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“Muito embora se considere, por vezes, como sendo intermutáveis, os

conceitos de preconceito e de discriminação, parece-nos, no entanto,


poderem diferenciarem-se. É possível distinguir um certo número de
conceitos básicos com interesse para o exame das interações
intergrupais: preconceito, discriminação e grupo minoritários.” Tendo em
conta as diversas definições mencionadas no manual da disciplina,
recorra às suas próprias palavras para nos elucidar do que entende por:
o preconceito pode ser definido como uma atitude hostil contra um
indivíduo, simplesmente porque ele pertence a um grupo desvalorizado
socialmente (Allport, 1954).3

O preconceito é uma temática intemporal, muito discutida na sociedade e ao


mesmo tempo nela muito vincado, havendo ate quem considere que o
preconceito é mais visível nos dias de hoje, apesar de se presumir que o
mundo social está mais esclarecido e instruído. O preconceito é formando por
um conjunto de ideias preestabelecidas pelos indivíduos em relação a alguém
ou a um determinado grupo, é expresso sobretudo por atitudes depreciativas e
negativas, podendo também ser positivas. Este tipo de relações sociais está
bastante relacionado com a existência de estereótipos, que consistem numa
categorização que o individuo elabora baseada em crenças partilhadas
socialmente que designam diferenças individuais e dos grupos , estas
conceções vão consubstanciar a conduta do individuo, focando-se na imagem
que pré concebeu, como por exemplo: todos os homens gostam de futebol ou
as “medidas” e “curvas” que definem a beleza de uma mulher. Existem vários
fatores que dão corpo ao preconceito, nomeadamente, a raça, a orientação
sexual, o etnocentrismo, a deficiência física ou mental, a condição económico-
social. A discriminação está muito associada ao preconceito, ou seja, a
discriminação é a manifestação corporal co preconceito. A discriminação
designa o comportamento para com os indivíduos alvo do preconceito. Por este
motivo o preconceito está na base da discriminação, isto significa, que a atitude
geralmente negativa dirigida o indivíduos ou ao grupo a que pertencem
provém do preconceito, e pode resultar em discriminação. Os dois conceitos
distinguem-se exatamente pelo facto de o preconceito consistir numa atitude
que envolve os componentes cognitivo, afetivo e comportamental enquanto que
a discriminação é o comportamento que procede o preconceito. Por vezes
existem pressões sociais que impõe aos indivíduos comportamentos
discriminatórios, podendo assim, resultar em situações de evitamento dos
indivíduos ou grupos, ou de modo mais acentuado pode traduzir-se por
exemplo em recusas de emprego e frequência de escolas, ou ainda em
situações mais extremas de caracter violento contra os indivíduos ou grupos
alvos de preconceito. Os grupos minoritários, vão para além da sua pequena
dimensão numérica, na medida em que, se demarcam pelas sua forma de
estar em sociedade, no entanto sendo minorias acabam por ser afetados por
desigualdades sociais, quando comparadas com a quase totalidade da
população maioritária. Apesar das sociedades contemporâneas serem
instituídos princípios reguladores de valores como a igualdade, continuam a
registar-se atitudes preconceituosas em relação as estas minorias, levando a
que estas conscientes do seu estatuto, promovam o casamento entre os seus
membros, por forma a garantir a continuação do grupo, manutenção de uma
convivência social unida por uma representações sociais cultura comuns.

