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INVESTIGAÇÃO

Pensador crítico: "habitualmente curioso, bem informado, confiante de razão, diligente na busca de informações relevantes e persistente na
busca de resultados”

Em Enfermagem: confiança, perspetiva contextual, criatividade, flexibilidade, inquiridor, integridade intelectual, intuição, mente aberta,
perseverança e reflexão.

Possuem habilidades cognitivas para analisar, aplicar padrões, discriminar, buscar informações, raciocínio lógico, prever e transformar
conhecimento.

Pensamento controlado e útil que requer estratégias para obter os resultados desejados;
Processo de busca, obtenção, avaliação, análise, síntese e conceptualização das informações.

O pensamento crítico é estanque? Imutável?


O desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico para precisão diagnóstica é importante:
(a) interpretação precisa dos dados é uma tarefa desafiadora que requer altos níveis de habilidades de pensamento e inteligência;
(b) As habilidades de pensamento dos enfermeiros, variam e podem ser melhoradas; (c) o uso ideal de habilidades de pensamento crítico
suporta a validade dos diagnósticos feitos a partir de dados.

O que é enfermagem? A enfermagem engloba o cuidado autónomo e colaborativo a indivíduos de todas as idades, famílias, grupos e
comunidades, doentes ou não e em todos os contextos. Inclui a promoção da saúde, prevenção de doenças e o cuidado a pessoas doentes,
com défices e em fim de vida. A promoção de um ambiente seguro, investigação, participação na formulação de políticas de saúde e na
gestão de clientes e sistemas de saúde e educação são, também, papéis fundamentais da enfermagem.

O que é a ciência de enfermagem? (...) é o conhecimento específico da disciplina que se concentra no processo humano-universo- saúde que
incide nos quadros concetuais e teorias da enfermagem. O conhecimento específico da disciplina reside em escolas de pensamento que
refletem diferentes perspetivas filosóficas que dão origem a processos ontológicos, epistemológicos e metodológicos para o desenvolvimento e
uso do conhecimento sobre o fenómeno único de preocupação da enfermagem.

in·ves·ti·ga·ção (latim investigatio, -onis) pes·qui·sar – Conjugar (pesquisa + -ar)


nome feminino verbo transitivo
1. Indagação ou pesquisa que se faz buscando, examinando e interrogando. 1. Indagar, investigar, procurar com diligência.
2. Inquirição de testemunhas.

Procurar novamente" ou "examinar cuidadosamente"



Procura sistemática ou estudo que valida e refina os conhecimentos existentes + desenvolve novos conhecimentos.

O que é investigação em Enfermagem?


— Colheita de dados novos e existentes de novas fontes ou informações em primeira mão;
— Direcionado para a solução do problema;
— Sistematização dos procedimentos (colheita e análise dos dados);
— Enfatiza o desenvolvimento de generalizações, princípios e teorias (prever ocorrências futuras);
— Requer experiência;
— Pode ser replicado;
— É cuidadosamente gravado e relatado.
— Desenvolver um corpo empírico de conhecimento para uma disciplina ou profissão.

1. Quais os conhecimentos relevantes necessários pelos enfermeiros?



Profissão prática: investigação essencial para desenvolver e refinar o conhecimento que os enfermeiros podem implementar para melhorar a
prática clínica e promover resultados de qualidade

Por exemplo: técnica mais eficaz para a administração de medicamentos por uma via intramuscular (IM).
Recentemente: pesquisas para determinar se os enfermeiros devem aspirar durante a administração IM

Ainda, gerar conhecimento sobre:

Educação em enfermagem Por ex.: desenvolver e refinar os melhores métodos para a formação em enfermagem à distância e o uso de
simulação.
Características de enfermeiros e funções Por ex.: melhorar a qualidade, a segurança e o custo-efetividade do sistema de assistência.
Liderança Por ex.: podem influenciar a qualidade do cuidado, produtividade, satisfação no trabalho e retenção dos enfermeiros.

Investigação em Enfermagem: questionamento sistemático destinado a desenvolver evidências confiáveis sobre questões de importância
para a profissão de enfermagem, incluindo prática de enfermagem, educação, administração e informática.

O que é PBE? A prática baseada em evidência não é nova; é o que temos feito há anos

Prática de enfermagem: deve ser baseada na evidência


Aquisição de conhecimento em Enfermagem

Conhecimento: reflexo preciso da realidade; usada para direcionar as ações de uma pessoa Síntese ➔ Incorporação ➔ Implementação

• Empírico, conhecimento factual, descritivo e verificável (evidências científicas)


• Ético (valores, normas e princípios)
• Estético (expresso por meio da intuição, sensibilidade e técnica)
• Pessoal (autenticidade do relacionamento recíproco com o outro)
• Reflexivo (reflexão na ação, reflexão sobre a ação, reflexão sobre a reflexão da ação)
• Sociopolítico e emancipatório

Aquisição de conhecimento através de investigação em Enfermagem

— Conhecimento que deriva da investigação: necessário para a prática clínica; específico e holístico, bem como orientado a processos e focado
em resultados.

Gerar evidência: - Promover a compreensão das experiências dos clientes e familiares com saúde e doença
- Testar a eficácia das intervenções de enfermagem na promoção da saúde dos indivíduos e das famílias
- Combinação de métodos quantitativos e qualitativos para ampliar a compreensão de problemas, comportamentos e
situações complexos de saúde
- Examinar os resultados do cuidado para determinar a qualidade, a segurança e o custo-efetividade da assistência à
enfermagem no sistema de saúde

Objetivos de pesquisa para a implementação de uma PBE


Identificar e entender a natureza dos fenómenos de enfermagem e/ou as relações entre eles (descrição, explicação predição e controlo)

Diferentes papeis na investigação em Enfermagem: produtor e consumidor

O Mestre em Enfermagem deverá ser capaz de: avaliar e sintetizar criticamente estudos para desenvolver e rever protocolos, algoritmos e
políticas ns prática. Implementar as melhores evidências de pesquisa na prática; colaborar em projetos de pesquisa e fornecer
perícia clínica para investigação.

O licenciado em Enfermagem deverá ser capaz de: ler e avaliar criticamente os estudos; utilizar as melhores evidências de pesquisa na
prática, com orientação; ajudar na identificação de problemas e recolha de dados

O Doutor em Ciências de Enfermagem deverá ser capaz de: participar do desenvolvimento de recomendações baseadas em evidência;
desenvolver, implementar, avaliar e rever, conforme necessário, protocolos, políticas e recomendações baseadas em evidência na prática;
realizar estudos clínicos; Assumir o papel principal, como investigador responsável, contribuindo para o conhecimento empírico gerado numa
área de estudo selecionada; obter financiamento para pesquisa; coordenar equipes de investigação

O uso da evidência na prática clinica


"Porque é isso que a nossa política diz." Ou “Existem inúmeros estudos que apontam a relação positiva entre X e Y, com ganhos em saúde,
nomeadamente A, B e C. Adotar atitudes contrárias poderá ter influência negativa, com aumento do tempo de internamento e complicações
associadas”

— ...é um processo e um produto exigindo que a evidência produzida também seja aplicada à prática. Implementação Produção

15%: prática baseada na evidência


60-90%: tentativas falhadas de implementação ➔ Barreiras
98.000 doentes morrem/ ano devido a erros médicos, evitáveis (nos EUA)
Apenas 20% dos cuidados que os profissionais de saúde prestam são baseados em evidências.
Apenas em 55% do tempo os doentes receberam cuidados baseados em evidências.

Redução das variações na prática ⇄ Aumento da produtividade ⇄ Aumento da qualidade e Redução dos eventos adversos
➡ ➡
Aumento da satisfação Redução dos custos

Desenvolvimento da disciplina| Aumento da capacidade negocial| Aumento da autonomia

A RETER:

- Investigação: definida como uma pesquisa sistemática para validar e refinar os conhecimentos existentes e desenvolver novos conhecimentos.
Utiliza dados, de forma sistemática, ordenada, e com recurso a um método objetivo de procurar informação.
- Investigação em Enfermagem: definida como um processo científico que valida e refina os conhecimentos existentes e gera novos
conhecimentos que influenciam direta e indiretamente a prática de enfermagem.
- PBE: integração consciente das melhores evidência, de acordo com a perícia clínica e circunstâncias e valores do cliente, visando cuidados de
saúde de qualidade, seguros e custo-efetivos.
- O conhecimento de enfermagem veio da tradição, autoridade, tentativa e erro, e investigação científica.
- A investigação básica está preocupada em gerar novo conhecimento; investigação aplicada procura soluções para problemas imediatos.
- Investigação quantitativa: processo formal, objetivo e sistemático, utilizando dados numéricos para obter informações sobre o mundo;
usado para descrever, examinar relações e determinar causa e efeito.
- Investigação qualitativa: abordagem única, dinâmica e subjetiva usada para descrever experiências de vida e dar-lhes significado;
conhecimento gerado proporcionará significado e compreensão de experiências de vida, situações, eventos e culturas.
- Investigação de métodos mistos: abordagem de investigação que combina métodos de pesquisa quantitativa e qualitativo, num único
estudo.
- Objetivos da investigação em Enfermagem: descrever, explicar, prever e controlar.
- Síntese de evidências: (1) revisão sistemática; (2) meta-análise; (3) metasíntese; e (4) revisão sistemática de métodos mistos.

ESTUDOS PRIMÁRIOS: Fase conceptual; Investigação qualitativa; Investigação quantitativa

Criação de Evidência em Cuidados de Saúde

— Estudos com humanos envolvem dois conjuntos de pessoas: aqueles que fazem a pesquisa e aqueles que fornecem a informação.

INVESTIGADOR: sujeitos/participantes (nos estudos quantitativos) e informantes (nos estudos qualitativos)

Associação Dados: descrições narrativas Fenómeno e Conceitos


Construtos e Variáveis ➔ Dados: valores numéricos ➔ Causa-efeito

— Investigação: método sistemático que visa acrescentar ao saber corrente um conhecimento que seja comunicável e verificável com recurso a
métodos padronizados e verificados (método científico)
— Procura de conhecimentos segundo princípios lógicos.

- Visa gerar conhecimento


- Visa a resolução de problemas
- Deve ser precisa (ou tentar), visando a minimização do erro
- Empírico
- Deve seguir uma lógica (sistematização) Os estudos começam
- Deve ser replicável; exige uma metodologia apropriada como problemas que
- Envolve uma abordagem/ contextualização teórica os investigadores
- É conduzida com recurso a uma amostra representativa querem resolver ou
- Preconiza o uso de ferramentas para colheita e análise de dados adequadas como perguntas que
- Os resultados da pesquisa devem estar disponíveis querem responder.

