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Módulo de Acolhimento e Avaliação

Projeto Mais Médicos para o Brasil


28° Ciclo do PMMB

Informação e Prática de Saúde


Baseada em Evidências
Roteiro
1. Informação e Sistemas de Informação em saúde
2. Prática de Saúde Baseada em Evidências (PSBE)
Informação e Sistemas de Informação em Saúde

a) Informação indivídual, familiar e comunitária


b) Sistema de informações para gestão da clínica
c) Sistemas de informações nacionais, estaduais e
municipais
Informação e Sistemas de Informação em Saúde

a) Informação indivídual, familiar e comunitária


Prontuário impresso ou eletrônico
ÞRegistro Clínico Orientado por Problemas (RCOP)
ÞSubjetivo, Objetivo, Avaliação e Planejamento (SOAP)
Registro Clínico Orientado por Problemas (RCOP)
Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano (SOAP)
Sistema de informações para gestão da clínica
• Gestão da Prática Clínica: diz respeito à organização em equipe dos cuidados às
pessoas, famílias e comunidades do território. Inclui: gestão dos períodos de consulta;
acessibilidade às ações e serviços da unidade, incluindo o processo de acolhimento;
cuidado aos grupos com necessidades especiais; organização dos cuidados preventivos
e de promoção da saúde; coordenação, articulação e integração das ações de cuidado
individual e coletivo com as outras unidades e serviços da rede regional de saúde,
como também com recursos e equipamentos próprios da comunidade; avaliação de
processos e resultados com vistas à efetividade e à melhora da qualidade do cuidado,
incluindo a promoção das melhores práticas e a educação permanente dos
profissionais, a gerência de riscos organizacionais e clínicos e a utilização
contextualizada das evidências e protocolos clínicos.
Informação e Sistemas de Informação em Saúde
Eventos vitais:
Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) e
Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC)

Epidemiológicos:
Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB)
Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI – PNI)
Sistema de Informação do câncer do colo do útero e Sistema de
Informação do câncer e mama (SISCOLO/SISMAMA)
Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e
Diabéticos (HIPERDIA)
Sistema de Acompanhamento da Gestante (SISPRENATAL)
Informação e Sistemas de Informação em Saúde
Regulação:
Sistema de Centrais de Regulação (SISREG II)

Sociais:
Programa de Volta para Casa (PVC) e Bolsa Família

Financeiro:
Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde (SIOPS)

Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)


http://portalsinan.saude.gov.br/
Informação e Sistemas de Informação em Saúde

Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (IDSUS):


http://idsus.saude.gov.br/

Indicadores e Dados Básicos para a Saúde no Brasil (IDB)


http://www.ripsa.org.br/
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduação em Medicina - 2014
Art. 4º Dada a necessária articulação entre conhecimentos, habilidades
e atitudes requeridas do egresso, para o futuro exercício profissional do
médico, a formação do graduado em Medicina desdobrar-se-á nas
seguintes áreas:
• I - Atenção à Saúde;
• II - Gestão em Saúde e
• III - Educação em Saúde.
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduação em Medicina
Seção I - Da Atenção à Saúde
• III - qualidade na atenção à saúde, pautando seu pensamento crítico, que
conduz o seu fazer, nas melhores evidências científicas, na escuta ativa e
singular de cada pessoa, família, grupos e comunidades e nas políticas
públicas, programas, ações estratégicas e diretrizes vigentes.
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduação em Medicina - 2014
• Seção II - Da Gestão em Saúde
Art. 6º - III - Tomada de Decisões, com base na análise crítica e
contextualizada das evidências científicas, da escuta ativa das pessoas,
famílias, grupos e comunidades, das políticas públicas sociais e de saúde,
de modo a racionalizar e otimizar a aplicação de conhecimentos,
metodologias, procedimentos, instalações, equipamentos, insumos e
medicamentos, de modo a produzir melhorias no acesso e na qualidade
integral à saúde da população e no desenvolvimento científico,
tecnológico e inovação que retroalimentam as decisões;
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduação em Medicina - 2014

• Seção III - Da Educação em Saúde


Art. 7º - I - aprender a aprender, como parte do processo de ensino
aprendizagem, identificando conhecimentos prévios, desenvolvendo a
curiosidade e formulando questões para a busca de respostas
cientificamente consolidadas, construindo sentidos para a identidade
profissional e avaliando, criticamente, as informações obtidas,
preservando a privacidade das fontes;
Prática de Saúde Baseada em Evidências (PSBE)
“Uso consciencioso, explícito e judicioso das melhores evidências
científicas correntemente disponíveis para tomar decisões relativas ao
cuidado de pacientes individuais”
Melhor informação
científica disponível

