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PROJETO GUARDA-CHUVA: Desenvolvimento de Tecnologias de

Gestão do Cuidado para Inovação e Aperfeiçoamento da Atenção a


Saúde e Educação

INTRODUÇÃO

Projeto guarda-chuva do Grupo de Pesquisa Políticas, Saberes e Práticas de


Enfermagem e Saúde Coletiva que integra duas linhas de pesquisa ............
desenvolve pesquisas sistemáticas acerca das políticas, gestão, tecnologias
para educação e saúde. Envolve investigações das múltiplas determinações
e contradições na implementação das políticas de formação e valorização, no
processo do desenvolvimento docente e no exercício da profissão. Visa
analisar e compreender perspectivas epistemológicas para a formação de
professores, a constituição, viabilização e implementação de políticas, as
concepções que permeiam as propostas de formação, bem como, os
processos e práticas dos profissionais docentes, especialmente, os
pedagogos. No conjunto de seus estudos, aborda as temáticas: identidade,
trabalho docente, profissionalização, políticas públicas, gênero, formação de
professores, função docente, formação continuada. As investigações são
realizadas tendo como base uma abordagem sócio-histórico dialética, a partir
da qual vêm produzindo conhecimentos significativos.

A Construção da Profissionalidade Docente Bacharéis na Educação


Profissional e Tecnológico
O projeto pretende ampliar a discussão e a análise de elementos da construção da
profissionalidade docente na educação profissional e tecnológica de bacharéis.
Desta feita, tomamos como objetivo central investigar as dimensões constitutivas
da profissionalidade docente na EPT. Tendo ainda como objetivos específicos:
Delinear a trajetória acadêmica dos professores da EPT do IFB que não possuem
licenciatura e nem formação pedagógica complementar; Identificar os conjuntos
formativos e experienciais que possibilitam o profissional da EPT construir o ser
docente; Identificar qual o significado da profissão professor atribuído pelos
investigados. No contexto da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília
(UnB), este estudo vincula-se ao Departamento de Planejamento e Administração
e ao grupo de Estudos e Pesquisas sobre formação e atuação do
Professor/Pedagogo- GEPFAPe.

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A temática desse projeto contempla o quarto eixo temático da Agenda
Nacional de Prioridades de Pesquisa do Ministério da Saúde
“Desenvolvimento de Tecnologias e Inovação em Saúde” de mapeamento e
desenvolvimento de modelos de gestão de tecnologias em saúde para
estabelecimentos assistenciais de saúde (BRASIL, 2018)

Um fator relevante é a contribuição desse projeto para a ciência,


julga-se que a imersão nesta temática possa colaborar com o
desenvolvimento de pesquisas na área e, desta forma, cooperar com o
preenchimento de lacunas existentes na produção nacional e internacional.
Ale disso, as pesquisas propostas poderão ser replicadas por outros
pesquisadores para a produção de instrumentos similares adaptados a outras
situações, culturas ou regiões.
Assim, o desenvolvimento desta pesquisa possibilitará contribuir para
a sociedade com as valiosas transformações e inovações das práticas de
saúde. O aprofundamento nas leituras e discussões sobre os vários objetos
em estudo irá repercutir no aperfeiçoamento das práticas profissionais tanto
na assistência como na docência.
No tocante ao primeiro subprojeto a hipótese é de que, os
profissionais que atuam no intra e no pré-hospitalar desconhecem a CPRIC e
o uso de protocolo irá instrumentalizar o profissional da urgência e
emergência na identificação e na condução da assistência prestada a
pacientes em CPRIC, o uso da simulação irá capacitar os profissionais de
urgência e emergência para identificação da CPRIC e simular a ação. Assim,
a aplicação do protocolo assistencial, após validado, poderá contribuir para o
gerenciamento clínico da assistência aos pacientes em CPRIC e para melhor
condição de saúde das pessoas assistidas.

É relevante a realização de pesquisas, estudos e aprofundamento da


discussão sobre a gestão dos cuidados paliativos. Os serviços de saúde
devem estar preparados para abranger a complexidade dos CP e o
reconhecimento da importância de suas ações no contexto da equipe
multiprofissional. No âmbito hospitalar principalmente, são pertinentes
pesquisas que visem o consenso e identificação de conteúdo que auxiliem e
que contribuam para uma atuação de qualidade, resolutiva, eficaz e eficiente
na assistência aos pacientes.

Nessa perspectiva, existindo um serviço de CP bem estruturado, com


gestão e gerenciamento que visem a qualidade na abordagem desses
cuidados, é capaz de aliviar mais efetivamente a dor e sofrimento dos
pacientes, da família e até mesmo dos profissionais de saúde que vivenciam
e interagem nesse processo.

Uma das opções para esse projeto maior é o uso de métodos de consenso.
Estes estão sendo cada vez mais usados em diversas áreas. Na área da
saúde é útil para desenvolver diretrizes clínicas que definem aspectos-chave
da qualidade dos cuidados de saúde e a fim de indicações apropriadas para
intervenções. Dentre essas abordagens, o método Delphi tem sido utilizado
na saúde por ser um método formal de consenso em que a estrutura, o
processo e o resultado são explícitos desde o início. É capaz de identificar os
fatores que afetam as decisões que emergem dos métodos de
desenvolvimento de consenso e avaliar as implicações dos achados para o
desenvolvimento de diretrizes clínicas (MURPHY et al 1998).

Por meio do conhecimento científico as dificuldades encontradas em


relação ao manejo em CP tendem a minimizar. Nesse sentido, ter um
instrumento que possa avaliar e direcionar a oferta do serviço de cuidados
paliativos de um hospital é importante, visto que fomentará discussão de
como esse conceito está ocorrendo e como está sendo considerado o
gerenciamento e os processos de trabalho nas instituições hospitalares. Uma
vez construído e validado por especialistas experientes na vivência desses
cuidados, o instrumento ficará disponível para utilização nas instituições. Isso
promoverá considerações relevantes e poderá oferecer subsídios aos
profissionais para identificar necessidade, critérios e indicadores sobre CP
que possam direcionar uma assistência sistemática e holística pautada em
cuidados com embasamento técnico e científico.
A complexidade imbuída no uso de medicamentos no ambiente intra-
hospitalar nos remete a refletir sobre alguns aspectos nevrálgicos da
segurança de medicamentos nesse ambiente. Tais como, o trabalho
interprofissional e a elaboração de uma visão o mais ampliada possível sobre
os itens que compõem esse processo assim como sobre os multiprocessos
que o cercam.
A fim de subsidiar a segurança de medicamentos nos serviços de
saúde, o PNSP tem instituído protocolos, os quais contém recomendações
para os serviços de saúde sobre boas práticas no uso de medicamentos.
Estas recomendações são amplas, completas e contemplam os diferentes
aspectos da segurança de medicamentos, tais como, prescrição, uso,
dispensação e administração.
Além do Ministério da Saúde, outros órgãos e instituições têm se
preocupado com a segurança de medicamentos e produzido guias e manuais
para guiar os profissionais de saúde em boas práticas de uso de
medicamentos, de modo que o arsenal de conhecimentos divulgados sobre
este processo pode ser classificado como vasto. A despeito disto, com base
nos relatórios anuais da Anvisa de autoavaliação das práticas de segurança
do paciente, no quadriênio entre 2016 a 2019, o processo segurança de
medicamentos ainda se encontra entre as maiores não conformidades, de
modo que o volumoso arsenal de conhecimento produzido em torno deste,
embora de importância indiscutível, ainda não tem sido capaz de produzir
um resultado efetivo de mudança de cultura na segurança de medicamentos,
de maneira que faz-se ainda necessária a elaboração de novos
conhecimentos e estratégias que contribuam para esta mudança de cultura.
Ao lado disso, pesquisas que investigaram eventos adversos em
saúde, já mencionadas aqui, apontaram para a persistência expressiva de
tais eventos relacionados a medicamentos. Pressupõe-se que o
fortalecimento da cultura de segurança certamente contribui para a redução
desses eventos. De outro modo, pressupõe-se também que a utilização de
tecnologias leves em saúde do tipo educativas podem contribuir para o
fortalecimento dessa cultura.
Assente nestes pressupostos, esta pesquisa tem como escopo
elaborar uma síntese das melhores recomendações relativas ao uso de
medicamentos no ambiente intra-hospitalar, que tenha como tema
transversal o trabalho interprofissional; produzir a partir desta síntese um
protocolo gráfico de segurança de medicamentos no ambiente intra-hospitalar
que contenha para além das melhores recomendações no assunto,
indicações para o fortalecimento do trabalho interprofissional com vistas a
segurança de medicamentos. E por fim desenvolver um estudo quase-
experimental do tipo antes e depois, a partir da aplicação deste instrumento
numa dada realidade, a fim de investigar sua efetividade na melhoria da
cultura de segurança do paciente relativa ao uso de medicamentos.
Adotamos a hipótese de que um protocolo gráfico que ofereça uma visão
ampla e ao mesmo tempo específica e que contemple as diferentes
categorias profissionais em seu escopo, é um instrumento com potencial para
efetivar a adesão a boas práticas de segurança de medicamentos.
Para tanto, pretende-se a utilização de multimétodos, uma revisão
sistemática, a validação de um checklist e de um protocolo gráfico e um
estudo quase-experimental do tipo antes e depois. A revisão sistemática tem
como meta responder à seguinte pergunta: quais são as recomendações de
boas práticas em segurança de medicamentos de maior impacto para a
efetivação da segurança do paciente, nos serviços de saúde intra-
hospitalares, OU as recomendações mais seguras no uso de medicamentos
no ambiente intra-hospitalar, considerando o trabalho interprofissional. A
partir da síntese dos resultados desta revisão, assim como de outras
produções reconhecidamente confiáveis tais como a Anvisa, pretende-se
construir um protocolo gráfico que seja capaz de sintetizar essas boas
recomendações e que ao mesmo tempo contemple a interprofissionalidade
nestas boas práticas do uso de medicamentos. De modo que ao final, esse
protocolo gráfico ofereça aos trabalhadores da saúde, uma visão ampla
acerca do processo de segurança de medicamentos, que cada trabalhador
consiga visualizar sua parcela de trabalho neste processo, mas que ao
mesmo tempo, consiga obter a visão do trabalho interprofissional imbuído
neste processo. Outrossim, considera-se que este instrumento, checklist e
protocolo gráfico, possa ser utilizado pelos Núcleos de Segurança do
Paciente, como facilitador das práticas de educação permanente em saúde
com vistas ao fortalecimento da qualidade em segurança de medicamentos.

Os protocolos são instrumentos que contêm recomendações


estruturadas de forma sistemática, baseadas em evidências científicas, na
avaliação tecnológica e econômica dos serviços de saúde e na garantia de
qualidade deles. Um de seus propósitos é orientar as decisões de
profissionais de saúde a respeito da atenção adequada em situações de
prevenção de doenças, recuperação ou reabilitação da saúde. Assim sendo,
a utilização de protocolos na área da saúde apresenta como resultados
positivos a redução da variabilidade de ações de cuidado e melhora na
qualificação dos profissionais para a tomada de decisão assistencial.

