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Pensador crítico: "habitualmente curioso, bem informado, confiante de razão, diligente na busca de informações relevantes e persistente na
busca de resultados”
Em Enfermagem: confiança, perspetiva contextual, criatividade, flexibilidade, inquiridor, integridade intelectual, intuição, mente aberta,
perseverança e reflexão.
Possuem habilidades cognitivas para analisar, aplicar padrões, discriminar, buscar informações, raciocínio lógico, prever e transformar
conhecimento.
Pensamento controlado e útil que requer estratégias para obter os resultados desejados;
Processo de busca, obtenção, avaliação, análise, síntese e conceptualização das informações.
O que é enfermagem? A enfermagem engloba o cuidado autónomo e colaborativo a indivíduos de todas as idades, famílias, grupos e
comunidades, doentes ou não e em todos os contextos. Inclui a promoção da saúde, prevenção de doenças e o cuidado a pessoas doentes,
com défices e em fim de vida. A promoção de um ambiente seguro, investigação, participação na formulação de políticas de saúde e na
gestão de clientes e sistemas de saúde e educação são, também, papéis fundamentais da enfermagem.
O que é a ciência de enfermagem? (...) é o conhecimento específico da disciplina que se concentra no processo humano-universo- saúde que
incide nos quadros concetuais e teorias da enfermagem. O conhecimento específico da disciplina reside em escolas de pensamento que
refletem diferentes perspetivas filosóficas que dão origem a processos ontológicos, epistemológicos e metodológicos para o desenvolvimento e
uso do conhecimento sobre o fenómeno único de preocupação da enfermagem.
Por exemplo: técnica mais eficaz para a administração de medicamentos por uma via intramuscular (IM).
Recentemente: pesquisas para determinar se os enfermeiros devem aspirar durante a administração IM
Educação em enfermagem Por ex.: desenvolver e refinar os melhores métodos para a formação em enfermagem à distância e o uso de
simulação.
Características de enfermeiros e funções Por ex.: melhorar a qualidade, a segurança e o custo-efetividade do sistema de assistência.
Liderança Por ex.: podem influenciar a qualidade do cuidado, produtividade, satisfação no trabalho e retenção dos enfermeiros.
Investigação em Enfermagem: questionamento sistemático destinado a desenvolver evidências confiáveis sobre questões de importância
para a profissão de enfermagem, incluindo prática de enfermagem, educação, administração e informática.
O que é PBE? A prática baseada em evidência não é nova; é o que temos feito há anos
Conhecimento: reflexo preciso da realidade; usada para direcionar as ações de uma pessoa Síntese ➔ Incorporação ➔ Implementação
— Conhecimento que deriva da investigação: necessário para a prática clínica; específico e holístico, bem como orientado a processos e focado
em resultados.
➡
Gerar evidência: - Promover a compreensão das experiências dos clientes e familiares com saúde e doença
- Testar a eficácia das intervenções de enfermagem na promoção da saúde dos indivíduos e das famílias
- Combinação de métodos quantitativos e qualitativos para ampliar a compreensão de problemas, comportamentos e
situações complexos de saúde
- Examinar os resultados do cuidado para determinar a qualidade, a segurança e o custo-efetividade da assistência à
enfermagem no sistema de saúde
O Mestre em Enfermagem deverá ser capaz de: avaliar e sintetizar criticamente estudos para desenvolver e rever protocolos, algoritmos e
políticas ns prática. Implementar as melhores evidências de pesquisa na prática; colaborar em projetos de pesquisa e fornecer
perícia clínica para investigação.
O licenciado em Enfermagem deverá ser capaz de: ler e avaliar criticamente os estudos; utilizar as melhores evidências de pesquisa na
prática, com orientação; ajudar na identificação de problemas e recolha de dados
O Doutor em Ciências de Enfermagem deverá ser capaz de: participar do desenvolvimento de recomendações baseadas em evidência;
desenvolver, implementar, avaliar e rever, conforme necessário, protocolos, políticas e recomendações baseadas em evidência na prática;
realizar estudos clínicos; Assumir o papel principal, como investigador responsável, contribuindo para o conhecimento empírico gerado numa
área de estudo selecionada; obter financiamento para pesquisa; coordenar equipes de investigação
— ...é um processo e um produto exigindo que a evidência produzida também seja aplicada à prática. Implementação Produção
Redução das variações na prática ⇄ Aumento da produtividade ⇄ Aumento da qualidade e Redução dos eventos adversos
➡ ➡
Aumento da satisfação Redução dos custos
A RETER:
- Investigação: definida como uma pesquisa sistemática para validar e refinar os conhecimentos existentes e desenvolver novos conhecimentos.
Utiliza dados, de forma sistemática, ordenada, e com recurso a um método objetivo de procurar informação.
- Investigação em Enfermagem: definida como um processo científico que valida e refina os conhecimentos existentes e gera novos
conhecimentos que influenciam direta e indiretamente a prática de enfermagem.
- PBE: integração consciente das melhores evidência, de acordo com a perícia clínica e circunstâncias e valores do cliente, visando cuidados de
saúde de qualidade, seguros e custo-efetivos.
- O conhecimento de enfermagem veio da tradição, autoridade, tentativa e erro, e investigação científica.
- A investigação básica está preocupada em gerar novo conhecimento; investigação aplicada procura soluções para problemas imediatos.
- Investigação quantitativa: processo formal, objetivo e sistemático, utilizando dados numéricos para obter informações sobre o mundo;
usado para descrever, examinar relações e determinar causa e efeito.
- Investigação qualitativa: abordagem única, dinâmica e subjetiva usada para descrever experiências de vida e dar-lhes significado;
conhecimento gerado proporcionará significado e compreensão de experiências de vida, situações, eventos e culturas.
- Investigação de métodos mistos: abordagem de investigação que combina métodos de pesquisa quantitativa e qualitativo, num único
estudo.
- Objetivos da investigação em Enfermagem: descrever, explicar, prever e controlar.
- Síntese de evidências: (1) revisão sistemática; (2) meta-análise; (3) metasíntese; e (4) revisão sistemática de métodos mistos.
— Estudos com humanos envolvem dois conjuntos de pessoas: aqueles que fazem a pesquisa e aqueles que fornecem a informação.
— Investigação: método sistemático que visa acrescentar ao saber corrente um conhecimento que seja comunicável e verificável com recurso a
métodos padronizados e verificados (método científico)
— Procura de conhecimentos segundo princípios lógicos.
Um problema de investigação é uma condição enigmática, perplexa, ou preocupante. Independentemente da metodologia adotada, os
investigadores identificam um problema de investigação dentro de uma ampla área do tópico de interesse. O propósito de investigação é
"resolver" o problema - ou contribuir para a sua solução — acumulando informação relevante.
