Você está na página 1de 44

Avaliação do

paciente e
Sinais Vitais

Prof. Bibiana Silveira


@bibineuro
bsmachado@cruzeirodosul.edu.br
Qual a importância de estudar Avaliação do
paciente?
“Um diagnóstico correto, topográfico, etiológico e funcional, é o ponto de partida para o êxito do
tratamento”.

Como vamos saber o que tratar? Saber se o tratamento está adequado?

Momento da alta? Troca de condutas...

Em fisioterapia a anamnese é dirigida pelo profissional afim de colher dados do paciente e obter um
diagnóstico seguro e, assim, imprimir o tratamento correto.

A ANAMNESE consiste numa entrevista com o paciente com perguntas objetivas e com a finalidade
de reconstituir os fatos relacionados ao paciente e sua doença.
Bibiana da Silveira Machado
Avaliação/Semiologia

Vem do grego (semeîon, sinal + lógos, tratado, estudo)

Estudo dos sinais e sintomas

Semiologia diagnóstico

A semiologia estuda, também, a maneira de revelar (ANAMNESE, EXAME CLINICO e


COMPLEMENTARES) esses sintomas, para que seja estabelecido o DIAGNÓSTICO.
Bibiana da Silveira Machado
Conceitos em Avaliação

A anamnese trás um aspecto psicológico muito forte.

Ela é o primeiro momento da relação entre profissional e paciente.

Então, torná-la agradável contribui para o sucesso do tratamento pois o paciente


irá se segurar na confiança que o profissional transmitiu.

É sempre bom lembrar, também que durante a anamnese o profissional deve se valer
de uma linguagem que seja acessível ao seu paciente.

Sendo uma anamnese bem feita pelo fisioterapeuta haverá, portanto um bom
diagnóstico e, consequentemente um melhor programa fisioterapêutico para o
paciente. Bibiana da Silveira Machado
Artigo 1º da resolução COFFITO 80 / 1987

“É competência do fisioterapeuta elaborar o DIAGNÓSTICO FISIOTERAPÊUTICO compreendido


como avaliação físico-funcional...com a finalidade de detectar e paramentar as alterações
apresentadas...prescrever as técnicas próprias
da Fisioterapia, qualificando e quantificando-as...conduzir o processo terapêutico do paciente...
dar alta nos serviços fisioterapêuticos utilizando o
critério de reavaliações sucessivas...”

Bibiana da Silveira Machado


SINAL SINTOMA
Refere-se a toda alteração objetiva, É toda a informação subjetiva descrita
passível de ser percebida pelo pelo paciente, não é passível de
examinador (mancha na pele, úlcera de confirmação pelo examinador, já que é
pressão, limitação de ADM) uma sensação do paciente

DIAGNÓSTICO PROGNÓSTICO
Determinação da natureza de uma Predição ou conclusão sobre o curso,
doença por seus sintomas e sinais. Define evolução e término de uma doença ou
os procedimentos condutas de um afecção.
tratamento.
Bibiana da Silveira Machado
O fisioterapeuta deve
Avalie o paciente
planejar um tratamento
efetivo,
compatível com as
Estabeleça metas necessidades e metas do
paciente

Identifique procedimentos

Trate o paciente

Bibiana da Silveira Machado


Tomada de Decisão

1. Avaliação da função / disfunção


2. Análise dos dados
3. Estabelecimento de metas
4. Formulação de um plano de tratamento

5. Tratamento efetivo do paciente


6. Reavaliação do paciente e dos resultados obtidos

Bibiana da Silveira Machado


Tomada de Decisão

1. Avaliação da função / disfunção do paciente: reunião de dados objetivos e subjetivos


significativos colhidos durante a avaliação do paciente

2. Análise dos dados: organização e análise dos dados, relacionando uma lista de
problemas

3. Estabelecimento de metas: metas a longo prazo (nível de desempenho esperado) e a


médio / curto prazo (habilidades necessárias para alcançar a meta de longo prazo)

Bibiana da Silveira Machado


4. Formulação de um plano de tratamento: determina quais os procedimentos
terapêuticos indicados em cada fase do tratamento

5. Tratamento efetivo do paciente: adequar ambiente, material, vestuário, etc. Flexibilizar


seu planejamento sempre que necessário

6. Reavaliação do paciente e dos resultados obtidos: contínua avaliação do paciente


e eficácia do tratamento

Pensar nas queixas do paciente e na perda de função!!