Um problema de investigação é uma condição enigmática, perplexa, ou preocupante. Independentemente da metodologia adotada, os
investigadores identificam um problema de investigação dentro de uma ampla área do tópico de interesse. O propósito de investigação é
"resolver" o problema - ou contribuir para a sua solução — acumulando informação relevante.

— As questões de investigação são as perguntas específicas às quais os investigadores querem responder na abordagem do problema de
investigação.
— Questões de investigação guiam o tipos de dados a serem recolhidos num estudo.
— O investigador também pode identificar objetivos – especificamente o que o investigador espera conseguir através da condução do estudo.

O problema deve:
— Ter significado: para a enfermagem - especialmente para prática de enfermagem;
— Ser passível de investigar: problemas ou questões de um natureza moral ou ética;
— Viabilidade de abordar o problema: tempo, disponibilidade de participantes do estudo, cooperação de outros, instalações e equipamentos,
condições económicas e financeiras, experiência do investigador, considerações éticas.

— Identificar um problema de investigação e desenvolvimento ou refinamento de questões de investigação ou hipóteses;


— Orientar para o que é conhecido e não conhecido sobre uma área de investigação;
— Determinar lacunas ou inconsistências no corpo de pesquisa;
— Determinar a necessidade de replicar um estudo, num cenário diferente ou com uma diferente população de estudo; Identificar ou desenvolver
novas ou refinadas intervenções clínicas;
— Identificar desenhos adequados e métodos de recolha de dados adequados para um estudo;
— Assistir na interpretação dos resultados do estudo e em desenvolvimento de implicações e recomendações

Plataforma: EBSCO, OVID, DIALOG, LexisNexis, STN e Scirus


Base de dados: Medline, CINAHL, sciELO, SCOPUS, EMBASE, Cochrane Database of Systematic Reviews e JBI
Literatura cinzenta: Grey literature, OpenGrey (SIGLE) e Google Scholar (...)
Teses e dissertações: DartEurope, Index to Thesis, NDLTD, ProQuest e RCAAP

Criação de Evidência em Cuidados de Saúde: questão de investigação


Frase interrogativa que faz uma pergunta específica sobre o tema de interesse;
Deve ser clara e específica;
Deve especificar as variáveis (característica ou atributo que difere entre as pessoas, objetos, eventos, etc.) e a população que está a ser
estudada.
Criação de Evidência em Cuidados de Saúde: hipóteses
— Expectativa de um investigador sobre os resultados de um estudo; Fornece a resposta prevista para a questão de investigação;
— Prevê a relação entre duas ou mais variáveis, devendo ser testável ou verificável;
— Contém a população e as variáveis, tal como a questão da investigação;
— Propõe a relação entre a variável independente (a causa; a variável pensada para influenciar a variável dependente) e a variável
dependente (efeito ou a variável influenciada pela manipulação da variável independente)

Exemplos:

Questão de investigação: "Existe uma correlação entre a imagem corporal e os níveis de autoestima de mulheres submetidas a mastectomia?”
Hipótese: “A autoimagem corporal das mulheres submetidas a mastectomia é tão mais positiva, quanto maior é o seu nível de autoestima”

Variáveis
Variáveis e termos contidos na hipótese do estudo ou na questão da investigação: devem ser definidos (conceptual e operacionalmente) de
modo a que o significado seja claro para o investigador e para o leitor do relatório

População e amostra
— População: conjunto completo de indivíduos ou objetos que possuem alguma característica comum de interesse para o investigador.
— População alvo (ou universo): grupo de pessoas ou objetos aos quais o investigador deseja generalizar as descobertas de um estudo.
— População acessível: grupo que está realmente disponível para estudo pelo investigador

Amostra: subgrupo da população


— Deve ser representativa da população (pois é usada para fazer generalizações sobre a população)
Deve ser cuidadosamente selecionada: método de seleção da amostra determina o quão representativa a amostra é.

• Processo de seleção de indivíduos para um estudo: não é possível examinar cada elemento da população.
• Quando conduzida corretamente: permite desenhar inferências e fazer generalizações sobre a população sem examinar todos os elementos
da população.
• Procedimentos de amostragem: pretendem assegurar que as características dos fenómenos de interesse serão, ou são suscetíveis de estar,
presente em todos os elementos do estudo.

Amostragem probabilística: processo de seleção aleatório em que cada membro do população tem uma oportunidade diferente de zero
de estar na amostra;

Aleatória simples: investigadores estabelecem uma moldura de amostragem, a partir da qual a amostra será escolhida; após, os elementos são
numerados consecutivamente, sendo, aleatoriamente, escolhidos os participantes, de acordo com o tamanho desejado.
Aleatória estratificada: a população é dividida em dois ou mais estratos, com o objetivo de aumentar a representatividade; usada
estratificação aleatória para subdividir a população em subconjuntos homogéneos
Cluster: envolve selecionar grupos amplos (clusters) em vez de selecionar indivíduos; por ex.: para uma amostra de estudantes de
enfermagem, podemos primeiro desenhar uma amostra aleatória de escolas de enfermagem e, em seguida, desenhar um amostra de alunos
das escolas selecionadas.
Sistemática: envolve a seleção de cada caso X de uma lista (exemplo: a cada décimo participante numa lista de doentes ou cada 25a pessoa
numa lista de estudantes).

Amostragem não probabilística: não se pode estimar a probabilidade que cada elemento da população tem de ser selecionado para a
amostra (risco de uma amostra tendenciosa)

Conveniência: os participantes são os mais, convenientemente, disponíveis; problema deste tipo de amostragem: aqueles que estão disponíveis
podem ser atípicos da população em relação a variáveis críticas.
Bola de Neve: (ou amostragem em cadeia) é uma variante da amostragem de conveniência; com esta abordagem, os membros da amostra
precoce (chamados sementes) são remetem outros participantes que cumprem os critérios de elegibilidade; frequentemente usada quando a
oportunidade diferente de zero de estar na amostra;
população envolve pessoas que de outra forma poderiam ser difíceis de identificar; em populações heterogéneas: > risco de viés amostral.
Quota: investigador identifica estratos populacionais e determina quantos participantes são necessários de cada estrato.
Consecutiva: recrutar todos os participantes de uma população acessível, que satisfaçam os critérios de elegibilidade durante um intervalo de
tempo específico, ou para um tamanho da amostra especificado.
Intencional: usa o conhecimento dos investigadores sobre a população para fazer seleções, por ex. peritos.

Princípios éticos

O Código de Nuremberga de 1947:


Em investigação:
1. Os potenciais sujeitos devem ser informados sobre o estudo. 1. Respeito pela pessoa. Os sujeitos de
2. A investigação deve ser para o bem da sociedade. investigação devem ter autonomia e
3. A investigação animal deve preceder a investigação sobre os seres humanos, se possível. autodeterminação.
4. O investigador deve tentar evitar lesões em indivíduos de investigação. 2. Beneficência. Os sujeitos de investigação
5. O investigador deve estar qualificado para realizar investigações. devem ser protegidos contra danos.
6. Os indivíduos ou o investigador podem parar o estudo se ocorrerem problemas. 3. Justiça. Os sujeitos de investigação
devem receber um tratamento justo
Comissão de ética e investigação (órgãos institucionais): órgão administrativo criado para rever e aprovar investigação em humanos sob
os auspícios da instituição com a qual é afiliado.

Consentimento informado: para que a um participante na investigação tenha plena compreensão do estudo antes do início do estudo.

• Explicação da investigação e dos objetivos da investigação, assim como os procedimentos e as atividades a serem desenvolvidas (e
estimativa de tempo despendido para as mesmas);
• Descrição de eventuais riscos previsíveis ou desconforto;
• Descrição de quaisquer benefícios para o sujeito ou para outros;
• Divulgação de procedimentos alternativos adequados, no caso de estudo com intervenções terapêutica;
• Declaração que descreva a forma como a confidencialidade dos registos do participante será mantida;
• Explicação de como as lesões imprevisíveis serão tratadas;
• Explicação de quem contactar para obter respostas às questões relevantes para o estudo
• Declaração de que a participação é voluntária e que a recusa de participar ou a prerrogativa de se retirar a partir do estudo será
assegurado sem consequências negativas em qualquer momento.

Metodologia quantitativa

Natureza da Realidade: Fonte de conhecimento


• Quantitativa • Lógica positivista
• Obtida em termos objetivos estreitos • Uso da observação
• Realidade única Orientação
• Partes separadas e manipuláveis Variáveis independentes umas das outras • Processo orientado a produtos, fenómenos;
Dados
• Objetivos
• Humano é feito de partes

Projeto de investigação: plano que descreve aspetos da recolha e análises de dados e amostra com base em questões de pesquisa
específicas e/ou hipóteses.

Podem ser definidos de uma perspetiva:


— Ampla: sugere abordagens para observação e análise, mas não diz especificamente o que fazer ou
— Estreita: fornece orientação metodológica, relativamente à amostra e seleção da mesma.

—— Processo formal, objetivo, rigoroso e sistemático para a geração de informações numéricas sobre o mundo.

Objetivos:
• Descrever novas situações, eventos ou conceitos
• Descrever/ relacionar as relações entre variáveis
• Determinar a eficácia das intervenções

Na investigação quantitativa: - Identificar a população


- Identificar o problema da investigação - Selecionar a amostra
- Determinar a finalidade do estudo - Realizar um estudo piloto
- Formular a questão da investigação - Recolher os dados
- Rever a literatura - Organizar os dados para análise
- Desenvolver um quadro teórico/conceptual - Analisar os dados
- Identificar os pressupostos do estudo - Interpretar os achados
- Reconhecer as limitações do estudo - Comunicar os achados
- Formular a hipótese - Utilizar os achados
- Definir as variáveis/termos de estudo
- Selecione o desenho de estudo
— Área onde o conhecimento é necessário para avançar a prática da enfermagem.
— Problema deve ser do interesse do investigador e ser significativo para a enfermagem.
— Problema da investigação aborda o que será estudado; a finalidade por que o estudo está a ser feito.

Questão de investigação
- Questão específica que o investigador espera ser respondida num estudo.
- Deve especificar as variáveis e a população que estão a ser estudadas.

Revisão da literatura
- Basear-se em conhecimentos anteriores: antes de iniciar o estudo é importante determinar que conhecimento existe
- Revisão da literatura: ajuda a desenvolver um enquadramento teórico ou conceptual para um estudo. Pode auxiliar na escolha dos métodos.