— As questões de investigação são as perguntas específicas às quais os investigadores querem responder na abordagem do problema de
investigação.
— Questões de investigação guiam o tipos de dados a serem recolhidos num estudo.
— O investigador também pode identificar objetivos – especificamente o que o investigador espera conseguir através da condução do estudo.
O problema deve:
— Ter significado: para a enfermagem - especialmente para prática de enfermagem;
— Ser passível de investigar: problemas ou questões de um natureza moral ou ética;
— Viabilidade de abordar o problema: tempo, disponibilidade de participantes do estudo, cooperação de outros, instalações e equipamentos,
condições económicas e financeiras, experiência do investigador, considerações éticas.
Exemplos:
Questão de investigação: "Existe uma correlação entre a imagem corporal e os níveis de autoestima de mulheres submetidas a mastectomia?”
Hipótese: “A autoimagem corporal das mulheres submetidas a mastectomia é tão mais positiva, quanto maior é o seu nível de autoestima”
Variáveis
Variáveis e termos contidos na hipótese do estudo ou na questão da investigação: devem ser definidos (conceptual e operacionalmente) de
modo a que o significado seja claro para o investigador e para o leitor do relatório
População e amostra
— População: conjunto completo de indivíduos ou objetos que possuem alguma característica comum de interesse para o investigador.
— População alvo (ou universo): grupo de pessoas ou objetos aos quais o investigador deseja generalizar as descobertas de um estudo.
— População acessível: grupo que está realmente disponível para estudo pelo investigador
• Processo de seleção de indivíduos para um estudo: não é possível examinar cada elemento da população.
• Quando conduzida corretamente: permite desenhar inferências e fazer generalizações sobre a população sem examinar todos os elementos
da população.
• Procedimentos de amostragem: pretendem assegurar que as características dos fenómenos de interesse serão, ou são suscetíveis de estar,
presente em todos os elementos do estudo.
Amostragem probabilística: processo de seleção aleatório em que cada membro do população tem uma oportunidade diferente de zero
de estar na amostra;
Aleatória simples: investigadores estabelecem uma moldura de amostragem, a partir da qual a amostra será escolhida; após, os elementos são
numerados consecutivamente, sendo, aleatoriamente, escolhidos os participantes, de acordo com o tamanho desejado.
Aleatória estratificada: a população é dividida em dois ou mais estratos, com o objetivo de aumentar a representatividade; usada
estratificação aleatória para subdividir a população em subconjuntos homogéneos
Cluster: envolve selecionar grupos amplos (clusters) em vez de selecionar indivíduos; por ex.: para uma amostra de estudantes de
enfermagem, podemos primeiro desenhar uma amostra aleatória de escolas de enfermagem e, em seguida, desenhar um amostra de alunos
das escolas selecionadas.
Sistemática: envolve a seleção de cada caso X de uma lista (exemplo: a cada décimo participante numa lista de doentes ou cada 25a pessoa
numa lista de estudantes).
Amostragem não probabilística: não se pode estimar a probabilidade que cada elemento da população tem de ser selecionado para a
amostra (risco de uma amostra tendenciosa)
Conveniência: os participantes são os mais, convenientemente, disponíveis; problema deste tipo de amostragem: aqueles que estão disponíveis
podem ser atípicos da população em relação a variáveis críticas.
Bola de Neve: (ou amostragem em cadeia) é uma variante da amostragem de conveniência; com esta abordagem, os membros da amostra
precoce (chamados sementes) são remetem outros participantes que cumprem os critérios de elegibilidade; frequentemente usada quando a
oportunidade diferente de zero de estar na amostra;
população envolve pessoas que de outra forma poderiam ser difíceis de identificar; em populações heterogéneas: > risco de viés amostral.
Quota: investigador identifica estratos populacionais e determina quantos participantes são necessários de cada estrato.
Consecutiva: recrutar todos os participantes de uma população acessível, que satisfaçam os critérios de elegibilidade durante um intervalo de
tempo específico, ou para um tamanho da amostra especificado.
Intencional: usa o conhecimento dos investigadores sobre a população para fazer seleções, por ex. peritos.
Princípios éticos
Consentimento informado: para que a um participante na investigação tenha plena compreensão do estudo antes do início do estudo.
➡
• Explicação da investigação e dos objetivos da investigação, assim como os procedimentos e as atividades a serem desenvolvidas (e
estimativa de tempo despendido para as mesmas);
• Descrição de eventuais riscos previsíveis ou desconforto;
• Descrição de quaisquer benefícios para o sujeito ou para outros;
• Divulgação de procedimentos alternativos adequados, no caso de estudo com intervenções terapêutica;
• Declaração que descreva a forma como a confidencialidade dos registos do participante será mantida;
• Explicação de como as lesões imprevisíveis serão tratadas;
• Explicação de quem contactar para obter respostas às questões relevantes para o estudo
• Declaração de que a participação é voluntária e que a recusa de participar ou a prerrogativa de se retirar a partir do estudo será
assegurado sem consequências negativas em qualquer momento.
Metodologia quantitativa
Projeto de investigação: plano que descreve aspetos da recolha e análises de dados e amostra com base em questões de pesquisa
específicas e/ou hipóteses.
—— Processo formal, objetivo, rigoroso e sistemático para a geração de informações numéricas sobre o mundo.
Objetivos:
• Descrever novas situações, eventos ou conceitos
• Descrever/ relacionar as relações entre variáveis
• Determinar a eficácia das intervenções
Questão de investigação
- Questão específica que o investigador espera ser respondida num estudo.
- Deve especificar as variáveis e a população que estão a ser estudadas.
Revisão da literatura
- Basear-se em conhecimentos anteriores: antes de iniciar o estudo é importante determinar que conhecimento existe
- Revisão da literatura: ajuda a desenvolver um enquadramento teórico ou conceptual para um estudo. Pode auxiliar na escolha dos métodos.
Limitações
- Deve tentar identificar previamente as limitações ou fraquezas do seu estudo, para minimizar o viés.
- Limitações: variáveis descontroladas que podem afetar os resultados do estudo e limitar a generalização das conclusões.
- O investigador deve reconhecer abertamente as limitações de um estudo antes dos dados serem recolhidos.
- Devem ser tomadas em consideração quando as conclusões são formulados, e quando são feitas recomendações para investigação futura.
Recolha de dados:
Selecionar e desenvolver instrumentos
• Recursos: despesa com o uso de escalas, com quem irá efetuar a recolha de dados (se aplicável);
• Disponibilidade e familiaridade: optar por instrumentos com os quais temos experiência;
• Adequação populacional: instrumentos devem ser escolhidos tendo em conta as características da população-alvo (traduzidos,
adaptados e validados, culturalmente);
• Normas e comparações: normas indicam os valores "normais" na medida para uma população especifica e, portanto, oferecem uma
boa comparação;
• Problemas de administração: requisitos especiais de preenchimento.
