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Qunitaneiro, Tania; BARBOSA, M. L. de Oliveira; OLIVEIRA, M. G. Monteiro de.

Um toque de
clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2ª ed. Belo Horizonte/MG: Editora UFMG, 2002.

Segundo Quintaneiro e Barbosa (2002) a ação é em Max Weber “toda conduta humana dotado de
um significado subjetivo dado por quem executa e que orienta essa ação. Ação social é quando esse
ato tem em vista a ação de outro ou outros agentes que podem ser individualizados e conhecidos ou
uma pluralidade de indivíduos indeterminados e completamente desconhecidos.
Nessa perspectiva a Sociologia é a ciência “que pretende entender interpretando-a, a ação social
para, dessa maneira, explicá-la causalmente em seu desenvolvimento e efeitos”, observando suas
regularidades as quais se expressam na forma de usos, costumes ou situações de interesses. Embora
a Sociologia não tenha a ver somente com a ação social, ela é o dado central, constitutivo”.
(…) busca compreender e interpretar o sentido, o desenvolvimento e os efeitos da conduta de um ou
mais indivíduos referida a outro ou outros – ou seja, da ação social, não se propondo a julgar a
validade de tais atos nem a compreender o agente enquanto pessoa. Compreender uma ação social é
captar e interpretar sua conexão de sentido, que sera mais ou menos evidente para o sociólogo. Ele,
o sociólogo, capta intelectualmente as conexões de sentido racional, as quais alcançam o grau
máximo de evidência (p. 115).
Para Weber “as Ciências Sociais visam a compreensão de eventos culturais enquanto
singularidades” (2002, p. 110). Assim, “o cientista precisa isolar, da “imensidade absoluta, um
fragmento ínfimo’ que considere relevante” (p. 110). Ou seja, o particular ou específico, sendo esse
“o resultado de um esforço cognitivo que discrimina, organiza e, enfim, abstraí certos aspectos da
realidade na tentativa de explicar as causas associadas à produção de determinados fenômenos”
(p110).
O que se procura é compreender uma individualidade sociocultural formada de componentes
historicamente agrupados, nem sempre quantificáveis a cujo passado se remota para explicar o
presente, partindo então deste para avaliar as perspectivas futuras. Portanto, cabe a Sociologia e a
História “reconstruir os atos humanos compreender o significado que estes tiveram para os agentes
e o universo de valores dotado por um grupo social ou por um indivíduo enquanto membro de uma
determinada sociedade e, por fim, construir conceitos-tipos e encontrar ‘as regras gerais do
acontecer’” (p 113).
“Para compreender uma ação através do método científico, o sociólogo trabalha então com uma
elaboração limite, essencial para o estudo sociológico, que chama de tipos puros ou ideais, vazios
de realidade ou estranho ao mundo, ou seja: abstratos, conceituais” (p. 115).
Weber classifica em quatro modelos de tipo ideal: 1 – Ação racional com relação a fins;
2 – Ação racional com relação a valores;
3 – Ação afetiva, e;
4 – Ação tradicional.
“O que dá valor a uma construção teórica é a concordância entre adequação de sentido que propõe e
a prova dos fatos” (p. 112). As leis sociológicas necessitam de comprovação de probabilidade
estatística de que ocorram na forma definida como adequada significativamente.
Como ocorre o recorte? “O cientista atribui a esses fragmentos selecionados da realidade um
sentido, destaca certos aspectos cujo exame lhe pareça importante – segundo seu princípio de
seleção – baseando-se, portanto, em seus próprios valores” (p. 112). Elaboram instrumentos que o
oriente em busca de conexões causais “é muito valioso do ponto de vista heurístico” (p. 112).
tais proposituras apresentam possibilidades e limites, as quais devem-se,
• a unilateralidade: o recorte do objeto, o qual seleciona-se o lado mais relevante na
perspectiva do pesquisador;
• racionalidade
• caráter utópico.
Sintetiza afirmando que: “somente a ação com sentido pode ser compreendida pela Sociologia, a
qual constrói tipos ou modelos explicativos abstratos para cuja construção levam-se em conta tanto
as conexões de sentidos racionais, cuja interpretação se dá com maior evidência, quanto as não-
racionais, sobre as quais a interpretação alcança menor clareza” (p. 115).

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