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ORGANIZAÇÃO DE GLOSSÁRIO DE INICIATIVAS

DE ORGANIZAÇÃO, GESTÃO E MELHORIA DO


CUIDADO HOSPITALAR

Bolsista: Thaíssa Fernanda Kratochwill de Oliveira


Graduação em Psicologia – UFRRJ

Orientadora: Marilene Castilho de Sá


Pesquisadora titular ENSP/FIOCRUZ

Co- orientador: Atila Mendes da Silva


INTRODUÇÃO

Subprojeto inserido na pesquisa “Novos modelos e arranjos de gestão em saúde: limites e


possibilidades para a melhoria do cuidado nos hospitais do SUS”

 Ingresso no programa PIBIC: novembro de 2014


 Substituição: aluna Mariana Fischer de Oliveira

OBJETIVO GERAL
 Organizar glossário de iniciativas de organização, gestão e melhoria do cuidado
hospitalar com informações conceituais e operacionais sobre os dispositivos,
processos, estratégias e demais mecanismos de gestão do cuidado identificados.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Completar seleção já em andamento de iniciativas, dispositivos e estratégias a compor
o elenco de termos do glossário;
 Complementar/aperfeiçoar definições de termos já iniciadas
 Realizar pesquisa na literatura científica e documentos técnicos para subsidiar a
elaboração dos termos do glossário.
 Participar do processo de validação dos termos junto à equipe de pesquisa e
pesquisadores convidados
METODOLOGIA

Estudo quanti-qualitativo, apoiado nos seguintes referenciais do campo da gestão


em saúde:

 Perspectiva que destaca a dimensão micropolítica e relacional/intersubjetiva da


problemática da organização e gestão do processo de trabalho em saúde e da
produção do cuidado (especialmente nos trabalhos de Schraiber (1997, 1993),
Merhy (2002, 1997), Campos (2007, 2000, 1994), Onocko Campos (2004),
Cecílio (2004, 2001), Ayres (2004), Sá (2005; 2008; 2009); Azevedo (2005;
2007));

 Perspectiva de avaliação da qualidade em saúde e voltadas para a melhoria


contínua da qualidade, como a Gestão da Clínica/Governança Clínica,
Acreditação, Contratualização.(Portela et al. 2008; Portela et al., 2010); (Forgia e
Couttolec, 2009); (McSherry e Pearce, 2007); (Sang, 2006).
METODOLOGIA

Estratégias de pesquisa

 Leituras dirigidas sobre gestão do cuidado e assistência hospitalar;

 Familiarização com o banco de dados produzido através do inquérito realizado


na pesquisa anterior junto aos hospitais;

 Participação nas reuniões de pesquisa;

 Conhecimento dos instrumentos da pesquisa e do banco de dados gerado pelo


preenchimento do questionário eletrônico;

 Realização de pesquisa bibliográfica nas bases de dados da Biblioteca Virtual em


Saúde (BVS) e do Google Scholar.
RESULTADOS

 Reavaliação, inserção, exclusão e desmembramento de termos mais amplos a


serem definidos para a composição do glossário

 Listagem final contendo 47 termos a serem definidos.

 Sucessivas reformulações no texto, até chegar a uma versão final.

 Todos os termos selecionados para o glossário já tiveram uma versão de


definição elaborada, apesar de , em alguns casos, as definições não terem
chegado ainda a seu formato final.

 Início da elaboração do “mapa conceitual”: sistematização e representação


gráfica das relações que se estabelecem entre alguns termos do glossário.

A principal atividade sendo desenvolvida no momento refere-se ao


aperfeiçoamento dos textos de definição, preparando-os para a etapa de
validação.
RESULTADOS