• Reputação: aconselhamento com peritos na área (diferentes instrumentos podem medir os mesmos constructos).
População
Investigador deve especificar a população ou grupo de interesse, bem como a população que está disponível para o estudo (população
acessível)
— População alvo (universo): grupo de pessoas ou objetos aos quais o investigador deseja generalizar as descobertas de um estudo.
— População acessível: grupo que está disponível para estudo pelo investigador.
Estudo piloto
- Amostra para o estudo-piloto: com características semelhantes às da amostra que será utilizada para o estudo real.
- Corpo de evidência recolhida a partir de estudos-piloto: relacionado com a conceção do estudo, planos de amostragem ou tamanho
necessário da amostra, procedimentos de recolha de dados e processos de análise de dados.
- Um estudo-piloto pode ser usado para testar um novo instrumento ou para avaliar um instrumento existente que tenha sido alterado.
Desenhos de investigação
- Estudo descritivo: Descrevendo a disseminação de casos de COVID-19 e sua potencial influência na saúde local, nacional e global
- Estudo correlacional: Examinar as relações entre determinadas variáveis (idade, género, tempo de sedentarismo, ...) e IMC de uma
criança em idade escolar
- Estudo quase experimental: Determinar a eficácia de um programa de prevenção de quedas na taxa de queda de doentes idosos
hospitalizados
- Pretende-se examinar as relações causais ou determinar o efeito de uma variável noutra; envolvem a implementação de uma
intervenção e a análise dos efeitos desta intervenção utilizando métodos de medição selecionados.
- Diferem dos estudos experimentais pelo nível de controlo alcançado investigadores: menos controlo sobre a implementação da intervenção,
gestão do cenário e/ou seleção de participantes do estudo
- Estudo experimental: Investigação objetiva, sistemática e altamente controlada com o objetivo de prever e controlar os fenómenos
Verificada a causalidade entre as variáveis independentes (tratamento) e dependentes (resultado), num ambiente controlado.
Tratamento de dados:
- Estatística descritiva: frequentemente usadas para resumir características amostrais, descrever variáveis- chave de pesquisa e
características metodológicas de documentos (por exemplo, taxa de resposta).
- Estatística inferencial: dar resposta a questões de investigação/ hipóteses.
Intervalo de confiança:
Estimativa de intervalo: indica uma gama de valores dentro dos quais o parâmetro tem uma probabilidade especificada de erro.
Intervalo de confiança (em torno da estimativa): limites superiores e inferiores são os limites de confiança. Por convenção: IC = 95% ou 99%.
Teste de hipóteses:
Hipótese nula (H0): inferência negativa (testes estatísticos de hipóteses são um processo de rejeição)
Ex.: Grupo experimental: pontuação média de ansiedade menor.
➡
(1) a intervenção foi bem sucedida na redução da ansiedade (H1)
(2) as diferenças decorrentes de fatores de acaso, como diferenças de grupo na ansiedade mesmo antes do tratamento (H0).
Pretende-se mostrar que a hipótese nula tem uma alta probabilidade de estar incorreta: rejeitar H0.
Testes paramétricos: envolvem a estimativa de um parâmetro, requerem medições em pelo menos uma escala de intervalo e envolvem
várias suposições (variáveis são normalmente distribuídas na população)
Testes não paramétricos: não estimam parâmetros e envolvem suposições menos restritivas sobre a forma da distribuição das variáveis
do que os testes paramétricos. Úteis quando a distribuição é marcadamente não normal, ou quando o tamanho da amostra é muito pequeno.
Grupo de controlo pré-teste/ pós-teste, prospetivo, recolha de dados após um longo período
Grupo experimental + grupo controlo, com randomização (cega/ duplamente cega) da amostra
➡
Permite comparar o desempenho do grupo de intervenção (experimental) com o de um grupo que não recebeu a intervenção, mas foi
exposto à mesma passagem do tempo
Estudos duplamente cegos: atribuição da intervenção só é revelada se houver efeitos colaterais graves ou inesperados.
Importância dos tamanhos amostrais (suficientes para garantir a eficácia da intervenção/tratamento)
- Intervenção alternativa (Ex.: dois tipos diferentes de distração como terapias alternativas para dor)
- Métodos/ técnicas padrão de cuidado (procedimentos usuais utilizados para cuidar dos clientes.)
- Placebo ou pseudointervenção (presumidamente sem valor terapêutico) (Ex.: estudos sobre a eficácia de medicamentos.)
- Diferentes doses ou intensidades de tratamento (todos os participantes recebem algum tipo de intervenção, mas o grupo experimental
recebe uma intervenção mais rica, mais intensa ou mais longa.
- Grupo de controlo em lista de espera, com tratamento atrasado (o grupo controlo acaba recebendo a intervenção experimental completa,
depois de avaliados todos os resultados da pesquisa.)
Randomização: objetivo é aproximar do ideal (pessoas expostas a duas ou mais condições simultaneamente)
Ex.: estudar a eficácia de um programa de aconselhamento a mulheres
• Grupo experimental (com aconselhamento) + Grupo controlo (sem aconselhamento)
• Variáveis que podem influenciar (deve haver controlo): idade, estado civil, situação financeira e afins.
• Risco de grupos desiguais: > quanto < o tamanho da amostra.
• Variáveis estranhas
— Investigador pode reduzir a influência de variáveis estranhas que existem em todos os estudos e podem interferir com a obtenção de
uma compreensão clara das relações entre as variáveis de estudo.
Por ex.: estudo com foco no efeito das terapias de relaxamento sobre a perceção da dor incisional - teriam que controlar variáveis
estranhas, como o tipo de incisão cirúrgica e tempo, quantidade e tipo de medicação para a dor administrado após a cirurgia.
• Ambiente de investigação
— Na investigação, existem três ambientes comuns: naturais (investigador não manipula ou muda o ambiente para o estudar – estudos
descritivos e correlacionais), parcialmente controlados (investigador manipulou ou modificou de alguma forma) e altamente
controlados (ambiente artificialmente construído e desenvolvido com o único propósito de conduzir a investigação).
• Processo de amostragem
— Aumentar o controlo e o rigor de um estudo e diminuir o potencial de viés (ex.: amostragem propabilistica)
Validade interna: diferença na variável independente (variáveis parasitas: ameaças à validade interna porque oferecem explicações
concorrentes para a relação entre as variáveis)
— “o tratamento (intervenção) realmente trouxe uma mudança na variável dependente?”
— “a variável independente realmente fez diferença?”
