Esforço normal resistente à compressão uniforme [2]

Segundo o Eurocódigo, o valor do coeficiente parcial de segurança γM0 tem o valor


de 1.1, como se pode verificar na figura 11.

Figura 11: Coeficiente parcial de segurança [2]

Com o valor do coeficiente parcial de segurança γM0 é possível calcular o esforço


normal resistente à compressão uniforme Nc,Rd:

∗ 712 ∗ 235
, 152.109,09
1,1

Com os valores de NEd e Nc,Rd é possível verificar se a condição do Eurocódigo é


respeitada:

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44.542,03
1,0 1,0 0,29 1,0
, 152.109,09

Como se verifica, o esforço normal resistente à compressão uniforme (Nc,Rd) tem


um valor muito superior ao esforço de compressão atuante (NEd), pelo que,
relativamente a esta condição, verifica‐se a resistência das barras à compressão.

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4.3. Verificação da resistência das barras superiores à


encurvadura

Um elemento comprimido deverá ser verificado em relação à encurvadura através


da seguinte condição:

Figura 12: Condição de encurvadura [2]

Em que Nb,Rd é o valor de cálculo da resistência à encurvadura do elemento


comprimido, que deverá ser determinado do seguinte modo:

Figura 13: Resistência à encurvadura do elemento comprimido [2]

Em que χ é o coeficiente de redução para o modo de encurvadura relevante, que


para o caso de elementos solicitados à compressão axial, corresponde à adequada
esbelteza normalizada , que deverá ser determinado do seguinte modo:

Figura 14: Coeficiente de redução para o modo de encurvadura relevante [2]

Em que:

Figura 15: Legenda do coeficiente de redução para o modo de encurvadura relevante [2]

Assim sendo, para começar a fazer a verificação à encurvadura é necessário calcular


o valor de Ncr, o qual deverá ser determinado do seguinte modo:

∗ ∗
[3]

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O cálculo do Le (comprimento equivalente) depende do tipo de apoio e ainda do


plano em que é considerado, como se pode verificar na figura 16:

Figura 16: Comprimento equivalente e os tipos de apoios [3]

Para o caso da barra superior considerou‐se uma articulação dupla no plano y‐y
(Le,y = L), e um duplo encastramento no plano z‐z (Le,z = 0,5L).

Com o valor de Le para cada um dos planos, é possível calcular o valor de Ncr para
cada plano:

∗ ∗ ∗ 210000 ∗ 26,4 ∗ 10
, ∗ 10 25.529,41
, 146,4
25,53 ∗ 10

∗ ∗ ∗ 210000 ∗ 9,12 ∗ 10
, ∗ 10 35.277,01
, 0,5 ∗ 146,4
35,28 ∗ 10

Tendo em conta os valores elevados de Ncr, deverá ser verificado se os efeitos da


encurvadura poderão ser ignorados, o que pode ser verificado através da seguinte
condição:
0,04[2]

Utilizou‐se o valor de Ncr,y, visto que é o valor mais baixo entre os obtidos:

19
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44.542,03
0,04 0,04 1,74 ∗ 10 0,04
, 25,53 ∗ 10

Tendo em conta que a condição se verifica para Ncr,x, que é o valor de Ncr mais
baixo, verifica‐se que 0,04, pelo que os efeitos da encurvadura poderão ser
ignorados[2], e assim verifica‐se a resistência das barras à encurvadura.

20
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5. Estudo da deformação à compressão das barras


superiores

Após ser efetuada a verificação da resistência das barras superiores à compressão,


é ainda necessário efetuar um estudo da deformação à compressão das barras
superiores.
Para se efetuar este estudo recorreu‐se ao software Solidworks Simulation e Ftool.
No Solidworks Simulation utilizaram‐se elementos de viga (1D), mas visto que a
barra superior tem um comprimento entre os furos da barra (L) de 146,4mm, e a
largura da barra superior (lb) é de 50mm, o que faz com que a barra não tenha
,
dimensões para ser considerada como viga, visto que 10
10 2,928 10, os valores da deformada calculados não são válidos, pelo que
os valores de deformação que serão considerados são apenas os calculados através
do software Ftool e por cálculo analítico.
No Ftool, visto que o software não permite a inserção de furos num perfil, é
esperado que a deformação calculada a partir deste software seja ligeiramente
inferior à calculada através do cálculo analítico para a barra com furos.
Tendo tudo isto em conta, passou‐se primeiramente ao cálculo da deformação nos
cálculos analíticos sem os furos, de forma a comparar com os resultados obtidos
no Ftool, passando em seguida ao cálculo da deformação com os furos.

5.1. Deformação à compressão das barras superiores sem


furos

A tensão de compressão atuante nas barras superiores sem furos pode ser calculada
a partir da seguinte equação:

44.542,03
62,56
712

Para confirmar este valor de tensão , recorreu‐se ao Solidworks Simulation,


visto que apesar dos valores da deformação não serem viáveis, não há
inconvenientes para o cálculo das tensões na barra.

O valor de tensão de compressão atuante nas barras superiores sem furos obtido
através do Solidworks Simulation foi o seguinte:

21
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Figura 17: Tensão de compressão atuante nas barras superiores sem furos

Obteve‐se um valor de tensão de 61,20 MPa. A percentagem de erro entre estes


valores de tensão é a seguinte:

Tabela 6: Estudo comparativo da tensão de compressão da barra superior sem furos

Estudo comparativo da tensão de compressão da barra superior sem furos


Método/Software Utilizado Tensão de Compressão Erro
Cálculo Analítico 62,56 MPa
2,17%
Solidworks 61,20 MPa

Assim sendo, confirma‐se a viabilidade dos valores de tensão calculados.