Bibiana da Silveira Machado
Diagnóstico médico X Diagnóstico Fisioterapêutico
Diagnóstico Fisioterápico
É a comparação de sinais e sintomas neuromúsculoesqueléticos para identificar as
disfunções implícitas do movimento, a fim de que o tratamento possa ser planejado tão
especificamente quanto possível.

Diagnóstico Médico X Diagnóstico fisioterápico


Médico - Asma Brônquica - tratamento farmacológico, combate distúrbio imunológico, o
edema de mucosa e o broncoespasmo.
Fisioterápico - discinesia muscular respiratória associada ao conjunto de distúrbios
mecânicos identificados como "limitação do fluxo aéreo", envolvendo os músculos
respiratórios e o comprometimento da biomecânica tóraco-abdominal.
Bibiana da Silveira Machado
Quanto as incapacidades...

Bibiana da Silveira Machado


Quanto ao tônus muscular...

Bibiana da Silveira Machado


Como realizar a
Anamnese do
paciente?
Avaliando o paciente:

1. Queixa Principal (Q.P)


2. História da Doença Atual (H.D.A)
3. História Patológica Pregressa (H.P.P)
4. História Familiar (H. Fal.)
5. História Fisiológica (HFIs)
6. História Social e ambiental (H.S.)
•Sinais Vitais
•Exame físico
Bibiana da Silveira Machado
Na Criança...

Diagnóstico Clínico
• Já tem um diagnóstico fechado? Está em investigação?
Aonde?
• Desde quando? Quem deu?
• O QUE A FAMÍLIA SABE SOBRE O DIAGNÓSTICO E
PROGNÓSTICO? H.D.A:
• Quando a família ou responsáveis perceberam os
sintomas?
• Como a criança vem se desenvolvendo com
H.D.P: determinada situação?
• O QUE É O PREGRESSO PARA A CRIANÇA?
• PARTE MUITO IMPORTANTE DA AVALIAÇÃO!!

Bibiana da Silveira Machado


Na Criança... H.Fam:
• Outros casos na família?
H.D.P.: • Qual distancia de parentesco?
História Gestacional:
Parto: Sinais vitais:

Apgar: Ausculta Pulmonar:

Quanto tempo no hospital


Controle motor
oQuando controlou cabeça
oRolou
oSentou
oFicou em pé
Questões respiratórias

Bibiana da Silveira Machado


Outras diferenças importantes:

Como são os aspectos funcionais e do desenvolvimento:


Alguma observação cognitiva
Alguma alteração sensorial
Alterações de visão e/ou audição
Entender rotina da criança
Quem cuida, onde fica, qual a posição que passa maior parte do dia
Se responsável tem dificuldade em responder, tentar guiar SEM INFLUENCIAR!

Bibiana da Silveira Machado


Exame físico
# Observe o paciente desde a sua chegada (chegou no colo, caminhando, de carrinho, CR)

# Ofereça ao paciente avental e ambiente apropriados (ambiente silencioso, limpo, usar lençol)

# Realize exame de maneira respeitosa (Na criança, sempre perguntar ao responsável se pode
pegar, se pode tirar a roupa)

# Não demonstre preocupação diante do paciente (muita segurança e tranquilidade)

# Em circunstâncias específicas utilize equipamentos de proteção (luva, máscara)

# Explique cada etapa do exame a seguir ( sempre deixar os responsáveis cientes do que vai
acontecer, pais preocupados ou inseguros passam estes sentimentos as crianças)

Bibiana da Silveira Machado


Exame físico

# ESTADO GERAL: bom (BEG) / regular (REG) / ruim (MEG)

É a impressão que temos a respeito das condições gerais de saúde da pessoa examinada