Validade externa: possibilidade de generalização dos resultados do estudo a partir da amostra de estudo para a população maior
Validade de construto: instrumento consegue representar adequadamente o construto teórico que procura medir.
Validade de critério: instrumento é capaz de predizer um desempenho ou comportamento específico de uma pessoa.
Ameaças à validade:
— História: efeitos confusos de eventos específicos, além do tratamento experimental; ocorre após a introdução da variável independente ou
entre o pré-teste e o pós-teste.
— Maturação: processos biológicos ou psicológicos que ocorrem com o passar do tempo e são independentes de quaisquer eventos externos
(comum em estudos longitudinais).
— Teste: efeito potencial de pré-teste ou testes repetidos na variável dependente (sujeitos podem realmente aprender informações fazendo um
pré-teste, independente de qualquer intervenção educacional).
— Instrumentação: confiança na medição
— Mortalidade
Estudos epidemiológicos
Epidemiologia: distribuição e determinantes da frequência de doenças e lesões em populações humanas; preocupação com a identificação de
fatores de risco associados à doença e à incapacidade.
— Estudos epidemiológicos descritivos: preocupados com a distribuição e padrões de doença ou incapacidade numa população; estudos de
caso, estudos correlacionais ou inquéritos transversais.
— Estudos epidemiológicos analíticos: envolvem o teste de hipóteses para determinar se exposições específicas estão relacionadas à presença
ou ausência de doenças ou deficiências específicas.
Alguns conceitos
Grupo de controlo: grupo que não recebe o tratamento experimental.
Ensaio clínico randomizado: estudo prospetivo avaliando a eficácia de uma intervenção/tratamento numa grande amostra de participantes.
Estudo descritivo/ correlacional: estudo usado para descrever e explicar a natureza e a magnitude das relações existentes.
Estudos epidemiológicos descritivos: estudos relacionados com a distribuição e padrões de doença ou incapacidade numa população.
Estudo descritivo: estudo projetado para descrever o significado da existência e/ou fenómenos.
Grupo experimental: grupo que recebe o tratamento "novo" numa experiência.
Validade externa: refere-se à medida para os quais os resultados de um estudo podem ser generalizada a partir da amostra de estudo para a
população alvo.
Variável estranha: qualquer variável que não está diretamente relacionada com o propósito do estudo, mas que pode afetar a variável
dependente
Validade interna: se a variável independente fez a diferença.
A reter
• Abordagens quantitativas e qualitativas: constituem uma estrutura organizadora que contém um conjunto de suposições ou valores
que fundamentam a forma como os investigadores encaram a realidade e a pesquisa;
• Abordagem quantitativa: voltada para a verificação das relações, envolve medição e análise de relações.
• Projetos de investigação: experimentais (ex.: experimental ou quase experimental) ou não experimental (ex.: descritivos, correlacionais)
• Estudo experimental: investigador tenta avaliar se uma intervenção ou tratamento (variável independente) faz diferença num
determinado outcome (variável dependente); envolve grupo experimental e grupo controlo.
• Estudo quase experimental: manipulação da variável independente; grupo de controlo está ausente.
• Ensaios clínicos randomizados: estudos prospectivos que avaliam a eficácia de uma intervenção/tratamento numa amostra grande.
• Desenhos quantitativos: foco na validade interna (diferença da variável independente ou se os resultados foram uma resposta a
algumas variáveis).
• Ameaças à validade interna: incluem histórico, maturação, testes, instrumentação, regressão estatística e mortalidade.
Metodologia qualitativa
— No planeamento de estudos qualitativos, os investigadores devem refletir sobre como os achados podem ser úteis para a prática clínica e PBE.
— Descoberta de significados.
— Enfatiza uma compreensão de experiência humana, explorando a natureza das transações das pessoas com si mesmo, com o(s) outro(s), e
com o que os rodeia.
Cenário de investigação
— Recolha de dados: cenários naturalistas; estudar os fenómenos numa variedade de contextos naturais.
— Transversal ou longitudinal (necessidade de estudar um fenómeno longitudinalmente pode surgir após análise preliminar dos dados)
Questão de investigação:
— Geralmente ampla, procurando entender por que algo ocorre, o que certas experiências significam, ou como a dinâmica de uma experiência
influencia comportamentos ou adesões.
— Descobrir conhecimento e compreender descrições ricas de significados de experiências sociais.
Participantes
— Quem seria uma fonte de dados rica em informações para o meu estudo? Com quem devo falar ou observar para maximizar minha
compreensão do fenómeno?
➡ à medida que a recolha de dados progride
Quem pode confirmar os meus achados? Quem pode desafiar ou modificar as minhas conclusões? Ou quem as pode enriquecer?
➡
Seleção dos participantes: experiência sobre o fenómeno (ou cultura) em estudo.
Amostragem de conveniência
Amostragem de bola de neve
Amostragem intencional
Amostragem teórica
Amostragem em Etnografia:
• investigadores podem começar adotando uma abordagem “grande rede“ (misturando-se e tendo conversas com o maior número possível
de membros da cultura em estudo);
• conversam com muitas pessoas, mas dependem fortemente de um número < de informantes-chave (altamente conhecedores da cultura ou
organização e que desenvolvem relações especiais e contínuas com o investigador).
Amostragem em Fenomenologia:
• Fenomenologistas tendem a depender de amostras muito pequenas — muitas vezes 10 ou menos participantes.
• Todos os participantes devem ter experimentado o fenómeno e devem ser capazes de articular como é ter vivido essa experiência.
Amostragem em Grounded Theory:
• Amostras de 20 a 30 pessoas (amostragem teórica): informantes que possam contribuir para a evolução da teoria.
• Amostragem, recolha de dados, análise de dados e construção teórica ocorrem simultaneamente:
1. 1os casos: amostragem intencional, por conveniência, ou bola de neve.
2. amostragem de variação máxima: utilizada para obter insights sobre a amplitude e complexidade do fenómeno em estudo
3. Amostra é ajustada de forma contínua.
4. Amostragem continua até que a saturação seja alcançada.
5. Amostragem final pode incluir uma busca por casos de confirmação e desconfirmação: testar, refinar e fortalecer a teoria.
Recolha de dados
Entrevista: qualidade dos dados depende da proficiência do entrevistador (pontual, imparcial, capaz de criar uma atmosfera de franqueza e
partilha).
Participantes: à vontade para que se sintam confortáveis em expressar suas opiniões honestamente.
Observação estruturada: usada para registar comportamentos, ações e eventos (desafio: formulação de um sistema para registrar
observações com precisão)
Importante:
— Ganhar confiança
— Ritmo da Recolha de Dados
— Envolvimento Emocional com os Participantes
— Reflexão sobre o papel como investigador
— Distrações ambientais
Diários
- Fonte de dados em pesquisas históricas.