A deformação pode ser calculada a partir da seguinte equação:

[4]

A deformação máxima δmáxBS para as barras superiores pode ser calculada a partir
da seguinte equação:

∗ 146,4
á ∗ 235 ∗ 10 ∗ 163,83 ∗ 10
∗ 210 ∗ 10

A deformação à compressão das barras superiores sem furos pode ser


calculada a partir da seguinte equação:

22
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∗ 146,4
∗ 62,56 ∗ 10 ∗ 43,61 ∗ 10
∗ 210 ∗ 10

O coeficiente de segurança para a resistência à compressão uniforme das barras


superiores sem furos pode ser calculado pela seguinte equação:

235
3,75
62,56

Deformação em Ftool

Figura 18: Valores


das Deformações
da barra superior
no Ftool

Figura 19: Barra


Superior no
Ftool

Tabela 7: Estudo comparativo da deformação da barra superior sem furos

Estudo comparativo da deformação da barra superior sem furos


Método/Software Utilizado Deformada Erro
‐3
Cálculo Analítico 43,61*10 mm 0.0%
‐3
Ftool 43,61*10 mm

Como se pode verificar, os valores da deformação da barra superior sem furos são
equivalentes para ambos os softwares utilizados, pelo que se confirma a viabilidade

23
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deste estudo, confirmando‐se ainda a resistência da estrutura à deformação com


um coeficiente de segurança CSCBSF de 3,75.

5.2. Deformação à compressão das barras superiores com


furos

A tensão de compressão atuante nas barras superiores com furos pode ser calculada
a partir da seguinte equação:

44.542,03 44.542,03
86,32
2∗ ∗ 712 2 ∗ 14 ∗ 7 516

A deformação à compressão das barras superiores com furos pode ser


calculada a partir deformação da secção da barra exceto os furos , somada à
deformação da secção dos furos :

∗ 2∗ ∗ 2∗
∗ ∗
2∗ 2∗
∗ ∗

146,4 2 ∗ 14 2 ∗ 14
62,56 ∗ 10 ∗ 86,32 ∗ 10 ∗
210 ∗ 10 210 ∗ 10
35,28 ∗ 10 11,51 ∗ 10 46,79 ∗ 10

O coeficiente de segurança para a resistência à compressão uniforme das barras


superiores com furos pode ser calculado pela seguinte equação:

∗ 2∗ ∗ 2∗

235 235
∗ 146,4 2 ∗ 14 ∗ 2 ∗ 14
62,56 86,32
3,56
146,4

Como esperado, os valores da deformação da barra superior com furos são


ligeiramente superiores aos obtidos decorrentes do cálculo da deformação da barra
superior sem furos, pelo que se confirma a viabilidade do estudo, confirmando‐se
ainda a resistência da estrutura à deformação com um coeficiente de segurança
CSCBCF de 3,56.

24
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6. Disposição e verificação da resistência de ligações


com parafusos – Eurocódigo 3 – Parte 1‐8

6.1. Disposição dos furos de parafusos para as ligações com


parafusos

Antes de se passar à verificação de resistência das ligações, é necessário verificar se


as disposições dos furos de parafusos se encontram dentro das distâncias máximas
e mínimas definidas no Eurocódigo 3 – Projeto de estruturas de aço – Parte 1‐8:
Projeto de ligações. A estrutura possui seis furos de parafusos, sendo que todos eles
possuem uma disposição equivalente à que se encontra abaixo na figura:

Figura 20: Distâncias entre os eixos dos furos [5]

As únicas dimensões necessárias para os furos presentes no macaco mecânico de


tesoura são p1, e1 e e2. As distâncias máximas e mínimas para essas dimensões
encontram‐se definidas na figura 21:

Figura 21: Distâncias mínimas e máximas entre os eixos dos furos [5]

Em que:
d0 é o diâmetro interno do furo do parafuso
t é a espessura da peça exterior ligada de menor espessura

Todos os furos dos parafusos foram dimensionados com um diâmetro interno d0


de 14 mm, pelo que assim é possível calcular os valores de e1, e2 e p1.

í í 1,2 ∗ 1,2 ∗ 14 16,8


í 2,2 ∗ 2,2 ∗ 14 30,8
25
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Em todos os furos dos parafusos foram utilizados os valores mínimos de e1 e e2,


pelo que não é necessário calcular os valores máximos.

A distância entre eixos p1 é apenas utilizada nas ligações entre a placa superior e as
barras superiores e entre a base e as barras inferiores, visto que nas ligações entre
as barras superiores e inferiores a ligação é feita com um único parafuso em cada
lado do macaco mecânico de tesoura. O valor de p1 definido para essas ligações foi
de p1 = 56,4 mm, pelo que é necessário verificar se esse valor excede o valor máximo.

Para as ligações superiores, que têm uma espessura menor (t = 12 mm), o p1máx tem
o valor seguinte:

á 14 ∗ 14 ∗ 12 168 200 , á 168

Tendo em conta que para as ligações inferiores t = 12,5 mm, verifica‐se que p1 se
encontra abaixo do limite máximo.

Assim sendo, verifica‐se que as disposições dos furos de parafusos se encontram


dentro das distâncias máximas e mínimas definidas.

6.2. Verificação da resistência das ligações entre as barras


superiores e a placa superior

Primeiramente, procedeu‐se a uma análise estrutural de modo a identificar quais


as solicitações a que as ligações estarão sujeitas. As ligações entre a placa superior
e as barras superiores e entre a base e as barras inferiores são sujeitas a corte e
também esmagamento. Assim sendo, de acordo com o Eurocódigo 3 – Projeto de
estruturas de aço – Parte 1‐8: Projeto de ligações, estas ligações pertencem à
categoria A: ligações ao corte resistentes ao esmagamento, como se pode ver na
figura 22:

Figura 22: Categoria de ligações aparafusadas [4]

Em que:
Fv,Ed é o valor de cálculo do esforço transverso por parafuso no estado limite último
Fv,Rd é o valor de cálculo da resistência ao esforço transverso por parafuso
Fb,Rd é o valor de cálculo da resistência ao esmagamento por parafuso

26
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A verificação será feita apenas às ligações entre a placa superior e as barras


superiores, uma vez que visto que os furos dos parafusos têm o mesmo diâmetro,
o valor da resistência ao esforço transverso será o mesmo para as ligações das barras
superiores e inferiores e ainda para as ligações entre as barras superiores e
inferiores.

Visto que a espessura das ligações superiores é inferior à das ligações inferiores e
às ligações entre as barras, o valor da resistência ao esmagamento será menor, pelo
que se as ligações entre a placa superior e as barras superiores suportarem as
condições impostas, as ligações entre a base e as barras inferiores e as ligações entre
as barras superiores e inferiores também as suportarão. Isto ocorre visto que os
furos entre os braços superiores e inferiores são ligados pela porca do parafuso, que
é feita do mesmo material dos parafusos utilizados nas outras ligações.