Valores e
preferências do
Experiência clínica paciente
Fonte: SACKETT DL, ROSENBERG WM, GRAY JA, HAYNES RB, RICHARDSON WS. Evidence-based medicine: what it is and what it isn't. Br Med J. 1996; 312:71-72. Editorial
Tomada de decisão (PSBE)

Modelo assistencial – Atributos da APS


• Essenciais: Acesso, Integralidade, Longitudinalidade e Coordenação
• Derivados: Orientação Familiar, Orientação Comunitária e Competência Cultural
Prática de
Starfield
Saúde
Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) Baseada em
Evidência
1. Explorando saúde/doença e o adoecimento
Sacket; Haines; Guyatt; Tugwell et al
2. Entendendo a pessoa como um todo
3. Elaborando um plano conjunto de cuidado
4. Intensificando a relação médico-pessoa Decisão compartilhada
Stewart et all Legaré et all
Como utilizar a PSBE?

1– Pergunta (PICOT) 1 – Asking

2 – Busca de evidências 2 – Acquiring


3– Qualidade da evidência
4 – Aplicação da evidência 3 – Appraising
5 – Análise do processo 4 – Applying

5 – Analyzing
1 - Pergunta (Asking)
Pergunta estruturada pelo método PICOT:

1. Paciente (ou problema)


2. Intervenção
3. Comparação (se for o caso)
4. Desfecho (Outcome)
5. Tempo
19
2 – Busca de evidências (Acquiring)
130+ journais

Avaliação
da qualidade
Área
Clínica
Sistema
MORE
3+ avaliações
válidas
/Área
MORE
Avaliadores

BMJ Clinical Evidence


Refinaria do conhecimento (McMaster PLUS “Refinery”)
2 – Busca de evidências (Acquiring)
Será que alguém já respondeu à sua pergunta?

Portal BVS: https://bvsalud.org/


Portal Saúde Baseado em Evidência: http://www.psbe.ufrn.br/
Colaboração Cochrane: https://www.cochranelibrary.com/
Health Systems Evidence: https://www.healthsystemsevidence.org/
Health Evidence: https://healthevidence.org/
Rx for change: https://www.cadth.ca/rx-change
NICE/NHS/UK: https://www.evidence.nhs.uk/
3 – Qualidade da evidência (Appraising)

Síntese
de evidências

Revisão
sistemática

Estudos individuais,
artigos e relatórios

Inovações básicas, teóricas


e metodológicas 22
3 – Qualidade da evidência (Appraising)
Taxonomia dos estudos científicos (CEBM, Oxford)
4 – Aplicação da evidência (Applying)

A evidência se aplica ao seu paciente?

Seu paciente é semelhante ao do estudo?

Qual o NNT proporcional para o seu paciente?

Contemplaram-se os valores e as expectativas do paciente?


5 – Análise do processo (Analyzing)

Fizemos a pergunta correta?


auto-análise

Encontramos a melhor evidência?

Fizemos avaliação crítica da validade e da utilidade da


evidência encontrada?

Integramos a experiência à avaliação crítica e aplicamos os


resultados na prática?
ALERTA: Desfechos orientados ao paciente

• Resultados de pesquisas com relevância clínica (hard outcome


Ex.: Mortalidade, amputação, fratura, IAM, AVC, qualidade de vida,
internação hospitalar

• Desfechos substitutos (surrogate outcome)


Ex.: biomarcadores (pressão arterial, glicemia, densidade óssea, LDL,
TGL, PSA); Osteoporose
AGREE (Appraisal of Guidelines Research & Evaluation)
Domínios do instrumento
1. Escopo e propósito
2. Envolvivento de atores sociais
3. Rigor do desenvolvimento
4. Clareza da apresentação
5. Aplicabilidade
6. Independência editorial

Avaliação geral de guia clínicos - http://www.agreetrust.org


Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_assistencia_parto_normal.pdf
Organizadores
Arn Migowski Rocha dos Santos (INCA)
Maria Beatriz Kneipp Dias (INCA)
INCA, 2015
Rastreamento X Diagnóstico

Sem sintomas
Sem História Familiar de 1º grau

Sintomas: Descarga mamilar, nódulo palpável, alteração da pele.


Dinâmica
Você está no Programa televisivo
Mais Evidências.
Levante o braço quando a opção que você achar verdadeira for
anunciada.

A B C
Situação 1

Mulher, 40 anos, sem riscos para CA de mama, procura a Unidade Básica de Saúde
pedindo uma mamografia.