Apresente as condições previstas pela “hipótese do contacto” para a


redução do preconceito.
A redução do preconceito e da discriminação é sem duvida uma necessidade
premente, que assume elevada importâncias na sociedade, preocupação esta
que motivou os psicólogos sociais a definirem estratégias orientadas no sentido
do redução dos efeitos negativos do preconceito e da discriminação, assim
sendo os psicólogos têm usado quatro técnicas/métodos com esse objetivo, a
saber: a tomada de consciência; a hipótese de contacto; para alem da hipótese
de contacto e o contacto vicariante através dos meios de comunicação.
A técnica de tomada de consciência compreende a tomada de consciência de
pertença a uma minoria, tem sido muito usada em grupos minoritários,
pretendendo-se com esta técnica, sensibilizar os membros desses grupos do
peso da pressão social a que estão sujeitos, isto tem como resultado o
reconhecimento da noção da sua condição, motivando nestes a uma crescente
vontade de controlo e reação ao sistema social, através de mecanismos de
coesão no grupo, os quais resultam num aumento do sentimento de
competências e de igualdade, que culminam em reação do grupo para com o
sistema social. A tomada de consciência de distinções, esta associada à
posição atenta e ativa perante a existência dos outros, permite-nos realizar
nova formulações, fruto da nossa perceção e consciência dos outros sem
recurso apenas ao que está previamente disposto, os psicólogos sociais
referem a existência de uma contradição, ou seja , o facto de discriminar os
outros no nosso pensamento, leva a um menor alheamento quanto da suas
características, constituindo um caminho para a diminuição do preconceito, o
assimilador cultural, coloca-nos a possibilidade de entender o mundo social
segundo a perspetiva do outro, através de técnicas sensibilização . A hipótese
de contacto assenta no pressuposto de que se os indivíduos de grupos
diferentes passarem a relacionar-se entre si, haverá uma diminuição do nível
de preconceito, quando o exogrupo e entendido de modo distinto, pode
verificar-se redução do preconceito, sendo par este efeito a criação de
condições favoráveis, designadamente, a igualdade de estatuto entre
elementos de grupos em conflito, com igual estatuto social; contato intimo, a
interação deve der direta e constante de modo a cimentar-se, cooperação
intergrupal, deve haver um compromisso entre grupos para realização de
atividades conjuntas; o estabelecimento de normas sociais, a existência de
regras e a sua observância pela autoridade de cada grupo, leva à
generalização das regras a todos os seus elementos, contribuindo para a
diminuição do preconceito. Para alem da hipótese de contacto sendo que se
pretende uma maior coesão social entre grupos, torna-se importante
considerar as atitudes e crenças dos grupos minoritários, assim como as de
todos as pessoas envolvidas no contacto intergrupal. Por ultimo a técnica do
contacto vicariante através dos meios de comunicação social, pode não haver
contato físico entre membros, para que ocorram relacionamentos “contactos”
entre eles. Os meios de comunicação tem sido ao longo do tempo, feito tem
mantido intencionalmente ou não, estereótipos e preconceitos, apesar de não
tão extremistas, eram fomentadas pelos media o favorecimento de alguma s
classes (anglo-saxónicos vistos como heróis, apos a 2ªGuerra Munidal) e
desfavorecimento de outras (os membros de minorias eram conotados como
criminosos e pessoas duvidosas) Hoje em dia, tal já não se verifica, contudo o
poder dos media é imenso e também não há duvidas de que tem contribuído a
existência de preconceitos na nossa sociedade muito embora também se
verifique o contrário, nomeadamente as atitudes em relação à
homossexualidade e racismos entre negros e brancos tem mudado ao longo do
tempo muito pela ação dos meios de comunicação.

As técnicas que indicou para a redução do preconceito são as desenvolvidas


na obra de Neto (1998):

- a tomada de consciência, tal como referida pelo autor, permite ver reduzidos
os efeitos sobre as vítimas de discriminação, sensibilizando os grupos para as
diferenças comportamentais que podem ocorrer na sua interação social;

- o possível aumento do contacto entre os grupos que se opõem também


poderá contribuir para este objetivo, no entanto, para que tal possa acontecer,
deverá garantir-se a igualdade de estatuto, intimidade, cooperação e normas
que favoreçam a igualdade;

- além disso, o autor refere ainda que o desenvolvimento da compreensão


entre os vários grupos poderá ser mais ou menos determinada pelas perceções
dos membros de grupos minoritários, bem como pela ansiedade intergrupal;