O cálculo de Fv,Ed é efetuado da seguinte forma:

44542,03
, 22271,02
º 2

6.2.1. Verificação da resistência das ligações entre as barras superiores


e a placa superior ao corte

O cálculo de Fv,Rd é efetuado da seguinte forma:

Figura 23: Cálculo da resistência individual de peças de ligação solicitadas ao corte e/ou à tração [5]

O valor do coeficiente parcial de segurança para as ligações com parafusos γM2 =


1,25.[5]

A classe de parafusos escolhida para efetuar a verificação da resistência das ligações


foi a classe 8.8, que tem as tensões tabeladas na figura 24:

27
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Figura 24: Valores nominais da tensão de cedência e da tensão de rotura à tração para parafusos [5]

Para a classe 8.8, o valor de av = 0,6, e o diâmetro dos parafusos é de 14 mm.

De acordo com o Eurocódigo, o valor de cálculo da resistência ao corte Fv,Rd deverá


ser considerado igual a 0,85 vezes o valor indicado, visto que os parafusos
escolhidos pertencem à classe 8.8.[5]

Assim sendo, é possível calcular o valor de Fv,Rd:

0,6 ∗ 800 ∗ ∗ 14
∗ ∗ 4
, 0,85 ∗ 0,85 ∗ 50245,38
1,25

O coeficiente de segurança para a resistência ao corte pode ser calculado pela


seguinte equação:

, 50245,38
2,25
, 22271,02

Visto que o coeficiente de segurança para a resistência ao corte é superior a 2,


verifica‐se a resistência ao corte para as ligações entre a placa superior e as barras
superiores e entre a base e as barras inferiores, e consequentemente, para todas as
outras ligações existentes.

A tensão de corte atuante nos furos das ligações entre a placa superior e as barras
superiores pode ser calculada a partir da seguinte equação:

, 22271,02
144,68
∗ 14
4

A tensão de corte admissível tendo em conta o material dos parafusos (AISI 1045)
é de:
530
0,6 ∗ 0,6 ∗ 159
2

Condição de projeto para o corte:

159 144,68

28
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Verifica‐se assim que a tensão de corte atuante nos furos das ligações entre a placa
superior e as barras superiores é inferior à tensão de corte admissível, pelo que
verifica‐se novamente a resistência ao corte para todas as ligações com parafusos
da estrutura.

6.2.2. Verificação da resistência das ligações entre as barras superiores


e a placa superior ao esmagamento

O cálculo de Fb,Rd é efetuado da seguinte forma:

Figura 25: Cálculo da resistência individual de peças de ligação solicitadas ao corte e/ou à tração [5]

O valor do coeficiente k1 = 1,8.

O valor de fu (tensão de rotura) depende do material dos parafusos. Tendo sido


escolhido o AISI 1045, o valor de fu = 625 MPa.

O valor de αb é o menor dos valores αd, e 1.


Tendo em conta que a resistência ao esmagamento que interessa verificar é na
direção de transmissão dos esforços, e que os parafusos utilizados são parafusos de
,
extremidade, 0,4
∗ ∗

O valor de 1,28
Assim sendo, αb = αd = 0,4.

As ligações superiores têm uma espessura de t = 12 mm.

Assim sendo, é possível calcular o valor de Fb,Rd:

∗ ∗ ∗ ∗ 1,8 ∗ 0,4 ∗ 625 ∗ 14 ∗ 12


, 60480
1,25
29
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O coeficiente de segurança para a resistência ao esmagamento pode ser calculado


pela seguinte equação:

, 60480
2,71
, 22271,02

Visto que o coeficiente de segurança para a resistência ao esmagamento é superior


a 2, verifica‐se a resistência ao esmagamento para as ligações entre a placa superior
e as barras superiores e entre a base e as barras inferiores, e consequentemente,
para todas as outras ligações existentes.

A tensão de esmagamento atuante nos furos das ligações entre a placa superior e
as barras superiores pode ser calculada a partir da seguinte equação:

, 22271,02
132,57
∗ 14 ∗ 12

A tensão de esmagamento admissível tendo em conta o material dos parafusos


(AISI 1045) é de:

530
265
2

Condição de projeto para o esmagamento:

265 132,57

Verifica‐se assim que a tensão de esmagamento atuante nos furos das ligações
entre a placa superior e as barras superiores é inferior à tensão de esmagamento
admissível, pelo que verifica‐se novamente a resistência ao esmagamento para
todas as ligações com parafusos da estrutura.

De acordo com o eurocódigo 3 – Parte 1‐8, visto que as ligações entre as barras
superiores e inferiores são de sobreposição simples com apenas uma linha de
parafusos, os parafusos deverão ter anilhas colocadas sob a cabeça e sob a porca.
Ainda em relação a esta ligação, para os casos dos parafusos das classes 8.8 e 10.9,
na qual se englobam os parafusos da estrutura, deverão aplicar‐se anilhas de aço
endurecido. Posto isto, foram selecionadas anilhas de aço AISI 1095 que foram
colocadas sob a cabeça e sob a porca nessas ligações.[5]

30
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7. Verificação de resistência do parafuso e potência à


elevação de carga

Para se poder proceder à verificação de resistência do parafuso de potência, foi


primeiramente necessário definir o diâmetro do parafuso de potência. Depois de
alguns testes, chegou‐se à conclusão que o diâmetro do parafuso é um M20, com
um diâmetro dp = 20 mm e com um passo p = 2,5 mm[6]. Foi também necessário
escolher o tipo de rosca a utilizar, optando‐se pela rosca quadrada.

A rosca quadrada tem as características que são ilustradas na figura 26:

Figura 26: Características da rosca quadrada

O parafuso de potência será verificado à elevação de carga, visto que durante a


elevação as forças aplicadas sobre o parafuso de potência são muito superiores às
forças aplicadas ao abaixar a carga. Na elevação de carga o parafuso de potência
estará a ser tracionado, e sofrerá o efeito de torção proveniente do momento
aplicado para elevar a carga.

Assim sendo, passou‐se ao cálculo do diâmetro interior dr e diâmetro médio dm,


que foram calculados a partir das seguintes equações:

1,226869 ∗ 6 20 1,226869 ∗ 2,5 16,93


0,649519 ∗ 6 20 0,649519 ∗ 2,5 18,38

O coeficiente de atrito f foi determinado a partir dos dados da figura 27:

Figura 27: Valores do coeficiente de atrito para diferentes materiais do parafuso [6]

31
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Visto que o material das porcas utilizadas é o aço AISI 1045, selecionou‐se um
coeficiente de atrito da gama entre os 0,15 e 0,25, tendo‐se selecionado o valor de f
= 0,15.