Limitações
- Deve tentar identificar previamente as limitações ou fraquezas do seu estudo, para minimizar o viés.
- Limitações: variáveis descontroladas que podem afetar os resultados do estudo e limitar a generalização das conclusões.
- O investigador deve reconhecer abertamente as limitações de um estudo antes dos dados serem recolhidos.
- Devem ser tomadas em consideração quando as conclusões são formulados, e quando são feitas recomendações para investigação futura.
Recolha de dados:
Selecionar e desenvolver instrumentos
• Recursos: despesa com o uso de escalas, com quem irá efetuar a recolha de dados (se aplicável);
• Disponibilidade e familiaridade: optar por instrumentos com os quais temos experiência;
• Adequação populacional: instrumentos devem ser escolhidos tendo em conta as características da população-alvo (traduzidos,
adaptados e validados, culturalmente);
• Normas e comparações: normas indicam os valores "normais" na medida para uma população especifica e, portanto, oferecem uma
boa comparação;
• Problemas de administração: requisitos especiais de preenchimento.
• Reputação: aconselhamento com peritos na área (diferentes instrumentos podem medir os mesmos constructos).

População
Investigador deve especificar a população ou grupo de interesse, bem como a população que está disponível para o estudo (população
acessível)
— População alvo (universo): grupo de pessoas ou objetos aos quais o investigador deseja generalizar as descobertas de um estudo.
— População acessível: grupo que está disponível para estudo pelo investigador.

Estudo piloto
- Amostra para o estudo-piloto: com características semelhantes às da amostra que será utilizada para o estudo real.
- Corpo de evidência recolhida a partir de estudos-piloto: relacionado com a conceção do estudo, planos de amostragem ou tamanho
necessário da amostra, procedimentos de recolha de dados e processos de análise de dados.
- Um estudo-piloto pode ser usado para testar um novo instrumento ou para avaliar um instrumento existente que tenha sido alterado.

Critérios para estabelecer uma relação de causa/efeito:


1. Temporal: uma causa deve preceder um efeito no tempo (ex.: tabagismo e cancro do pulmão)
2. Relação: deve haver uma relação empírica entre a causa presumida e o efeito presumido.
3. Variáveis de confusão: a relação não pode ser explicada como sendo causada por uma terceira variável.

Desenhos de investigação
- Estudo descritivo: Descrevendo a disseminação de casos de COVID-19 e sua potencial influência na saúde local, nacional e global

-Descrição de fenómenos em situações da vida real;


— Realizados com grande número de sujeitos ou participantes do estudo, em ambientes naturais, sem manipulação da situação.
— Resultados: identificação e descrição de conceitos, identificação de possíveis relações entre conceitos e desenvolvimento de hipóteses que
fornecem base para futuras pesquisas.

- Estudo correlacional: Examinar as relações entre determinadas variáveis (idade, género, tempo de sedentarismo, ...) e IMC de uma
criança em idade escolar

- Investigação sistemática das relações entre variáveis.


— Investigadores: medem variáveis selecionadas numa amostra e, em seguida, usam estatísticas correlacionais para determinar as relações
entre as variáveis do estudo.
— Determinar o grau ou força e tipo (positivo ou negativo) de uma relação entre duas variáveis.
— A força de uma relação varia − 1 (correlação negativa perfeita) a + 1 (correlação positiva perfeita), com 0 indicando nenhuma relação

- Estudo quase experimental: Determinar a eficácia de um programa de prevenção de quedas na taxa de queda de doentes idosos
hospitalizados

- Pretende-se examinar as relações causais ou determinar o efeito de uma variável noutra; envolvem a implementação de uma
intervenção e a análise dos efeitos desta intervenção utilizando métodos de medição selecionados.

- Diferem dos estudos experimentais pelo nível de controlo alcançado investigadores: menos controlo sobre a implementação da intervenção,
gestão do cenário e/ou seleção de participantes do estudo

- Estudo experimental: Investigação objetiva, sistemática e altamente controlada com o objetivo de prever e controlar os fenómenos
Verificada a causalidade entre as variáveis independentes (tratamento) e dependentes (resultado), num ambiente controlado.

Rigoroso controlo das variáveis.


(1) manipulação controlada de pelo menos uma variável de tratamento (variável independente);
(2) exposição de alguns dos participantes do estudo ao tratamento (grupo experimental) e nenhuma exposição dos restantes participantes
(grupo de controlo);
(3) atribuição aleatória de participantes ao grupo de controlo ou experimental.

Tratamento de dados:

- Estatística descritiva: frequentemente usadas para resumir características amostrais, descrever variáveis- chave de pesquisa e
características metodológicas de documentos (por exemplo, taxa de resposta).
- Estatística inferencial: dar resposta a questões de investigação/ hipóteses.
Intervalo de confiança:
Estimativa de intervalo: indica uma gama de valores dentro dos quais o parâmetro tem uma probabilidade especificada de erro.
Intervalo de confiança (em torno da estimativa): limites superiores e inferiores são os limites de confiança. Por convenção: IC = 95% ou 99%.

Teste de hipóteses:
Hipótese nula (H0): inferência negativa (testes estatísticos de hipóteses são um processo de rejeição)
Ex.: Grupo experimental: pontuação média de ansiedade menor.

(1) a intervenção foi bem sucedida na redução da ansiedade (H1)
(2) as diferenças decorrentes de fatores de acaso, como diferenças de grupo na ansiedade mesmo antes do tratamento (H0).
Pretende-se mostrar que a hipótese nula tem uma alta probabilidade de estar incorreta: rejeitar H0.

— Características normais de distribuição: permite verificar valores prováveis e improváveis


— H0: média é de 50, então 95% da amostra estaria entre 46,0 e 54,0
— A média amostral de 74.1: reside na região crítica considerada improvável se a hipótese nula estiver correta .

Testes paramétricos: envolvem a estimativa de um parâmetro, requerem medições em pelo menos uma escala de intervalo e envolvem
várias suposições (variáveis são normalmente distribuídas na população)
Testes não paramétricos: não estimam parâmetros e envolvem suposições menos restritivas sobre a forma da distribuição das variáveis
do que os testes paramétricos. Úteis quando a distribuição é marcadamente não normal, ou quando o tamanho da amostra é muito pequeno.

Ensaio clínico randomizado: avaliar a eficácia de uma intervenção/tratamento

Grupo de controlo pré-teste/ pós-teste, prospetivo, recolha de dados após um longo período
Grupo experimental + grupo controlo, com randomização (cega/ duplamente cega) da amostra

Permite comparar o desempenho do grupo de intervenção (experimental) com o de um grupo que não recebeu a intervenção, mas foi
exposto à mesma passagem do tempo

Estudos duplamente cegos: atribuição da intervenção só é revelada se houver efeitos colaterais graves ou inesperados.
Importância dos tamanhos amostrais (suficientes para garantir a eficácia da intervenção/tratamento)

- Intervenção alternativa (Ex.: dois tipos diferentes de distração como terapias alternativas para dor)

- Métodos/ técnicas padrão de cuidado (procedimentos usuais utilizados para cuidar dos clientes.)

- Placebo ou pseudointervenção (presumidamente sem valor terapêutico) (Ex.: estudos sobre a eficácia de medicamentos.)

- Diferentes doses ou intensidades de tratamento (todos os participantes recebem algum tipo de intervenção, mas o grupo experimental
recebe uma intervenção mais rica, mais intensa ou mais longa.

- Grupo de controlo em lista de espera, com tratamento atrasado (o grupo controlo acaba recebendo a intervenção experimental completa,
depois de avaliados todos os resultados da pesquisa.)

Randomização: objetivo é aproximar do ideal (pessoas expostas a duas ou mais condições simultaneamente)
Ex.: estudar a eficácia de um programa de aconselhamento a mulheres
• Grupo experimental (com aconselhamento) + Grupo controlo (sem aconselhamento)
• Variáveis que podem influenciar (deve haver controlo): idade, estado civil, situação financeira e afins.
• Risco de grupos desiguais: > quanto < o tamanho da amostra.

Elementos controlados na investigação quantitativa:

• Variáveis estranhas
— Investigador pode reduzir a influência de variáveis estranhas que existem em todos os estudos e podem interferir com a obtenção de
uma compreensão clara das relações entre as variáveis de estudo.
Por ex.: estudo com foco no efeito das terapias de relaxamento sobre a perceção da dor incisional - teriam que controlar variáveis
estranhas, como o tipo de incisão cirúrgica e tempo, quantidade e tipo de medicação para a dor administrado após a cirurgia.

• Ambiente de investigação
— Na investigação, existem três ambientes comuns: naturais (investigador não manipula ou muda o ambiente para o estudar – estudos
descritivos e correlacionais), parcialmente controlados (investigador manipulou ou modificou de alguma forma) e altamente
controlados (ambiente artificialmente construído e desenvolvido com o único propósito de conduzir a investigação).

• Processo de amostragem
— Aumentar o controlo e o rigor de um estudo e diminuir o potencial de viés (ex.: amostragem propabilistica)

• Atribuição de participantes do estudo a grupos

• Desenvolvimento e implementação da intervenção do estudo


Validade

Validade interna: diferença na variável independente (variáveis parasitas: ameaças à validade interna porque oferecem explicações
concorrentes para a relação entre as variáveis)
— “o tratamento (intervenção) realmente trouxe uma mudança na variável dependente?”
— “a variável independente realmente fez diferença?”
Validade externa: possibilidade de generalização dos resultados do estudo a partir da amostra de estudo para a população maior
Validade de construto: instrumento consegue representar adequadamente o construto teórico que procura medir.
Validade de critério: instrumento é capaz de predizer um desempenho ou comportamento específico de uma pessoa.

Ameaças à validade:
— História: efeitos confusos de eventos específicos, além do tratamento experimental; ocorre após a introdução da variável independente ou
entre o pré-teste e o pós-teste.
— Maturação: processos biológicos ou psicológicos que ocorrem com o passar do tempo e são independentes de quaisquer eventos externos
(comum em estudos longitudinais).
— Teste: efeito potencial de pré-teste ou testes repetidos na variável dependente (sujeitos podem realmente aprender informações fazendo um
pré-teste, independente de qualquer intervenção educacional).
— Instrumentação: confiança na medição
— Mortalidade

Estudos epidemiológicos
Epidemiologia: distribuição e determinantes da frequência de doenças e lesões em populações humanas; preocupação com a identificação de
fatores de risco associados à doença e à incapacidade.

— Estudos epidemiológicos descritivos: preocupados com a distribuição e padrões de doença ou incapacidade numa população; estudos de
caso, estudos correlacionais ou inquéritos transversais.
— Estudos epidemiológicos analíticos: envolvem o teste de hipóteses para determinar se exposições específicas estão relacionadas à presença
ou ausência de doenças ou deficiências específicas.