O objeto de estudo desta investigação contempla o objeto virtual de


aprendizagem do tipo game de realidade virtual “serious game” como
ferramenta inovadora para o fortalecimento do processo ensino-
aprendizagem na capacitação por simulação realística para a gestão do
cuidado clínico da equipe multiprofissional em saúde, visando à segurança do
paciente, no suporte avançado de vida na parada cardiorrespiratória (PCR).
A PCR constitui uma grave condição de emergência clínica, com
prevalência e morbimortalidade elevadas, exigindo reconhecimento precoce e
assistência à saúde imediata para maior chance de sobrevida do paciente (1).
O maior desafio do suporte avançado de vida na PCR é a qualidade e a
segurança do cuidado mediante o trabalho em equipe, para isso requer a
integração de pessoas, equipamentos, procedimentos, protocolos, sistemas e
políticas(2), tornando necessária a educação continuada das equipes de
saúde para que ocorra uma assistência segura. O trabalho em equipe é
evidenciado como elemento fortalecedor da segurança do paciente (3). A
assistência às pessoas em situação de PCR ganha importância peculiar pelo
fato de não ser possível ofertar um cuidado de qualidade, se não houver o
envolvimento de uma equipe multiprofissional e com capacitação apropriada
para a situação.
Neste sentido, emerge a utilização das tecnologias de informação e
comunicação na área da saúde para o ensino e para capacitação
profissional. Dentre as ferramentas digitais de educação, sobressaem-se as
simulações realísticas realizadas em laboratórios, os softwares de
(4)
navegação, aplicativos e os “serious games” . Estes recursos são apontados
como essenciais para a otimização do treinamento da equipe de saúde em
suporte avançado de vida na PCR(5).
Os “serious games” são objetos virtuais de aprendizagem, também,
conhecidos como “jogos sérios”, com objetivos educacionais, que têm se
destacado na capacitação dos profissionais de saúde. Têm sido utilizados no
treinamento de competências relacionadas aos aspectos gerenciais do
trabalho e do cuidado clínico fundamentado no julgamento crítico. Este
recurso cria um ambiente controlado (simulação virtual), que permite ao
estudante ou ao profissional que se submete à capacitação a possibilidade
de refletir e minimizar erros (6). Sua principal vantagem é a segurança do
paciente.
A inclusão do tema segurança do paciente nas instituições de ensino e
de saúde pela OMS, em 2016, foi fortalecida pelo terceiro eixo norteador do
PNPS, que pretendeu articular a academia à gestão e ao serviço de saúde,
uma vez que a saúde incorpora constantemente novas tecnologias de
tratamento, equipamentos e protocolos assistenciais que implicam
diretamente no gerenciamento do trabalho e cuidado clínico em saúde (7).

Em relação ao tema cuidados paliativos, se faz necessário estudos


aprofundados e treinamentos voltados para toda equipe de saúde, familiares,
cuidadores e sobretudo no âmbito hospitalar, pois, mesmo sendo atualmente
o cenário que mais realiza esses serviços, tendo a oferta centrada
especialmente em hospitais de alta complexidade, ainda é incipiente. Em
2019 o país apresentava pelo menos 2.500 hospitais com mais de 50 leitos, e
somente em 5% deles disponibilizavam uma equipe de CP (SANTOS,
FERREIRA, GUIRRO, 2020).

Ademais a maioria das unidades hospitalares brasileiras não possui


uma diretriz sobre como cuidar de seus pacientes que estejam com um
quadro terminal, e também não há informações sistematizadas sobre como
esses últimos momentos são vividos, seja pelos pacientes, seja por seus
familiares (GOMES 2016). Essa situação pode estar relacionada ao fato de
no Brasil ter poucas bases legais e as que existem ainda não serem
plenamente seguidas (SANTOS, FERREIRA, GUIRRO, 2020).

No manejo farmacológico do DM, destaca-se terapia insulínica.


Segundo o Instituto para práticas seguras no uso de medicamentos (ISMP
Brasil), a insulina é um fármaco avaliado e classificado como medicamento
potencialmente perigoso (MPP). Medicamentos dessa categoria apresentam
risco aumentado de danos significativos em decorrência de falhas de
utilização. Dessa forma, os profissionais de saúde devem estar capacitados e
atualizados sobre o manejo desse medicamento, objetivando uma assistência
de qualidade, prezando assim, pela segurança do paciente (ISMP, 2019a).
Apesar do acentuado potencial de risco, os MPP são elementos de
uso hospitalar e ambulatorial frequentes na farmacoterapia de diversas
condições clínicas dos pacientes, tornando-se necessário o estabelecimento
de um processo de educação continuada dos profissionais de saúde, aliado à
implantação de um sistema de vigilância com a finalidade de prevenir erros e
danos relacionados aos MPP. Portanto, ao se colocar em prática um
programa de prevenção de erros de medicação, os MPP devem ser
priorizados (GAVRAN, et al., 2018; ZANETTI, et al., 2016).
No cenário das práticas assistenciais, as funções dos profissionais
da saúde na prevenção de erros de medicação, com inclusão dos MPP,
envolvem a identificação e comunicação de erros, além da avaliação do
desempenho da equipe de saúde na promoção da segurança na
administração e no uso dos medicamentos (MODIC, et al., 2016).
No caso da insulina, diversos erros relacionados sobretudo ao
preparo e administração do fármaco são frequentemente relatados pelos
profissionais, comprometendo a segurança do paciente: doses inadequadas
administradas devido ao uso de abreviaturas e de símbolos na prescrição,
erros de graduação e administração decorrentes do uso de seringa graduada
em mililitros (ml) em vez de unidades internacionais, administração de
insulinas com perfil farmacocinético distinto do prescrito (insulinas de ação
rápida no lugar das insulinas basais), intervalo inadequado entre a
administração de insulina e a refeição (podendo ocasionar oscilações
glicêmicas importantes), não homogeneização de insulinas em suspensão,
programação incorreta da bomba de infusão do medicamento nas unidades
de internação, dentre outros (SBD, 2020; ISMP, 2019b).
A fim de reduzir o risco de erros de medicação, tornam-se
fundamentais ações de educação permanente em saúde, bem como o
desenvolvimento de protocolos institucionais destinados às práticas seguras
para preparo e administração de medicamentos, para que a equipe de saúde
adquira ciência dos riscos relacionados à prescrição, administração,
reconheça as incompatibilidades e especificidades de cada droga,
respeitando, assim, as recomendações terapêuticas para dose, via de
administração, horários, reconstituição, diluição, armazenamento e efeitos
adversos, dentre outros (ADHIKARI, et al., 2018; GIMENES, et al., 2015).
A complexidade imbuída no uso de medicamentos no ambiente intra-
hospitalar nos remete a refletir sobre alguns aspectos nevrálgicos da
segurança de medicamentos nesse ambiente. Tais como, o trabalho
interprofissional e a elaboração de uma visão o mais ampliada possível sobre
os itens que compõem esse processo assim como sobre os multiprocessos
que o cercam.
A fim de subsidiar a segurança de medicamentos nos serviços de
saúde, o PNSP tem instituído protocolos, os quais contém recomendações
para os serviços de saúde sobre boas práticas no uso de medicamentos.
Estas recomendações são amplas, completas e contemplam os diferentes
aspectos da segurança de medicamentos, tais como, prescrição, uso,
dispensação e administração.
Além do Ministério da Saúde, outros órgãos e instituições têm se
preocupado com a segurança de medicamentos e produzido guias e manuais
para guiar os profissionais de saúde em boas práticas de uso de
medicamentos, de modo que o arsenal de conhecimentos divulgados sobre
este processo pode ser classificado como vasto. A despeito disto, com base
nos relatórios anuais da Anvisa de autoavaliação das práticas de segurança
do paciente, no quadriênio entre 2016 a 2019, o processo segurança de
medicamentos ainda se encontra entre as maiores não conformidades, de
modo que o volumoso arsenal de conhecimento produzido em torno deste,
embora de importância indiscutível, ainda não tem sido capaz de produzir
um resultado efetivo de mudança de cultura na segurança de medicamentos,
de maneira que faz-se ainda necessária a elaboração de novos
conhecimentos e estratégias que contribuam para esta mudança de cultura.
Ao lado disso, pesquisas que investigaram eventos adversos em
saúde, já mencionadas aqui, apontaram para a persistência expressiva de
tais eventos relacionados a medicamentos. Pressupõe-se que o
fortalecimento da cultura de segurança certamente contribui para a redução
desses eventos. De outro modo, pressupõe-se também que a utilização de
tecnologias leves em saúde do tipo educativas podem contribuir para o
fortalecimento dessa cultura.
Assente nestes pressupostos, esta pesquisa tem como escopo
elaborar uma síntese das melhores recomendações relativas ao uso de
medicamentos no ambiente intra-hospitalar, que tenha como tema
transversal o trabalho interprofissional; produzir a partir desta síntese um
protocolo gráfico de segurança de medicamentos no ambiente intra-hospitalar
que contenha para além das melhores recomendações no assunto,
indicações para o fortalecimento do trabalho interprofissional com vistas a
segurança de medicamentos. E por fim desenvolver um estudo quase-
experimental do tipo antes e depois, a partir da aplicação deste instrumento
numa dada realidade, a fim de investigar sua efetividade na melhoria da
cultura de segurança do paciente relativa ao uso de medicamentos.
Adotamos a hipótese de que um protocolo gráfico que ofereça uma visão
ampla e ao mesmo tempo específica e que contemple as diferentes
categorias profissionais em seu escopo, é um instrumento com potencial para
efetivar a adesão a boas práticas de segurança de medicamentos.

OBJETIVO GERAL

Desenvolver Tecnologias de Gestão do Cuidado para Inovação e


Aperfeiçoamento da Atenção a Saúde e Educação

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Projeto tese 1 - Desenvolver um protocolo assistencial de cuidados para


pacientes em consciência induzida pela reanimação cardiopulmonar e
validá-lo em ambiente simulado.
 Projeto tese 2 - Construir um serious game sobre gestão do cuidado
clínico no suporte avançado de vida na situação de parada
cardiorrespiratória (PCR) com vistas a garantir a segurança do paciente.
 Projeto dissertação 3 -Construir um instrumento de avaliação da
qualidade para os serviços de cuidados paliativos no âmbito hospitalar, a
partir de um método de consenso.
 Projeto tese 4 -Desenvolver e validar um protocolo sobre práticas
seguras para o preparo e administração de insulina: um medicamento
potencialmente perigoso.
 Projeto tese 5 - Elaborar e validar um protocolo gráfico como um
instrumento de orientação para as boas práticas em terapia
medicamentosa no ambiente hospitalar, com vistas à segurança do
paciente.