- Fornecer uma descrição íntima e detalhada da vida quotidiana da pessoa. Requerem um elevado nível de cooperação dos participantes.
Ex.: passar 10 a 15 minutos por dia anotando pensamentos/ sentimentos; anotar aspetos específico da sua experiência
Notas de campo
- Relato narrativo do que está a acontecer no campo de pesquisa; servem como dados para análise.
- Riqueza de detalhes, o significado e importância deque pode não emergir por semanas.
Painel de Delphi:
- Técnica de investigação usada para obter consenso de um grupo de especialistas sobre uma determina área/ intervenção;
- Forma interativa de reunir as opiniões de perito;
- O tamanho do grupo num estudo da Delphi é determinado pela dinâmica de grupo e riqueza de resultados.
Fenomenologia: oportunidade de obter uma compreensão profunda da natureza ou significado de experiências do dia-a-dia (experiências
vividas)
- Descoberta e descrição, sistemática, do significado ou essência (elementos ou unidades estruturais que dão um entendimento para o
fenómeno em estudo) de uma experiência.
Teoria fundamentada: descoberta da teoria a partir de dados que têm sido sistematicamente obtidos através da pesquisa.
- Combina indução (emerge dos dados) e dedução (usada para testar a teoria empiricamente)
- Não começa com uma teoria existente; gera uma teoria para explicar algo. O produto de investigação termina com a formulação de uma
teoria ou conjunto integrado de hipóteses conceptuais.
Estudo de caso: investigações aprofundadas de uma única entidade (ou pequeno número de entidades), que pode ser um indivíduo, família,
instituição, comunidade ou outra unidade social.
- Riqueza de informações descritivas e podem examinar as relações entre diferentes fenómenos, ou podem examinar tendências ao
longo do tempo.
- Tentam analisar e entender questões importantes para a história, desenvolvimento ou circunstâncias da entidade em estudo.
Alguns conceitos
Categoria: tipo de conceito que é geralmente usado para um nível mais alto de abstração.
Codificação: processo pelo qual os dados são conceptualizados.
Etnografia: estudo e descrição de uma cultura no ambiente natural; investigador está intimamente envolvido no processo de recolha de dados
e procura compreender completamente como a vida se desenrola para o cultura particular em estudo.
Fenomenologia: método de filosofia e pesquisa que explora e descreve a experiência do dia-a-dia como parece à consciência humana de
forma a gerar e melhorar a compreensão do que significa ser humano.
Notas de campo: descrições detalhadas das observações, experiências e conversas dos investigadores.
Trabalho de campo: abordagem de investigação antropológica, no qual o investigador, tem contacto prolongado e embrenhado com membros
da cultura que está a ser estudada.
Teoria fundamentada: descoberta de uma teoria a partir de dados que têm sido sistematicamente obtidos através da pesquisa.
Saturação: ponto em que a recolha de dados é encerrada porque nenhuma nova descrição e interpretações da experiência vivida pelos
participantes.
A reter
• A pesquisa qualitativa está preocupada com a descoberta do significado e do uso de linguagem, conceitos e palavras em vez de números
para representar evidências da pesquisa;
• As amostras qualitativas tendem a ser pequenas, e intensivamente estudadas, sendo frequentemente usada a amostragem intencional para
selecionar fontes de dados quemelhorem a riqueza da informação;
• Tamanho da amostra associado à saturação de dados;
• A generalização na investigação qualitativa é uma questão controversa;
• Os métodos de recolha de dados qualitativos incluem: entrevistas não estruturadas, entrevistas semi- estruturadas, focus group, diário,
entre outros;
• Investigadores qualitativos às vezes recolhem dados observacionais não estruturados, através da observação dos participantes.
Investigação métodos mistos:
Definição
— Investigação, na que o investigador recolhe e analisa dados, integra os resultados, e extrai inferências usando tanto abordagens
qualitativas como métodos quantitativos, num único estudo ou programa de investigação"
— Não envolve apenas a recolha de dados qualitativos e quantitativos, mas também a integração dos dois nalgumas fases do processo
de investigação, dando origem a meta-inferências.
Finalidade Aplicações
-— Complementaridade — Desenvolvimento de Instrumentos
—↑ conhecimentos Teóricos — Explicação e validação de construtos
— Incremento — Gerar hipóteses
— Validade Reforçada — Ilustrar, Esclarecer e Amplificar
— Criação de Novas Fronteiras — Compreender relações e processos causais
— Construção, Teste e Aperfeiçoamento teórico
ESTUDOS SECUNDÁRIOS
Pensamento Crítico ➔ Ideia ➔ Brainstorming ➔ Revisão da literatura ➔ Identificação das variáveis ➔ Questão de investigação
Seleção do problema ➔ População e a(s) amostra(s) ➔ Colheita de dados ➔ Análise e as conclusões ➔ Divulgação dos resultados
Revisões sistemáticas
Planeamento
Antes do protocolo: investigação preliminar da literatura para determinar se existem estudos sobre o tema do interesse.
Se existir uma revisão prévia:
• verificar critérios de inclusão (população, contexto, intervenções e até tipos de estudo);
• método diferente para pesquisa, avaliação crítica e síntese;
• Verificar qualidade da revisão prévia.
Identificar os membros da equipa ➔ Verificar as revisões/protocolos existentes ➔ Formular questão específica ➔ Critérios de inclusão ➔
Critérios de exclusão ➔ Documentar estratégia pesquisa ➔ Avaliação crítica ➔ Síntese de resultados ➔ Relatório
Questão
P I C O P C C
Population, patient Intervention, Interest Comparison, context Outcome Population or Concept Context
or problem or Exposure or condition participants
S P I C E S PI D E R
Setting Perspective Interest Comparison Evaluation Sample Phenomeon Design Evaluation Research
of interest type
Pesquisa
1. Colocar questão em tabela, com critérios de inclusão e exclusão. 2. Identificar termos (descritores classificados e texto livre)
3. Criar a expressão de pesquisa (operadores booleanos)
4. Decidir restrições linguisticas e período temporal???
5. Selecionar base de dados e quais os campos (título, resumo, texto completo, por ex.)
6. Exportar dados para o gestor de referências (ex.: Mendeley).
7. Guardar o registo de pesquisa.
Avaliação crítica
— Avaliar, criticamente, os estudos ➔ Garantir que as conclusões dos artigos incluídos sejam fiáveis, válidas e sem distorções inerentes.
— Avaliação do desenho da investigação, condução da investigação, dimensão do efeito e resultados relevantes.
— Listas de verificação: promover a consistência na avaliação através da colaboração dos revisores. (Critical Appraisal Tools via JBI; Critical
Appraisal Skills Programme Checklists; NHMRC Levels of Evidence; GRADE; Study Quality Assessment tools via NHLBI)
Guidelines
— Informação que sugere como algo deve ser feito.