- o autor refere ainda a importância dos meios de comunicação social, que


desde sempre exerceram uma enorme influência no estabelecimento e
disseminação de estereótipos, poderão ser igualmente utilizados para reduzir o
preconceito ao disseminar uma imagem mais favorável dos grupos minoritários,
bem como exemplos positivos de interação entre os grupos.
Em relação ao racismo cultural, indique as suas características gerais
destacadas por Axelson.
O racismo entende-se como que uma hierarquização, promovida por
sentimentos negativos de o preconceito e discriminação para com pessoas
que são consideradas socialmente inferiores, através de atitudes e condutas de
intolerância com base na sua cor de pele, na sua proveniência étnica, na sua
opção religiosa, na sua orientação sexual. Segundo Axelton, podemos
distinguir vários tipos de racismo, designadamente, racismo individual que
defende a crença na superioridade dos brancos, rejeita a existência de
qualquer forma de racismo e na crença que o fracasso dos não brancos é
justificado por uma sua inferioridade genética. O racismo cultural, um tipo de
racismo, fundamentado na hegemonia linguística, em que a legislação e a
política são definidas segundo a perspetiva dos brancos e na certeza de que,
da superioridade das pessoas brancas em todos os quadrantes da sociedade,
nomeadamente na educação, na ciência, na filosofia. Por ultimo, há ainda
denominado o racismo institucional compreende a criação de leis e a sua
execução é mais severas para com as pessoas de cor escura, em que o
acesso ao emprego é limitado a essa pessoas, havendo taxas de desemprego
muito altas, o acesso ao alojamento aceitável é mais difícil, dificuldades de
obtenção de credito, critérios de seleção preconceituosos, relegando estas
pessoas para uma condição socioeconómica ainda menos favorecida.

A face do Racismo mudou. O racismo aberto está em declínio, Mas novas


formas de racismo continuam a surgir e, porventura, a aumentar".
Comente esta frase.
Em tempos mais recentes tem se verificado uma condenação social aberta às
formas mais tradicionais e extremas do racismo, tendo iniciado nos anos 30,
especialmente na sequência da II Guerra Mundial, do elaboração da
Declaração do Direitos Humanos, e do fim do nazismo, percebeu-se uma
diminuição dos estereótipos ligados ao cor da pela e etenia. Os psicólogos
sociais têm teorizado a este respeito , apresentando algumas explicações para
surgimento do racismo moderno expresso de novas formas, consubstanciado
em comportamentos discriminatórios no dia a dia, quer a nível institucional,
quer na forma como a pessoas se interrelacionam, designadamente: a teoria
do racismo simbólico, demonstrado de maneiras diferentes perante as
preocupações da minoria negra, como exemplo refira-se o facto de os branco
não votarem num candidato eleitoral de cor negra. A teoria da ambivalência
amplificação, defende que apesar os brancos serem capazes de desenvolver
sentimentos afetivos positivos em relação aos negros, continuam igualmente
manter em si sentimentos de rejeição por eles, originado uma grande mistura
de sentimentos. A teoria do racismo regressivo, refere a mudança do
comportamento em relação aos negros como efeito da criação de normas
igualitárias entre negros e brancos, permitindo uma mudança de
comportamento na sentido dessa igualdade, apesar dessa abertura em
situações de grande pressão social pode acorrer regressão, e sentimento
racismo exacerbar-se. Por ultimo a teoria do racismo aversivo propõe a
existência de uma forma de racismo “camuflado”, isto é os brancos envolvidos
por valores igualitários, que proíbem a discriminação, mas que ao mesmo
tempo vivem num permanente conflito de sentimentos e crenças ligados a
valores de igualdade e respeito para com a liberdade do outro, e sentimentos
negativos de aversão para com as pessoas negras ou outro tipo de diferença.
O racismo moderno tem uma forte componente afetiva que cresce na pessoa
desde a infância, durante todo o processo de socialização, havendo neste
processo uma cimentação de pensamentos que dão lugar a atitudes de
preconceito racial, não obstante da uma evolução do pensamento social,
motivada pelos movimentos sociais e pela legislação a favor da igualdade, o
racismo continua impregnado no quotidiano e por inerência intervém nas
relações socias entre indivíduos, apesar da diminuição do preconceito racial
verificada nas últimas décadas, outras forma de racismo emergiram para tomar
o seu lugar, consideremos por exemplo uma pessoa pode considerar-se não
racista, no entanto perante a hipótese de contratar um cigano, ou negro, ou
homossexual, argumenta que não reúne os requisitos para admissão, não
referindo obviamente o verdadeiro motivo.

Tendo presente as abordagens cognitivas, apresente, de modo sintético,


como os processos de categorização social, de formação de estereótipos
e de atribuição causal estão na base dos preconceitos.