MÉTODO DA PESQUISA
 Método sub projeto tese 1 -
Trata-se de uma pesquisa metodológica, acontecerá em duas fases: 1)
elaboração do protocolo para o cuidado de pacientes em CPR-IC e validação de
conteúdo do instrumento; 2) construção de um ambiente simulado para validação do
protocolo.
Primeira fase do estudo: construção e validação de conteúdo
Na primeira fase do estudo ocorrerá a elaboração do protocolo e após a
construção seguirá para etapa de validação de conteúdo com juízes. O protocolo terá
como objetivo fornecer recomendações clínicas e gerencias para os cuidados com
pessoas em CPR-IC. O instrumento elaborado será destinado a equipe de saúde que
presta atendimento de urgência e emergência, entre eles enfermeiros, médicos, técnico
de enfermagem e condutor socorrista.
O presente protocolo será elaborado seguindo as orientações do Guia para a
Construção de Protocolos Assistenciais do Conselho Regional de Enfermagem
(COREN) de São Paulo (PIMENTA et al., 2015).
O embasamento sugerido pelo referencial metodológico, proposto por
Pimenta et al (2015), irá nortear esta fase da pesquisa. Este guia segue as orientações
da Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros órgãos, nacionais e internacionais
que estabeleceram critérios para construção e avaliação de protocolos assistenciais e
de cuidados. Esta primeira etapa será responsável pela concepção do instrumento, que segundo
Pimenta et al (2015) deve ser definido os critérios bases para construção do instrumento.
A coleta de dados para construção do instrumento será mediante duas fontes:
1) revisão da literatura; 2) entrevista com profissionais da assistência. Justifica-se a
segunda fonte de coleta pela escassez de publicações relacionados ao objeto em
estudo.
A revisão integrativa foi eleita como método de pesquisa, pois corresponde a
uma estratégia metodológica ampla que permite a busca, a avaliação crítica a síntese
de evidências relevantes, de maneira sistemática e ordenada. Para nortear a pesquisa
será utilizado a estratégia PICo, sendo P – Population (população/tipo de doente e
condição); I - Intervention (intervenção ou situação de interesse); Co - Context
(contexto), para formular a seguinte pergunta norteadora: Quais são as evidências
científicas sobre CPR-IC e as principais indicações de cuidados? Sendo P: Pessoas em
PCR em CPR-ic, I: principais indicações de cuidados na CPR-IC e C: no ambiente pré
e intra-hospitalar.
Na segunda etapa será realizada um estudo descritivo e exploratório de
abordagem qualitativa. A coleta de dados será realizada com profissionais da
emergência, médicos e enfermeiros, que atuam no pré e intra-hospitalar. O objetivo
será complementar as informações oriundas da revisão da literatura e identificar a
experiência vivenciadas pelos profissionais que possam agregar ao instrumento.
Serão convidados a participar profissionais que atendam os seguintes
critérios de inclusão: ser médico, enfermeiro ou técnico de enfermagem; trabalhar no
setor de emergência pré ou intrahospitalar; ter mais de um ano de experiência.
A coleta de dados acontecerá por meio de entrevista individual com auxílio
de um roteiro semiestruturado construído pela pesquisadora. Mediante autorização do
participante as entrevistas serão gravadas e posteriormente serão transcritas. Será
coletado até atingir a saturação da amostra, quando o pesquisador encontrar a lógica
interna do objeto, em suas conexões e interconexões, nas falas das participantes
(MINAYO, 2017).
Inicialmente os profissionais serão convidados a participar da pesquisa,
através da carta convite, em caso de aceitação serão esclarecidos os objetivos da
pesquisa, bem como seus benefícios e riscos. Será solicitada a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
O roteiro de entrevista será estruturado em duas partes: 1) caracterização do
profissional (sexo, escolaridade, categoria, tempo de experiência no serviço, nível de
atuação-pré ou intra); 2) perguntas relacionadas ao objeto de pesquisa (você conhece
o evento CPR-IC? Você já vivenciou o evento? Se sim, como aconteceu? Qual
conduta da equipe? Você sente a necessidade de existir diretrizes para apoio ao
evento? Você gostaria de aprender ou saber sobre o evento? Se sim, você poderia
descrever sobre quais pontos essas diretrizes deveriam contemplar.
As entrevistas serão transcritas integralmente no programa Microsoft Word
2013® e para auxílio na análise do corpus das entrevistas será utilizado software
ALCESTE (Anályse Lexicale por Contexte d’ um Esemble de Segments de Texte). As
análises de conteúdo textuais podem ser realizadas de forma manual com base nos
significados (semântica) e/ou eletrônica com base na estrutura gramatical (léxico)
(NASCIMENTO; MENANDRO, 2006).
A terceira etapa consistirá na elaboração do protocolo em si. Seguindo os
critérios estabelecidos por Primenta et al (2015) nesta etapa serão abordados os
elementos relacionado a construção do fluxograma, estabelecido o indicador de
resultados, realizado a validação por especialistas e a revisão do protocolo. O item
que se refere ao plano de implementação não será contemplado, pois não condiz com
o obetivo desse estudo.
Os fluxogramas são capazes de representar os processos de forma clara e
sucinta, apresentando uma visao geral do processo, utiliza uma simbologia simples
com padronização da comunicação, define de forma clara os limites de atuação, das
ações a serem executadas e dos responsáveis, além de ser bastante útil no treinamento
de novos profissionais (PIMENTA et al., 2015). A primeira parte so protocolo será
constituida por uma breve apresentação contemplada pela introdução, os objetivos e
os critérios utilizados para a busca de evidências. Em seguida serão apresentados
quadros, contendo as recomendações e as evidências, acompanhados do fluxograma
para ação.
Como o protocolo será direcionado para equipe de saúde que atende no pré e
intra-hospitalar, estará descrito as ações para o suporte básico e o suporte avançado,
considerando que a formação do serviço é pré hospitalar.
Após sua elaboração, o protocolo será submetido a uma avaliação de
qualidade por juízes especialistas na área, utilizando-se de um instrumento para
avaliação de diretrizes clínicas (Appraisal of Guidelines Research & Evaluation -
AGREE II) (APÊNDICE D). Esta etapa será descrita a seguir no item 4.3.
Para validação de conteúdo serão incluídos especialistas da saúde com
experiência na área de interesse urgência e emergência, atendimento pré-hospitalar e
intrahospitalar e emergência cardiológicas. Quando se trata de validação do conteúdo
de instrumentos, a literatura não entrou em consenso ainda quanto ao número de
juízes necessários. De acordo com o AGREE II (2009), é recomendado que cada
diretriz seja julgada por pelo menos dois, e preferencialmente quatro avaliadores. É
recomendável optar-se por uma quantidade ímpar de juízes a fim de evitar empate de
opiniões.
Considerando a necessidade de estabelecer parâmetros para a seleção, para
os especialistas de conteúdo será utilizado o sistema de classificação seguindo os
critérios de Guimarães et al. (2010) com adaptações, sendo exigida pontuação mínima
de cinco pontos, conforme apresentado no quadro 1.

Quadro 1 - Critérios de seleção para juízes especialistas. Fortaleza- Ceará-Brasil,


2020.
CRITÉRIOS PONTUAÇÃO
Experiência clínica de pelo menos quatro anos na área 4 pontos
hospitalar ou pré-hospitalar
Experiência de pelo menos um ano na área emergência 1 ponto
cardiológica.
Experiência em pesquisa com artigos publicados na área de 1 ponto
emergência cardiológica em revistas indexadas
Participação de pelo menos dois anos em uma pesquisa ou 1 ponto
grupo de pesquisa na área de urgência e emergência.
Doutorado em área da saúde com tese defendida sobre o tema 2 pontos
Emergência Cardiológica.
Mestrado em área da saúde com dissertação defendida sobre o 1 ponto
tema Emergência Cardiológica.
Residência ou especialização em área da saúde com trabalho de 1 ponto
conclusão de curso defendida sobre o tema Urgência e
Emergência
Experiência clínica de pelo menos quatro anos na área 4 pontos
hospitalar ou pré-hospitalar
Fonte: Adaptado de GUIMARÃES; et al. (2016)

O levantamento inicial de especialistas da saúde será realizado a princípio na


Plataforma Lattes do portal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), será utilizado as seguintes palavras-chave: Urgência e
emergência e atendimento pré-hospitalar.
Após selecionar os especialistas que farão parte da amostra, estes serão
contatados por via e-mail para solicitação de sua participação no estudo, através de
uma carta convite, assim como do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido –
TCLE), as instruções necessárias para operacionalização do papel de especialista e o
link gerado pelo formulário Google Docs para acesso ao protótipo na versão 01.
Ressalta-se que só era possível realizar o preenchimento do formulário após
concordar participar do estudo, checando o item correspondente ao aceite logo abaixo
do TCLE.
Será dado um prazo de quinze dias para retorno da avaliação e devolução dos
instrumentos. Aos que não devolveram no período estabelecido será realizado novo
contato para reafirmar o compromisso e conceder mais 15 dias para retorno.
Os juízes avaliarão o protocolo com auxílio do AGREE II, o qual irá garantir
que a avaliação irá seguir um rigor metodológico para a elaboração das diretrizes e
informar como o conteúdo devem estar dispostos em um protocolo (AGREE II,
2009).
O AGRE II se apresenta sob forma de escala numérica com 23 itens,
organizados em seis domínios, sendo eles: 1) escopo e finalidade (diz respeito ao
objetivo geral de cada cuidado, às questões específicas de saúde e à população-alvo);
2) envolvimento das partes (refere-se aos profissionais que se envolveram em algum
estágio do processo de desenvolvimento); 3) rigor do desenvolvimento (diz respeito
ao processo usado para coletar e sintetizar as evidências); 4) clareza da apresentação
(refere-se à linguagem, estrutura e o formato de cada cuidado); 5) aplicabilidade (diz
respeito a prováveis fatores facilitadores e estratégias para melhorar a aplicação); 6)
independência editorial (não será contemplado, por não possuir financimaneto
externo) (AGREE II, 2009).
O instrumento direcionado aos juízes especialistas será organizados em duas
partes. A primeira parte com as instruções acerca do instrumento e coleta de dados
pessoais e profissionais dos participantes. E a segunda parte contemplando os cinco
domínios descritos no parágrafo anterior.
Os itens serão organizados em formato de escala tipo Likert de 7 pontos, de
acordo com o AGREE II, onde 1 corresponde a discordo totalmente, quando não há
qualquer informação que seja relevante para o item, e 7 corresponde a concordo
totalmente, quando a qualidade da informação é excelente e quando todos os critérios
e considerações definidos pelo AGREE são atendidos, de forma a medir a
concordância entre juízes gerando dados quantitativos. Escores entre 2 e 6 serão
atribuídos quando a informação referente ao item não atendia a todos os critérios ou
considerações. Após cada item será inserido um espaço para que os juízes possam
realizar recomendações e comentários.
Para analisar o dados serão utilizadas as orientações do AGREII, a fim de
calcular uma pontuação de qualidade para cada um dos cinco domínios. As
pontuações dos domínios serão calculadas por meio da soma de todas as pontuações
dos itens individuais em cada domínio e escalonando o total como uma porcentagem
da pontuação máxima possível para o domínio.
Apesar da pontuação dos domínios serem úteis na comparação de diretrizes e
dar subsídios para que uma diretriz seja ou não recomendada, o Consórcio que
construiu o AGREE II não definiu pontuações mínimas para os domínios ou padrões
de pontuação entre os domínios para diferenciar diretrizes de alta e baixa qualidade.
Essas decisões deverão ser tomadas pelo pesquisador e orientadas pelo contexto no
qual o AGREE II está sendo utilizado.
A recomendação do instrumento é que ao completar os 23 itens, os juízes
devem realizar duas avaliações gerais da diretriz. A avaliação global requer que o
usuário faça um julgamento sobre a qualidade da diretriz levando em conta os
critérios considerados no processo de avaliação. E ao final deve informar se
recomendaria ou não o uso da diretriz.
Após a avaliação pelo comitê de juízes com a proposta de alteração dos itens,
será realizado os ajustes no protocolo e construída a versão 02 do instrumento (final),
a qual será submetida à revisão de Português.