Diante dessa situação, você:

A) Marcaria consulta médica para que o pedido seja realizado.

B) Informaria que não há necessidade de mamografia antes do 50 anos.

C) Encaminharia diretamente ao mastologista.


Situação 1

Mulher, 40 anos, sem riscos para CA de mama, procura a Unidade Básica de Saúde
pedindo uma mamografia.

Diante dessa situação, você:

A) Marcaria consulta médica para que o pedido seja considerado.

B) Informaria ser desnecessária a mamografia antes dos 50 anos. (Contrária Forte)

C) Encaminharia diretamente ao mastologista.


Situação 2

Mulher, 58 anos, procura a Unidade Básica de Saúde solicitando uma mamografia e


relatando última mamografia realizada há 3 anos.
Diante dessa situação, você:

A) Marcaria consulta médica para que o pedido seja considerado.

B) Informaria ser desnecessária a mamografia antes do 60 anos.

C) Encaminharia diretamente ao mastologista.


Situação 2

Mulher, 58 anos, procura a Unidade Básica de Saúde solicitando uma mamografia e


relatando última mamografia realizada há 3 anos.
Diante dessa situação, você:

A)Marcaria consulta médica para que o pedido seja considerado. (Favorável


fraca)

B) Informaria ser desnecessária a mamografia antes do 60 anos.

C) Encaminharia diretamente ao mastologista.


Recomendação

• O Ministério da Saúde RECOMENDA o rastreamento com mamografia


em mulheres na faixa etária de 50-69 anos.
• Recomendação favorável fraca: os possíveis benefícios provavelmente
superam os possíveis danos

INCA, 2015
• < 50 anos: recomendação contrária forte, os possíveis danos claramente
superam os possíveis benefícios.
• 50 – 59 anos: favorável fraca, os possíveis benefícios e danos provavelmente
são semelhantes.
• 60 – 69 anos: favorável fraca, os possíveis benefícios provavelmente superam
os possíveis danos.
• 70 – 74 anos: contrária fraca, o equilíbrio entre possíveis danos e benefícios é
incerto.
• > 75 anos: contrária forte, danos claramente superam os possíveis benefícios.
Periodicidade

• Rastreamento com mamografia com periodicidade menor do que a


bienal, na faixa etária de 50 – 69 anos
• Recomendação contrária forte, os possíveis danos claramente superam
os possíveis benefícios.
=> O Ministério da Saúde recomenda que a periodicidade do rastreamento
com mamografia nas faixas etárias recomendadas seja BIENAL.
Tradução de
conceitos como
NNT, falso-
positivo e
sobretratamento
ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE (APS) PARA ALÉM DOS EXAMES

Reuniões educativas sobre câncer, visando:


• Àprópria
mobilização e conscientização para o cuidado com a
saúde
• À importância da prevenção e do diagnóstico precoce do
câncer de mama;
• À quebra dos preconceitos
• À diminuição do medo da doença e à importância de
todas as etapas do processo de detecção precoce
• Enfatizar o retorno para busca do resultado e
tratamentos necessários
Busca ativa na população alvo, das mulheres que nunca realizaram o Exame
Clínico de Mama (ECM)
APS PARA ALÉM DOS EXAMES

1. Busca ativa de mulheres na população alvo para a realização de


mamografia

2. Encaminhamento dos casos suspeitos de cancer de mama para a


Unidade de Referência

3. Encaminhamento das mulheres com exame clínico das mamas


alterado, para Unidade de Referência
APS PARA ALÉM DOS EXAMES

4. Busca ativa das mulheres que foram encaminhadas a Unidade de


Referência e não compareceram para o tratamento;
Busca ativa das mulheres que apresentaram laudo mamográfico
5.
suspeito para malignidade e não retornaram para buscar o
resultado;

6. Orientação das mulheres com exame clínico das mamas normal e


de baixo risco para o acompanhamento de rotina.
Referências

GUSSO, Gustavo; LOPES, José MC, DIAS, Lêda C, organizadores. Tratado de Medicina de
Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED,
2019,2388p.
DUNCAN BB; SCHMIDT MI; GIUGLIANI ERJ; DUNCAN MS; GIUGLIANI C, organizadores.
Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 4 ed.
Porto Alegre: Artmed, 2013
Alencar Neto, José Nunes de (org.).Manual de Medicina Baseada em Evidências /
Organizador: José Nunes de Alencar Neto.– 1. ed.– Salvador, BA : Editora Sanar,
2021.416 p.
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva.Detecção precoce do câncer /
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Riode Janeiro : INCA, 2021.
OBRIGADA

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