As abordagem cognitiva privilegia o entendimento subjetivo das pessoas com


preconceitos, menosprezando a objetividade da situação social em causa,
aponta meios de informação para a elaboração dos preconceitos,
nomeadamente, pelo processo de categorização social, este processo decorre
do conhecimento e apreensão do contexto social que rodeia o individuo, assim,
o individuo procede a uma reorganização e reestruturação das suas
conceções, definindo categorias sociais em função da sua realidade social,
essa categorização e muita vezes dividida em duas categorias o “nós”, o
endogrupo, onde estão inseridos o individuo e os indivíduos com que este se
identifica, e o exogrupo, o “eles” constituído por qualquer outra categoria. A
distinção entre endogrupo e exogrupo para alem de fomentar o preconceito,
contribui para comportamentos discriminatórios, as pessoas afetivamente mais
identificadas com o seu grupo, tendem a avalia-lo como mais favoravelmente, o
que tem implicações negativas na avaliação do exogrupo, este viés na
avaliação positiva do endogrupo favorece de modo indireto a sua autoestima e,
por isso, parece ser um fator substancial na constituição da identidade social.
Os estereótipos são crenças a propósito de características, qualidades e
comportamentos dos indivíduos de um qualquer grupo social, resultam de um
processo de categorização que permite adaptação do individuo ao seu meio,
atribuindo sentido ao mundo social, por exemplo na definição de categorias
sociais como brancos, negros, jovens, idosos. Os estereótipos podem ser
produto da homogeneidade do exogrupo, facto que explica a propensão para
uma maior identidade entre membros do exogrupo, comparativamente ao
endogrupo.

No entanto as estruturas cognitivas podem levar a elaborações falaciosas, que


concebem estereótipos de cariz preconceituoso norteados por um conjunto de
crenças simples, que por vezes são fonte importante de atitudes
preconceituosas, das quais por vezes erradamente deduzimos sobre um
individuo, ou grupo, de maneira seletiva, perpetuando, assim, nosso
estereótipo, que por vezes será generalizado ao endogrupo a que
pertencemos. A atribuição tem por objetivo a explicação de comportamentos
muito negativos e conturbados, este processo pode ser influenciado por
estereótipos, podendo da atribuição resultar duas consequências: a rotulagem
enviesada (descrição idêntica do mesmo comportamento, positiva em relação
ao endogrupo e negativa em relação ao exogrupo) ou erro fundamental de
atribuição (explica que sempre que indivíduos com preconceitos vêm o objeto
(indivíduo ou grupo) de preconceito a fazer uma ação negativa, tendem a
imputa-las características dos membros dos grupos minoritários.

Sobre as Reações das Vítimas de Preconceito, Tajfel e Turner (1979),


sublinham três tipos de respostas. Indique as mesmas.
A questão das reações das vitimas de preconceito não tem merecido grande
importância, no entanto alguns autores como Alprt e mais tarde Tajfel e
Turner, os quais partindo da abordagem inicial que Alport fez do assunto,
criaram três possíveis maneiras de explicar a situação, a saber:: As vitimas
podem conformar-se com situação adotando uma postura passiva, muito
embora e sintam revolta e frustradas, as vitimas podem também libertar-se e
fazê-lo em sociedade. Seguindo esta sugestões foi elaborado o modelo
atribucional, o qual percorre cinco estádios, nomeadamente, as relações
grupais nitidamente delineadas em estratos, a necessidade premente de uma
ideologia individualista, a mobilidade social do individuo r finalmente a tomada
de consciência e relações intergrupais competitivas. A estratégia deste modelo
assenta na passagem sequencial da vitima de racismo pelos destes estádios,
até que no final consegue atingir um estado em que a autocensura é fácil,
sendo, no entanto, necessária a ação coletiva.
Neste caso, as pessoas podiam censurar-se a elas próprias pelo fracasso para
evitar censurar outros membros do grupo.
O racismo pode acarretar igualmente efeitos sobre as pessoas perpetuadoras
do racismo ou muito simplesmente os seus espetadores. Alguns autores como
Dennis, demonstraram que a pertença das pessoas ama rede social racista
torna difícil para qualquer pessoa branca evitar o seu efeito. Outro autor, Terry
advoga que o racismo afeta e desforma a autenticidade das pessoas brancas,
o que na sua opinião leva os brancos a concentrarem os valores postulados
nos seus comportamentos quotidianos, a alterar o poder nas relações, a
construir organizações que nem compreendem nem gerem de modo eficaz,.
Ainda segundo Karp o racismo traz consequências emocionais profundas para
o individuo, como sentimentos de culpa, vergonha, assim como algum mal
estar em ser branco.
O racismo restringe aspetos quotidianos das suas vidas, tais como onde viver,
trabalhar e divertir-se