Segunda fase do estudo: construção/validação do ambiente simulado e validação


do protocolo no ambiente validado

Trata-se de um estudo descritivo de construção e validação de aparência e


conteúdo de um cenário de simulação clínica de alta fidelidade para validação do
protocolo elaborado na primeira fase do estudo. Esta fase da pesquisa será organizada
em três etapas: 1) construção do cenário; 2) validação do cenário; 3) validação do
protocolo no cenário.
A simulação clínica proporciona um ambiente seguro, ético e realista para os
aprendizes, a complexidade de cada cenário dependerá dos objetivos de aprendizagem
a serem alcançados pelos participantes (MARTINS et al., 2012). Esta experiência de
aprendizagem pretende imitar a realidade do ambiente clínico e distingue-se em três
modalidades (baixa, média e alta fidelidade), de acordo com os níveis de realismo ou
de proximidade com a realidade que se pretende recriar.

4.4.1 Construção do cenário

Para auxiliar na construção do ambiente simulado serão utilizados os


resultados da revisão integrativa desenvolvida na primeira fase do estudo para
construção do protocolo. De forma complementar, será realizada uma pesquisa na
literatura sobre construção de ambiente simulado na prática clínica.
Um grupo técnico operacional será organizado para dar suporte e
participação na elaboração do cenário, serão convidados a participar: pesquisadores
especialistas em simulação realística e docentes da área de enfermagem que atuem na
disciplina de urgência e emergência.
A construção do cenário deve partir da definição do objetivo a ser alcançado.
O ambiente simulado deve ser planejado e construído de forma a fornecer a estrutura
necessária para proporcionar aos participantes uma percepção mais próxima possível
dos sentimentos e emoções vivenciados.
Assim, definição de um referencial que oriente a criação do cenário facilita o
processo para todos os envolvidos; reduz o tempo para a criação de cenários; além de
padronizar os elementos essenciais para sua elaboração e para a discussão dos atores
envolvidos na etapa final do debriefing (ALMEIDA et al., 2016; TEIXEIRA et al.,
2015).
Desta forma este estudo seguirá as recomendações de Mazzo et al (2017), o
qual define os passos metodológicos para construção e validação de ambiente
simulado, descritos a seguir: 1) definição do objetivo e grau de fidelidade; 2)
construção e validação do cenário; 3) testagem do cenário em ambiente de
laboratório; 4) feedback.
O objetivo a ser alcançado no ambiente simulado será de validar do
protocolo em ambiente simulado sobre recomendações assistenciais para pacientes em
CPR-IC, verificando a confiabilidade, aplicabilidade, eficiência e comunicabilidade
do instrumento para prática clínica; identificar a adequabilidade do instrumento às
demandas dos profissionais de saúde considerando que será um protocolo de uso pelo
suporte básico e avançado.
Para alcançar os objetivos descritos no parágrafo anterior, definiu-se o grau
de veracidade do cenário como de alta fidelidade e complexidade visto que envolve a
utilização de recursos computadorizados e pacientes padronizados para a resolução de
situações complexas, como é da participação de pacientes e profissionais de saúde no
sistema de medicação (SCALABRINI NETO; FONSECA; BRANDÃO, 2017).
Seguinte a etapa que sucede a definição do objetivo e do grau de fidelidade,
passa para a etapa de construção do cenário. Esta etapa seguirá os seguintes passos
metodológicos: 1) identificação do cenário; 2) apresentação dos objetivos a serem
alcançados; 3) inventário de recursos; 4) parâmetros iniciais do operador; 5)
documentação de suporte; 6) contexto do cenário; 7) referências bibliográficas
(NEVES; IGLESIAS; PAZIN-FILHO, 2017). O roteiro do cenário será construído
seguindo as etapas descritas acima.

4.4.2 Validação de conteúdo e aparência do cenário

Com o ambiente simulado construído, a etapa seguinte será de validação do


cenário. Serão convidados a contribuir com esta fase juízes com propriedade para
analisar e avaliar os itens relacionados ao cenário proposto e com experiência nas
áreas e temas de interesse: ambiente simulado; construção e validação de tecnologias
educacionais; urgência e emergência. Com base nas recomendações de Eduardo et al
(2016) e Ponce de Leon et al (2018) elegeu-se a quantidade de quatro juízes-
especialistas com experiência em construção de cenários de simulação para validar o
cenário.
Para recrutar o comitê de juízes, será feito uma busca por meio da análise do
Currículo Lattes e os peritos caracterizados segundo os critérios propostos por
Guimarães et al. (2016) com adaptações, devendo obter uma pontuação mínima de
cinco pontos. O que irá garantir a confiabilidade no processo de validação, além da
segurança e qualidade, sendo assim captados a participar dessa etapa profissionais
com perfis que atendam ao objetivo do estudo.

Quadro 2- Critérios de seleção para juízes especialistas. Fortaleza- Ceará-Brasil,


2020.
CRITÉRIOS PONTUAÇÃO
Experiência clínica de pelo menos quatro anos na área urgência 4 pontos
e emergência
Experiência de pelo menos um ano na área ambiente 1 ponto
simulado/construção e validação de tecnologias educacionais.
Experiência em pesquisa com artigos publicados na área de 1 ponto
simulado/construção e validação de tecnologias educacionais
em revistas indexadas
Participação de pelo menos dois anos em uma pesquisa ou 1 ponto
grupo de pesquisa na área de simulação em urgência e
emergência.
Doutorado em área da saúde com tese defendida sobre o tema 2 pontos
ambiente simulado/construção e validação de tecnologias
educacionais.
Mestrado em área da saúde com dissertação defendida sobre o 1 ponto
tema ambiente simulado/construção e validação de tecnologias
educacionais.
Residência ou especialização em área da saúde com trabalho de 1 ponto
conclusão de curso defendida sobre o tema Urgência e
Emergência
Fonte: Adaptado de Guimarães et al. (2016).

Após selecionar os especialistas, será enviado o convite de participação no


estudo de forma eletrônica via email, para confirmar participação e afirmar o
compromisso com a pesquisa. Também será encaminhado o TCLE (APÊNDICE C); o
instrumento de caracterização dos participantes; e, o instrumento de análise de
conteúdo e cenário a ser validado. O prazo de devolutiva dos documentos será
estabelecido para 15 dias após envio do email.
Para definir o nível de concordância entre os especialistas, O processo de
análise dos dados será dado por meio da aplicação do Índice Kappa (K), para
verificação no nível de concordância e nível de consistência (fidedignidade) dos
juízes em relação à permanência ou não dos itens que compõem o instrumento. O
Índice Kappa (K) é um indicador de concordância ajustado, que leva em
consideração, descontando no cômputo final, a concordância devido ao fator chance,
o qual informa a proporção de concordância que varia de "menos 1" a "mais 1", ou
seja, quanto mais próximo de 1, melhor o nível de concordância entre os observadores
(PEREIRA, 1995). A interpretação dos valores do índice Kappa foram resumidos no
quadro a seguir.

Quadro 3 – Distribuição do Índice Kappa (K) e respectivos níveis de


interpretação de concordância. Fortaleza, Ceará, 2020.
NÍVEL DE
ÍNDICE KAPPA (K)
CONCORDÂNCIA
< 0,00 Ruim
0,00 a 0,20 Fraco
0,21 a 0,40 Sofrível
0,41 a 0,60 Regular
0,61 a 0,80 Bom
0,81 a 0,99 Ótimo
1,00 Perfeito
FONTE: PEREIRA, 1995.

A validação de conteúdo é essencial no desenvolvimento de novos


instrumentos, uma vez que representa o início de mecanismos para associar conceitos
abstratos com indicadores observáveis e mensuráveis, trabalhando com a obtenção de
opiniões convergentes dos juízes participantes. Deve-se estabelecer um nível de
consenso, relacionado a um valor numérico, normalmente arbitrário e proposto pelos
pesquisadores. (WYND; SCHMIDT; SCHAEFER, 2003). Será utilizado o nível de
consenso maior que 0,65 para o índice Kappa, sendo um nível bom.
Os dados serão organizados em um banco eletrônico no software IBM-
Statistics - Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 23.0 e a seguir
serão codificados e tabulados, analisados através de leitura reflexiva, estatística
descritiva com frequências absolutas e relativas, média dos escores das variáveis e
aplicação do Kappa por meio do Online Kappa Calculator (RANDOLPH, 2008).
Após avaliação da concordância entre os juízes, o pesquisador irá realizar os
ajustes pertinentes e devolver aos juízes para a segunda apreciação e aprovação final
do cenário.
Com o conteúdo do roteiro do cenário já validado pelos experts no assunto, o
ambiente simulado será montado com todos os seus recursos descritos no inventário e
será testado por um grupo de alunos de graduação em Enfermagem da Universidade
Regional do Cariri (URCA) e Medicina da Universidade Federal do Cariri (UFCA).
Essa etapa será acompanhada pelo grupo técnico operacional que irá avaliar e fazer
todas as anotações para possíveis ajustes no cenário.
O teste do cenário irá ocorrer no laboratório de práticas clínicas da URCA e
em parceria com o Centro de Treinamento em Urgência e Emergência, ´dispõe de
infraestrutura e recursos suficientes para construção de um ambiente simulado. Todos
os recursos necessários para construção de um ambiente simulado de PCR estarão
disponíveis, como: manequins de baixa e média fidelidade, desfibrilador externo
automático (DEA), carro de emergência equipado, material para manejo de via aérea
do suporte básico ao avançado. Com cenário montado, o grupo receberá orientações
prévias quanto ao comportamento na simulação, recursos utilizados e cenário que, ao
final, participará do processo avaliativo do cenário.
Para avaliação do cenário os estudantes irão utilizar a Simulation Design
Scale (student version). Um instrumento americano criado pela National League for
Nursing (NLN) com a finalidade de avaliar a estruturação dos seus cenários, validado
para português por Almeira et al. (2015). É um instrumento de 20 itens, dividido em
duas subescalas: a primeira sobre o design da simulação e a segunda sobre a
importância do item para o participante. As subescalas são também divididas em
cinco fatores que avaliam: 1) Os objetivos e informações; 2) O apoio; 3) A resolução
de problemas; 4) O feedback e reflexão; 5) O realismo. O padrão de resposta é do tipo
Likert, de cinco pontos, havendo a opção não aplicável, quando a declaração não diz
respeito à atividade simulada realizada.

Figura 3: Versão final da Escala de Design da Simulação. Fortaleza-Ceará-


Brasil, 2020.