A força PR para fazer subir a carga Fs foi calculada a partir da seguinte equação:

∗ 85641,66 ∗ 2,5 0,15


∗ ∗ 18,38
6
1 ∗ / ∗ 1 0,15 ∗ 2,5/ ∗ 18,38
16662,37

O momento TR para fazer subir a carga foi calculado a partir da seguinte equação:

18,38
∗ 6 16662,37 ∗ 153,13 ∗
2 2

Depois de obter o momento TR, é possível passar ao cálculo das tensões no


parafuso, que são as tensões normais de tração σTP, e as tensões de corte devidas
ao momento de torção τCP. A partir dessas tensões será possível calcular a tensão
equivalente de Von Mises para o parafuso de potência .

A tensão normal de tração σTP foi calculada a partir da seguinte equação:

85641,66
7 380,44
∗ ∗ 16,93
4 4

A tensão de corte devido ao momento de torção τCP foi calculada a partir da


seguinte equação:

16 ∗ 16 ∗ 153130
7 160,72
∗ ∗ 16,93

A tensão equivalente de Von Mises para o parafuso de potência foi calculada


a partir da seguinte equação:

3∗ 7 380,44 3 ∗ 160,72 471,41

A partir da tensão equivalente de Von Mises para o parafuso de potência escolheu‐


se uma classe para o mesmo que permitisse obter um coeficiente de segurança
superior a 2, a partir da seguinte figura:

32
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Figura 28: Classes de propriedade mecânicas para parafusos [6]

Escolheu‐se a classe 10.9, visto que o parafuso M20 escolhido pode ser utilizado, e
permite um coeficiente de segurança para o parafuso de potência superior a 2, com
uma tensão de cedência de fyb‐10.9 de 940 MPa, como se pode verificar na equação
seguinte:

. 940
2,00
471,41

Visto que o coeficiente de segurança obtido para a resistência do parafuso de


potência à tensão equivalente de Von Mises é de 2, verifica‐se a resistência ao efeito
de torção proveniente do momento aplicado para elevar a carga.

33
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8. Estudo da deformação à tração do parafuso de


potência

Após ser efetuada a verificação da resistência do parafuso de potência à elevação


de carga, é ainda necessário efetuar um estudo da deformação à tração do parafuso
de potência.

Para se efetuar este estudo recorreu‐se ao software Solidworks Simulation e Ftool.


No Solidworks Simulation utilizaram‐se elementos de viga (1D), sendo que desta
vez foi possível utilizar os recursos do software, visto que o parafuso de potência
tem um comprimento de rosca de (LR) de 380 mm, e o diâmetro do parafuso (dp) é
de 20 mm (M20), o que faz com que a barra tenha dimensões para ser considerada
como viga, visto que 10 10 19 10.

A deformação máxima δmáxPP para o parafuso de potência pode ser calculada a


partir da seguinte equação:

∗ 380
á . ∗ 940 ∗ 10 ∗ 1,70
∗ 210 ∗ 10

34
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8.1. Estudo estático do parafuso de potência à tração no


solidworks/ftool

O valor máximo de tensão obtido encontra‐se na figura 29:

Figura 29: Tensão máxima para o parafuso de potência

35
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O valor máximo de deformação obtido encontra‐se na figura 30:

Figura 30: Deformação máxima para o parafuso de potência


Deformação no Ftool

Figura 31: Parafuso de potência no Ftool

Figura 32: Valores das Deformações do parafuso de potência no Ftool

Tabela 8: Estudo comparativo da deformação do parafuso de potência

Estudo comparativo da deformação do parafuso de potência


Software Utilizado Deformada Erro
‐3
Solidworks 493,3*10 mm 0.0%
‐3
Ftool 493,3*10 mm

36
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Como se pode verificar, os valores da deformação do parafuso de potência são


equivalentes para ambos os softwares utilizados, e têm um valor muito inferior à
deformação máxima δmáxPP, pelo que se confirma a viabilidade deste estudo.

O coeficiente de segurança foi obtido através do solidworks, com o seu valor


ilustrado na figura 33:

Figura 33: Coeficiente de segurança para o parafuso de potência

Assim sendo, confirma‐se a resistência da estrutura à deformação com um


coeficiente de segurança de 3,44.

37
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9. Estudo estático da deformação da placa superior

A placa superior foi sujeita a um estudo estático no solidworks simulation, de


forma a verificar se a placa se encontra em condições de segurança. O estudo foi
feito com recurso a elementos sólidos (3D), tendo sido aplicada a carga inicial (F =
24525 N) no topo da superfície da placa.

A tensão máxima obtida encontra‐se ilustrada na figura 34:

Figura 34: Tensão máxima para a placa superior

38
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A deformação máxima obtida encontra‐se ilustrada na figura 35:

Figura 35: Deformação máxima para a placa superior

O coeficiente de segurança obtido encontra‐se ilustrado na figura 36:

Figura 36: Coeficiente de segurança para a placa superior

39
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Do estudo estático da placa superior é possível concluir que o valor máximo de


tensão é de 210,7 MPa, valor consideravelmente mais baixo que a tensão de
cedência, um valor máximo de deformação de 92,77*10‐3 mm, e um coeficiente de
segurança de 2,51. Assim sendo, confirma‐se a resistência da estrutura à
deformação com um coeficiente de segurança de 2,51.

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10. Conclusões

Concluindo todos os objetivos propostos, é possível entender que um projeto na


área da engenharia mecânica requer uma grande versatilidade de conhecimentos
de diferentes áreas da engenharia.
A estrutura foi testada em todas as áreas que poderiam sofrer solicitações que
criassem problemas de segurança para a estrutura, tendo sido necessário criar
condições de segurança quando elas não se verificavam.
Este trabalho é útil também para melhorar as capacidades de trabalho com
software CAD e de elementos finitos, e aproveitar todas as suas funcionalidades.
Depois de todos os estudos realizados, pode‐se concluir que o macaco mecânico
de tesoura cumpre todos os requisitos técnicos e de segurança para poder ser
introduzido no mercado.