Alguns conceitos
Grupo de controlo: grupo que não recebe o tratamento experimental.
Ensaio clínico randomizado: estudo prospetivo avaliando a eficácia de uma intervenção/tratamento numa grande amostra de participantes.
Estudo descritivo/ correlacional: estudo usado para descrever e explicar a natureza e a magnitude das relações existentes.
Estudos epidemiológicos descritivos: estudos relacionados com a distribuição e padrões de doença ou incapacidade numa população.
Estudo descritivo: estudo projetado para descrever o significado da existência e/ou fenómenos.
Grupo experimental: grupo que recebe o tratamento "novo" numa experiência.
Validade externa: refere-se à medida para os quais os resultados de um estudo podem ser generalizada a partir da amostra de estudo para a
população alvo.
Variável estranha: qualquer variável que não está diretamente relacionada com o propósito do estudo, mas que pode afetar a variável
dependente
Validade interna: se a variável independente fez a diferença.

A reter
• Abordagens quantitativas e qualitativas: constituem uma estrutura organizadora que contém um conjunto de suposições ou valores
que fundamentam a forma como os investigadores encaram a realidade e a pesquisa;
• Abordagem quantitativa: voltada para a verificação das relações, envolve medição e análise de relações.
• Projetos de investigação: experimentais (ex.: experimental ou quase experimental) ou não experimental (ex.: descritivos, correlacionais)
• Estudo experimental: investigador tenta avaliar se uma intervenção ou tratamento (variável independente) faz diferença num
determinado outcome (variável dependente); envolve grupo experimental e grupo controlo.
• Estudo quase experimental: manipulação da variável independente; grupo de controlo está ausente.
• Ensaios clínicos randomizados: estudos prospectivos que avaliam a eficácia de uma intervenção/tratamento numa amostra grande.
• Desenhos quantitativos: foco na validade interna (diferença da variável independente ou se os resultados foram uma resposta a
algumas variáveis).
• Ameaças à validade interna: incluem histórico, maturação, testes, instrumentação, regressão estatística e mortalidade.

Metodologia qualitativa

— No planeamento de estudos qualitativos, os investigadores devem refletir sobre como os achados podem ser úteis para a prática clínica e PBE.

- Identificar o problema do estudo - Proteger os direitos dos participantes


- Indicar a finalidade - Recolher os dados
- Selecionar o desenho de investigação - Analisar os dados
- Rever a literatura - Interpretar os dados
- Selecione os participantes - Comunicar os resultados do estudo

— Descoberta de significados.
— Enfatiza uma compreensão de experiência humana, explorando a natureza das transações das pessoas com si mesmo, com o(s) outro(s), e
com o que os rodeia.
Cenário de investigação
— Recolha de dados: cenários naturalistas; estudar os fenómenos numa variedade de contextos naturais.
— Transversal ou longitudinal (necessidade de estudar um fenómeno longitudinalmente pode surgir após análise preliminar dos dados)

Questão de investigação:
— Geralmente ampla, procurando entender por que algo ocorre, o que certas experiências significam, ou como a dinâmica de uma experiência
influencia comportamentos ou adesões.
— Descobrir conhecimento e compreender descrições ricas de significados de experiências sociais.

Participantes
— Quem seria uma fonte de dados rica em informações para o meu estudo? Com quem devo falar ou observar para maximizar minha
compreensão do fenómeno?
➡ à medida que a recolha de dados progride
Quem pode confirmar os meus achados? Quem pode desafiar ou modificar as minhas conclusões? Ou quem as pode enriquecer?

Seleção dos participantes: experiência sobre o fenómeno (ou cultura) em estudo.

Amostra O investigador deve identificar:


Investigadores qualitativos: raramente se preocupam - Tipo de processo de amostragem
explicitamente com a questão da generalização. ➔ - Critérios de inclusão
➡ - Caraterísticas do ambiente de investigação
Objetivo da maioria dos estudos qualitativos: - Período temporal em que ocorreu a recolha de dados
proporcionar uma compreensão contextualizada da - Número de participantes e a razão para o tamanho
experiência humana através do estudo intensivo de alguns amostral (incluindo a saturação dos dados)
- Caraterísticas principais dos participantes casos.

Amostragem de conveniência
Amostragem de bola de neve
Amostragem intencional
Amostragem teórica
Amostragem em Etnografia:
• investigadores podem começar adotando uma abordagem “grande rede“ (misturando-se e tendo conversas com o maior número possível
de membros da cultura em estudo);
• conversam com muitas pessoas, mas dependem fortemente de um número < de informantes-chave (altamente conhecedores da cultura ou
organização e que desenvolvem relações especiais e contínuas com o investigador).
Amostragem em Fenomenologia:
• Fenomenologistas tendem a depender de amostras muito pequenas — muitas vezes 10 ou menos participantes.
• Todos os participantes devem ter experimentado o fenómeno e devem ser capazes de articular como é ter vivido essa experiência.
Amostragem em Grounded Theory:
• Amostras de 20 a 30 pessoas (amostragem teórica): informantes que possam contribuir para a evolução da teoria.
• Amostragem, recolha de dados, análise de dados e construção teórica ocorrem simultaneamente:
1. 1os casos: amostragem intencional, por conveniência, ou bola de neve.
2. amostragem de variação máxima: utilizada para obter insights sobre a amplitude e complexidade do fenómeno em estudo
3. Amostra é ajustada de forma contínua.
4. Amostragem continua até que a saturação seja alcançada.
5. Amostragem final pode incluir uma busca por casos de confirmação e desconfirmação: testar, refinar e fortalecer a teoria.

Recolha de dados
Entrevista: qualidade dos dados depende da proficiência do entrevistador (pontual, imparcial, capaz de criar uma atmosfera de franqueza e
partilha).
Participantes: à vontade para que se sintam confortáveis em expressar suas opiniões honestamente.
Observação estruturada: usada para registar comportamentos, ações e eventos (desafio: formulação de um sistema para registrar
observações com precisão)

Importante:
— Ganhar confiança
— Ritmo da Recolha de Dados
— Envolvimento Emocional com os Participantes
— Reflexão sobre o papel como investigador
— Distrações ambientais

Técnicas de recolha de dados

Entrevistas não estruturadas


- Indicado para quando não existe visão preconcebida do conteúdo ou fluxo de informação
- Conversas interativas
- Os participantes têm liberdade para contar as suas histórias
- Frequentemente usadas na fenomenologia, teoria fundamentada e estudos etnográficos
- Geralmente inicia-se por uma pergunta ampla e, subsequentemente, mais focadas e guiadas
Entrevistas semi-estruturadas
- Existe um conjunto específico de tópicos a serem abordados.
- Investigador incentiva os participantes a falar livremente sobre todos os tópicos que constam do guião.
- Garante a obtenção de toda a informação necessária

Discussão focalizada (focus group)


- Técnica de investigação em que a recolha de dados é feita através da interação de grupo sobre um tópico determinado pelo
investigador
- Principal característica: interação ativa entre os participantes para explorar as suas opiniões e opiniões.

Diários
- Fonte de dados em pesquisas históricas.
- Fornecer uma descrição íntima e detalhada da vida quotidiana da pessoa. Requerem um elevado nível de cooperação dos participantes.
Ex.: passar 10 a 15 minutos por dia anotando pensamentos/ sentimentos; anotar aspetos específico da sua experiência

Notas de campo
- Relato narrativo do que está a acontecer no campo de pesquisa; servem como dados para análise.
- Riqueza de detalhes, o significado e importância deque pode não emergir por semanas.

Painel de Delphi:
- Técnica de investigação usada para obter consenso de um grupo de especialistas sobre uma determina área/ intervenção;
- Forma interativa de reunir as opiniões de perito;
- O tamanho do grupo num estudo da Delphi é determinado pela dinâmica de grupo e riqueza de resultados.

Fenomenologia: oportunidade de obter uma compreensão profunda da natureza ou significado de experiências do dia-a-dia (experiências
vividas)
- Descoberta e descrição, sistemática, do significado ou essência (elementos ou unidades estruturais que dão um entendimento para o
fenómeno em estudo) de uma experiência.

Etnografia: descrição e compreensão de uma cultura especifica


- Investigador vive, por um longo período de tempo, entre um determinado grupo de pessoas que partilham uma cultura comum.
- Investigador é um observador participante.

Teoria fundamentada: descoberta da teoria a partir de dados que têm sido sistematicamente obtidos através da pesquisa.
- Combina indução (emerge dos dados) e dedução (usada para testar a teoria empiricamente)
- Não começa com uma teoria existente; gera uma teoria para explicar algo. O produto de investigação termina com a formulação de uma
teoria ou conjunto integrado de hipóteses conceptuais.

Estudo de caso: investigações aprofundadas de uma única entidade (ou pequeno número de entidades), que pode ser um indivíduo, família,
instituição, comunidade ou outra unidade social.
- Riqueza de informações descritivas e podem examinar as relações entre diferentes fenómenos, ou podem examinar tendências ao
longo do tempo.
- Tentam analisar e entender questões importantes para a história, desenvolvimento ou circunstâncias da entidade em estudo.

Alguns conceitos
Categoria: tipo de conceito que é geralmente usado para um nível mais alto de abstração.
Codificação: processo pelo qual os dados são conceptualizados.
Etnografia: estudo e descrição de uma cultura no ambiente natural; investigador está intimamente envolvido no processo de recolha de dados
e procura compreender completamente como a vida se desenrola para o cultura particular em estudo.
Fenomenologia: método de filosofia e pesquisa que explora e descreve a experiência do dia-a-dia como parece à consciência humana de
forma a gerar e melhorar a compreensão do que significa ser humano.
Notas de campo: descrições detalhadas das observações, experiências e conversas dos investigadores.
Trabalho de campo: abordagem de investigação antropológica, no qual o investigador, tem contacto prolongado e embrenhado com membros
da cultura que está a ser estudada.
Teoria fundamentada: descoberta de uma teoria a partir de dados que têm sido sistematicamente obtidos através da pesquisa.
Saturação: ponto em que a recolha de dados é encerrada porque nenhuma nova descrição e interpretações da experiência vivida pelos
participantes.