FONTE: Simulation Desing Scale validado para português por Almeida et al. (2015).
Finalizada a etapa de testagem, o pesquisador e a equipe de apoio
operacional do ambiente simulado irá realizar a última etapa de feedback. Serão
convidados, também a participar, os alunos que participaram da etapa de testagem,
como estratégia para fortalecer os pontos positivos e destacar aqueles que necessitam
de correções. Serão analisados os fatores avaliados pela Simulation Desing Scale.
Após passar por todas as fases proposta por Mazzo et al. (2017), o ambiente
estará construído e validado, pronto para validar o protocolo de cuidados para
paciente em CPR-IC. Serão convidados a participar desta fase os profissionais do
serviço. Será montado duas equipes, sendo uma de suporte básico e outra de suporte
avançado. O protocolo será aplicado no ambiente simulado pelas duas equipes e
posteriormente avaliado pelo grupo técnico operacional e os profissionais do serviço
que participaram da simulação.
Este subprojeto será submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) da Universidade Estadual do Ceará via Plataforma Brasil, onde será avaliada a
relevância do desenvolvimento do estudo e conformidade com os aspectos éticos e
legais cabíveis. Corrobora com a Resolução Nº 466/2012 do Conselho Nacional de
Saúde (CNS) que trata do respeito à dignidade humana e proteção aos participantes
das pesquisas científicas, refletindo o comprometimento com a ética, inerente ao
desenvolvimento científico e tecnológico (BRASIL, 2012b).
Serão considerados os pressupostos da bioética, com a utilização do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE aos participantes, firmando o
compromisso de manutenção dos princípios de não maleficência, beneficência, justiça
e autonomia, garantindo ao voluntariado a liberdade de participação ou desistência
(BRASIL, 2012b).
Esta pesquisa poderá trazer riscos mínimos relacionados ao constrangimento
em responder a algum item dos instrumentos da pesquisa e como benefício, poderá
contribuir para avaliação de um protocolo que posteriormente poderá ser agregado aos
serviços de saúde de urgência e emergência e que irá subsidiar as condutas das
equipes de saúde frente a um evento de CPR-IC, além de contribuir para o progresso
da ciência.
 Método sub projeto tese 2 -
Tipo e período do estudo
Trata-se de um estudo metodológico(14) que será desenvolvido no período
de 2022 e 2023, perfazendo 24 meses, o qual realizará a construção de uma
ferramenta educacional digital, do tipo jogo de realidade virtual. Classifica-se a
natureza desta pesquisa como aplicada, por se tratar de uma pesquisa que vai além do
que apenas entender a natureza dos fenômenos, mas gerar conhecimentos para
aplicação prática e desenvolver um produto para solucionar problemas específicos e
reais(15).
A realidade virtual é uma tecnologia inovadora na educação que possui
interface capaz de enganar os sentidos de uma pessoa, tornando o ambiente criado o
mais realista possível por meio de um software de computador, que distorce ou imita
a realidade com estímulos visuais e auditivos mediante uso de lentes 3D(16).

População e local de estudo

Para compor a população do estudo, na fase de elaboração, do jogo serão


recrutados profissionais de saúde mediante os critérios de inclusão: atuar no setor
de urgência e emergência hospitalar, estar cursando pós-graduação dos programas
de saúde existentes na Universidade Estadual do Ceará, instituição executora,
pesquisar ou atuar no suporte avançado de vida na parada cardiorrespiratória.
A fase de teste do jogo será realizada na universidade, que dispõe de um
laboratório de habilidades práticas em saúde semelhante a uma unidade hospitalar
com infraestrutura necessária para a construção de um cenário simulado em PCR de
apoio para aplicação do jogo desenvolvido e filmagem das reações dos participantes
ao manipularem o jogo.

Levantamento do aporte teórico da tecnologia elaborada


Para o levantamento das habilidades necessárias da equipe multiprofissional
para gestão do cuidado clínico na dimensão gerencial e assistencial inerentes à
segurança do paciente no suporte avançado de vida na PCR, será realizado por um
estudo de revisão integrativa da literatura, seguindo-se as etapas: 1) elaboração da
questão/hipótese; 2) busca e seleção dos estudos primários; 3) extração e organização
dos dados; 4) avaliação crítica dos estudos incluídos, selecionando ferramentas e
parâmetros; 5) síntese dos resultados e 6) apresentação da revisão (17). Será definida a
questão norteadora, estruturada pela estratégia PICo (Population, Interest, Context),
com a seleção dos descritores de assunto Medical Subject Heading (MeSH) e
Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), a estratégia de busca e fontes de pesquisa.
A seleção dos estudos atenderá critérios de inclusão e exclusão, cujo processo de
identificação, triagem, elegibilidade e inclusão dos estudos será ilustrado pelo
Fluxograma Prisma. Todo o protocolo da pesquisa será checado conforme o
instrumento PRISMA 2020: Guideline for reporting systematic reviews(18)
Para realizar o mapeamento dos jogos de realidade virtual voltados ao suporte
avançado de vida na parada cardiorrespiratória e verificar as lacunas existentes para
aprimorar o game proposto, será realizado um estudo de revisão de escopo da
literatura, embasada no referencial do Instituto Joanna Briggs, de 2020(19), seguindo-se
as etapas: questão de pesquisa, identificação de estudos de relevância, seleção dos
estudos e extração dos dados, agrupamento, resumo e relato dos resultados(20).
Será definida a questão norteadora, estruturada pela estratégia PCC (Population,
Concept, Context), com a seleção dos descritores de assunto Medical Subject Heading
(MeSH) e Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), a estratégia de busca e fontes de
pesquisa. A seleção dos estudos atenderá critérios de inclusão e exclusão, cujo
processo de identificação, triagem, elegibilidade e inclusão dos estudos será ilustrado
pela extensão do Fluxograma Prisma. Para garantir a qualidade metodológica, todo o
protocolo da pesquisa será checado conforme o instrumento Preferred Reporting
Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews
(PRISMA-ScR)(20).

Etapas de construção do “serious game”

Para construção e validação da tecnologia educacional deste estudo será


adotada a metodologia própria para elaboração de jogos e uma estrutura básica de
processo de um ciclo de produção em quatro etapas(21) dispostas na figura 1.

1. Pré-
produção
(Definição da equipe
técnica e do jogo)
4. Pós-
produção 2. Produção
(Elaboração do
(Kit de jogo)
fechamento)
3. Teste
(Prototipagem e
avaliação)

Figura 1: Ciclo básico de produção de jogos digitais.


Fonte: Elaboração própria com base nos conceitos de Chandler (2012)

1ª etapa: pré-produção do jogo


Para a elaboração do “serious game” será contratada uma empresa
especialista em desenvolvimento de experiências interativas de jogos de realidade
virtual composta por designers, programadores e engenheiros de softwares. Haverá
a fase de planejamento, que corresponderá de 10 a 25% do tempo necessário para
desenvolvimento do jogo(21), será elaborado o roteiro, a documentação técnica e de
design, será definido o número de pessoas necessárias para produção do jogo, os
objetivos do jogo, os conteúdos abordados, o gênero, a plataforma de hardware e a
missão da equipe.
O jogo será classificado de acordo com os critérios da taxonomia
“Serious.gameclasification” baseada no modelo Gameplay (avalia o desempenho do
jogador), Purpose, Scope (GPS) e da taxonomia “Engage learning”, que é mais
abrangente e centrada na educação (22), ambas ilustradas no quadro 1, para facilitar a
comunicação entre a equipe técnica e pesquisadores.
Quadro 1 – Classificação do serious game proposto.
Taxonomia “Serious.gameclasification”
Gameplay (jogabilidade) Game-based “baseado em jogos”
Purpose (objetivo) Educacional, treinamento
Scope (mercado/ público-alvo) Educação, saúde / estudantes e profissionais da
saúde
Taxonomia “Engage learning”
Plataforma de jogo PC ou mobile (a ser definido)
Gênero / tipo Simulação em saúde
Objetivos de aprendizagem Cognitivos, habilidades tecno-científicas, tomada
de decisão de resolução de problemas
Nível de escolaridade universitário e assim por diante
Curva de aprendizado Sim
Modo de jogador single-player ou multiplayer
Tempo de jogo para todo o jogo menos de 20 minutos
Inclusão de aspectos culturais -
Opções de acessibilidade -
Faixa etária-alvo >18 anos
Fonte: Elaboração própria.

Após classificação, a equipe definirá elementos que compõem o conceito do


jogo como missão, cenários, mecânica do jogo, histórias e personagens, arte
conceitual e elementos de áudio. Portanto, serão listados os requisitos de arte,
design, engenharia que envolve a mecânica da jogabilidade, histórias e personagens,
elementos assets (recursos gráficos e sonoros), scripts (manuscrito) de nível para
aparência do universo do jogo e avaliação dos riscos para a construção de um
protótipo e apresentá-lo a pesquisadora. Será realizada a análise SWOT para
identificar pontos forte e fracos, oportunidades de indústria e mercado para a rede
de saúde pública e privada e ameaças que possam afetar o sucesso do jogo.
Finalizando a etapa de planejamento, será definido o orçamento, o cronograma de
execução das tarefas da equipe e o plano inicial.

2ª etapa: produção do jogo


A equipe efetivará o plano dando início à produção do conteúdo e do código-
fonte (domínio público ou privado), em seguida, ao rastreamento do progresso
(checklist das tarefas delegadas a cada membro da equipe) e à conclusão de
atividades, após checagem de bugs (falhas) do código e ajuste de assets.
Nesta etapa ocorrerá a produção do design instrucional para o tratamento dos
aspectos educacionais, adequando-os aos recursos audiovisuais, de jogabilidade e às
telas de interface do usuário. O produto tecnológico terá os componentes básicos
para jogos digitais: 1) papel ou personagem do jogador; 2) regras do jogo; 3) metas e
objetivos; 4) problemas ou desafios; 5) história ou narrativa; 6) interações do
jogador; 7) estratégias; 8) feedback e resultados(23).