O preconceito é uma atitude favorável ou desfavorável em relação a membros


de um grupo particular baseado na pertença a esse grupo, ao passo que a
discriminação é a manifestação comportamental do preconceito. Os grupos
minoritários são definidos não tanto pelas suas características numéricas,
como pelas relações psicológicas estabelecidas com os grupos maioritários.
O racismo consta de atitudes e ações negativas injustificadas em relação a um
grupo ou membros individuais de um grupo com base na raça. O racismo inclui
práticas institucionais que subordinam certas pessoas por causa da sua raça.
O sexismo é o preconceito e a discriminação com base no género. Tal qual o
racismo, o sexismo pode ser o resultado de práticas institucionais, bem como
de atitudes e comportamentos individuais. Em contraste com as normas sociais
existentes contra a expressão aberta de sentimentos racistas e sexistas, o
heterossexismo permeia a nossa cultura de tal modo que a maior parte das
pessoas ainda se sentem relativamente livres de exprimir desdém em relação a
homossexuais, lésbicas e bissexuais.
Muito embora algumas formas de preconceito racial tenham diminuído nas
últimas décadas, outras emergiram para tomar o seu lugar. Há alguma
evidência que os enviesamentos antigos podem reaparecer de um modo novo,
com formas mais subtis de racismo moderno.
Diversas teorias têm sido avançadas para explicar a génese do preconceito e
da discriminação. Essas teorias acentuam o contexto social em que o
preconceito se desenvolve e o grau de preconceito existente em diferentes
indivíduos.
As abordagens históricas colocam a hipótese de que o preconceito é muitas
vezes o resultado de tradições e das relações que existiram durante gerações.
As abordagens socioculturais analisam o impacto da sociedade no preconceito
do individuo. As abordagens situacionais estudam os modos como o meio
circundante da pessoa se relacionar com as atitudes preconceituosas. As
abordagens psicodinâmicas examinam o preconceito como sendo o resultado
de conflitos pessoais e de desadaptações no interior da pessoa com
preconceitos.
As abordagens cognitivas olham para os modos como as pessoas com
preconceitos percecionam e processam informação sobre o alvo do
preconceito. As fontes cognitivas do preconceito incluem categorização,
estereótipos, atribuição e crenças sociais. A categorização social envolve a
distinção entre endogrupo e exogrupo e o exagero de diferenças nas crenças.
Os estereótipos podem ser suscitados pela perceção exagerada de
heterogeneidade do grupo e da homogeneidade do endogrupo, pelas
correlações ilusórias e pelas profecias de autorrealização. A atribuição inclui
rotulagem enviesada e o erro irrevogável da atribuição, ambas interpretações
distorcidas do comportamento dos membros do exogrupo. Crenças sociais que
apoiam o preconceito podem provir de ideologias políticas e religiosas. As
pessoas que acreditam num mundo justo podem ser mais suscetíveis de
censurar as vítimas do preconceito.
Pode-se também discutir se as características do alvo contribuem para suscitar
preconceito e discriminação. Muitos autores sugerem que se pode haver um
“fundo de verdade” nos estereótipos, há exagero nas diferenças intergrupais.
As consequências do preconceito fazem-se sentir não só nas suas vítimas,
como também no próprio racista.
Várias táticas podem ser eficazes para reduzir o preconceito. As técnicas de
tomada de consciência podem ser utilizadas pelas vítimas de discriminação
para reduzir os efeitos sobre elas e com o intuito de mudar a sociedade. O
assimilador cultural permite sensibilizar as pessoas para o significado das
diferenças comportamentais que ocorrem durante a interação social entre
membros de grupos diferentes.
É possível reduzir os preconceitos na sociedade pelo aumento do contacto
entre grupos que se opõem. Todavia, para que o contrato possa reduzir o
procedimento deve haver igualdade de estatuto, intimidade, cooperação
intergrupal e normas sociais que favoreçam a igualdade. Mais recentemente os
investigadores têm também examinado o modo como as perceções dos
membros de grupos minoritários e a ansiedade intergrupal em geral podem
dificultar o desenvolvimento de uma maior compreensão entre vários grupos.
Muito embora os meios de comunicação de massa tenham muitas vezes
perpetuado estereótipos e preconceito, podem também reduzir o preconceito
mediante retratos favoráveis dos grupos minoritários e de interações mediante
retratos favoráveis dos grupos minoritários e de interações entre diferentes
grupos.
Reconhecendo o papel das profecias de autorrealização, os psicólogos sociais
desenvolveram técnicas de aprendizagem estruturada para reduzir o
preconceito.