A reter
• A pesquisa qualitativa está preocupada com a descoberta do significado e do uso de linguagem, conceitos e palavras em vez de números
para representar evidências da pesquisa;
• As amostras qualitativas tendem a ser pequenas, e intensivamente estudadas, sendo frequentemente usada a amostragem intencional para
selecionar fontes de dados quemelhorem a riqueza da informação;
• Tamanho da amostra associado à saturação de dados;
• A generalização na investigação qualitativa é uma questão controversa;
• Os métodos de recolha de dados qualitativos incluem: entrevistas não estruturadas, entrevistas semi- estruturadas, focus group, diário,
entre outros;
• Investigadores qualitativos às vezes recolhem dados observacionais não estruturados, através da observação dos participantes.
Investigação métodos mistos:

Definição
— Investigação, na que o investigador recolhe e analisa dados, integra os resultados, e extrai inferências usando tanto abordagens
qualitativas como métodos quantitativos, num único estudo ou programa de investigação"
— Não envolve apenas a recolha de dados qualitativos e quantitativos, mas também a integração dos dois nalgumas fases do processo
de investigação, dando origem a meta-inferências.

Finalidade Aplicações
-— Complementaridade — Desenvolvimento de Instrumentos
—↑ conhecimentos Teóricos — Explicação e validação de construtos
— Incremento — Gerar hipóteses
— Validade Reforçada — Ilustrar, Esclarecer e Amplificar
— Criação de Novas Fronteiras — Compreender relações e processos causais
— Construção, Teste e Aperfeiçoamento teórico

ESTUDOS SECUNDÁRIOS

Da produção à implementação de conhecimento

Pensamento crítico ➔ Produção de conhecimento ➔ Agrupar conhecimento

O que gera a investigação? Conhecimento.

Ciência: corpo de conhecimento + processo de produção de conhecimento

Ciência: processo de compreender o mundo.



Conhecimento científico: o que aprendemos do processo após a pesquisa e a recolha e análise dos dados.

Investigação científica: recolha de dados para investigar e explicar um fenómeno.



Processo desenhado para minimizer o viés humano: ↑ acurácia dos achados.

Pensar, cientificamente, na nossa vida diária, envolve:


• Fazer perguntas que possam ser respondidas de forma analítica recolhendo dados ou criando um modelo;
• Testar as suas ideias;
• Criatividade na abordagem, mantendo-se dentro dos limites da questão;
• Reconhecer o papel da cultura no seu modo de pensar.
• O objetivo do processo científico é gerar explicações testáveis, e os métodos e abordagens para gerar conhecimento são
compartilhados publicamente para que possam ser avaliados pela comunidade científica;
• Cientistas baseiam-se no trabalho dos outros para criar conhecimento científico.
• O conhecimento científico está sujeito à revisão e refinamento à medida que novos dados, ou novas formas de interpretar dados
existentes, são encontradas.

O que distingue a prática do/a enfermeiro/a de outros profissionais?


— Investigação pode dar um elevado contributo à prática clínica de Enfermagem, na identificação e nomeação de saberes inerentes à prática
--- A investigação em enfermagem tem uma tremenda influência na atual e futura prática profissional de enfermagem, sendo um
componente essencial do processo educativo.

Pensamento Crítico ➔ Ideia ➔ Brainstorming ➔ Revisão da literatura ➔ Identificação das variáveis ➔ Questão de investigação

— Determinar questão/ tópico de revisão — Leitura dos títulos e resumos


— Identificar variáveis/ termos (descritores) — Leitura preliminar; eliminar artigos não relevantes
— Seleção dos artigos relevantes — Análise critica dos artigos; extração dos dados
— Pesquisa com recurso a diferentes bases de dados — Síntese das evidências de cada artigo
• (CINHAL, PubMed, PsycINFO, EBSCO, Scielo)

Seleção do problema ➔ População e a(s) amostra(s) ➔ Colheita de dados ➔ Análise e as conclusões ➔ Divulgação dos resultados

— Seleção criteriosa da informação/ conhecimento


— Agregar conhecimento
— As revisões sistemáticas visam proporcionar uma síntese abrangente e imparcial de muitos estudos relevantes num único documento,
usando métodos rigorosos e transparentes.
— Procuram reunir evidências de acordo com critérios de elegibilidade pré-estabelecido, de forma a responder a uma pergunta
específica de pesquisa. Eles visam minimizar o viés usando métodos explícitos e sistemáticos documentados com antecedência (protocolo).
— Uma revisão sistemática visa sintetizar e resumir o conhecimento existente.
— Tenta descobrir "todas" as evidências relevantes para uma determinada pergunta
Formular uma pergunta de revisão ➔ Definir critérios de inclusão e exclusão ➔ Localizar estudos através da pesquisa ➔ Selecionar estudos
para inclusão ➔ Avaliar a qualidade dos estudos ➔ Extrair os dados ➔ Analisar e sintetizar os estudos relevantes ➔ Apresentar e interpretar os
dados

Revisões sistemáticas

Planeamento
Antes do protocolo: investigação preliminar da literatura para determinar se existem estudos sobre o tema do interesse.
Se existir uma revisão prévia:
• verificar critérios de inclusão (população, contexto, intervenções e até tipos de estudo);
• método diferente para pesquisa, avaliação crítica e síntese;
• Verificar qualidade da revisão prévia.

Identificar os membros da equipa ➔ Verificar as revisões/protocolos existentes ➔ Formular questão específica ➔ Critérios de inclusão ➔
Critérios de exclusão ➔ Documentar estratégia pesquisa ➔ Avaliação crítica ➔ Síntese de resultados ➔ Relatório

Questão

P I C O P C C
Population, patient Intervention, Interest Comparison, context Outcome Population or Concept Context
or problem or Exposure or condition participants

S P I C E S PI D E R
Setting Perspective Interest Comparison Evaluation Sample Phenomeon Design Evaluation Research
of interest type
Pesquisa
1. Colocar questão em tabela, com critérios de inclusão e exclusão. 2. Identificar termos (descritores classificados e texto livre)
3. Criar a expressão de pesquisa (operadores booleanos)
4. Decidir restrições linguisticas e período temporal???
5. Selecionar base de dados e quais os campos (título, resumo, texto completo, por ex.)
6. Exportar dados para o gestor de referências (ex.: Mendeley).
7. Guardar o registo de pesquisa.

Avaliação crítica
— Avaliar, criticamente, os estudos ➔ Garantir que as conclusões dos artigos incluídos sejam fiáveis, válidas e sem distorções inerentes.
— Avaliação do desenho da investigação, condução da investigação, dimensão do efeito e resultados relevantes.
— Listas de verificação: promover a consistência na avaliação através da colaboração dos revisores. (Critical Appraisal Tools via JBI; Critical
Appraisal Skills Programme Checklists; NHMRC Levels of Evidence; GRADE; Study Quality Assessment tools via NHLBI)

Guidelines
— Informação que sugere como algo deve ser feito.
— Visa agilizar determinados processos de acordo com uma rotina definida
— Emitidas e utilizadas por organizações para tornar orientar as ações dos seus colaboradores ou departamentos ou profissionais

Investigação Análise SWOT; Educação/ Formação; Facilitadores

Pergunta (relevante ➔ Pesquisa da ➔ Revisão crítica da ➔ Extração de resultados ➔ Implementação ➔ Monitorização


e exequível) evidência literatura (evidências) relevantes clínica de resultados

PICO(D); PICOT Bases de dados Níveis de evidência Preferências do cliente


; SPICE Competências Experiência
de pesquisa Recursos

Questão de interesse clínico

Informação em saúde: facilmente disponível ➔. Prática clínica informada, baseada em evidências

- Crescente complexidade do paciente → profissionais cada vez mais proficientes na obtenção de informação
- Questão clínica: maximiza a informação obtida com a menor quantidade de investimento no tempo.

Curiosidade: formular a questão


Componentes de pergunta guiam a pesquisa e estratégias empreendidas para encontrar respostas. Ex.: PICOT

7 Passos para uma pesquisa PICO perfeita


1. Formular a questão PICO 6. Aperfeiçoar ps resultados
2. Identificar palavras chave para cada elemento PICO 7. Rever a literatura
3. Planear a estratégia de pesquisa 8. Avaliar a evidência
4. Executar a pesquisa
Pequena % de profissionais de saúde: acedem e usam a informação em tempo útil Porquê?
— ↓ incerteza e ↑ obtenção da informação certa no momento certo: diretamenta associada à questão
— Formular a questão clínica pesquisável e respondível

Questões de primeiro plano Questões de fundo


• aquelas que podem ser respondidas a partir de evidências • aquelas que precisam de ser respondidas como base para
científicas sobre o diagnóstico, o tratamento, ou ajudar a pesquisas mais direcionadas
compreender o seu prognóstico. • informações gerais sobre um problema clínico:
• centram-se em conhecimentos específicos. - ponto de partida (o quê, onde, quando, porquê e como)
• Comum nos menos experientes. - resultado (por exemplo, o diagnóstico clínico).
• Em determinadas alturas, estas questões são essenciais • muito mais amplas
e devem ser feitas.

De onde vêm as questões clínicas? Da incerteza e da curiosidade.

Questionamento clínico:
— Agrupar dados usando (parâmetros clínicos estritamente definidos) para avaliar as escolhas de tratamento disponíveis.
— A questão é o primeiro e o mais importante passo!

Perguntas mal elaboradas costumam conduzir a revisões/ pesquisas igualmente mal elaboradas (todos os passos: guiados pela questão de
investigação)

Questões de intervenção: qual a intervenção que mais eficazmente conduz a um resultado;


Questões de prognóstico/previsão: quais os indicadores mais preditivos ou mais associados a um resultado;
Questões de diagnóstico: qual o mecanismo ou teste que diagnostica com maior precisão um resultado;
Questões de etiologia: em que medida um fator, processo ou condição está associado a um resultado, geralmente indesejável;
Questões de significado: como uma experiência influencia um resultado, o âmbito de um fenómeno, ou a influência da cultura nos cuidados
de saúde.

População/doença: Idade, género, etnia e com certa doença (por exemplo, hepatite)
Intervenção ou questão de interesse: Terapia, exposição a doenças, fator prognóstico A e comportamento de risco (por exemplo, fumar)
Intervenção ou questão de Comparação: Terapia alternativa, placebo, ou sem intervenção/terapia, sem doenças, fator prognóstico B e
ausência de fator de risco (por exemplo, não fumador)
(Outcome) Resultado: Resultados esperados da terapia, risco de doença, precisão do diagnóstico, taxa de ocorrência de resultados adversos
Tempo: O tempo que a intervenção leva para alcançar o resultado e o tempo sobre o qual as populações são observadas para o resultado
ocorrer, dada uma determinada condição

Questão clínica não é uma questão de investigação.



Diferem, principalmente, na sua abordagem à evidência

Questões de investigação: são direcionais e trazem consigo uma sensação de expectativa do que será encontrado na literatura.
Questões clínicas: sem expectativas do que será encontrado na literatura. Estas perguntas perguntam sobre como uma questão ou
intervenção afeta um resultado, que pode ser positivo, negativo ou neutro (isto é, sem efeito).