41
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11. Bibliografia

[1] Introdução à teoria da elasticidade – POMBO, João – Mecânica dos Materiais,


ISEL;

[2] Eurocódigo 3 – Projeto de estruturas de aço – Parte 1‐1: Projeto de ligações;

[3] Estabilidade de Estruturas – Encurvadura – POMBO, João – Mecânica dos


Materiais, ISEL;

[4] Mechanics of Materials – BEER, Ferdinand; JOHNSTON, Russell; DEWOLF,


John; MAZUREK, David – 7th edition, McGraw Hill;

[5] Eurocódigo 3 – Projeto de estruturas de aço – Parte 1‐8: Regras gerais e regras
para edifícios;

[6] Juntas Mecânicas – Parafusos e Rebites – BARBOSA, Joaquim – Projeto


Mecânico, ISEL;

[7] Órgãos de Máquinas – Ligações aparafusadas – CORREIA, Victor – Engenharia


de Máquinas Marítimas, ENIDH.

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12. Anexos

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Technical Data Package

Este Technical Data Package foi criado com base na norma MIL‐STD‐31000, o qual
deve ser composto pela especificação do produto, a lista de componentes e os
desenhos de definição.

ESPECIFICAÇÃO DO PRODUTO

Macaco Mecânico de Tesoura

1. ÂMBITO

Âmbito. Esta especificação abrange os requisitos para um macaco mecânico de


tesoura com capacidade de elevação nominal de até 7 toneladas, para utilização em
veículos, caravanas e autocaravanas.

2. DOCUMENTAÇÃO APLICÁVEL

Documentos. Os seguintes documentos formam uma parte da especificação no


âmbito do que neste documento é especificado.

2.1. ESPECIFICAÇÕES

Militar

MIL‐STD‐129 Marking for Shipment and Storage.

MIL‐STD‐31000 Technical Data Packages.

MIL‐P‐15024 Plates, Tags, and Bands for Identification of Equipment.

Específica

AS/NZS 2693:2007 Vehicle Jacks.

Portuguesas

NP 49 Desenho técnico. Modo de dobrar folhas de desenho.

NP 62 Desenho técnico. Linhas.


NP 89 Desenho técnico. Letras e Algarismos.

NP 107 Tolerâncias e ajustamentos.

NP 190 Sistema de tolerâncias. Simbologia.

NP 204 Desenho técnico. Legendas.

NP 205 Desenho técnico. Lista de Peças.

NP 297 Desenho técnico. Cotagem.

NP 327 Desenho técnico. Representação de vistas.

NP 328 Desenho técnico. Cortes e secções.

NP 717 Desenho técnico. Escalas.

NP 976 Desenho técnico. Inscrição de tolerâncias geométricas e rugosidades.

Europeias

EN 1993‐1‐1 Eurocódigo 3 – Projeto de estruturas de aço – Parte 1‐1: Regras


gerais e regras para edifícios.

EN 1993‐1‐8 Eurocódigo 3 – Projeto de estruturas de aço – Parte 1‐8: Projeto


de ligações.

EN 22768‐1 General tolerances. Tolerances for linear and angular


dimensions without individual tolerance indications.

EN 22768‐2 General tolerances. Geometrical tolerances for features without


individual tolerance indications.

International Organization for Standardization

ISO 1302 Geometrical Product Specifications. Indication of surface texture


in technical product documentation.

ISO 7573 Technical product documentation. Parts lists.


Federal

FED‐STD‐595 Colors used in government procurement.

3. EXIGÊNCIAS

3.1. GERAL

O equipamento deverá respeitar e cumprir as seguintes exigências:

O macaco deve ter um design e uma construção que cumpra todos os requisitos
relevantes descritos nesta especificação.
Se o macaco não vier lubrificado de fábrica, deve ser lubrificado com as instruções
adequadas para a sua lubrificação inicial.
Deve estar livre de defeitos que possam afetar a sua durabilidade e o seu
desempenho. Todos os parafusos devem dispor de meios eficazes para prevenção
de folgas e para que haja um ajuste correto.

3.2. MATERIAL

O material deverá cumprir os requisitos da norma DIN EN 10210:2007.

3.3. ACABAMENTO

O equipamento final deverá apresentar um acabamento de qualidade, não


revelando mossas ou riscos, e cumprindo com as tolerâncias impostas nos
desenhos de definição.

3.4. PROTEÇÃO CONTRA A CORROSÃO

Deverá ser aplicado em todo o macaco um revestimento de proteção contra a


corrosão adequado, exceto nas zonas de ligação.

3.5. SUPERFÍCIE DE ELEVAÇÃO

A superfície de elevação de um macaco convencional:


Deve ser livre de rodar sobre o eixo vertical;
Não deve ser inferior a 25 mm em largura ou comprimento.
Deve ter uma área plana de pelo menos 700 mm2.

3.6. PREVENÇÃO DE ABERTURA EXCESSIVA


O macaco deve ter um dispositivo de travagem para prevenir a abertura excessiva
ou o seu design deve ser pensado de modo a prevenir esse fenómeno.

3.7. ALTURA MÍNIMA

A altura mínima deve ser determinada numa superfície rígida, firme e nivelada sem
ajuda de acessórios.

4. PRESCRIÇÕES PARA GARANTIA DE QUALIDADE

4.1. PROCEDIMENTO DE TESTE

Serão retirados 5% dos equipamentos produzidos de forma aleatória, para que


sejam sujeitos aos ensaios ou procedimentos a fim de demonstrar o cumprimento
das exigências previamente estabelecidas.

4.1.1. ESTUDO ESTÁTICO

Simulação das condições de trabalho e os esforços sujeitos pelo equipamento


durante a sua vida normal de trabalho, para garantir o correto desempenho mesmo
em condições limite.

4.1.2. ENSAIO DE CARGA

Ensaio onde o equipamento é testado à carga limite aplicável, para verificar se


ocorrem fissuras em algum ponto do equipamento.

4.1.3. ENSAIO DE ENCURVADURA

Ensaio onde o equipamento é testado à carga limite aplicável, para verificar se


ocorre deformação plástica nas barras do equipamento.