— Visa agilizar determinados processos de acordo com uma rotina definida
— Emitidas e utilizadas por organizações para tornar orientar as ações dos seus colaboradores ou departamentos ou profissionais
- Crescente complexidade do paciente → profissionais cada vez mais proficientes na obtenção de informação
- Questão clínica: maximiza a informação obtida com a menor quantidade de investimento no tempo.
Questionamento clínico:
— Agrupar dados usando (parâmetros clínicos estritamente definidos) para avaliar as escolhas de tratamento disponíveis.
— A questão é o primeiro e o mais importante passo!
➡
Perguntas mal elaboradas costumam conduzir a revisões/ pesquisas igualmente mal elaboradas (todos os passos: guiados pela questão de
investigação)
População/doença: Idade, género, etnia e com certa doença (por exemplo, hepatite)
Intervenção ou questão de interesse: Terapia, exposição a doenças, fator prognóstico A e comportamento de risco (por exemplo, fumar)
Intervenção ou questão de Comparação: Terapia alternativa, placebo, ou sem intervenção/terapia, sem doenças, fator prognóstico B e
ausência de fator de risco (por exemplo, não fumador)
(Outcome) Resultado: Resultados esperados da terapia, risco de doença, precisão do diagnóstico, taxa de ocorrência de resultados adversos
Tempo: O tempo que a intervenção leva para alcançar o resultado e o tempo sobre o qual as populações são observadas para o resultado
ocorrer, dada uma determinada condição
Questões de investigação: são direcionais e trazem consigo uma sensação de expectativa do que será encontrado na literatura.
Questões clínicas: sem expectativas do que será encontrado na literatura. Estas perguntas perguntam sobre como uma questão ou
intervenção afeta um resultado, que pode ser positivo, negativo ou neutro (isto é, sem efeito).
Para os doentes em listas de espera para bypass da artéria coronária (P), um programa de intervenção constituído por visitas pré-cirúrgicas
ao domicílio e chamadas de acompanhamento de uma enfermeira especialista (I) conduz a uma diminuição da ansiedade e da depressão do
doente (O) [quando comparadas com nenhuma intervenção] (C)?
No doente em UCI, ventilado mecanicamente (P), o posicionamento em semi-fowler (I) resulta numa menor incidência de PAI (O) quando
comparado com a posição supina (C)?
Nos profissionais de saúde, em contexto hospitalar (P), a espuma antibacteriana (I) reduz a contaminação bacteriana das mãos (O) tanto
como a lavagem das mãos com sabão e água (C)?
Numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal (UCIN):
Uma das preocupações dos pais de bebés que recebem alimentação por sonda entérica é poder amamentá-los, com sucesso, após a alta. Uma
das enfermeiras questionar se seria útil alimentar os bebés por copo em vez de alimentar por sonda, durante o internamento na UCIN.
Nos bebés internados na UCIN (P), a alimentação por copo durante o internamento (I), levará a um maior sucesso com a amamentação pós-
alta (O) quando comparada com a alimentação por sonda (C)?
Em doentes com cancro avançado (P), manter um “diário de dor” (I) resulta em menor perceção de dor (O) quando comparadas com nenhuma
intervenção (C)?
Em crianças pequenas (P), as técnicas de distração durante a administração da imunização utilizando brinquedos (I) resultam em pontuações
de dor mais baixas (O) quando comparadas com nenhuma intervenção (C)?
Em idosos diabéticos (P), com UPP de categoria III, a terapia por pressão negativa (I), conduz a uma melhor cicatrização da ferida,
manifestado por _______ (O), quando comparada com a terapia padrão (C)?
Nos doentes na UCPA (P), será que tocar música suave como um adjunto para os cuidados padrão (I) resulta em pontuações auto-reportadas
de dor mais baixas (O) quando comparadas apenas com os cuidados padrão (C)?
Questão de investigação
— Questão específica que o investigador espera ser respondida num estudo.
— Deve especificar as variáveis e a população que estão a ser estudadas.
— Incluir a população
• A população deve ser delimitada (reduzida) ao principal grupo de interesses.
• Uma população como "enfermeiros", "estudantes" ou “doents" é demasiado amplo para ser estudados.
• Identificar estas populações como "enfermeiros da UCI de adultos", ...
Correlacional: Existe uma correlação (ou relação) entre X (variável independente) e Y (variável dependente) na população?
Comparativa: Estudo Descritivo e existe uma diferença em Y (variável dependente) entre pessoas na população que têm a característica A
(variável independente) e aqueles que não têm essa característica?
Pesquisa de evidência
Onde? Bibliotecas, Bibliotecas digitais, Bases de dados bibliográficas, MEDLINE, CINAHL e EMBASE
— Clarificar os objetivos da Revisão da Literatura: "Quantos artigos devo ter? Até onde devo ir para encontrar informações relevantes?”
— O que se precisa de pesquisar depende do(s) tópico(s).
— Importante: localizar os estudos seminais e de referência e outras fontes relevantes no domínio do interesse.
— Examinar a força da evidência e sintetizar a evidência.
Identificar todos os estudos que incluam uma intervenção particular ➔ Avaliar criticamente a qualidade de cada estudo ➔ Sintetizar os estudos
➔ Concluir sobre a eficácia de determidada intervenção
Motores de busca gerais (Google, Google Scholar ou Yahoo): identificam publicações académicas, mas podem incluir fontes que não são
fiáveis.
Bases de dados bibliográficas computorizadas: ferramentas valiosas para procurar literatura empírica ou teórica relevante.
Web: Medline
— Dificuldade em encontrar evidência, de forma a se manterem atualizados e adotarem uma PBE.
— Grandes bases de dados bibliográficas: recuperação ideal de pesquisa para tópicos individuais é dificultada pela quantidade esmagadora
de informação disponível que não é pertinente para a questão.
— Imperfeições na indexação: alto risco de falta de artigos que são relevantes para o tema da pesquisa, ao mesmo tempo que recuperam
muitos artigos que estão fora do alvo.
— Origem: 1966; literatura mais antiga (anterior a 1950) é continuamente adicionada à base de dados
--- Inclui publicações do Index Medicus, do Índice de Literatura Dentária e do Índice Internacional de Enfermagem.
— Indexação, exclusiva, a partir de revistas: 4.600 revistas biomédicas indexadas (∼8% de enfermagem)
— ∼ 500.000 novas referências por ano.
Web: CINAHL
— Indexa 1.620 revistas biomédicas, de ciências sociais e de saúde;
- 492: títulos de enfermagem
- 144 estão também indexados em MEDLINE
— ∼300.000 novas referências por ano.
— Estratégias de pesquisa que combinem termos de indexação e texto livre: ↑ sensibilidade e especificidade.