Num serviço de cardiologia:


Os clientes em espera para bypass da artéria coronária experienciam muitas vezes ansiedade e depressão.
Você trabalha no serviço de cardiologia e, acha boa ideia contatar estes doentes, com visitas pré-cirúrgicas ao domicílio e chamadas de
acompanhamento de uma enfermeira especialista.

Para os doentes em listas de espera para bypass da artéria coronária (P), um programa de intervenção constituído por visitas pré-cirúrgicas
ao domicílio e chamadas de acompanhamento de uma enfermeira especialista (I) conduz a uma diminuição da ansiedade e da depressão do
doente (O) [quando comparadas com nenhuma intervenção] (C)?

Numa Unidade de Cuidados Intensivos (UCI):


Trabalha na UCI de um hospital central. Os doentes, ventilados mecanicamente, por vezes contraem pneumonia associada à intubação (PAI).
Você pretende saber se elevar a cabeceira da cama reduz o risco de PAI, em comparação com a cabeceira da cama a 0º.

No doente em UCI, ventilado mecanicamente (P), o posicionamento em semi-fowler (I) resulta numa menor incidência de PAI (O) quando
comparado com a posição supina (C)?

Numa Comissão de Prevenção e Controlo de Infeção:


Nos últimos anos, o seu hospital instalou dispensadores de espuma antibacteriana em todas as unidades. Questiona- se se a espuma é tão
eficaz como lavar as mãos com água e sabão.

Nos profissionais de saúde, em contexto hospitalar (P), a espuma antibacteriana (I) reduz a contaminação bacteriana das mãos (O) tanto
como a lavagem das mãos com sabão e água (C)?
Numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal (UCIN):
Uma das preocupações dos pais de bebés que recebem alimentação por sonda entérica é poder amamentá-los, com sucesso, após a alta. Uma
das enfermeiras questionar se seria útil alimentar os bebés por copo em vez de alimentar por sonda, durante o internamento na UCIN.

Nos bebés internados na UCIN (P), a alimentação por copo durante o internamento (I), levará a um maior sucesso com a amamentação pós-
alta (O) quando comparada com a alimentação por sonda (C)?

Num Serviço de Internamento de Oncologia:


Trabalha com doentes com cancro avançado e foi sugerido o preenchimento de “diários de dor” para os seus doentes, como uma forma de
gestão da dor. Será que estes diários melhorar ou pioram o controlo da dor, pelo aumento da consciencialização?

Em doentes com cancro avançado (P), manter um “diário de dor” (I) resulta em menor perceção de dor (O) quando comparadas com nenhuma
intervenção (C)?

Numa Consulta de Saúde Infantil:


Verifica que, durante a vacinação de rotina, que as crianças mais novas têm muitas vezes medo de agulhas, e algumas das enfermeiras usam
brinquedos para as distrair. Quer saber se esta técnica tem um efeito na resposta à dor das crianças.

Em crianças pequenas (P), as técnicas de distração durante a administração da imunização utilizando brinquedos (I) resultam em pontuações
de dor mais baixas (O) quando comparadas com nenhuma intervenção (C)?

Numa Consulta de Feridas:


Um doente diabético, residente numa ERPI, foi recentemente internado com uma úlcera por pressão (UPP) de categoria III nos calcâneos. Você
tem que escolher entre a terapia padrão e terapia por pressão negativa.

Em idosos diabéticos (P), com UPP de categoria III, a terapia por pressão negativa (I), conduz a uma melhor cicatrização da ferida,
manifestado por _______ (O), quando comparada com a terapia padrão (C)?

Numa Unidade de Cuidados Pós-Anestésica (UCPA):


A principal preocupação para a maioria dos seus doentes que estão no recobro, é a dor. Você quer explorar as intervenções de enfermagem
que pode potenciar a administração de medicação para redução da dor.

Nos doentes na UCPA (P), será que tocar música suave como um adjunto para os cuidados padrão (I) resulta em pontuações auto-reportadas
de dor mais baixas (O) quando comparadas apenas com os cuidados padrão (C)?

Questão de investigação
— Questão específica que o investigador espera ser respondida num estudo.
— Deve especificar as variáveis e a população que estão a ser estudadas.

Critérios para escrever uma questão de investigação:

— Escrita em sentença interrogativa


• Quando as perguntas são feitas, as respostas são procuradas.
• Deve ser sempre indicada numa frase completa e gramaticalmente correta.

— Incluir a população
• A população deve ser delimitada (reduzida) ao principal grupo de interesses.
• Uma população como "enfermeiros", "estudantes" ou “doents" é demasiado amplo para ser estudados.
• Identificar estas populações como "enfermeiros da UCI de adultos", ...

— Ser empiricamente testável


• variáveis que podem ser medidas pelo investigador.
• dados empíricos devem estar disponíveis sobre a variável de interesse.

incluir a(s) variável(s)


• Estudo exploratório: contém apenas uma variável;
• Estudos com duas variáveis: examinadas duas variáveis (independente e dependente), podendo o estudo ser chamado de estudo bivariável.
• Estudos com múltiplas variáveis: interação de variáveis

Hipótese: expectativa de um investigador sobre os resultados de um estudo


— Prevê a relação entre duas ou mais variáveis: propõe a relação entre a variável independente (a causa ou a variável pensada para
influenciar a variável dependente) e dependente(efeito ou a variável influenciada pela manipulação do investigador)
— Fornece a resposta prevista para a questão de investigação

Correlacional: Existe uma correlação (ou relação) entre X (variável independente) e Y (variável dependente) na população?
Comparativa: Estudo Descritivo e existe uma diferença em Y (variável dependente) entre pessoas na população que têm a característica A
(variável independente) e aqueles que não têm essa característica?
Pesquisa de evidência
Onde? Bibliotecas, Bibliotecas digitais, Bases de dados bibliográficas, MEDLINE, CINAHL e EMBASE

Passos da revisão da literatura

A. Preparação C. Processamento da literatura


• Clarificar o objetivo da revisão da literatura. • Leia os artigos.
• Selecionar bases de dados electrónicas e termos de pesquisa. • Avaliar, analisar e sintetizar a literatura.

B. Realizar a pesquisa D. Escrever a revisão da literatura


• Pesquisar as bases de dados selecionadas. • Desenvolver um esboço para organizar
• Utilizar uma tabela para documentar os resultados da sua pesquisa. informações a partir da revisão.
• Refinar a procura. • Escrever cada secção da revisão.
• Rever os resumos para identificar estudos relevantes. • Criar a lista de referência.
• Obter cópias de texto completo de artigos relevantes. • Verificar a revisão e a lista de referência
• Certificar de que as informações necessárias para citar a fonte são registadas.

— Clarificar os objetivos da Revisão da Literatura: "Quantos artigos devo ter? Até onde devo ir para encontrar informações relevantes?”
— O que se precisa de pesquisar depende do(s) tópico(s).
— Importante: localizar os estudos seminais e de referência e outras fontes relevantes no domínio do interesse.
— Examinar a força da evidência e sintetizar a evidência.

Identificar todos os estudos que incluam uma intervenção particular ➔ Avaliar criticamente a qualidade de cada estudo ➔ Sintetizar os estudos
➔ Concluir sobre a eficácia de determidada intervenção

Motores de busca gerais (Google, Google Scholar ou Yahoo): identificam publicações académicas, mas podem incluir fontes que não são
fiáveis.
Bases de dados bibliográficas computorizadas: ferramentas valiosas para procurar literatura empírica ou teórica relevante.

Fatores que influenciam a procura de informação


— Comportamento do utilizador; — Capacidades cognitivas;
— Tarefas de pesquisa; — Estados afetivos;
— Resultados de pesquisa; — Demografia;
— Passado de um utilizador eexperiência com computadores, — Ambiente da informação;
Web e outras ferramentas de recuperação de informação; — Natureza de uma tarefa de pesquisa;
necessidade de informação, dominio de conhecimento; --- Qualidade dos resultados.

Web: bases de dados bibliográficas


— A procura de estudos relevantes deve seguir uma estratégia definida e ser o mais abrangente e exaustiva possível.
— Perguntas claramente definidas: guiam e direcionam a pesquisa
— Bases de dados mais prováveis de conter o maior número das referências relevantes para a Enfermagem: CINAHL, MEDLINE e EMBASE
— Utilizadores finais grandes bases de dados bibliográficas - dificuldade em executar pesquisas precisas por:
- muitas vezes desconhecem que tipo de informação procurar;
- muitas vezes desconhecem onde encontrá-la;
- limitações inerentes à indexação em qualquer grande base de dados bibliográfica; muitas vezes desconhecem como avaliar a sua qualidade.

Web: Medline
— Dificuldade em encontrar evidência, de forma a se manterem atualizados e adotarem uma PBE.
— Grandes bases de dados bibliográficas: recuperação ideal de pesquisa para tópicos individuais é dificultada pela quantidade esmagadora
de informação disponível que não é pertinente para a questão.
— Imperfeições na indexação: alto risco de falta de artigos que são relevantes para o tema da pesquisa, ao mesmo tempo que recuperam
muitos artigos que estão fora do alvo.
— Origem: 1966; literatura mais antiga (anterior a 1950) é continuamente adicionada à base de dados
--- Inclui publicações do Index Medicus, do Índice de Literatura Dentária e do Índice Internacional de Enfermagem.
— Indexação, exclusiva, a partir de revistas: 4.600 revistas biomédicas indexadas (∼8% de enfermagem)
— ∼ 500.000 novas referências por ano.

Web: CINAHL
— Indexa 1.620 revistas biomédicas, de ciências sociais e de saúde;
- 492: títulos de enfermagem
- 144 estão também indexados em MEDLINE
— ∼300.000 novas referências por ano.
— Estratégias de pesquisa que combinem termos de indexação e texto livre: ↑ sensibilidade e especificidade.

Web: EMBASE
— Origem: 1974
— Publicações biomédicas; principais áreas de interesse: toxicologia e a literatura sobre drogas. Áreas temáticas: biomedicina, administração em
saúde e da economia, e ciências forenses.
— Indexadas cerca de 3.600 revistas estão indexadas,
— 375.000 novas referências por ano.
Avaliação crítica da evidência

Objetivo: não é para encontrar as falhas, mas para determinar o seu valor na prática
Determinar: o seu nível de evidência, como foi conduzido e como é útil na prática.