3ª etapa: Teste do jogo


O jogo será verificado quanto a sua correta funcionalidade antes que a versão
final seja entregue, por meio de testes contínuos, inclusive com a população-alvo
para avaliação da usabilidade do jogo, que deverá ser agradável, fácil de aprender e
interagir, capaz de mobilizar os sentidos e significações e integrar princípios de
aprendizagem(24).
A avaliação teste será realizada por profissionais das urgências e emergências
ou que atuam na área de atendimento à PCR e que são alunos de pós-graduação dos
programas de saúde, selecionados por conveniência por meio do método de bola de
neve, onde o primeiro participante será escolhido pelo pesquisador e os demais
através de indicação dos mesmos com potencialidade para fazer o teste de
usabilidade(14) até obter o quantitativo desejado de 5 a 10 participantes (25). Os
participantes recrutado segundo os critérios de inclusão serão contatados via e-mail,
com agendamento prévio para local do cenário de apoio (laboratório da
universidade) para aplicação do formulário de caracterização sociodemográfica e
profissional, execução do jogo e filmagem das reações dos jogadores, seguida da
aplicação do questionário de avaliação de usabilidade do jogo. Os dados obtidos
serão validados pelo Coeficiente de Concordância de kappa (26). Em seguida, os
pesquisadores farão as adequações necessárias junto da equipe técnica contratada.
O formulário de caracterização dos participantes terá variáveis
sociodemográficas (sexo, idade, estado civil, escolaridade, renda, estrutura familiar)
e variáveis profissionais (formação na área da saúde, tempo de formação, cursos de
aperfeiçoamento em suporte avançado de vida na parada cardiorrespiratória, tempo
de atuação em serviço urgência e emergência, carga horária de trabalho, experiência
com pesquisas e tipos de pesquisas realizadas na área temática do estudo),
elaboradas conforme literatura de apoio.
O instrumento utilizado para teste de usabilidade, será o questionário de
Avaliação da Qualidade de Jogos Digitais com Finalidade Educativa, que avalia o
produto tecnológico em três dimensões: usabilidade, experiência de usuário e
princípios de aprendizagem, possuindo 18 itens e respostas do tipo likert com
pontuações atribuídas: sempre = 5 pontos, frequentemente = 4 pontos, às vezes = 3
pontos, raramente = 2, nunca =1, não se aplica = 0. Ao final de cada dimensão
deverá ser realizada a somatória total dos pontos que terá intervalo de 30 a 90
pontos. O IAQJED apresenta quatro critérios de avaliação para finalidade educativa:
1 a 18 pontos = inadequado, 19 a 36 pontos = baixa qualidade, 37 a 54 pontos = de
qualidade regular, 55 a 72 pontos = boa qualidade, 73 a 90 pontos = excelente
qualidade. Para o teste, será considerado o jogo com pontuações de boa ou
excelente qualidade(24).
Haverá a capacitação da equipe técnica de pesquisadores quanto ao
recrutamento dos participantes, preparo da sala do laboratório e apoio à equipe de
filmagem, uso dos equipamentos do cenário e aplicação dos instrumentos de coleta
de dados.
Ressalta-se que o Departamento de Garantia de qualidade (Quality Assurance -
QA) certificará a build (versão compilada), a funcionalidade e os recursos de cada
etapa disponíveis no jogo. Em seguida, a equipe preparará uma versão mais
executável do jogo para validação na plataforma escolhida. Após o jogo ter sido
testado, o Departamento de QA começará o processo de liberação do código de
acordo com a proporção do jogo.

4ª etapa: pós-produção do jogo


Neste etapa, o código do jogo estará liberado. A equipe apresentará a versão
final e preparará um kit de fechamento para futuros projetos e aperfeiçoamento do
jogo conforme validação dos juízes. Haverá a avaliação da experiência, dada como
post-mortem “fim do projeto” e construção de um plano de arquivamento com toda
a documentação do design, assets, código-fonte, arquivos de música e vídeo
utilizados. Após esta etapa o jogo estará pronto para as fases de validação com juízes
especialistas e avaliação da eficácia do jogo por meio de um estudo experimental,
que será posteriormente realizado pela equipe de pesquisadoras do presente
projeto de pesquisa.

Organização e análise dos dados


O tratamento dos dados terá o detalhamento da organização e análise dos
dados obtidos, os quais serão exportados para um banco de dados no Programa
Microsoft Excel for Windows, versão 2018, com dupla digitação para posterior
análise estatística descritiva e inferencial por meio do Software RStudio versão
1.0.136, 2016. Para análise descritiva, serão calculados os valores absolutos e
percentuais das variáveis qualitativas e medidas de tendência central e dispersão
para as variáveis quantitativas. Para análise inferencial, os dados serão avaliados
quanto ao padrão de normalidade para decisão dos testes paramétricos ou não
paramétricos, selecionados de acordo com o tipo de cruzamento das variáveis
qualitativas e/ou quantitativas, sob apoio de profssional estatístico.
Em seguida, haverá a comparação entre os grupos intervenção e controle, com
métodos de análise de subgrupo e análises ajustadas. Adotar-se-á nível de
significância (α) de 0,001 a 5%, comparando-se ao resultado dos testes (p – value) p
< 0,05 para conclusão diferença significante. Os resultados serão interpretados e
expostos por meio de tabelas e gráficos, confrontados e discutidos com a literatura
pertinente ao tema do estudo.

Aspectos Éticos
A pesquisa envolve a participação de seres humanos, portanto, seguirá das
resoluções nº466/12 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) (28,29),
respeitando-se os princípios éticos da autonomia, beneficência, não maleficência,
justiça e equidade. Será submetida para apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP), via plataforma Brasil (conduta ética). A pesquisa terá início somente após
aprovação da revisão científica e ética pelo CEP e anuência da universidade (lócus da
pesquisa). Após sua conclusão, será enviado ao CEP o relatório final com os
resultados.
Os participantes terão o consentimento informado, com a oportunidade de
obter todos esclarecimentos sobre a proposta da pesquisa, objetivos, sua
participação voluntária e sem remuneração, benefícios, riscos mínimos, direitos de
uso de imagem consedidos ao pesquisador apenas para aprofundamento das
análises, pesquisador responsável, duração do estudo, números de participantes e
responsabilidade do participante por meio do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) datado em linguagem acessível. Após sua compreensão, será
coletada sua assinatura autorizando a coleta de dados, ficando uma cópia sob a
guarda do pesquisador e a outra com o participante. Os participantes serão
convidados via e-mail, de forma individual ou na forma de lista oculta, não havendo
utilização de listas que permitam a identificação dos participantes e nem a
visualização dos seus dados de contato (e-mail, telefone, etc) por terceiros.
A pesquisa terá coleta de dados conforme protocolo de pesquisa aprovado
pelo CEP, sem quaisquer desvios ou alteração. Caso necessário, o CEP será
informado para novo parecer, assim como, os participantes do estudo. Haverá,
sempre que necessário, auditoria interna entre os investigadores diretos e o
principal, responsável pela pesquisa, para supervisão do protocolo e prevenção de
desvios.
Serão mantidos o sigilo e a privacidade dos dados e vídeos coletados dos
participantes. Em momento nenhum da pesquisa, nem mesmo na produção dos
resultados, os dados serão correlacionados ao participante, serão utilizados recursos
de tarjas e distorção de face para evitar identificação do participante. A quebra de
sigilo, ainda, que involuntária e não intencional, é um risco reconhecido pela
pesquisadora e informado ao participante no TCLE. Após coleta concluída, os dados
coletados dos instrumentos serão digitados em banco de dados de um dispositivo
eletrônico local, não havendo qualquer registro em ambiente compartilhado ou
"nuvem". Os dados serão privativos da pesquisa e não serão divulgados nem para a
instituição lócus da pesquisa. Esta receberá apenas o relatório final do estudo.
Ainda, poderá haver riscos mínimos relacionados a algum constrangimento ou
desconforto/cansaço para os participante ao responderem as perguntas dos
instrumentos ou durante o uso da ferramenta educativa no cenário simulado, os
quais serão esclarecidos no TCLE e minimizados, fornecendo possibilidades como:
flexibilidade no tempo para responder e entregar os instrumentos, briefing e
debriefing para os participantes do cenário simulado e, também, disponibilidade de
e-mail, telefone da pesquisadora e assistência imediata para eventuais dúvidas ou
relato de desconfortos relacionados à participação na pesquisa.
Ressalta-se que os riscos mínimos esperados não superam os seus benefícios
para a comunidade acadêmica e científica, participantes e profissionais que atuam
na assistência à parada cardiorrespiratória. Tratando-se dos benefícios, elenca-se
produção de conhecimento científico e desenvolvimento de habilidades de gestão
do cuidado clínico no suporte avançado na PCR, tanto na graduação, pós-graduação,
como nos serviços de saúde. Ademais, o participante tem o direito de desistir de sua
participação no estudo em qualquer momento da pesquisa, sem ônus relacionado. O
pesquisador apenas fará o registro da recusa ou desistência e por quais motivos
aconteceu.
O protocolo de pesquisa será revisado pelo investigador antes e durante a
execução, que emitirá e assinará parecer favorável da avaliação dos riscos-
benefícios, tendo como prioridade o bem-estar do participante. Haverá, também, o
monitoramento da segurança do estudo, poderá ser encerrado pelo investigador
responsável em qualquer etapa mesmo em andamento, caso, sob julgamento crítico,
o experimento evolua com risco-benefício desfavorável e possa resultar em danos
irreparáveis aos participantes, os quais, se houverem, serão documentados com a
emissão de relatórios detalhados para a equipe de pesquisa e para o CEP (23).
Todas as documentações da pesquisa, incluindo os instrumentos aplicados, os
termos de consentimento, a triagem da equipe de investigação, parecer de comitê
de ética e demais informações serão documentadas, datadas e assinadas para
posterior análise e emissão de relatórios de progresso, de segurança e finais e, ainda,
ficarão arquivadas em local de segurança definido pelo investigador por um período
de dois anos ou mais se necessário(23).
 Método sub projeto tese 3

4.1 Tipo de estudo

Pretende-se realizar uma pesquisa metodológica com o uso do método de


consenso DELPHI, de natureza qualitativa dentro da atenção à saúde.

Estudo de avaliação em saúde com abordagem qualitativa por meio da


comparação do conhecimento dos profissionais e a análise de registro de atendimento
da assistência dos CP no ambiente hospitalar com o que é preconizado segundo os
princípios dispostos na Resolução Nº 41 do Ministério da Saúde.

4.2 População – Seleção dos especialistas

O estudo será realizado com profissionais de saúde especialista em Cuidados


Paliativos no âmbito hospitalar e que aceitem participar da pesquisa mediante
assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Trevelyan e Robinson (2015) defendem que embora não existam critérios


universalmente aceitos para a seleção dos participantes considerados especialistas,
indica-se um grupo heterogêneo, ou seja com a participação de representantes de
diferentes disciplinas, pois quanto mais heterogêneo for o perfil dos avaliadores,
maiores serão as possibilidades de avaliação, o que normalmente produz resultados
mais confiáveis e traz mais qualidade ao estudo.
Seguindo essa premissa, para a formação do painel a amostra de especialistas
será intencional e não probabilística. Para desenvolver indicadores de qualidade para
avaliar os serviços de CP pretende-se formar um painel multidisciplinar de
especialistas de profissionais de saúde que atuem em cuidados paliativos no âmbito
hospitalar. Assim, serão avaliados currículos dos especialistas para criar um painel
multiprofissional com base nos seguintes critérios de inclusão:

Profissionais da área da saúde com pós-graduação stricto sensu ou lato sensu


que tenham experiência na prática clínica de serviços de saúde de cuidados paliativos.
Poderão participar profissionais que sejam representantes de organizações
relacionadas com cuidados paliativos ou que estejam a frente de cargos de gerência de
serviços e/ou instituições hospitalares que prestem CP. Espera-se alcançar
especialistas das cinco regiões geográficas brasileiras.

Serão excluídos profissionais especialistas que atuem em cuidados paliativos


somente na docência, pesquisa, em CP domiciliar, em cuidados pediátricos ou na
atenção básica por considerar que esses são ambientes cujas peculiaridades e
experiências se distinguem das vivenciadas no âmbito hospitalar com adultos.
Excluir-se-á também os profissionais que não responderem dentro do prazo
estabelecido.

Na busca por especialista considera-se o contato com organizações brasileiras


relacionadas aos CP, para solicitação da lista de especialistas cadastrados e seus
respectivos contatos. No website da ANCP há o registro com as instituições
de/organizações de CP das 5 regiões brasileiras. Então no primeiro momento, entrar-
se-á em contato e será solicitado a lista de profissionais com título dos profissionais
especialistas que atuem na assistência a CP com seus respectivos e-mails. Após será
conferido no Currículo Lattes o atendimento aos critérios de inclusão e exclusão.
Considerando a discrepância do número de especialistas entre as regiões do Brasil,
será enviado carta convite a todos os profissionais que atenderem aos pré-requisitos,
objetivando conseguir pelo menos 5 especialistas de cada região.