Web: EMBASE
— Origem: 1974
— Publicações biomédicas; principais áreas de interesse: toxicologia e a literatura sobre drogas. Áreas temáticas: biomedicina, administração em
saúde e da economia, e ciências forenses.
— Indexadas cerca de 3.600 revistas estão indexadas,
— 375.000 novas referências por ano.
Avaliação crítica da evidência
Objetivo: não é para encontrar as falhas, mas para determinar o seu valor na prática
Determinar: o seu nível de evidência, como foi conduzido e como é útil na prática.
— Avaliação crítica: necessária boa compreensão do desenho de investigação; habilidade central para aqueles que planeiam usar a
evidência na prática clínica
Revisão de alta qualidade: contém o conhecimento teórico e científico atual sobre um tópico específico.
↳ Identifica o que é conhecido e desconhecido sobre este tema.
Fornece uma base para o propósito do estudo; pode ser organizado de acordo com as variáveis (quantitativo) ou conceitos qualitativos, na
declaração final.
1. Fontes de qualidade
— A maioria das referências de fontes revistas por pares?
— A maioria das referências são fontes primárias?
— Os autores justificam citar referências que não são revistas por pares, como fontes primárias?
2. Fontes atuais
— São as referências correntes (número e percentagem de fontes publicadas nos últimos 5 – 10 anos? As referências com mais de 10 anos são
estudos de referência, seminal ou de replicação?
— São referências com mais de 10 anos citadas para apoiar métodos de medição ou conteúdo teórico?
3. Conteúdo relevante
— O conteúdo está diretamente relacionado com os conceitos ou variáveis do estudo?
— São os tipos de fontes e disciplinas dos autores de origem adequados para o conceitos de estudo ou variáveis?
Houve algum acontecimento não esperado/ não positivo durante a condução do estudo?
Hipotéticos problemas que surgiram durante um estudo: influenciaram os resultados finais?
Relatórios de investigação: fornecer explicações para todos os eventos adversos e retiradas do estudo e como esses eventos afetaram os
resultados finais (apoiados por provas sobre a forma como essas conclusões foram alcançadas).
Viés : algo que distorce as conclusões do estudo de forma sistemática e surge da metodologia de estudo; pode ser introduzido em qualquer
ponto de um estudo; pode variar com o desenho do estudo.
Viés de Seleção: como os participantes são selecionados para inclusão nos diferentes grupos (estudo experimental) ou a seleção nos estudos
quase-experimentais, coorte ou de caso; participantes voluntariarem-se para o estudo (podem estar mais positivos em relação à intervenção)
Saber quem recebe qual intervenção: para minimizar – estudo cego ou duplamente cego;
Medição: como os dados são medidos (por exemplo, o erro sistemático pode ocorrer através da utilização de um dispositivo calibrado
incorretamente; erros associados a quem recolhe os dados;
Lembrança: quando os participantes respondem a inquéritos sobre o que fizeram no passado;
Informação: registo de informações diferentes.
Perda de partcipantes: se os participantes pararem a intervenção por causa de um evento adverso ou morte (estudos longitudinais)
Contaminação: quando os participantes atribuídos a um determinado grupo estão expostos à intervenção do grupo alternativo.
— Pode haver múltiplas explicações para qualquer efeito relatado: variável de confusão
— Um verdadeiro estudo experimental tem três características distintas: randomização, controlo, e manipulação
— Relativamente à força de evidência, o Gold standard são ensaios clínicos
— Foco na abordagem quantitativa em detrimento de qualitativa
— Estudos qualitativos: formas de evidência mais fracas, na base ou perto da base das pirâmides,
Representação e Concetualização
— Relatórios de investigação qualitativa: podem conter reflexões pessoais dos investigadores e relatos das suas experiências; referências
poéticas, artísticas e literárias; casos hipotéticos; ou narrativas ficcionais e histórias que são baseadas em dados reais, usando as próprias
palavras dos informadores de estudo nos esforços para aumentar sensibilidade e melhorar a compreensão de um fenómeno.
— Necessidade de balancear a “nota artística”, não esquecendo que é um relatório de investigação: deve ser uma representação fiel da
realidade.
Credibilidade
Demonstrada pela exatidão e validade, asseguradas por:
• documentação das ações, opiniões e viés;
• adequação dos dados (por exemplo, amostragem);
• adequação da análise de dados (por exemplo, saturação);
• verificação/corroboração por uso de múltiplas fontes de dados (por exemplo, triangulação).
Transferibilidade: Informações suficientes para um consumidor de investigação determinar se as descobertas são significativas para
outras pessoas em situações semelhantes
Fiabilidade: Documentação cuidadosa - fornecer dados de como as conclusões foram alcançadas e se, em condições semelhantes, um
investigador pode esperar obter conclusões semelhantes.
Confirmabilidade: Demonstrando fundamentação de que as conclusões e interpretações são fundamentadas nos dados.
Nível de evidência:
I Provas obtidas a partir de um estudo experimental/ensaio controlado aleatório (RCT) ou meta-análise de RCTs
II Provas obtidas a partir de um estudo quase experimental
III Provas obtidas a partir de um estudo não experimental, estudo qualitativo ou metássíntese
Grau de evidência:
Alto: muito confiantes de que o verdadeiro efeito se encontra próximo do da estimativa do efeito;
Moderado: moderadamente confiantes na estimativa do efeito: verdadeiro efeito é provável que esteja próximo da estimativa do efeito, mas
há a possibilidade de ser substancialmente diferente;
Baixo: confiança na estimativa de efeito é limitada: verdadeiro efeito pode ser substancialmente diferente da estimativa;
Muito baixo: muito pouca confiança na estimativa do efeito: verdadeiro efeito é suscetível de ser substancialmente diferente da estimativa do
efeito
Implementação da evidência
Objetivo da PBE: "validar a prática atual ou indicar a necessidade de alterar a prática com base na evidência"
— Os enfermeiros p“validar a prática atual ou indicar a necessidade de alterar a prática com base na evidência”olítico, para uma prática
individualizada e holística.
Com a integração da evidência: prática já não se baseia apenas nas tradições, crenças e rotinas
➡
Questionamento contínuo dos enfermeiros, das suas observações, do que está a acontecer na prática clínica: O que funciona bem? O que
poderia funcionar melhor? O que falta?
Consistência e Congruência
Não mudar a prática baseado-se nas recomendações de apenas um único estudo ou a opinião de um único perito
A evidência é congruente quando as conclusões estão de acordo ou consistentes entre diferentes fontes.
Quantidade
— A procura de evidência: passo importante no processo de PBE.