— Avaliação crítica: necessária boa compreensão do desenho de investigação; habilidade central para aqueles que planeiam usar a
evidência na prática clínica

— Estabelecer a validade da evidência para a prática

Publicações que reportam provas científicas


Meta-análise: técnica de investigação que sintetiza e analisa os resultados de estudos primários, quantitativos; utiliza procedimentos estatísticos
para juntar
Meta-síntese: técnica de investigação que sintetiza e analisa e conceitos de estudos primários, qualitativos;

Revisão de alta qualidade: contém o conhecimento teórico e científico atual sobre um tópico específico.
↳ Identifica o que é conhecido e desconhecido sobre este tema.

Fornece uma base para o propósito do estudo; pode ser organizado de acordo com as variáveis (quantitativo) ou conceitos qualitativos, na
declaração final.

Recomendações (para a revisão):

1. Fontes de qualidade
— A maioria das referências de fontes revistas por pares?
— A maioria das referências são fontes primárias?
— Os autores justificam citar referências que não são revistas por pares, como fontes primárias?

2. Fontes atuais
— São as referências correntes (número e percentagem de fontes publicadas nos últimos 5 – 10 anos? As referências com mais de 10 anos são
estudos de referência, seminal ou de replicação?
— São referências com mais de 10 anos citadas para apoiar métodos de medição ou conteúdo teórico?

3. Conteúdo relevante
— O conteúdo está diretamente relacionado com os conceitos ou variáveis do estudo?
— São os tipos de fontes e disciplinas dos autores de origem adequados para o conceitos de estudo ou variáveis?

4. Síntese de conteúdo relevante


— São os estudos criticamente avaliados e sintetizados?
— É um resumo conciso, apresentado claramente sobre o atual conhecimento empírico e teórico, na área em estudo, incluindo identificar o que é
conhecido e não conhecido?
— O estudo aborda uma lacuna na literatura identificada na revisão literária?

• Os resultados do estudo são válidos? (Validade)


• Quais são os resultados? (Fiabilidade)
• Os resultados ajudar-me-ão a cuidar dos meus pacientes? (Aplicabilidade)

Por que o estudo foi feito?


Objetivo do estudo: crucial e deve ser declarado sucintamente no relatório;
Literatura: deve identificar a lacuna de conhecimento, ou seja, aquilo que o estudo visa preencher; Descrições claras de como os investigadores
conduziram a análise estatística (fiabilidade e aplicabilidade).

Qual é o tamanho da amostra?


Deve ser suficiente para garantir uma confiança aceitãvel, minimizando o papel do acaso;
Cálculo a priori (power analysis): determinar o tamanho da amostra;
• Erros tipo I: quando os investigadores concluem que existe uma diferença entre intervenções (falsos positivos), quando na realidade não há
diferença;
• Erros tipo II: quando há verdadeiramente uma diferença entre intervenções, mas os investigadores concluem que não existe (ou seja, falsos
negativos).

As medições das principais variáveis são válidas e fiáveis?


Instrumento válido: aquele que mede o que pretende medir;
Instrumento fiável: estável ao longo do tempo e é composto por itens individuais ou questões que medem consistentemente a mesma construção;
Para avaliar fiabilidade, várias técnicas estatísticas, nomeadamente alfa de Cronbach.

Como foram analisados os dados?


“Até os especialistas em estatística têm desafios em acompanhar as técnicas estatísticas atuais”.
Alguns erros estatísticos comuns incluem:
• Foco apenas no valor p: um teste estatístico deve ser escolhido com base na sua adequação ao tipo de dados recolhidos.
• Dragagem de dados ou realização de um grande número de análises nos mesmos dados: quanto mais análises forem realizadas, maior é a
probabilidade de um resultado significativo ser encontrado apenas devido ao acaso.
Como foram analisados os dados?
Alguns erros estatísticos comuns incluem:
• Confundir o significado estatístico com importância clínica: pequena diferença entre grandes grupos pode ser estatisticamente significativo,
mas ser um evento tão raro que poucos irão beneficiar dele.
• Dados em falta: dados incompletos são surpreendentemente comuns, e, quando notados, devem levantar questões durante a avaliação
crítica.

Houve algum acontecimento não esperado/ não positivo durante a condução do estudo?
Hipotéticos problemas que surgiram durante um estudo: influenciaram os resultados finais?
Relatórios de investigação: fornecer explicações para todos os eventos adversos e retiradas do estudo e como esses eventos afetaram os
resultados finais (apoiados por provas sobre a forma como essas conclusões foram alcançadas).

Como se encaixam os resultados com investigações anteriores na área?


Um relatório de estudo deve começar com uma revisão sistemática que confirma por que este estudo foi conduzido.
Os investigadores aproveitaram as experiências dos investigadores anteriores (positivas e negativas) na condução do estudo;
Discussão: discutir os resultados do estudo à luz do que já se sabe

O que significa esta investigação para a prática clínica?


Aplicar os resultados da investigação para melhorar os resultados da prática clínica;
Perceber se os resultados podem ser extrapolados para a nossa prátics clínica.

Viés : algo que distorce as conclusões do estudo de forma sistemática e surge da metodologia de estudo; pode ser introduzido em qualquer
ponto de um estudo; pode variar com o desenho do estudo.

Viés de Seleção: como os participantes são selecionados para inclusão nos diferentes grupos (estudo experimental) ou a seleção nos estudos
quase-experimentais, coorte ou de caso; participantes voluntariarem-se para o estudo (podem estar mais positivos em relação à intervenção)

Saber quem recebe qual intervenção: para minimizar – estudo cego ou duplamente cego;
Medição: como os dados são medidos (por exemplo, o erro sistemático pode ocorrer através da utilização de um dispositivo calibrado
incorretamente; erros associados a quem recolhe os dados;
Lembrança: quando os participantes respondem a inquéritos sobre o que fizeram no passado;
Informação: registo de informações diferentes.
Perda de partcipantes: se os participantes pararem a intervenção por causa de um evento adverso ou morte (estudos longitudinais)
Contaminação: quando os participantes atribuídos a um determinado grupo estão expostos à intervenção do grupo alternativo.

— Pode haver múltiplas explicações para qualquer efeito relatado: variável de confusão

Estudo não experimental


Quais são os quantificáveis valores de variáveis particulares para um determinado conjunto de sujeitos?

Duas grandes categorias de estudos não experimentais: descritivos e correlacionais.



Qual é a relação entre duas ou mais variáveis para um determinado conjunto de assuntos?

— Um verdadeiro estudo experimental tem três características distintas: randomização, controlo, e manipulação
— Relativamente à força de evidência, o Gold standard são ensaios clínicos
— Foco na abordagem quantitativa em detrimento de qualitativa
— Estudos qualitativos: formas de evidência mais fracas, na base ou perto da base das pirâmides,

No entanto, para a resposta humana, o significado qual a melhor forma de evidência?

Representação e Concetualização
— Relatórios de investigação qualitativa: podem conter reflexões pessoais dos investigadores e relatos das suas experiências; referências
poéticas, artísticas e literárias; casos hipotéticos; ou narrativas ficcionais e histórias que são baseadas em dados reais, usando as próprias
palavras dos informadores de estudo nos esforços para aumentar sensibilidade e melhorar a compreensão de um fenómeno.
— Necessidade de balancear a “nota artística”, não esquecendo que é um relatório de investigação: deve ser uma representação fiel da
realidade.

Em estudos qualitativos é importante avaliar se existe:


• congruência entre a perspetiva filosófica e a metodologia de investigação;
• congruência entre a metodologia de investigação e a questão ou objetivos de investigação;
• congruência entre a metodologia de investigação e a representação e análise de dados;
• congruência entre a metodologia de investigação e a interpretação de resultados;
• descrição da influência do investigador na investigação, e vice-versa;
• Devida representação dos participantes, e as suas vozes.

Critérios avaliação para um Grounded Theory (Glaser and Strauss, 1967)


fit: categorias devem ser indicadas pelos dados.
grab: teoria deve ser relevante para o mundo social/prático.
work: teoria deve ser útil para explicar, interpretar ou prever o fenómeno em estudo.
modifiability: teoria deve ser adaptável ao longo do tempo para mudar as condições sociais.
Critérios avaliação para um estudo fenomenológico (Van Manen, 1997)
Orientado: Responde a uma questão de como se está em relação à vida e como se precisa pensar, observar, ouvir e relacionar
Forte: Claro e poderoso
Rico: Descrição profunda/válida, interpretações convincentes de experiências concretas
Profundo: Reflexivo/instrutivo e significativo

Credibilidade
Demonstrada pela exatidão e validade, asseguradas por:
• documentação das ações, opiniões e viés;
• adequação dos dados (por exemplo, amostragem);
• adequação da análise de dados (por exemplo, saturação);
• verificação/corroboração por uso de múltiplas fontes de dados (por exemplo, triangulação).

Transferibilidade: Informações suficientes para um consumidor de investigação determinar se as descobertas são significativas para
outras pessoas em situações semelhantes

A utilidade prática de um estudo qualitativo é avaliada pela sua:


• Capacidade de representar o que os informadores sentem e dar sentido às suas experiências;
• Eficácia na comunicação do que essa informação significa.

Fiabilidade: Documentação cuidadosa - fornecer dados de como as conclusões foram alcançadas e se, em condições semelhantes, um
investigador pode esperar obter conclusões semelhantes.

Confirmabilidade: Demonstrando fundamentação de que as conclusões e interpretações são fundamentadas nos dados.

Nível de evidência:
I Provas obtidas a partir de um estudo experimental/ensaio controlado aleatório (RCT) ou meta-análise de RCTs
II Provas obtidas a partir de um estudo quase experimental
III Provas obtidas a partir de um estudo não experimental, estudo qualitativo ou metássíntese

Grau de evidência:
Alto: muito confiantes de que o verdadeiro efeito se encontra próximo do da estimativa do efeito;
Moderado: moderadamente confiantes na estimativa do efeito: verdadeiro efeito é provável que esteja próximo da estimativa do efeito, mas
há a possibilidade de ser substancialmente diferente;
Baixo: confiança na estimativa de efeito é limitada: verdadeiro efeito pode ser substancialmente diferente da estimativa;
Muito baixo: muito pouca confiança na estimativa do efeito: verdadeiro efeito é suscetível de ser substancialmente diferente da estimativa do
efeito

Implementação da evidência

— Cuidados de alta qualidade só são alcançados se a prática for baseada na evidência.


— A integração da evidência na prática ocorre quando pensar em PBE se tornar um hábito
— A evidência é uma função do tempo. A prática clínica é dinâmica.

Objetivo da PBE: "validar a prática atual ou indicar a necessidade de alterar a prática com base na evidência"

— Os enfermeiros p“validar a prática atual ou indicar a necessidade de alterar a prática com base na evidência”olítico, para uma prática
individualizada e holística.