5. EXPEDIÇÃO

Para efeitos de aquisição do macaco mecânico de tesoura “MMT 1.0”, este deverá
ser colocado dentro de uma caixa de cartão com aproximadamente as suas
dimensões, com um interior forrado a esponja, e com flocos de esferovite a ocupar
os espaços livres dentro da caixa, para prevenir riscos ou possíveis danos durante
o transporte, devendo a caixa estar devidamente identificada de acordo com a
norma aplicável.
6. NOTAS

O macaco mecânico de tesoura “MMT‐25.00.00” deverá operar com uma carga


inferior à carga admissível.

6.1. FIM EM VISTA

Este macaco mecânico de tesoura “MMT‐25.00.00” destina‐se apenas à elevação de


veículos, devendo estes estarem apoiados pelas quatro rodas na posição de repouso
do macaco mecânico de tesoura.

6.2. INSTRUÇÕES DE SEGURANÇA

As seguintes informações devem ser fornecidas com o macaco:


1. O macaco deve ser utilizado em superfícies niveladas e sólidas sempre que
possível.
2. É recomendado que as rodas do veículo estejam paradas, e que nenhuma
pessoa permaneça sob o veículo que está a ser elevado.
3. Para macacos de substituição dos originais que vêm de origem com o
veículo, devem ser fornecidas as instruções de utilização e segurança do
mesmo.

6.3. INSTRUÇÕES DE MANUTENÇÃO

Todos os procedimentos necessários para a manutenção devem ser fornecidos com


o macaco.
Lista de Entidades

Entidade N.º do desenho Quantidade Descrição Material Normalizações Observações


Macaco Mecânico de
MMT‐25.00.00 100 1
Tesoura
MMT‐25.00.01 101 1 Base AISI 1045

MMT‐25.00.02 102 1 Placa Superior AISI 1045

MMT‐25.00.03 103 2 Barra Inferior S 235 DIN 1026‐1

MMT‐25.00.04 104 2 Barra Superior S 235 DIN 1026‐1


Parafuso de Potência
MMT‐25.00.05 105 1 Classe 10.9
M20x2.5x380‐10.9
Porca do Parafuso de
MMT‐25.00.06 106 2 AISI 1045
Potência
Anilha B18.22M
MMT‐25.00.07 ‐ 4 AISI 1045 ANSI B18.22M
14mm
Anilha B18.22M
MMT‐25.00.08 ‐ 4 AISI 1095 ANSI B18.22M
14mm
Porca B18.2.4.1M
MMT‐25.00.09 ‐ 8 AISI 1045 ANSI 2.4.1M
M14x2
Parafuso B18.2.3.1M AISI 1045
MMT‐25.00.10 ‐ 2 ANSI 2.3.1M
M14x2x100‐8.8 Classe 8.8
Parafuso B18.2.3.1M AISI 1045
MMT‐25.00.11 ‐ 2 ANSI 2.3.1M
M14x2x80‐8.8 Classe 8.8
MMT-25.00.09
MMT-25.00.05 MMT-25.00.10 MMT-25.00.02 MMT-25.00.04 MMT-25.00.08

MMT-25.00.11 MMT-25.00.01 MMT-25.00.03 MMT-25.00.06 MMT-25.00.07

Documentação Aplicável
Norma Assunto
NP 49 Desenho Técnico. Dobragem das folhas.
NP 62 Desenho Técnico. Linhas.
NP 89 Desenho Técnico. Letras e Algarismos.
NP 204 Desenho Técnico. Legendas.
NP 205 Desenho Técnico. Lista de Peças.
NP 297 Desenho Técnico. Cotagem.
NP 327 Desenho Técnico. Vistas. Data Nome Assinatura Designação Produto
Desenhador 19/09/2016 Eduardo Sousa Macaco Mecânico Macaco Mecânico
NP 328 Desenho Técnico. Cortes e Secções. de Tesoura de Tesoura
DEP. ENGENHARIA MECÂNICA

Verificado SECÇÃO DE TECNOLOGIA E PROJECTO MECÂNICO

NP 717 Desenho Técnico. Escalas. Apr. Desenho


Escala N.º Desenho
1: 2 100
Des. Nº

NP 976 Desenho Técnico. Inscrição de Apr. Projeto


tolerâncias geométricas e rugosidades. Apr. Materiais
Tolerâncias Gerais ISO 2768 classe m-k Alt.

Resp. Projeto Tolerânciamento Geométrico ISO 8015


Data

Substitui
Rugosidades Gerais ISO 1302 Substituído
90 0.2

16,80 0.1
R1 56,40 0.2 16,80 0.1
0

R1
M14 22,50 0.1

53 0.2
0
R5 0.1

25 0.1
Ra 0.8

180 0.4

0.1 A
100
65

Notas: Ra 3.2
A. Rugosidade Geral de
B. Espessura Geral de 5mm
C. Quebrar arestas a 0.1mm

Data Nome Assinatura Designação Produto


Macaco Mecânico
Desenhador 19/09/2016 Eduardo Sousa
Base de Tesoura
DEP. ENGENHARIA MECÂNICA

Verificado SECÇÃO DE TECNOLOGIA E PROJECTO MECÂNICO

Escala N.º Desenho


Apr. Desenho

Apr. Projeto
1: 2 101 Des. Nº

Apr. Materiais
Tolerâncias Gerais ISO 2768 classe m-k Alt.
Data
Resp. Projeto Tolerânciamento Geométrico ISO 8015
Substitui
Rugosidades Gerais ISO 1302 Substituído
Ra 1.6 Ra 1.6
90 0.2 60 0.2

A 0.1 A

50 0.2
Ra 0.8
M14 0.1
B 0.1 B
16,80 0.1

16,80 0.1

R2
,50

Notas: Ra 3.2
A. Rugosidade Geral de
B. Espessura Geral de 5mm
C. Quebrar arestas a 0.1mm

Data Nome Assinatura Designação Produto


Macaco Mecânico
Desenhador 19/09/2016 Eduardo Sousa Placa Superior de Tesoura DEP. ENGENHARIA MECÂNICA

Verificado SECÇÃO DE TECNOLOGIA E PROJECTO MECÂNICO

Escala N.º Desenho


Apr. Desenho

Apr. Projeto
1:1 102 Des. Nº

Apr. Materiais
Tolerâncias Gerais ISO 2768 classe m-k Alt.
Data
Resp. Projeto Tolerânciamento Geométrico ISO 8015
Substitui
Rugosidades Gerais ISO 1302 Substituído
180 0.4