— Às vezes: encontram pouca evidência relacionada com a questão clínica;
Dever-se-á procurar literatura cinzenta, declarações de posição publicadas por organizações profissionais, contatar peritos: aumentar a
evidência disponível, descbrindo novos estudos.
— Caso se considere não ser a adequada para mudar a p ́ rática: “Espera vigilante" ao optar por não fazer alterações à prática atual.
— Caminho mais proativo: desenvolver um projeto de investigação para gerar novo conhecimento.
Força e Qualidade da Evidência
Processo de avaliação de evidência: importante
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Classificação final: decisão para aceitar ou rejeitar recomendações.
Implementação da evidência: embora a evidência de qualidade mais elevada tenha maior ponderação, deverão ser considerados outros
fatores - adequação e viabilidade da implementação.
Significado clínico: intervenção tem um efeito significativo nos doentes e prestadores de cuidados de saúde
Relevância
— Quão pertinentes são as evidências para a questão clínica?
— É apropriado para o contexto, população e/ou cliente individual para a qual a questão clínica foi gerada?
— Não importa quão forte seja a evidência, ou quão alta a qualidade da evidência: os resultados devem ser avaliados no contexto
prioridades e experiências do cliente.
Para determinar a aplicabilidade: Avaliação da adequação e validade das recomendações para a definição e a população em particular.
Para determinar a viabilidade: Avaliação do equilíbrio entre benefícios e riscos de implementação da evidência, tendo em conta os recursos
disponíveis e a prontidão para a mudança.
Implementação de NOC’s
— Deve incluir uma avaliação do resultado com uma avaliação abrangente (cliente, profissionais de saúde; resultados obtidos, MCDT, entre
outros).
5 etapas:
5 etapas:
(1) avaliar a cultura e prontidão organizacional para a implementação da PBE;
(2) identificar os pontos fortes e barreiras organizacionais à PBE;
(3) identificar os mentores (responsáveis por auxiliarem na mudança e na sustentação da mesma);
(4) implementar a evidência na prática;
(5) avaliar os resultados.
6 etapas:
(1) identificar questões com interesse para a prática;
(2) determinar se o tópico é uma prioridade organizacional;
(3) criar uma equipa para pesquisar, avaliar e sintetizar a evidência;
(4) determinar se a evidência é suficiente para responder à questão (se insuficiente, realizar investigação)
(5) se a evidência for considerada suficiente, implementar a alteração da prática (projeto piloto)
(6) se o projeto piloto for bem sucedido, divulgar os resultados e implementar na prática.
4 principais componentes:
(1) gerar evidências para os cuidados de saúde - produção de investigação primária, com recurso a diferentes metodologias;
(2) sintetizar a evidência – avaliação ou análise de evidências sobre um tema específico para ajudar na tomada de decisões em cuidados
de saúde;
(3) transferir a evidência - ato de transferência de evidência para profissionais de saúde, unidades de saúde e sistemas de saúde, a nível
global através de publicações científicas, educação e formação e sistemas de apoio à decisão;
(4) utilizar as evidências na prática - com avaliação do seu impacto nos resultados em saúde dos indivíduos, nos sistemas de saúde e na
prática profissional.
PBE: modelo John Hopkins Nursing Evidence Based Practice
— Ênfase no uso individual, fornece um guia prático para o uso da melhor evidência na prática clínica, com recurso a diferentes ferramentas,
nomeadamente para o desenvolvimento de questões, escala de classificação de evidências, e avaliação de evidências de pesquisa.
3 etapas:
(1) identificar a questão, utilizando uma abordagem em equipa;
(2) evidência: pesquisar, avaliar criticamente, sintetizar, avaliar a força de evidência, e desenvolver recomendações de mudança com base
na força de evidência;
(3) translação – determinar a viabilidade, criar um plano de ação, implementar mudanças, avaliar e comunicar resultados.
2 principais componentes:
(1) criar conhecimento – inclui investigação primária, investigação secundária (síntese) e ferramentas ou produtos de apoio à prática.
Este processo é interativo, podendo informar e alimentar o ciclo de ação;
(2) Ciclo de Ação – a implementação do conhecimento: identificação do problema com identificação, revisão e seleção do conhecimento;
adaptação do conhecimento ao contexto local; avaliação das barreiras e facilitadores ao uso do conhecimento; desenvolvimento e execução
e implementação das intervenções; monitorização do uso do conhecimento; avaliação do impacto; sustentar o uso do conhecimento.
Importante:
• Sensibilização de todos os intervenientes no processo
• Alimentar a implementação com a evidência que deriva de outros estudos.
—— Estratégias sugeridas devem ser implementadas desde o início do processo, sendo necessárias diferentes medidas durante as diferentes
fases de implementação e sustentação.
Qualidade da investigação: incluem o tema, relevância, aplicabilidade, disponibilidade de pesquisa, alcance e lacuna entre a investigação e
a prática.
— Disseminar conhecimentos que possam formar a base da ação (Produtores de evidência ➔ Difusores da evidência ➔ Consumidores
de evidência)
Disseminação externa
Póster
— Versátil;
— Usado para disseminar pesquisas ou numa conferência ou outro local, como na comunidade;
— Objetivo principal: promover o diálogo académico;
— Mais detalhados do que um discurso, menos detalhados do que uma apresentação, mas mais interativos do que
qualquer um.
Apresentação Oral
— A convite ou por submissão. Recomendações:
• no máximo um slide por minuto de conversa. • Manter o número de palavras por slide ao mínimo;
• usar cores contrastantes • Justificar o texto à esquerda;
• manter um modelo e fonte consistentes • Usar gráficos para orientar a audiência
• Escolher uma fonte (tipo de letra) simples;
— Paineis/ mesas redondas: moderador e palestrantes
Publicação (artigo)
— Sobre investigação, projetos de PBE ou estudos de caso ou revisões.
— Poster e apresentações: apenas para as pessoas presentes; publicação: contribuição permanente e um método de divulgação para a
profissão.
— Livros, internet (redes sociais, mailing list), revistas profissionais, boletins informativos, revistas eletrónicas e jornais
Considerações éticas:
— Plágio (pode ser intencional ou não; tornar o trabalho ou ideias de outra pessoa como nosso ou auto plágio)
-- Incorreta citação das fontes (poderá denotar desleixo; minimização com ferramentas de gerenciamento de citações)
— Duplicação de publicações
— Decisões de autoria (contribuição)
Translação de evidência:
• Experiências educacionais online e aplicativos; • Experiências educacionais com recurso a leitura e escrita;
• Depende de autoridade para decidir o relevante; • Decidem o que consideram importante aprender;
• Esperam que o que estão a aprender seja útil, no futuro; • Confiam em suas próprias crenças e experiências para validar;
• Sem experiência prévia; • Esperam usar imediatamente o que aprendem.
• Normalmente não questionam instrução ou autoridade