A integração da evidência na prática:


• eliminação de qualquer lacuna entre as 2 entidades;
• elimina o hiato entre a teoria e a prática.

Com a integração da evidência: prática já não se baseia apenas nas tradições, crenças e rotinas

Questionamento contínuo dos enfermeiros, das suas observações, do que está a acontecer na prática clínica: O que funciona bem? O que
poderia funcionar melhor? O que falta?

Consistência e Congruência
Não mudar a prática baseado-se nas recomendações de apenas um único estudo ou a opinião de um único perito
A evidência é congruente quando as conclusões estão de acordo ou consistentes entre diferentes fontes.

Quantidade
— A procura de evidência: passo importante no processo de PBE.
— Às vezes: encontram pouca evidência relacionada com a questão clínica;
Dever-se-á procurar literatura cinzenta, declarações de posição publicadas por organizações profissionais, contatar peritos: aumentar a
evidência disponível, descbrindo novos estudos.
— Caso se considere não ser a adequada para mudar a p ́ rática: “Espera vigilante" ao optar por não fazer alterações à prática atual.
— Caminho mais proativo: desenvolver um projeto de investigação para gerar novo conhecimento.
Força e Qualidade da Evidência
Processo de avaliação de evidência: importante

Classificação final: decisão para aceitar ou rejeitar recomendações.
Implementação da evidência: embora a evidência de qualidade mais elevada tenha maior ponderação, deverão ser considerados outros
fatores - adequação e viabilidade da implementação.

Significado clínico: intervenção tem um efeito significativo nos doentes e prestadores de cuidados de saúde

Relevância
— Quão pertinentes são as evidências para a questão clínica?
— É apropriado para o contexto, população e/ou cliente individual para a qual a questão clínica foi gerada?
— Não importa quão forte seja a evidência, ou quão alta a qualidade da evidência: os resultados devem ser avaliados no contexto
prioridades e experiências do cliente.

Para determinar a aplicabilidade: Avaliação da adequação e validade das recomendações para a definição e a população em particular.

Para determinar a viabilidade: Avaliação do equilíbrio entre benefícios e riscos de implementação da evidência, tendo em conta os recursos
disponíveis e a prontidão para a mudança.

Implementação de NOC’s

— Aplicação de NOC’s específicas, em situações de cuidados de saúde com populações específicas

— Deve incluir uma avaliação do resultado com uma avaliação abrangente (cliente, profissionais de saúde; resultados obtidos, MCDT, entre
outros).

PBE: modelo ACE Star Model of Knowledge Transformation


— Foco na prática clínica e na transformação do conhecimento, abordando fatores que influenciam a adoção da inovação.

5 etapas:

(1) descobrir – procura de novos conhecimentos através da pesquisa;


(2) sintetizar a evidência – processo, rigoroso, de revisão sistemática;
(3) translação – criação de um documento que oriente a prática, como normas de orientação clínica;
(4) integrar – mudança na prática, individual e organizacional;
(5) avaliar – o impacto da mudança na prática na qualidade dos cuidados.

PBE: modelo ARCC


— Ênfase no uso organizacional e com foco na teoria do comportamento cognitivo, orientando os profissionais a mudarem comportamentos
e/ ou atitudes.

5 etapas:
(1) avaliar a cultura e prontidão organizacional para a implementação da PBE;
(2) identificar os pontos fortes e barreiras organizacionais à PBE;
(3) identificar os mentores (responsáveis por auxiliarem na mudança e na sustentação da mesma);
(4) implementar a evidência na prática;
(5) avaliar os resultados.

PBE: modelo IOWA


— Ênfase no uso organizacional e projetado como uma abordagem interdisciplinar. Inclui um fluxograma para orientar a tomada de decisão
e etapas de resolução de problemas. Utiliza ciclos de feedback para orientar o processo de mudança.

6 etapas:
(1) identificar questões com interesse para a prática;
(2) determinar se o tópico é uma prioridade organizacional;
(3) criar uma equipa para pesquisar, avaliar e sintetizar a evidência;
(4) determinar se a evidência é suficiente para responder à questão (se insuficiente, realizar investigação)
(5) se a evidência for considerada suficiente, implementar a alteração da prática (projeto piloto)
(6) se o projeto piloto for bem sucedido, divulgar os resultados e implementar na prática.

PBE: modelo JBI


— Ênfase no uso organizacional; modelo frequentemente utilizado para conceber cuidados de saúde baseado na evidência e os passos
necessários para os alcançar.

4 principais componentes:
(1) gerar evidências para os cuidados de saúde - produção de investigação primária, com recurso a diferentes metodologias;
(2) sintetizar a evidência – avaliação ou análise de evidências sobre um tema específico para ajudar na tomada de decisões em cuidados
de saúde;
(3) transferir a evidência - ato de transferência de evidência para profissionais de saúde, unidades de saúde e sistemas de saúde, a nível
global através de publicações científicas, educação e formação e sistemas de apoio à decisão;
(4) utilizar as evidências na prática - com avaliação do seu impacto nos resultados em saúde dos indivíduos, nos sistemas de saúde e na
prática profissional.
PBE: modelo John Hopkins Nursing Evidence Based Practice
— Ênfase no uso individual, fornece um guia prático para o uso da melhor evidência na prática clínica, com recurso a diferentes ferramentas,
nomeadamente para o desenvolvimento de questões, escala de classificação de evidências, e avaliação de evidências de pesquisa.

3 etapas:
(1) identificar a questão, utilizando uma abordagem em equipa;
(2) evidência: pesquisar, avaliar criticamente, sintetizar, avaliar a força de evidência, e desenvolver recomendações de mudança com base
na força de evidência;
(3) translação – determinar a viabilidade, criar um plano de ação, implementar mudanças, avaliar e comunicar resultados.

PBE: modelo Knowledge-to-Action


— Ênfase no uso organizacional.

2 principais componentes:
(1) criar conhecimento – inclui investigação primária, investigação secundária (síntese) e ferramentas ou produtos de apoio à prática.
Este processo é interativo, podendo informar e alimentar o ciclo de ação;
(2) Ciclo de Ação – a implementação do conhecimento: identificação do problema com identificação, revisão e seleção do conhecimento;
adaptação do conhecimento ao contexto local; avaliação das barreiras e facilitadores ao uso do conhecimento; desenvolvimento e execução
e implementação das intervenções; monitorização do uso do conhecimento; avaliação do impacto; sustentar o uso do conhecimento.

PBE: modelo PARIHS


Ênfase no uso organizacional, sendo utilizado um quadro para avaliar os progressos na implementação da mudança, indicando fatores que
preveem a probabilidade de sucesso.

Implementação da evidência, com sucesso, é baseada na interação entre os seguintes 3 elementos:


(1) evidência - procura de evidências, das mais diversas fontes;
(2) contexto - a adoção de uma inovação é influenciada pela cultura organizacional, caraterísticas organizacionais e apoio da liderança;
(3) facilitadores – os indivíduos, dentro da organização, usam os seus conhecimentos e competências para ajudar na implementação da
mudança da prática.

Importante:
• Sensibilização de todos os intervenientes no processo
• Alimentar a implementação com a evidência que deriva de outros estudos.

—— Estratégias sugeridas devem ser implementadas desde o início do processo, sendo necessárias diferentes medidas durante as diferentes
fases de implementação e sustentação.

Avaliação da evidência e Disseminação resultados


— O objetivo geral da disseminação é a utilização do conhecimento.
— Se o conhecimento não for partilhado:não ocorrerá mudança no cuidado e as inovações não serão adotadas.

Qualidade da investigação: incluem o tema, relevância, aplicabilidade, disponibilidade de pesquisa, alcance e lacuna entre a investigação e
a prática.

— Disseminar conhecimentos que possam formar a base da ação (Produtores de evidência ➔ Difusores da evidência ➔ Consumidores
de evidência)

Disseminação externa

Póster
— Versátil;
— Usado para disseminar pesquisas ou numa conferência ou outro local, como na comunidade;
— Objetivo principal: promover o diálogo académico;
— Mais detalhados do que um discurso, menos detalhados do que uma apresentação, mas mais interativos do que
qualquer um.

Apresentação Oral
— A convite ou por submissão. Recomendações:
• no máximo um slide por minuto de conversa. • Manter o número de palavras por slide ao mínimo;
• usar cores contrastantes • Justificar o texto à esquerda;
• manter um modelo e fonte consistentes • Usar gráficos para orientar a audiência
• Escolher uma fonte (tipo de letra) simples;
— Paineis/ mesas redondas: moderador e palestrantes

Publicação (artigo)
— Sobre investigação, projetos de PBE ou estudos de caso ou revisões.
— Poster e apresentações: apenas para as pessoas presentes; publicação: contribuição permanente e um método de divulgação para a
profissão.
— Livros, internet (redes sociais, mailing list), revistas profissionais, boletins informativos, revistas eletrónicas e jornais
Considerações éticas:
— Plágio (pode ser intencional ou não; tornar o trabalho ou ideias de outra pessoa como nosso ou auto plágio)
-- Incorreta citação das fontes (poderá denotar desleixo; minimização com ferramentas de gerenciamento de citações)
— Duplicação de publicações
— Decisões de autoria (contribuição)

Autoria deve ser baseada em


1. ter contribuído substancialmente para a conceção e desenho do estudo, ou para aquisição de dados, análise e interpretação;
2. elaboração ou revisão do manuscrito criticamente para conteúdo intelectual;
3. aprovação da versão final do manuscrito a ser publicado;
4. concordar com todos os aspetos do trabalho.

— Autor principal, geralmente o primeiro autor: responsabilidade geral pelo relatório;


— Autores devem chegar a um acordo sobre as responsabilidades para a produção do manuscrito;
— Eticamente: listar nomes na ordem de contribuição dos autores ao trabalho.

— Disseminação de dados e informações confidenciais de uma organização.

Translação de evidência:

Necessidade ou lacuna mudar o comportamento



Mover a ciência: da consciencialização à adoção
↳ aceitação
Translação efetiva baseia-se na compreensão e competência (desenvolvida através da educação)

Diversidade nas aprendizagens: Idade

• Experiências educacionais online e aplicativos; • Experiências educacionais com recurso a leitura e escrita;
• Depende de autoridade para decidir o relevante; • Decidem o que consideram importante aprender;
• Esperam que o que estão a aprender seja útil, no futuro; • Confiam em suas próprias crenças e experiências para validar;
• Sem experiência prévia; • Esperam usar imediatamente o que aprendem.
• Normalmente não questionam instrução ou autoridade

— Motivação, atitudes, experiências e objetivos

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