4.3 Local do estudo


Será realizado em Fortaleza-CE, por meio da internet, rede mundial de
compartilhamento de dados e conexões globais. A internet desde a sua invenção vem
sendo usada para a comunicação e interação humana. Especialmente no período de
pandemia COVID-19, pesquisadores constataram que é de suma importância por
promover interação entre docentes e discentes (e entre todas as relações) durante os
períodos de isolamento e distanciamento social impostas pela pandemia para evitar
contágios com o Coronavírus. O ciberespaço se tornou uma poderosa ferramenta de
diversificação das práticas e de interação entre as pessoas. O que antes acontecia por
meio de “conveniência presencial”, acarretou em uma necessidade de ser realizado
por meio do “convívio online” (SANTANA, et al, 2020).

No cenário cada vez mais digital e frente à pandemia, os métodos de pesquisa


também precisaram acompanhar a realidade. Soares e Stengel (2020) afirmam:

Avançar neste campo de discussão significa (1) se apropriar da internet não


só como instrumento, mas também como local e objeto de pesquisa
válidos; (2) reconhecer seus inúmeros ambientes como locais riquíssimos
para a realização de pesquisas, inclusive aqueles que normalmente são
atrelados ao senso comum, como por exemplo o Facebook; (3) superar a
dicotomia entre on-line e off-line de maneira que essa oposição não
reverbere na diferenciação e escalonamento de pesquisas realizadas
exclusivamente em um ou em outro ambiente; (4) construir e atualizar
padrões de cientificidade, especialmente os éticos, que consigam abarcar
concomitantemente a potência e riqueza da
internet com a privacidade do sujeito. (SOARES; STENGEL, 2021, p. 9).

Assim, nesse estudo a interação e rodadas de feedback ocorrerão por meio da


internet. Será utilizado o Google Forms para construção e envio dos questionários.
Essa ferramenta possui características que favorecem sua utilização no meio
científico, a saber: acessibilidade, pois pode ser acessado em qualquer local e horário
com disponibilidade de internet; agilidade na coleta de dados e análise dos resultados;
facilidade de manuseio haja vista que o sistema é intuitivo o que favorece a
praticidade no processo de coleta das informações. A interação entre pesquisados e
participantes ocorre via e-mail, ou através de um link, assim todos poderão responder
de qualquer lugar (MOTA, 2019).

4.4. Instrumento de coleta de Dados

O desenvolvimento da lista inicial das perguntas do instrumento inicial


considerou a revisão de artigos que abordaram critérios e/ou indicadores de qualidade
nos serviços de CP (MACIEL, et al 2006; WOITHA, et al 2014; NAKAZAWA, et al
2016; SANTOS,2020; MEJIA, et al 2020) e os princípios dispostos na Resolução Nº
41 de 2018 que diz respeito às diretrizes para a organização dos CP (BRASIL, 2018).
Buscou-se evidenciar requisitos e/ou orientações expressos na referida literatura e
legislação que possam ser identificados pelos especialistas como relevantes
cientificamente e cujo impacto do conteúdo possa ser classificado de cada tema.

Os dados serão coletados por meio de um instrumento construído em duas


partes. A primeira parte abordando dados demográficos e características da formação
educacional. E a segunda parte composta por itens referentes ao CP.

No recurso do Google Forms serão inseridas as perguntas sobre CP a serem


avaliadas, contemplando critérios referente aos princípios dos CP, estrutura dos
serviços quanto ao ambiente físico e existência de equipe multidisciplinar e processos
fundamentais para oferta de um serviço de qualidade.

Trevelyan e Robinson (2015) defendem que uma escala de seis pontos é


adequada para que os participantes tomem uma decisão positiva ou negativa sobre
cada afirmação, evitando a expressão da indecisão causada pelo ponto médio. Nesse
estudo o formato de respostas consistirá na escala do tipo Likert de 4 pontos,
graduada em indispensável, necessário, recomendado ou dispensável.

No formulário haverá um espaço reservado para os participantes escreverem


suas considerações ou comentários.

4.5 Operacionalização do método

Apesar de haver possibilidade de realização de um estudo Delphi com várias


rodadas de feedback, para evitar a fadiga do participante, mas garantir que os
resultados sejam significativos, três rodadas são ideais. Indica-se também que a coleta
e análise de dados da primeira rodada precisam de estruturação para evitar a geração
de quantidades de dados não gerenciáveis. Para garantir o rigor, os dados não devem
ser excluídos da terceira rodada. O feedback do participante deve incluir tanto a
tendência central quanto uma medida de dispersão e ser apresentado graficamente
(TREVELYAN; ROBINSON 2015).
4.5.1 RODADA 01 – Apresentação do questionário e inclusão de novos itens

Por e-mail será enviado uma carta-convite contendo informação sobre a


pesquisa e um primeiro link que será direcionado à leitura do TCLE. Mediante à
aceitação e o click no SIM do formulário, haverá um segundo link que direcionará o
participante ao questionário.

Para os que assinarem o TCLE, será disponibilizado o Formulário Google


Forms com o questionário semiestruturado (APÊNDICE) contendo assertivas
apontados na literatura como critérios e/ou indicadores para os serviços de CP. É uma
modificação aceitável e comum a partir da revisão de literatura sobre o tema, usar um
questionário estruturado na Rodada 1 como um formato do processo Delphi (HSU;
SANDFORD, 2012).

Nessa etapa os especialistas poderão apreciar as questões, emitir seu parecer


sobre as questões lhes apresentadas e sugerir a inclusão de novos itens ou a exclusão
de itens. Os painelistas classificarão cada item em: indispensável, necessário,
recomendado ou dispensável. E assim, estarão classificando as prioridades entre os
itens.

Os formulários preenchidos que nos retornarão terão as respostas dos


participantes avaliadas por meio de estatística descritiva, calculados os percentuais e
convertidos para imagens gráficas.

4.5.2 RODADA 02 – Formação e aprimoramento do consenso

Na segunda rodada, cada participante do Delphi recebe um segundo


questionário e é solicitado a revisar os itens resumidos pelos pesquisadores com base
nas informações fornecidas na primeira rodada. Assim, o consenso começa a se
formar e os resultados reais podem ser apresentados entre as respostas dos
participantes (HSU; SANDFORD, 2012).

Nessa segunda rodada será enviado a cada painelista um resumo da pesquisa


da primeira rodada. Cada item estará com os percentuais referentes à avaliação
recebida pelos demais participantes. Será reenviado também o formulário com as
modificações sugeridas na primeira rodada. Nesse novo formato, continuará sendo
possível a classificação dos itens em indispensável, necessário, recomendado ou
dispensável. Será solicitado nesse ponto que os participantes avaliem os novos itens
adicionados no questionário a partir das sugestões da primeira rodada, para que
avaliem os itens quanto às discordâncias adicionadas.  Fornecerão feedback sobre os
resultados da rodada anterior (simplificando e esclarecendo) ou sugerindo
modificações na escrita do item. O participante, mediante justificativa, também
poderá sugerir a retirada dos itens do instrumento. No entanto, não haverá
possibilidade de inclusão de novos itens.

Os participantes poderão avaliar sua concordância com cada afirmativa do


questionário. Pois, avaliarão os itens que não obtiver aprovação ou consenso entre os
especialistas na rodada anterior. Serão mantidas nas rodadas subsequentes, os itens
que forem aceitos pelos participantes, de modo a permitir a realização de melhorias
pelos mesmos.

4.5.3 RODADA 03 – Consolidação do consenso

Na última rodada, a lista de itens restantes, suas classificações, opiniões


minoritárias e itens que alcançam consenso são distribuídos aos membros do painel. É
um momento em que se oferece uma oportunidade final para os participantes
revisarem seus julgamentos (HSU; SANDFORD, 2012).

Assim, essa terceira e última rodada terá como objetivo aprimorar escrita dos
itens e refiná-los para oferecer melhor compreensão do que se espera dos serviços de
CP. Nessa etapa não serão mais incluídos ou excluídos itens. Cada membro do painel
Delphi receberá o questionário com os itens e classificações resumidos pelos
pesquisadores na rodada anterior e poderão revisar seus julgamentos ou ainda
especificar as razões para permanecer fora do consenso.

Nessa etapa será solicitado aos participantes que avaliem as afirmativas


atribuindo notas a cada uma das afirmativas de acordo com os seguintes critérios:
qualidade da redação (de 0 a 30 pontos), adequação do conteúdo à descrição da
competência (de 0 a 40 pontos) e qualidade geral do item (de 0 a 30 pontos). Após a
avaliação, o especialista poderá sugerir por escrito uma melhor redação da afirmativa.
Sobre o critério de conveniência nas rodadas, para concordância do consenso
na classificação dos itens, será considerado o percentual entre os juízes superior a
50%, pois, assim representará o consenso da maioria dos participantes. Se os
participantes estiverem em número par, e os percentuais de algum item resultarem
igualmente 50% de consenso, será adotado critério de desempate a classificação do
participante baseada em dados científicos. Se não houver justificativa baseada em
dados científicos, ainda assim, o item será mantido com ressalva.

4.6 Análise dos Dados

Nesta etapa do estudo se analisa o feedback com os participantes. A análise


dos dados começa a partir da avaliação dos questionários devolvidos nas rodadas. E se
dá continuidade com o retorno da informação anterior, analisada e resumida, para
apreciação do painel de especialistas (MARQUES; FREITAS, 2018).

Os dados sociodemográficos serão identificados e organizados em tabelas do


programa Microsoft Office Excel 2016. Os dados recebidos pelos no Google Forms
serão dispostos em forma de gráficos e planilhas, proporcionando um resultado
quantitativo de forma mais prática e organizada. Os percentuais de cada item serão
analisados conforme medidas de tendência central e de dispersão.

Marque e Freitas (2018) consideram que análise dos dados na metodologia


Delphi pode se dá de forma qualitativa e quantitativa (HSU; SANDFORD, 2012;
MARQUES; FREITAS, 2018). Na análise qualitativa é usada a análise de conteúdo
criando-se categorias e agrupando-se itens de resposta (MARQUES; FREITAS,
2018). Já na análise quantitativa, normalmente são usadas técnicas de medidas de
tendência central (médias, medianas e moda e nível de dispersão (desvios padrão e
intervalo interquartil) (HSU; SANDFORD, 2012; MARQUES; FREITAS, 2018).
Trevelyan e Robinson (2015) corroboram afirmando que a mediana e a medição da
variância na resposta são considerados medidas robustas, sendo aceita como uma
forma objetiva e rigorosa de determinar o consenso. 

Os dados serão fundamentados de acordo com literatura pertinente.

4.7 Aspectos Éticos


Seguirá as orientações éticas e legais recomendados na Resolução Nº
466/2012 sobre pesquisas envolvendo seres humanos do Conselho Nacional de Saúde.
A Resolução Nº 510/2016 que dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em
Ciências Humanas e Sociais cujos procedimentos metodológicos envolvam a
utilização de dados diretamente obtidos com os participantes. E também considera o
Ofício Circular Nº 2/2021/CONEP/SECNS/MS, de 24 de fevereiro de 2021, que traz
as atuais orientações para procedimentos em pesquisas com qualquer etapa em
ambiente virtual.