Listagem final de termos


• Acolhimento • Governança clínica
• Acreditação • Grupo técnico de humanização
• Atenção domiciliar • Humanização
• Auditoria clínica • Política Nacional de Humanização - PNH
• Avaliação com classificação de risco • Itinerários terapêuticos
• Benchmarking • Linhas de cuidado
• Brinquedoteca • Mapa de processos
• BSC • Mapa de riscos
• Cirurgia segura • Médico hospitalista
• Colegiado gestor • Médico regulador
• Comissão interna de biossegurança • Organograma matricial
• Cultura organizacional • Planejamento estratégico situacional - PES
• Diagramas de causa e efeito • Procedimento operacional padrão - POP
• Direitos do paciente • Projeto terapêutico singular
• Diretrizes antecipadas • Protocolo clínico
• Diretrizes clínicas • Reconciliação medicamentosa
• Educação permanente • Segurança do paciente
• Educação continuada • Sistema Just in Time
• Estratificação de pacientes por TISS “Therapeutic • Sistematização das ações de enfermagem
Intervention Scoring System” • Taxa de eventos adversos
• Eventos adversos • Time-in
• Eventos sentinela • Time-out
• Gestão da qualidade total • Time de resposta rápida - TRR
• Gestão interna de leitos • Visita humanizada
Termo: Linhas de cuidado/Linha de cuidado integral
As linhas de cuidado representam uma estratégia de reorganização dos serviços de
saúde, com a finalidade de superar a fragmentação das práticas e alcançar uma assistência
integral. Segundo Franco e Magalhães Junior (2004), as linhas de cuidado podem ser
compreendidas como um conjunto de intervenções (uso de medicamentos, serviço de Definição breve
especialidades, apoio diagnóstico e terapêutico, entre outras) que devem ser oferecidas de
forma integrada. O planejamento destas intervenções deve ser realizado em conjunto entre a
equipe da UBS, o usuário e os demais atores envolvidos no cuidado do mesmo.
Linhas de cuidado: Modos de organização da gestão e da atenção em saúde, que
abrangem ações de proteção, promoção, vigilância, prevenção e assistência, e que articulam os
recursos e as tecnologias nos diferentes pontos da rede de serviços de saúde para assegurar o
acesso ao cuidado integral. Notas: i) A partir da classificação de risco e da análise da situação de
Definição breve
saúde dos sujeitos, é estabelecido um “percurso assistencial”, em que são definidas as funções e
responsabilidades de cada ponto de atenção na produção do cuidado baseado na concepção de
integralidade em todos os níveis de atenção. ii) As linhas de cuidado articulam as medidas de
regulação, a legislação e as intervenções nos determinantes sociais que impactam o processo
saúde-doença (BRASIL.2012).
Além de organizar as linhas de cuidado, a equipe da UBS ou a ESF têm responsabilidade
sobre o cuidado devendo gerir e acompanhar os projetos terapêuticos, garantindo que o usuário tenha
acesso aos outros níveis de assistência. Este gerenciamento deve ocorrer em concomitância coma
Aprofundamento
formação e manutenção dos vínculos entre as equipes e os usuários, objetivando a continuidade do
cuidado dos mesmos (FRANCO E MAGALHÃES JUNIOR, 2004).
Marinho et al. (2011) discutiram as linhas de cuidado com base na reflexão sobre o
conceito da integralidade do cuidado na gestão hospitalar. Afirmam que o alcance da integralidade
plena só ocorrerá na medida em que as linhas de cuidado forem adotadas como estratégia de
gerenciamento dos serviços em saúde, além de serem um ideia assimilada pelos próprios usuários. Discussão
Além disto, não basta que apenas um serviço de origem adote o uso das linhas de cuidado: faz-se
necessário que toda a rede assistencial passe a adotar esta estratégia, construindo os projetos
terapêuticos em conjunto com os usuários e demais atores que participem do cuidado a cada usuário
(MARINHO et al., 2011).
CONCLUSÕES

 Contato com termos relacionados a sub-áreas de conhecimento com


especificidades próprias que exigem esforço e novas buscas bibliográficas para
sua compreensão.

 Processos de gestão e cuidado hospitalar envolvem ferramentas de outras áreas


de conhecimento, tais como administração, economia e direito evidências
da complexidade e diversidade envolvidos no cotidiano de um hospital.

 Pode-se compreender então, como diferentes campos de conhecimento podem


contribuir na difícil tarefa de administrar instituições cuja realidade é permeada
por atividades como oferta de serviços, administração de recursos de diversos
tipos, controle de qualidade, evitação e resolução de problemas específicos e,
talvez a mais complexa de todas: cuidar de pessoas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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