# Estado de hidratação

# Estado nutricional

# Simetrias

# Tumefações

# Volume

# Alterações de cor

# Condições respiratórias Bibiana da Silveira Machado


Cabeça Exame físico
Forma
Perímetro cefálico
Fontanelas
Faces

Bibiana da Silveira Machado


Exame físico

Bibiana da Silveira Machado


Exame físico

Bibiana da Silveira Machado


Exame físico

Aspecto da pele

Coloração

Palidez

Icterícia

Cianose

Bibiana da Silveira Machado


Exame físico

Tórax

Abaulamentos

Assimetrias

Arcabouço costal

Expansibilidade

Percussão

Ausculta

Bibiana da Silveira Machado


Exame do tórax
Já que estamos falando em tórax...
Respiração de Cheyne-
Stokes – Caracteriza-se
pela alternância de
períodos de apneias
com respirações Gasping - Também
rápidas e profundas. conhecido com
Respiração de Com o ciclo iniciando “Fome de Ar”. É
Kussmaul – rápida de forma lenta e
caracterizado por
e profunda, sem superficial até alternar
de forma rápida a sua altas amplitudes (VC)
pausas. Pode ser frequência (FR) e de curta duração
Padrões
observada em amplitude (VC) até com períodos de
respiratórios
pacientes com reduzir-se a uma apneias
patológicos apneia. resultando na subsequentes, indica
insuficiência renal, queda da saturação de
cetoacidose mau prognóstico.
oxigênio. É observado
Pode ocorrer em
diabéticas e em pacientes
cardiopatas (ICC) , AVE, pacientes com lesão
outras acidoses isquêmica de tronco
Tumores, encefalites,
meningites e outros que cerebral.
afetem o SNC e
também em pacientes
expostos a elevadas
altitudes.

Bibiana da Silveira Machado


Ainda padrões patológicos de tórax ...

Respiração de Biot – é um padrão Respiração Paradoxal - Caracteriza-se


ventilatório que traduz um mau pela inversão do movimento
prognóstico, pois resulta de uma
ventilatório, sendo realizado pela
lesão no tronco cerebral com lesão
em neurônios responsáveis pela
região abdominal durante a inspiração.
ritmicidade da respiração O movimento se dá como se a parede
espontânea. Normalmente, os torácica “move-se para fora e a parede
pacientes que apresentam esse tipo abdominal para dentro”. Ocorre
de padrão ventilatório são quando há aumento da carga
portadores de meningites, PIC inspiratório e pode acontecer por
elevadas, neoplasias, hematomas patologias obstrutivas, lesões de nervo
extradurais, isquemias do tronco frênico, paralisias diafragmáticas,
cerebral. Caracteriza-se por uma
arritmia ventilatória havendo
traumas torácico, s etc. Pode levar a
variação nos movimentos torácicos e uma fadiga muscular e posteriormente
volumes correntes (entre os períodos falência muscular respiratória, caso o
de apneias). quadro persista.
Bibiana da Silveira Machado
Ainda padrões patológicos de tórax ...

Bibiana da Silveira Machado


Já que estamos falando em tórax... Dá para
revisar também:
Ausculta:
• Geralmente paciente sentado, tronco vertical
• Comparar os sons de cada hemitórax
• Evite colocar o estetoscópio sobre a escápula,
saliências ósseas e mamas

Bibiana da Silveira Machado


Já que estamos falando em tórax...
1) Sons pulmonares: A respiração produz turbulência aérea e vibração das estruturas
pulmonares:

✓ Som traqueal: Passagem do ar pela traqueia. Audível na região do pescoço sobre


a traqueia.

✓ Som bronquial: Passagem do som pelos brônquios de maior calibre. Audível na


face anterior do tórax, proximidade do esterno

✓ Som vesicular: Passagem de ar pelo parênquima pulmonar. Murmúrio vesicular

Bibiana da Silveira Machado


Já que estamos falando em tórax...

2) Ruídos adventícios (casuais)

✓ Estertores secos: Superpõem-se aos ruídos normais ✓ Sibilos

✓Roncos • Obstrução de fluxo aéreo


Movimentação de muco nos brônquios
• Musicais, contínuos, leves
Inspiratório predominantemente
• Monofônicos: asma
Semelhante ao ronco durante o sono

Modifica com a tosse


• Polifônico: DPOC, inspiração forçada

Bibiana da Silveira Machado


Já que estamos falando em tórax...