Sexismo
Poder-se-ia definir o sexismo como preconceito e discriminação com base no género.
Se, em teoria, o sexismo ocorre sempre que homens e mulheres são colocados em
desvantagem simplesmente por causa do seu género, na prática, as mulheres têm
sofrido mais os seus efeitos para os homens.
À semelhança do que acontece com outras formas de preconceito, o sexismo provém
muitas vezes de estereótipos.
Estes rótulos têm as suas consequências. Suscitam diferentes expectativas sobre os
homens e as mulheres, restringem a realização mediante a diminuição da
autoconfiança das mulheres e produzem atribuições diferentes sobre as realizações
dos homens e das mulheres. Em relação com tudo isto está o facto de que cada
cultura coloca mulheres e homens em diferentes papéis.
Embora a discriminação sexual aberta seja ilegal em muitas circunstâncias em
Portugal e noutros países ocidentais, o certo é que formas subtis de sexismo
persistem em muitos contextos. Ex.: quando se retrata um homem estes meios de
comunicação focam de modo consistente a sua face. Quando se retrata uma mulher,
mostram muito mais do seu corpo. (Dane Archer) sugere que esta diferença reflete o
relativo ênfase que a nossa cultura coloca na vida mental para os homens e na
aparência física para as mulheres. Este viés foi denominado de face-ismo.
Uma manifestação adicional de sexismo pode ocorrer ao nível de oportunidades
desiguais em educação.
Heterossexismo
Na antiga Roma era-se relativamente tolerante com todas as formas de preferência
sexual.
Com o advento do Cristianismo as normas sociais sobre o comportamento sexual
tornaram-se mais estritas. A homossexualidade era vista como imoral e desviante. O
preconceito contra homossexuais ainda está muito espalhado.
O heterossexismo é um sistema de crenças culturais, de valores e de hábitos que
exalta a heterossexualidade e critica e estigmatiza qualquer forma não heterossexual
de comportamento ou de identidade. O heterossexismo é um conceito novo utilizado
para explicar o preconceito contra a homossexualidade. É preferível ao conceito mais
espalhado de homofobia, pelo menos por duas razões:
1) o termo fobia implica que o preconceito contra a homossexualidade é um medo
irracional e uma forma psicopatológica, o que aliás, só explica uma reduzida
percentagem de casos; e
2) focaliza-se mais na própria história pessoal do homofóbico que no contexto cultural
mais vasto em que se desenvolvem sentimentos contra homossexualidade.
As pessoas heterossexuais que exprimem atitudes contra a homossexualidade
tendem a:
1. ser mais do sexo masculino
2. ser muito religiosas
3. ter amigos que têm de modo semelhante atitudes negativas
4. ter preconceitos raciais e ser autoritárias
5. ter tido menos contacto pessoal com homossexuais e lésbicas.

Idadismo
Nas últimas décadas deste século tem-se assistido a uma profunda mudança na
distribuição etária das populações no sentido das pessoas idosas assumirem uma
maior proporção, quer nos países desenvolvidos quer nos países em
desenvolvimento. Uma maior proporção de pessoas idosas numa sociedade pode
suscitar vários problemas relacionados com o apoio económico, com a saúde, bem
como com os papéis na família e na sociedade. Poderá acontecer que as pessoas
idosas constituam um peso desproporcionado em relação à força de trabalho dos mais
jovens o que poderá ter como consequência uma competição pelos recursos entre as
necessidades dos idosos e dos jovens.
O modo como os jovens percecionam os idosos pode variar segundo as sociedades
em virtude de variáveis tais como tradições, estrutura familiar, grau de contacto íntimo
com os idosos e modernização.
Para além disso, tendo em conta que os jovens tornar-se-ão eles próprios idosos, as
suas perceções do envelhecimento podem influenciar dinamicamente o seu
desenvolvimento pessoal durante a idade adulta

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