O projeto será submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da UECE para


avaliação e permissão de realizar a pesquisa.

 Método sub projeto tese 4


1.1 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo multimétodos. Será uma pesquisa metodológica, a partir da


qual elaborar-se-á um instrumento do tipo checklist e um protocolo gráfico em
segurança de medicamentos. Ambos os instrumentos, checklist e protocolo gráfico
serão validados por juízes experts na área de segurança do paciente com foco em
segurança de medicamentos. A etapa de elaboração dos instrumentos será antecedida
por uma revisão sistemática cuja pergunta é: quais são as recomendações de boas
práticas em segurança de medicamentos de maior impacto para a efetivação da
segurança do paciente, nos serviços de saúde intra-hospitalares. A seleção dos juízes
para participação na pesquisa acontecerá após a etapa de revisão sistemática. Esses
serão selecionados entre os pesquisadores identificados durante a revisão, com
experiência e publicações na área.
Por fim, após a validação destes instrumentos o protocolo gráfico será aplicado
numa dada realidade a fim de investigar a efetividade para a melhoria da cultura de
segurança do paciente no que diz respeito à segurança de medicamentos. A seguir
apresentamos uma síntese das etapas da pesquisa:
➔ Etapa 1: revisão sistemática, Cujo protocolo será cadastrado no Próspero
➔ Etapa 2: elaboração de checklist e protocolo gráfico pela pesquisadora
➔ Etapa 3: validação do check list e protocolo gráfico pelos juízes
➔ Etapa 4: Aplicação do checklist da Clínica Médica do HCCA como pré-teste
para verificar o grau de conformidade dos trabalhadores deste setor à boas
práticas de segurança de medicamentos
➔ Etapa 5: intervenção. Realização de um round de atividades de capacitação
em segurança de medicamentos utilizando o protocolo gráfico elaborado e
validado nesta pesquisa.
➔ Etapa 6: nova aplicação do checklist para verificar se houveram mudanças na
cultura de segurança de medicamentos no setor após a intervenção.

3.2 Local do estudo

A pesquisa será realizada no Hospital Regional Dr. Cleodon Carlos de Andrade


(HCCA), localizado no município de Pau dos Ferros, no Alto Oeste Potiguar, sendo
referência para os 37 municípios que compõem a VI Região de Saúde (RS), além de
municípios de Estados limites, como Bom Sucesso e Uiraúna (Paraíba) e Iracema,
Ererê e Pereiro (Ceará).
A VI Região de Saúde, localiza-se no Alto Oeste Potiguar e adensa 7,26% da
população norte-rio-grandense representando aproximadamente, 9,30% da superfície
territorial do Estado. É composta por 37 municípios, sendo a região com maior
número de municípios e a mais distante da capital. Possui uma população estimada
em 2020 de 252.042 pessoas. (VI URSAP, 2020).
O município de Pau dos Ferros é sede da VI Região de Saúde, ocupa uma área de
259,959 Km2. Caracteriza-se por ser cidade polo da vida econômica da região. Isso,
deve-se, em grande parte, por sua localização à margem de duas rodovias federais
(BR-405 e BR-226) além da grande distância dos dois maiores centros do Estado
(Natal e Mossoró), levando um fluxo convergente para o município em busca de
produtos variados e serviços. O município concentra grande parte dos serviços de
saúde da região, inclusive o Hospital Regional de Referência. (DANTAS, 2014).
O HCCA foi inaugurado em 10 de março de 1990, trata-se de uma instituição
pública, financiada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte com
atendimento exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O HCCA classifica-se como hospital de médio porte, com atendimento de 24
horas, dispondo de 122 leitos, distribuídos conforme Quadro abaixo:
Quadro 1: Distribuição dos leitos do HCCA
A instituição conta com 512 funcionários efetivos e 161 contratos temporários
para atuar diante do evento de emergência de saúde pública declarado em decorrência
da pandemia do Sars-CoV-2 causador da COVID19.

3.3 População do estudo

Para a etapa de validação de conteúdo, os participantes do estudo serão juízes,


profissionais da saúde, com expertise na área de Segurança do paciente e
preferencialmente em segurança de medicamentos. Estes serão selecionados durante a
realização da revisão sistemática. Adotar-se-á como critérios de inclusão para este
grupo ter experiência clínica e publicações relevantes no escopo do estudo e como
critério de exclusão, não realizar a devolutiva da avaliação após três tentativas de
contato. Pretende-se realizar um recrutamento do número de juízes duas vezes
superior à amostra calculada, considerando a possibilidade de perdas.
O estabelecimento do tamanho amostral dos juízes será baseado em fórmula
que visa estimar os Índices de Validade de Conteúdo (IVC) das avaliações de cada
indicador. O tamanho amostral será definido por n0 = (Z 1- α /2 .S/ e)2. Z1- α /2; será
adotado um nível de confiança de 95%); S é o desvio padrão (desvio padrão adotado
de 0,17) e o erro amostral (considerado um erro amostral de 0,07% do valor real).
Para esse cálculo recorrer-se-á ao serviço de um estatístico.
Para a etapa do estudo quase experimental, os participantes serão todos os
trabalhadores das equipes multiprofissionais do setor da Clínica Médica do Hospital
Cleodon Carlos de Andrade (Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem,
farmacêuticos e técnicos em farmácia). No quadro abaixo apresentamos o número de
cada uma dessas categorias lotadas no referido setor. Serão excluídos da amostra
aqueles que apresentarem frequência de participação inferior a 75% na atividade de
intervenção.
Quadro 2: Distribuição do número de participantes do estudo da etapa quase
experimental, por categoria profissional
Categoria profissional Número de trabalhadores
Médicos 07
Enfermeiros 05
Técnicos de Enfermagem 17
Farmacêuticos 05
Total 34

3.4 Instrumentos de coleta de dados


Os dados serão coletados a partir de três instrumentos:
A - Formulário de extração dos dados da revisão sistemática
B- Formulário de validação de conteúdo, seguindo os critérios segurança,
eficácia, efetividade e adequação. A presença ou não de tais critérios será medida por
uma Escala de Likert de quatro pontos: 1 = totalmente inadequado; 2 = parcialmente
inadequado, 3 = parcialmente adequado e 4 = totalmente adequado.
C- Formulário de avaliação da efetividade do protocolo gráfico no ambiente
hospitalar, o qual conterá os itens referentes ao checklist que será elaborado.

3.5 Coleta de dados


Por tratar-se de uma pesquisa multimétodos a coleta de dados será realizada
em quatro etapas diferentes. Etapa 1: Extração dos dados da revisão sistemática,
conforme protocolo a ser elaborado e cadastrado no Próspero. Etapa 2: Obtenção dos
resultados de avaliação do checklist e do protocolo gráfico com os juízes
selecionados, a partir de quatro pilares da qualidade em saúde: segurança, eficácia,
efetividade e adequação. Será solicitado aos juízes que avaliem a presença desses
critérios a partir de uma escala de Likert de quatro pontos: 1 = totalmente inadequado;
2 = parcialmente inadequado, 3 = parcialmente adequado e 4 = totalmente adequado.
Os juízes serão recrutados de modo online, receberão um convite via e-mail para
participação no estudo. Ao aceitarem o convite serão esclarecidos de todas as etapas
da pesquisa por meio da apresentação e assinatura do TCLE (APÊNDICE II).
Etapa 3: Aplicação do checklist validado pelos juízes, na clínica médica do
HCCA, para classificar o grau de conformidade do serviço às boas práticas em
segurança de medicamentos. A coleta de dados nesta fase seguirá dois procedimentos:
levantamento de dados nos prontuários dos pacientes e observação direta à beira leito.
Etapa 4: Levantamento dos dados relativos à efetividade do protocolo
gráfico, após realização da intervenção. Esses dados serão coletados a partir de
levantamento de registros em prontuários e questionário a ser aplicado com os
referidos trabalhadores, participantes da pesquisa. Este grupo será recrutado no
próprio ambiente de trabalho, durante seu turno de trabalho, por meio do convite
expresso para participação na pesquisa, no caso daqueles que aceitarem serão
esclarecidos quanto aos procedimentos desta e seguir-se-á a obtenção de assinatura do
TCLE.

3.6 Análise dos dados

Todos os dados coletados serão analisados estatisticamente, à exceção


daqueles que se referem à caracterização dos participantes. Os dados extraídos da
revisão sistemática serão analisados a partir de metanálise, caso apresentem
homogeneidade. Para análise da validade de conteúdo, será realizado o cálculo do
Índice de validade de conteúdo (IVC), dividindo o número de respostas “3” e “4” pelo
número de participantes, sendo considerados aceitáveis valores de IVC acima de 0,80.
Caso os valores não sejam aceitáveis, os itens serão reformulados e enviados para
uma nova avaliação, conforme pressupostos da técnica Delphi, até que os valores
sejam aceitáveis. Os dados quantitativos de caracterização da amostra serão descritos
em frequências relativas e absolutas.

Os dados referentes a avaliação da efetividade do protocolo gráfico na


realidade do serviço, serão avaliados tomando como referência os mesmos escores
utilizados pela Anvisa na autoavaliação das práticas de segurança do paciente. Dar-se-
á pela utilização de um indicador constituído pela razão entre o número de critérios
em conformidade com o checklist de boas práticas de segurança de medicamentos e o
número total de critérios avaliados, de acordo com fórmula abaixo. Esses resultados
serão classificados em: 1- conformidade alta (67%- 100% de conformidade dos
indicadores); 2- conformidade média (34%-66% de conformidade dos indicadores de
estrutura); e 3- conformidade baixa (0%-33% de conformidade dos indicadores de
estrutura).

Em consonância com a Resolução do CNS nº466/12, esse projeto de pesquisa


será submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual do
Ceará (UECE), por se tratar de pesquisa com seres humanos, uma vez que é de suma
importância manter o respeito à dignidade humana nas pesquisas científicas.
(BRASIL, 2012).
Serão seguidos os princípios da ética para proteger os participantes do estudo,
com destaque para a beneficência, o dever de minimizar os danos e maximizar os
benefícios. A pesquisa com humanos deve ter a finalidade de produzir benefícios para
os participantes ou outras pessoas. O respeito à dignidade humana inclui a
autodeterminação e o pleno conhecimento. O direito da autodeterminação garante ao
participante da pesquisa ficar livre de coerção, o direito de decidir, voluntariamente,
se vai participar do estudo, de fazer perguntas e recusar-se a responder e até desistir
do estudo, caso seja sua vontade. O direito ao pleno conhecimento diz respeito ao fato
do pesquisador ter a incumbência de descrever inteiramente o estudo e os possíveis
riscos e benefícios. O terceiro princípio, a justiça inclui um tratamento justo,
distribuição equitativa de benefícios e ônus, e direito à privacidade. O pesquisador
deve garantir que o estudo não seja mais intrusivo que o necessário e que a
privacidade seja mantida. (POLIT e BECK, 2019).

 Método sub projeto tese 5

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS DE GESTÃO DO CUIDADO
PARA INOVAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DA ATENÇÃO A SAÚDE E
EDUCAÇÃO

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