✓Estertores úmidos

Abertura dos alvéolos colapsados ou ocluídos com líquido viscoso (crepitantes)

Não se modificam com a tosse

Crepitantes

Bolhosos

✓Atrito pleural

Camadas da pleura movimentam-se silenciosamente

Quando a superfície está espessada, ouve-se um ruído semelhante ao ranger de um couro velho

Bibiana da Silveira Machado


Mudando de assunto:

Parede Anterior do Abdomen:


Abdome
1.Hipocôndrio Direito
Palpação
2.Epigástrio
✓ Fígado
3.Hipocôndrio Esquerdo
✓ Baço 4.Flanco Direito
✓ Lojas renais 5.Mesogástrio ou umbilical
6.Flanco Esquerdo
7.Fossa Ilíaca Direita
8.Hipogástrio
9.Fossa Ilíaca Esquerda
Bibiana da Silveira Machado
Exame físico

Divisão do Abdome

Parede Posterior

Região Lombar Direita

Região Lombar Esquerda

Bibiana da Silveira Machado


Exame físico

Aparelho locomotor

Membros

Deformidades

Assimetrias

Tônus

Coluna vertebral

Simetria

Desvios

Postura Bibiana da Silveira Machado


Exame físico

# DESLOCAMENTO

Independente ou não (deambula sem auxílio, com apoio, etc)


Uso de órtese ou não (cadeira de rodas, muletas, andador, etc)

Bibiana da Silveira Machado


Avaliações complementares

Exames Laboratoriais e de imagem

Obtenção de Diagnóstico

Conduta Terapêutica

TOMADA DE DECISÃO
Bibiana da Silveira Machado
Relacione as ( ) etilista

colunas
( ) o pé formiga
( ) raça preta
( ) queda ao solo há cinco semanas
( ) hipertenso
( ) sedentário
1.Dados de identificação ( ) 56 anos
( ) pai diabético
2.Queixa principal – QP ( ) esposa soropositiva
3.História da doença atual – HDA ( ) pé edemaciou e apresentou hematoma logo após a queda
( ) no HPS foi realizado RX constatando-se fratura epífise distal
4.História fisiológica – HFis da tíbia esquerda
( ) quando caminha manca
5.História de doenças pregressas – HPP ( ) usou tala gessada durante 30 dias, retirando-a na última
6.História familial – Hfal semana
( ) entorse de tornozelo esquerdo há três anos
7.História familiar – Hfar ( ) no RX de controle observa-se calo ósseo no local da fratura
( ) ainda com dor local e dificuldade para descarga de peso no
8.História social - HSo hemicorpo esquerdo
( ) usa muleta canadense bilateralmente
( ) é motorista de táxi
( ) toma anti-inflamatório e analgésico
( ) mora em um edifício sem elevador
Referencias bibliográficas
▪Feroldi MM, Mira RB, Sasseron AB, Fregadolli P. Efeito de um protocolo fisioterapêutico na função respiratória de crianças com paralisia cerebral. Rev
Neurociencias 2011;19(1):109-114
▪Moura, Elcinete Wentz de/ Silva, Priscila do Amaral Campos e. Fisioterapia - Aspectos Clínicos e Práticos da Reabiltação - 2ª Ed. 2010.
▪SARMENTO, G. J. V. Fisioterapia respiratória em pediatria e neonatologia. Barueri: Manole; 2007
▪. PRYOR, Jennifer A., WEBBER, Barbara A. Fisioterapia para problemas respiratórios e cardíacos. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
▪Costa, D et al. Comparação entre os equipamentos Flutter e Shaker em pacientes portadores de doenças pulmonares. Rev Bras Fisiot, suplemento,
agosto, 2002.
▪LAHOZ, A.L.C. ET AL. Fisioterapia em UTI pediátrica e neonatal. 1ed Barueri: Manole,. 2009.
▪Associação Brasileira de Paralisia Cerebral. Disponpivel em http://www.paralisiacerebral.org.br/saibamais06.php
▪Hebert, S. K. Et al AACD Medicina e Reabilitação; Artes Médicas, São Paulo, 2007.
▪Postiaux, G. Fisioterapia Respiratória Pediátrica, 2ª edição. Artmed, 2004
▪Freitas, et al. Aplicação clínica do pico de fluxo da tosse: uma revisão de literatura. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 23, n. 3, p. 495-502, jul./set. 2010

Bibiana da Silveira Machado

Você também pode gostar