7,50 0.05 16,80 0.1


R4 Ra 0.8

16,80 0.1
M14 0.1

42 0.2
R7
5,50 0.05

,5
0

65 0.2
R5

0.1 A
A
37,50 0.2

Notas: Ra 3.2
A. Rugosidade Geral de
B. Quebrar arestas a 0.1mm

Data Nome Assinatura Designação Produto


Macaco Mecânico
Desenhador 19/09/2016 Eduardo Sousa
Barra Inferior de Tesoura
DEP. ENGENHARIA MECÂNICA

Verificado SECÇÃO DE TECNOLOGIA E PROJECTO MECÂNICO

Escala N.º Desenho


Apr. Desenho

Apr. Projeto
1: 2 103 Des. Nº

Apr. Materiais
Tolerâncias Gerais ISO 2768 classe m-k Alt.
Data
Resp. Projeto Tolerânciamento Geométrico ISO 8015
Substitui
Rugosidades Gerais ISO 1302 Substituído
180 0.4

50 7 0.05 16,80 0.1


, Ra 0.8
R3

16,80 0.1
38 0.2
M14 0.1
R7
5 0.05

R5
50 0.2

0.1 A
A
30 0.2

Notas: Ra 3.2
A. Rugosidade Geral de
B. Quebrar arestas a 0.1mm

Data Nome Assinatura Designação Produto


Macaco Mecânico
Desenhador 19/09/2016 Eduardo Sousa
Barra Superior de Tesoura DEP. ENGENHARIA MECÂNICA

Verificado SECÇÃO DE TECNOLOGIA E PROJECTO MECÂNICO

Escala N.º Desenho


Apr. Desenho

Apr. Projeto
1: 2 104 Des. Nº

Apr. Materiais
Tolerâncias Gerais ISO 2768 classe m-k Alt.
Data
Resp. Projeto Tolerânciamento Geométrico ISO 8015
Substitui
Rugosidades Gerais ISO 1302 Substituído
22 0.1 R1

12,50 0.1
11 0.1 Ra 0.8

15 0.1 25 0.1
12 0.1
R1
26 0.1

0.1 A

Ra 0.8
M20 0.1
380 0.6

Notas: Ra 1.6
A. Rugosidade Geral de
B. Quebrar arestas a 0.1mm
5 0.1

1
18 0.1

Data Nome Assinatura Designação Produto


Desenhador 19/09/2016 Eduardo Sousa Parafuso de Potência Macaco Mecânico
DEP. ENGENHARIA MECÂNICA
M20x2.5x380-8.8 de Tesoura
Verificado SECÇÃO DE TECNOLOGIA E PROJECTO MECÂNICO

Escala N.º Desenho


Apr. Desenho

Apr. Projeto
1: 2 105 Des. Nº

Apr. Materiais
Tolerâncias Gerais ISO 2768 classe m-k Alt.
Data
Resp. Projeto Tolerânciamento Geométrico ISO 8015
Substitui
Rugosidades Gerais ISO 1302 Substituído
A
1 0.01
0.05 A

Ra 0.8
106 0.4
36 0.2

M22 0.1
Ra 0.8
20

M14 0.05
26 0.1

Notas: Ra 1.6
A. Rugosidade Geral de
B. Quebrar arestas a 0,1mm

Data Nome Assinatura Designação Produto


Desenhador 19/09/2016 Eduardo Sousa Porca do Parafuso Macaco Mecânico
DEP. ENGENHARIA MECÂNICA
de Potência de Tesoura
Verificado SECÇÃO DE TECNOLOGIA E PROJECTO MECÂNICO

Escala N.º Desenho


Apr. Desenho

Apr. Projeto
1 :1 106 Des. Nº

Apr. Materiais
Tolerâncias Gerais ISO 2768 classe m-k Alt.
Data
Resp. Projeto Tolerânciamento Geométrico ISO 8015
Substitui
Rugosidades Gerais ISO 1302 Substituído
Fers U normaux européens
Dimensions: DIN 1026-1: 2009, NF A 45-202: 1986 e
Tolérances: EN 10279: 2000 b
Etat de surface: conforme à EN 10163-3: 2004, classe C, sous-classe 1 ss
45 o

European standard channels r1 r2 ys


Dimensions: DIN 1026-1: 2009, NF A 45-202: 1986
Tolerances: EN 10279: 2000 ym
Surface condition: according to EN 10163-3: 2004, class C, subclass 1 h d
y
Europäische U-Stahl-Normalprofile tw
Abmessungen: DIN 1026-1: 2009, NF A 45-202: 1986
Toleranzen: EN 10279: 2000 tf
Oberflächenbeschaffenheit: Gemäß EN 10163-3: 2004, Klasse C, Untergruppe 1

z u z

Désignation Dimensions de construction


Dimensions Surface
Designation Dimensions for detailing
Abmessungen Oberfläche
Bezeichnung Konstruktionsmaße

G h b tw tf r1 r2 A d Ø emin emax AL AG

kg/m mm mm mm mm mm mm mm2 mm mm mm m2/m m2/t


x102

UPN 50* 5,59 50 38 5,0 7,0 7,0 3,5 7,12 21 - - - 0,232 42,22

UPN 65* 7,09 65 42 5,5 7,5 7,5 4,0 9,03 34 - - - 0,273 39,57
UPN 80* 8,64 80 45 6,0 8,0 8,0 4,0 11,0 47 - - - 0,312 37,10
UPN 100* 10,6 100 50 6,0 8,5 8,5 4,5 13,5 64 - - - 0,372 35,10
UPN 120 13,4 120 55 7,0 9,0 9,0 4,5 17,0 82 - - - 0,434 32,52
UPN 140 16,0 140 60 7,0 10,0 10,0 5,0 20,4 98 M 12 33 37 0,489 30,54
UPN 160 18,8 160 65 7,5 10,5 10,5 5,5 24,0 115 M 12 34 42 0,546 28,98
UPN 180 22,0 180 70 8,0 11,0 11,0 5,5 28,0 133 M 16 38 41 0,611 27,80

UPN 200 25,3 200 75 8,5 11,5 11,5 6,0 32,2 151 M 16 39 46 0,661 26,15
UPN 220 29,4 220 80 9,0 12,5 12,5 6,5 37,4 167 M 16 40 51 0,718 24,46
UPN 240 33,2 240 85 9,5 13,0 13,0 6,5 42,3 184 M 20 46 50 0,775 23,34
UPN 260 37,9 260 90 10,0 14,0 14,0 7,0 48,3 200 M 22 50 52 0,834 22,00
UPN 280 41,8 280 95 10,0 15,0 15,0 7,5 53,3 216 M 22 52 57 0,890 21,27

UPN 300 46,2 300 100 10,0 16,0 16,0 8,0 58,8 232 M 24 55 59 0,950 20,58
UPN 320* 59,5 320 100 14,0 17,5 17,5 8,8 75,8 246 M 22 58 62 0,982 16,50
UPN 350 60,6 350 100 14,0 16,0 16,0 8,0 77,3 282 M 22 56 62 1,05 17,25
UPN 380* 63,1 380 102 13,5 16,0 16,0 8,0 80,4 313 M 24 59 60 1,11 17,59

UPN 400* 71,8 400 110 14,0 18,0 18,0 9,0 91,5 324 M 27 61 62 1,18 16,46

h ≤ 300 h > 300

b b -tw
u
2 2
Inclinaison des ailes
Flange slope 8% 5%
Flanschneigung

* Tonnage minimum et conditions de livraison nécessitent un accord préalable.


* Minimum tonnage and delivery conditions upon agreement.
* Mindestbestellmenge und Lieferbedingungen nach Vereinbarung.
UPN
Notations pages 215-219 / Bezeichnungen Seiten 215-219
Valeurs statiques / Section properties / Statische Kennwerte Classification
Désignation EN 1993-1-1: 2005

EN 10025-2: 2004
EN 10025-4: 2004
axe fort y-y axe faible z-z

EN 10225:2009
Designation
Bezeichnung strong axis y-y weak axis z-z Pure Pure
starke Achse y-y schwache Achse z-z bending y-y compression

G Iy Wel.y Wpl.y■ iy Avz Iz Wel.z Wpl.z′ iz ss It Iw ys ym

S235

S355

S235

S355
kg/m mm 4
mm 3
mm 3
mm mm 2
mm 4
mm 3
mm 3
mm mm mm 4
mm 6
mm mm
x104 x103 x103 x10 x102 x104 x103 x103 x10 x104 x109 x10 x10

UPN 50 5,59 26,4 10,6 13,1 1,92 2,77 9,12 3,75 6,78 1,13 16,7 1,12 0,03 1,37 2,47 1 1 1 1 

UPN 65 7,09 57,5 17,7 21,7 2,52 3,68 14,1 5,07 9,38 1,25 18,0 1,61 0,08 1,42 2,60 1 1 1 1 
UPN 80 8,64 106 26,5 32,3 3,10 4,90 19,4 6,36 11,9 1,33 19,4 2,20 0,18 1,45 2,67 1 1 1 1 
UPN 100 10,6 206 41,2 49,0 3,91 6,46 29,3 8,49 16,2 1,47 20,3 2,81 0,41 1,55 2,93 1 1 1 1 
UPN 120 13,4 364 60,7 72,6 4,62 8,80 43,2 11,1 21,2 1,59 22,2 4,15 0,90 1,60 3,03 1 1 1 1 
UPN 140 16,0 605 86,4 103 5,45 10,4 62,7 14,8 28,3 1,75 23,9 5,68 1,80 1,75 3,37 1 1 1 1 
UPN 160 18,8 925 116 138 6,21 12,6 85,3 18,3 35,2 1,89 25,3 7,39 3,26 1,84 3,56 1 1 1 1 
UPN 180 22,0 1350 150 179 6,95 15,1 114 22,4 42,9 2,02 26,7 9,55 5,57 1,92 3,75 1 1 1 1 

UPN 200 25,3 1910 191 228 7,70 17,7 148 27,0 51,8 2,14 28,1 11,9 9,07 2,01 3,94 1 1 1 1 
UPN 220 29,4 2690 245 292 8,48 20,6 197 33,6 64,1 2,30 30,3 16,0 14,6 2,14 4,20 1 1 1 1 
UPN 240 33,2 3600 300 358 9,22 23,7 248 39,6 75,7 2,42 31,7 19,7 22,1 2,23 4,39 1 1 1 1 
UPN 260 37,9 4820 371 442 9,99 27,1 317 47,7 91,6 2,56 33,9 25,5 33,3 2,36 4,66 1 1 1 1 
UPN 280 41,8 6280 448 532 10,9 29,3 399 57,2 109 2,74 35,6 31,0 48,5 2,53 5,02 1 1 1 1 

UPN 300 46,2 8030 535 632 11,7 31,8 495 67,8 130 2,90 37,3 37,4 69,1 2,70 5,41 1 1 1 1 
UPN 320 59,5 10870 679 826 12,1 47,1 597 80,6 152 2,81 43,0 66,7 96,1 2,60 4,82 1 1 1 1 
UPN 350 60,6 12840 734 918 12,9 50,8 570 75,0 143 2,72 40,7 61,2 114 2,40 4,45 1 1 1 1 
UPN 380 63,1 15760 829 1010 14,0 53,2 615 78,7 148 2,77 40,3 59,1 146 2,38 4,58 1 1 1 1 

UPN 400 71,8 20350 1020 1240 14,9 58,6 846 102 190 3,04 44,0 81,6 221 2,65 5,11 1 1 1 1 

■ Wpl,y est calculé selon l’hypothèse d’un diagramme de contraintes bi-rectangulaire et n’est applicable que si deux ou plusieurs fers U sont associés de facon
à constituer une section doublement symétrique pour laquelle un moment de flexion agissant dans le plan du centre de gravité n’engendre pas de torsion.
■ Wpl,y is determined assuming a bi-rectangular stress block distribution. Thus, the given value applies only if two or more channels are combined in such
a way to form a double symmetric cross-section so that the bending moment acting in the plane of the centre of gravity will not lead to torsion.
■ Für die Berechnung von Wpl,y wurde eine doppelrechteckige Spannungsverteilung angenommen. Der angegebene Wert ist daher nur anwendbar,
wenn zwei oder mehr U-Profile so miteinander kombiniert sind, dass sie einen doppelsymmetrischen Querschnitt bilden, womit ein Biegemoment, das in
der Schwerpunktebene angreift, keine Torsion hervorruft.

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